Emergency escrita por Mackz


Capítulo 6
Principio do Fim




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/45301/chapter/6

Capitulo V


Na escuridão do meu quarto, numa noite fria e chuvosa, estava eu sentada num canto. Abraçava as pernas com os meus braços. A minha cabeça metida entre elas. Os meus olhos completamente húmidos.

O desespero e a tristeza atravessavam-me de tal maneira, que cheguei a imaginar que o corpo pudesse cair partido em dois.

Meu Pai. O meu pobre Pai.

Era só o que pensava. Os meus soluços estavam descontrolados. Estava a chorar há tantas horas que o soluçar era um movimento brusco. Perguntava-me como é que o meu corpo ainda conseguia produzir lágrimas.

As imagens passaram como flash na minha cabeça fazendo com que mais lágrimas brotassem dos meus olhos vermelhos e inchados.

FlashBack

Abri a porta da minha casa e entrei. Cansada de mais um dia no hospital, mas satisfeita por ter conversado com ele. Dirigi-me para a sala e sentei-me no sofá.

As minhas costas doíam tal como os meus braços e as minhas pernas. Encostei a cabeça e fechei os olhos. Até que ouço um soluço de choro. Surpresa, abro os olhos repentinamente, levanto-me do sofá e corro ao encontro do soluço.

Mais um soluço. Vinha do quarto dos meus pais. Bati á porta, mas ninguém me respondeu. Já preocupada, abri-a sem permissão.

A imagem que os meus olhos captaram partiu-me o coração.

A minha mãe estava de joelho ao lado da sua cama. Tinha ao seu lado uma bacia cheia de água.

Ela olhou-me com os olhos vermelhos e húmidos. Nunca tinha visto a minha mãe tão frágil. Ao seu lado, em cima da cama, estava meu pai. Suado e respirava com dificuldade. Eu reconhecia os sintomas.

Ele estava… Sim, ele estava. Senti as lágrimas a deslizar no meu rosto. Ajoelhei-me ao lado da minha mãe e apertei-lhe a mão.

Eu já sabia. Eu tinha que estar pronta para isso.

Eu iria perder os dois homens da minha vida.

FlashBack

Logo que recuperamos do choque, levamos o meu pai para o hospital. Carlisle decidiu que eu não deveria, por enquanto, ir trabalhar para o hospital. Mas eu não podia. Eu tinha que salvar o meu pai. Não podia perdê-lo. Por mim e pela minha mãe.

Vi sempre o meu pai como um homem forte, apesar da sua estatura frágil, ele conseguia sempre resolver os seus problemas. Ele teria que se safar desta também.

Eu não saberia o que fazer. Eu teria que lidar não só com o meu sofrimento, mas também com o da minha mãe. Não tenho a certeza se aguentaria por muito tempo.

O meu desespero estava de tal forma que era quase físico.

As lágrimas continuavam a deslizar pelo meu rosto.

Eu estava sozinha. Perdida e desesperada.

Sinto algo a tocar-me no meu cabelo. Era frio como gelo. Era muito difícil eu não reconhecer aquele toque de tantas vezes que já tinha sido feito.

Era Carlisle.

Não o encarei. Estava com demasiada repulsa de mim mesma por não poder ajudar o meu pai. E eu também não queria que ele visse daquela forma.

O seu toque desceu até a minha face, fazendo-me levanta-la e encara-lo.

Os seus olhos estavam ternos. Ele suspirou baixinho e abraçou-me contra o seu corpo frio e duro.

Nenhum corpo era assim. Eu tinha sido enfermeira na Grande Guerra e nada era igual. Eu desconhecia a temperatura.

Eu tinha que ter respostas. E ele não podia recusar-se.

- Carlisle… - sussurrei com a voz fraca.

- Bella. – respondeu Carlisle

Fitei-o e mergulhei no dourado dos seus olhos.

- Eu quero saber o que se passa. – falei com a voz mais firme.

Ele olhou-me confuso. Eu toquei na sua mão gelada e o brilho de compreensão passou pelos seus olhos.

- O que se passa? – perguntei insistindo.

- Bella, não se passa nada. – respondeu calmo o que me surpreendeu.

- Carlisle… – repreendi-o.

- Tudo bem, Bella. Eu vou contar-te. Tu vais saber o que se passa. – disse-me e eu suspirei de alivio. – Mas não agora. Depois. – retucou.

- Prometes? – perguntei insegura.

- Prometo. – sorri em resposta. O "Depois" deixou-me satisfeita. Ainda que pouco. Pelo menos, ele estaria lá no futuro. Sempre a apoiar-me no "depois".

O seu rosto contraiu-se para uma expressão sofredora.

- Bella. – disse-me Carlisle encarando-me com intensidade – Eu fiz o que pude. – retribui o olhar com confusão. – Charlie não sobreviveu. – disse quase sussurrando e lentamente.

Arregalei os olhos quando ele acabou de pronunciar a última frase. Subi as mãos para o meu peito, de onde vinha uma dor incontrolável. Ainda com os olhos arregalados, senti as lágrimas a brotarem dos meus olhos.

Um soluço invadiu o corpo e ele estremeceu todo com a sua intensidade.

- Não…- sussurrei e logo comecei a chorar descontroladamente.

Carlisle abraçou-me tentando reconfortar-me.

Estava tudo perdido. Eu não podia voltar atrás. Eu não podia fazer nada.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Aqui está, espero que gostem e deixem a vossa opinião.

bjsbjs.



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Emergency" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.