Hakanai (Interativa) escrita por Wondernautas


Capítulo 3
WWW: o ataque!


Notas iniciais do capítulo

Pessoal, sei que vai levar algum tempinho para todo mundo que se inscreveu aparecer! Quero trabalhar bem com todos para não termos apresentações ruins dos personagens. Mas isso não é motivo de vocês não deixarem seus lindos comentários, *-*. u.u



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Arco 1 – World White War

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Dias se passaram desde a ocasião em que Fubuki e Yume se conheceram. Por todo esse tempo, a família da garota permitiu que o jovem ficasse instalado na enorme mansão Agamenon. Afinal, um garoto tão bondoso e gentil – como o julgaram – não merece viver nas ruas. E, assim como ele, o pequeno Star também está em estadia por aqui...

– Ai como eu odeio cães... – reclama Ketsui, encolhida, mas confortável, em seu próprio canto, enquanto observa o vira-latas correr para todo canto do quarto de Yume.

– Ketsuuuuuuuuuui!!! – a voz de sua dona a chama.

Sem delongas, a garota entra no quarto. Com um sorriso estampado em sua face, diz:

– Hoje é o dia! Vamos depressa!

– Dia, mas que dia? – questiona a felina, assim que a humana vem ao seu encontro, recolhendo-a em seus braços.

– O dia do torneio do World White War! – responde Yume, levantando-se de uma só vez após ter agachado para pegar sua gata. – Star, venha você também! Fubuki-chan já vai ter a sua primeira partida no campeonato em breve!

– Fubuki-chan? – questiona Ketsui, que apesar de indignada, é ignorada. – Estou chocada!

Sem esperar mais, a jovem garota se abaixa para recolher Star também. E, segurando tanto ele quanto sua gata, sai do quarto às pressas, usando tudo o que tem para chegar o mais depressa possível no estádio do torneio de WWW.

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Enquanto isso, no respectivo estádio...

– Bem vindos, queridos espectadores! Damos início, agora, para o grande show, esperado por todo o ano: World White War! – exclama o anfitrião do evento, em meio à festiva comemoração de todos os presentes.

O local é realmente fantástico de tão grande. Apenas a plateia – que fica em torno do palco principal e do camarim – é colossal, suficiente para acomodar um milhão de pessoas. E é neste gigantesco estádio que o torneio de WWW está sendo organizado.

– Hoje teremos impressionantes batalhas entre os W-players! Portanto, preparem-se!!

W-players é a maneira mais comum de se referir àquelas pessoas que jogam e praticam WWW. Alguns consideram que, de fato, World White War é um jogo. Outros, um esporte. Quem sabe seja ambos?

– Todos aqueles que se inscreveram foram avaliados minunciosamente e, então, selecionados! Dos 245 inscritos, restaram somente os 16 melhores!! Um verdadeiro espetáculo está para começar, galeraaa!!!

Ouvindo isso, a plateia se torna ainda mais eufórica. Tendo que aumentar ainda mais o tom de sua voz, o responsável por conduzir toda essa festa prossegue:

– Imagino que já estão cansados de esperar! Por isso, vamos dar lugar aos dois primeiros concorrentes do dia: a lendária Rouge e sua adversária Mei Sasaki!

A primeira a entrar é a mulher chamada simplesmente por Rouge. Com uma máscara branca ocultando seu rosto, ela apenas deixa exposta a sua pele clara, seu corpo curvilíneo e seus longos cabelos lisos e negros. Os espectadores, ao vê-la, vão ao extremo do delírio: ela é uma W-player conhecida mundialmente. Não há, no planeta, quem não tenha ouvido falar das suas habilidades no jogo – ou esporte.

Já a segunda – também, de pele clara e corpo tão escultural quanto o de sua adversária – é Mei, uma loira com cabelos lisos até o início das costas, olhos castanhos grandes e expressivos e um sorriso sutilmente gentil.

– Podem começar! – diz o anfitrião, afastando-se, no mesmo momento em que os espectadores se acalmam para que o confronto tenha início.

Assim que as duas se posicionam, uma diante da outra, um compartimento no chão, à frente de cada uma, é ativado, erguendo-se. É uma espécie de pequeno pilar, com apenas um metro de altura, o qual possui um disco – o W-disk, usado no WWW. Em seguida, as mulheres em questão depositam sobre o objeto suas três cartas – as de Rouge são douradas, enquanto as de Mei são prateadas. É quando o disco, computadorizado e digitalizado, lê as informações das mesmas. Em segundos, as projeções surgem no espaço de vários metros entre as concorrentes da primeira partida do dia.

