A vendedora de almas escrita por Larissa Vigido


Capítulo 5
Capítulo 5 - Metamorfose


Notas iniciais do capítulo

Eu não sei o que aconteceu, eu coloquei pra postar o capítulo dois dias depois que eu postei o ultimo, mas não postou. Eu tava no meu Sitio então nao tava com o computador e tive que reescrever o capítulo pelo celular. Então me perdoem, só percebi que não tinha postado quando a White Fire mandou uma MP. Desculpa, de verdade.



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Eu tive que aguentar varias semanas saindo com Peter para conquistar definitivamente a confiança de Alex, mas depois que a consegui, fiquei realmente muito próxima dele, jantava em sua casa quase todos os dias e estava bem com aquilo afinal, era menos dinheiro que teria que gastar com comida, mesmo assim quando chegava no banheiro do hotel, lavava o corpo até não conseguir mais por que esfregava demais a minha pele, que culpa eu tinha? Me sentia imunda e era como se aquilo estivesse se impregnando em mim, e não importava o que eu fizesse o perfume de Alex parecia estar em todos os lugares, eu sentia que estava traindo ao meu pai e a mim mesma, mas era necessário, a vingança viria logo, quando todos menos esperassem. Aos poucos as semanas que eu tinha que aturar Peter se transformaram em meses, longos meses que eu passava tentando fugir ao máximo daquela família, inventei todos os tipos de atividades para me livrar, fiz aulas de pintura, canto, escola e nada, ele sempre achava um jeito de aparecer na frente do meu hotel e me levava para a sua casa, muitas vezes só para almoçar e depois eu voltava para o meu hotel.

Eu precisava esperar, e quando digo esperar, não era por umas semanas ou meses, achei outro cara para fazer um rg falso para mim, mas ele disse que pela minha aparência eu não aparentava ter mais de dezesseis anos. No ano seguinte ao que cheguei naquela cidade, encontrei um emprego de meio período, ganhava pouco, mas não conseguiria passar mais tempo por lá sem um meio de ganhar dinheiro e poucos meses depois disso encontrei um pequeno prédio que era principalmente alugado por pessoas da minha idade que iam para lá estudar, consegui então um emprego e um bom lugar para ficar por mais tempo. Eu estava prestes a completar dezoito anos, vinte e um no rg falso quando o Peter fez a melhor coisa que podia acontecer. Até então o meu plano era enrolar ele até atingir a idade para ter uma arma, mesmo que quisesse compra-la ilegalmente, ninguém em sã consciência a venderia para uma garota de dezesseis para dezessete anos com um rg falso, mas houve uma noite que como as outras eu estava na casa de Alex comento o jantar servido por sua esposa, Victoria, quando Peter surpreendeu a todos se ajoelhando na minha frente e me pedindo em casamento, no momento não passou pela minha cabeça o quanto aquilo seria bom para que tudo desse certo, mas quando ele comentou que poderíamos morar na mesma rua de seus pais, tudo se iluminou na minha cabeça, como se uma lâmpada tivesse acendido em cima da minha cabeça como acontece com os personagens de desenho.

O casamento aconteceria depois de três meses, eu sempre tentava demonstrar que estava ansiosa e no fundo eu estava mesmo, com o rg mostrando que eu tinha vinte e um anos, foi mais fácil, eu repeti a visita até o cara que iria fazer o meu outro rg falso, pelo que ele tinha me falado, eu podia aparecer lá quando quisesse e pedir qualquer coisa e ele tentaria me ajudar, ele me entregou um cartão de um outro cara que de acordo com ele poderia me ajudar com o que eu precisava, não fez muitas perguntas, não queria saber o porque precisava de uma arma, se era ou não para autodefesa, apenas me indicou o que eu precisava fazer e me deixou sozinha com um telefone em cima do balcão, eu poderia usar se quisesse. Eu liguei para o número que foi me passado e um homem atendeu, sua voz rouca me arrepiava, passei o endereço de um pub que Peter tinha me levado uma vez e ele prometeu me encontrar lá no dia seguinte com o produto em mãos, eu só precisava levar o dinheiro.

