Somebody to love. escrita por eg16


Capítulo 6
Corredores vazios.


Notas iniciais do capítulo

Geeente, só avisando que esse capítulo tá um pouquinho maior que os outros.
Espero que gostem.



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Violetta's pov.

No dia seguinte, acordei bem mais cedo que o esperado. Corri pro banheiro onde tomei um banho bem relaxante – e bem gelado – e fiz minha higiene matinal. Desci para a cozinha e todos ainda estavam dormindo. Todos, menos meu pai, que estava sentado lendo o jornal e tomando seu café diário.

– Mas já acordou? Que foi, caiu da cama? – Ele riu olhando pra mim.

– Perdi o sono, aí preferi me arrumar pra escola. – Respondi dando pouca importância já que estava servindo um pouco de café para mim. – Aliás, bom dia!

– Bom dia, amor! – Respondeu com um sorriso doce e logo deu sua ultima golada no liquido. – Acho que acabei por aqui. Se quiser uma carona pra escola, estou indo.

– Vou aceitar... Deixa eu só pegar algo pra comer no caminho. – Peguei uma maçã e uma fatia de bolo. Tomei em apenas duas goladas o pouco de café que havia servido. Passei as mochilas nas costas e saí em direção a garagem. O trânsito do Rio era animado e feroz, mesmo que de manhã. Era possível ouvir músicas por todos os lados, e já se via pessoas correndo na praia. Tive sorte de chegar mais cedo na escola, assim, escolheria minha carteira sem problemas. Os corredores da escola estavam vazios, o que era extremamente estranho e pertinente. Aquilo era calmaria demais para uma escola. Cheguei na sala ainda mordiscando minha maçã.

– Ainda não bateu o sinal, sabia? – Ouvi uma voz irônica falar atrás de mim.

– Sim, sei. – Virei-me para ter constatar quem estava falando. Fiquei surpresa ao ver que era o Professor Leon e que ele, pela primeira vez, estava vestido como um homem normal. – Cheguei adiantada, preferi vir pra sala.

– Uau. Mas isso eu já percebi. – Deu as costas.

Por um momento, pensei em confronta-lo. Perguntar o por quê de ser tão carrancudo, e minha presença o deixar tão... tão obscuro. Será que aquilo era só comigo? Ou ele era o mesmo ogro com todos os alunos? Eu realmente queria perguntar.

– Você é assim só comigo? Ou é insuportável assim com todos? - O quê eu acabara de fazer? Assinei minha sentença de morte, definitivamente. Eu estava lucida, e ao mesmo tempo louca. Ele é um professor, e eu... bom, eu sou só a aluna nova, SÓ a aluna nova. Abaixei a cabeça com medo da resposta.

– Você disse que sou insuportável? É isso mesmo? – Cuspiu as palavras, me olhando com o olhar mais desprezível do mundo. – Seu pai ao menos te deu educação? Presumo que não! Vou mesmo ter que te ensinar a tratar um professor?

– Desculpa, eu... Er, eu só queria saber o porquê de você ser tão... – Não tive forças para acabar a frase. Abaixei a cabeça e sentei-me na penúltima carteira. Foi uma tentativa idiota, porque naquele momento, estávamos apenas nós dois na sala, e eu implorava para que chegasse alguém. – Desculpa, de verdade.

– Não sei se você percebeu, mas está na minha sala. E na MINHA sala – deu ênfase no minha – os alunos são obrigados a me respeitar, gostando ou não. E não, eu realmente não gosto de você. Essa sua fisionomia de sou-melhor-que-todos me irrita. Esse seu sotaque me dá nervos. Você. Você me irrita.

Era verdade. Aquele “tratamento especial” era somente comigo. Não pude deixar de notar que ele estava parcialmente transtornado. E também não pude deixar de soltar um bufo de irritação.

– Ótimo, porque também não gosto do senhor. Poucas aulas já me mostraram que o senhor não passa de um ogro. E também, mesmo sabendo que lhe devo respeito, não sou obrigada a aceitar esse seu tratamento de merda. – As palavras saiam praticamente gritadas de minha boca. Senti meu rosto queimar, e meu sangue borbulhar em minhas veias.

– Sua... – Ele gritou, prestes a continuar a frase. Porém, por pouco, fomos interrompidos.

– Desculpe, estou atrapalhando? – Entrou na sala uma garota de cabelos negros, altura média e olhos esverdeados. Eu a conhecia, lembrava raramente de seu rosto. Era a garota que havia se precipitado na aula do mesmo no primeiro dia de aula.

– Não, nós só estávamos co-con-conversando. – gaguejei.

– É, estávamos tratando de assunto que... não importa. – O professor saiu da sala no mesmo instante.

– Percebi que não se curtem, né?! – Curtir, essa não era a palavra mais apropriada pro momento. – Eu também não. – riu. – Aliás, meu nome é Francesca, prazer.

– Prazer, Violetta. – Rimos juntas. – E me diz, por quê o odeia?

– Ah, isso vem desde o primeiro colegial. Acho que, tirando as vadias da sala, todos os odeiam. – Ela riu.

– Vadias da sala? – Perguntei encabulada.

– É. Sejamos sinceras, por baixo dessa mascara de vilão de novela mexicana, ele é um gato. E sempre têm as que “dão em cima” do professor. – Ela fez aspas com os dedos. – Dão em cima, literalmente.

– QUÊ? – Fiquei assustada e ao mesmo tempo risonha. – Dão em cima? Você quer dizer que...

– Sim, eles trepam. – Ela soltou um riso malicioso. – Nunca ouvi falar nada do professor Leon, mas já aconteceram casos... Enfim.

– Minha nossa.

– Sim. E olha, vou te contar, se ele não fosse tão...

– Tão carrancudo, insuportável e notavelmente mal arrumado? – Rimos e ela concordou.

– Tudo isso e tão sou-mais-velho, eu treparia com ele de boa. – Riu alto.

O sinal soou e os vários alunos passaram pela porta. Francesca, que ainda ria e falava algo que eu não prestava muita atenção, sentou-se atrás de mim. Legal, eu havia feito uma amiga. Amiga que, diferente de Tomás, esperava não me constranger, e não me deixar tímida. O que, por mais triste que pareça, tinha acontecido com Tomás.

– Bom dia, Vilu! – Tomás apareceu como louco em minha frente, beijando minha bochecha e sentando-se do meu lado.


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Notas finais do capítulo

E aí??? Só lembrando que estou aberta pra qualquer, q u a l q u e r, tipo de sugestão, beleza?!