– Vejam! – exclama o acompanhador do confronto, analisando as seis figuras femininas formatadas em campo. – Do lado de Mei Sasaki, estão a Sereia Nórdica, a Sereia Sulina e Hipólita!

Sereia Nórdica – VIDA: 2500/ MAGIA: 2500/ FORÇA: 400/ AGILIDADE: 1100

Sereia Sulina – VIDA: 2500/ MAGIA: 2500/ FORÇA: 400/ AGILIDADE: 1100

Hipólita, a Amazona – VIDA: 2500/ MAGIA: 1500/ FORÇA: 2400/ AGILIDADE: 2500

– Do lado da lendária Rouge, estão as poderosas Valquírias: Skuld, Rota e Gundr!

Valquíria Skuld – VIDA: 3500/ MAGIA: 2900/ FORÇA: 1600/ AGILIDADE: 2400

Valquíria Rota – VIDA: 3500/ MAGIA: 2900/ FORÇA: 1600/ AGILIDADE: 2400

Valquíria Gundr – VIDA: 3500/ MAGIA: 2900/ FORÇA: 1600/ AGILIDADE: 2400

Enquanto isso, na arquibancada, Yume – carregando Ketsui e Star – se acomoda em seu lugar, cercada por inúmeros outros espectadores. Atenta ao início do show, já fala:

– Nossa!

– De fato, é impressionante! – afirma a gata, séria, analisando o que está acontecendo ali. – Claramente, a tal Rouge está em vantagem, já que suas W-warriors parecem ser mais fortes.

– Não é por isso que me impressionei. – admite Yume.

– Então é por qual razão?

– Não faço ideia do que está acontecendo ali. – responde, fazendo com que sua felina demonstre uma expressão de indiferença.

Já no campo de batalha, as duas concorrentes se observam. É quando Mei dá a primeira investida do confronto:

– Flechas de Guerra! – obedecendo à tal ordem de Mei, a W-warrior Hipólita ergue seu arco e atira três flechas de uma só vez.

– Trindade Defensora. – diz a mascarada, sendo que suas três guerreiras erguem os braços, formando um escudo cinético de defesa diante de si.

As flechas atiradas ricocheteiam e retornam. Uma atinge a Sereia Nórdica, outra atinge a Sereia Sulina e a terceira volta contra Hipólita, mas ela desvia habilmente.

– Sereias! – Mei, outra vez, fazendo as suas guerreiras marinhas unirem suas mãos. – Torrente Dupla!

Unidas, as sereias invocam uma gigantesca onda de água, que sai de trás de Mei. Essa mesma onda avança contra o escudo cinético das Valquírias de Rouge.

– Então é isso que é uma W-battle. – comenta Yume, fascinada na plateia, referindo-se ao termo usado para definir uma disputa de WWW.

– Está gostando? – questiona Ketsui, em seu colo.

– Devo admitir que é melhor que as partidas de golfe do papai...

A estrondosa torrente permanece em atrito com a muralha circular defensiva das Valquírias, no campo de batalha. Porém, isso dura apenas alguns segundos, pois em seguida, a poderosa onda retorna – e com todo o fervor – contra as W-warriors de Mei Sasaki. E elas são derrotadas, desaparecendo enquanto são engolidas pelas águas.

– Nocaute!! – exclama o anfitrião. – A Rouge venceu!!

E, como antes, os espectadores vão ao delírio.

Com o rosto cabisbaixo, Mei se vira para o outro lado, frustrada. Assim como a vencedora da disputa, ela caminha e vai voltando para o camarim. E quando chega ao mesmo, se depara com outra pessoa: um homem forte e alto de rosto firme, barba por fazer, e cabelos – milimetricamente arrumados, como o penteado de um militar – e olhos castanhos.

– Você foi muito bem, minha filha. – afirma o homem, bem mais alto do que ela.

A jovem se aproxima do sujeito e se posiciona centímetros à frente dele. Com um sorriso de quem já aceitara o “fracasso em si mesma”, articula:

– Eu já sabia que iria perder. Como uma iniciante venceria alguém tão experiente?

– Deixe de lado essa mania de inferiorização, minha filha. – pede ele, repousando sua palma direita sobre o ombro dela. – Não estaria entre os 16 melhores se não fosse uma excelente W-player!

Em resposta, Mei nada mais diz. Desse modo, do lado de fora do local, o anfitrião do evento grita:

– Próximo confronto: Zang-taichou contra Muey Muong!

– Bem... Preciso ir. – afirma ele, sorridente, tomando passos para ir pra fora.