No dia seguinte eu consegui fugir do meu "noivo" -ninguém nunca entenderia o quanto eu sentia nojo de me referir a Peter desse modo - e fui encontrar o homem sem nome, me surpreendi quando um homem sentou na minha mesa, ele não era nem um pouco parecido com o q u e eu esperava, parecia um típico pai perfeito de uma família perfeita, daquelas que se vê nos filmes, algumas mais claras outras mais profundas outras parecia que estavam começando a cicatrizar, ele passou uma mochila de costas por baixo da mesa e eu a abri para conferir se estava tudo certo, não era uma arma grande, tinha um cano pequeno, mas eu nao precisava de muita coisa, girei o objeto sem tira-lo da mochila e observei o número de série riscado, junto com a arma, tinha um punhado de balas soltas. Peguei o envelope com o dinheiro e entreguei para ele com um pequeno sorriso, esperava que ele contasse o dinheiro mas ele apenas apoiou na mesa olhou nos meus olhos e sorriu frio.

– Se tiver menos aqui, eu te acho e faço a sua vida um inferno, até que peça pra que eu acabe com ela.- E me deixou sozinha encarando o lugar que ele estava antes.

Depois disso o tempo passou voando e quando dei por mim estava dando os últimos retoques no cabelo e maquiagem pronta para subir ao altar com Peter, no final da noite não estava mais aguentando ficar em pé devido aos saltos que tive que usar o dia todo, mesmo que não queira dizer isso, eu me diverti, por algumas horas me esqueci completamente de que estava me casando com o filho do homem que assassinou meu pai e foi melhor dessa forma. Quando a festa acabou, fomos para a casa que tínhamos ganhado de Alex, tinhamos optado por ir para a lua de mel depois de uma semana, assim poderiamos arrumar tudo com calma.

Depois de dois dias de casados eu decidi que iria agir naquela noite, aproveitaria que Alex tinha saido a negocios, só precisava de uma distração, assim poderia ir até a casa de Alex e começar com minha vingança, não faria sentido mata-lo logo de cara, queria deixar ele com a sensação de ausência que senti quando perdi meu pai, começaria com Victoria e só depois de ver ele mal o suficiente acabaria com ele. Eu e Peter tínhamos acabado de jantar, estava sentada na mesa, olhei para a pia cheia de louças e sorri para ele.

–Sabe... Você bem que podia lavar a louça enquanto eu tomo um banho não pode?- Apoiei o cotovelo na mesa e a cabeça na mão olhando para Peter que sorriu acentindo e se levantou indo para a pia.

Eu me levantei e subi as escadas até o meu quarto, olhei para a porta antes de afundar minha mão no guarda - roupa e puxar a mochila do fundo do mesmo, segurei a arma e a puxei, assegurei que estava com balas e sai pela janela do meu quarto agradecendo mentalmente que as casas por ali não eram muito altas. Olhei para a garagem da casa de Alex a alguns metros de onde estava e sorri vitoriosa quando vi o local vazia. Caminhei com calma, as mãos enfiadas nos bolsos do casaco e a arma junto, eu a segurava com força. Entrei pela porta principal, Victoria e Alex tinham a estranha mania de deixa-la destrancada, achavam que o local era seguro o suficiente para isso, subi as escadas e ouvi passos saindo do banheiro e quando cheguei no final da escada encontrei Victoria, ela me encarava curiosa, abriu a boca talvez para perguntar o que eu estava fazendo ali mas eu não dei essa chance. Saquei a arma e apontei para ela atirando logo em seguida, 1,2,3,4,5 vezes, abri os olhos logo em seguida quando ouvi um baque, uma poça de sangue começava a se formar em volta do corpo da mulher, eu pulei por cima do corpo e pulei para fora da casa caindo no jardim, a aterrisagem fez meua tornozelos doerem, mas eu não deixei isso me derrubar, continuei a andar até dar de cara com Peter.

–O que aconteceu? Eu ouvi tiros- Peter começou a explicar e olhou para mim, só então percebi que tinham pequenos pingos de sangue na minha mão e na arma. Opa, porque ela ainda estava na minha mão? - Kate o que é isso na sua mão?


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