Por alguns momentos, a filha de Zang se mantem da mesma forma. Contudo, logo se vira em direção ao corredor por qual veio, que permite visão parcial do palco de batalha. Então a bela jovem decide ver daqui a partida da qual seu pai participará.

– Podem começar! – exclama o anfitrião, no campo de batalha, quando os dois concorrentes deste duelo se posicionam, assim como fizeram as duas participantes da disputa anterior.

Zang deposita suas três cartas – douradas – no W-disk diante de si, assim como Muey Muong deposita as suas prateadas – um homem de túnica, luvas e máscara negras, de semblante e corpo totalmente oculto. Então as projeções dos W-warriors de Zang Sasaki surgem: um gigantesco espírito de areia, uma enorme aura de um leão dourado e um colossal humanoide de coloração vermelha. Já as do outro são três múmias com uma espada cada, protegidas por armaduras de ferro.

– Zang-taichou, um dos mais conceituados W-players, acabara de convocar seus melhores W-warriors!

Monstro de Areia – VIDA: 3000/ MAGIA: 1300/ FORÇA: 1800/ AGILIDADE: 900

Maldição do Egito – VIDA: 3000/ MAGIA: 4000/ FORÇA: 200/ AGILIDADE: 100

Caos – VIDA: 3500/ MAGIA: 4000/ FORÇA: 3900/ AGILIDADE: 300

– Já o iniciante Muey Muong trouxe ao nosso espetáculo seu trio de múmias guerreiras!

Múmia Espadachim – VIDA: 3000/ MAGIA: 400/ FORÇA: 1500/ AGILIDADE: 800

Múmia Espadachim – VIDA: 3000/ MAGIA: 400/ FORÇA: 1500/ AGILIDADE: 800

Múmia Espadachim – VIDA: 3000/ MAGIA: 400/ FORÇA: 1500/ AGILIDADE: 800

E a batalha começa. As múmias saltam contra seus alvos, segurando suas, aparentemente, velhas espadas. Apesar disso, Zang não se intimida com o avanço dos W-warriors oponentes e declara para o seu Monstro se Areia:

– Tempestade de Areia! – a criatura de areia, então, atende ao clamor de seu mestre, envolvendo todo o campo com uma derradeira tempestade arenosa.

As múmias são pegas pela tempestade – tempestade qual domina toda a arena de combate – e param de avançar. Nisso, o pai de Mei Sasaki dá a segunda ordem, desta vez para seu W-warrior chamado Caos:

– Impacto Caótico! – e, ouvindo tal ordem, o W-warrior gigante e de cor vermelha salta do seu lugar, mergulhando de ponta-cabeça contra as múmias.

Com apenas um potente soco direito, destrói as criaturas de Muey Muong, erguendo enormes muralhas de pedra por consequência. Instantes depois, todas as projeções – inclusive as da destruição causada por Caos, que foi virtual – desaparecem.

– Zang-taichou é o vencedor! – exclama o anfitrião, erguendo sua palma direita ao alto.

E, como é de se esperar, os espectadores deliram e vão aos gritos.

– E não é que isso é legalzinho? – Yume, sendo uma das poucas pessoas na plateia que se mantêm em silêncio. – Mas gostaria de saber quando será a W-battle do Fubuki-chan.

– Por qual razão está chamando-o desta forma? – questiona Ketsui, voltando seu olhar para a dona.

– Ué, o chamo de Fubuki-chan porque ele é o Fubuki-chan... – explica, como se tal razão fosse bem lógica.

– Pessoal, agora teremos um intervalo de dez minutos até a próxima W-battle! Portanto, por gentileza, aguardem! – pede o apresentador das disputas, deixando a plateia se dispersar.

– Yume-chan! – Fubuki chama a garota, que vira seu rosto para a direita, de onde vem a voz dele.

Com roupas bem diferentes das que geralmente usava nas ruas, o jovem se aproxima dela. Com um sorriso estampado em sua face, se aproxima e se assenta na cadeira vaga ao lado esquerdo da menor. Star, abanando o rabo por causa disso, se desgruda de Yume e trata de pular para o colo do seu dono.

– Hey, garoto! – o jovem o saúda, mantendo seu sorriso alegre.

– Está feliz? – pergunta Yume, fitando-o com os braços envolvendo a sua gata.

– Muito! – exclama ele, voltando o seu olhar para a jovem Agamenon. – Participar deste torneio está sendo “fodástico”!

– Ai como detesto gente ignorante... – reclama Ketsui, fechando suas pálpebras por alguns segundos, enquanto movimenta sua cabeça negativamente.

Muitas das pessoas da plateia, aproveitando o intervalo, saem do estádio. Alguns vão apenas andar um pouco, outros, comprar algo para comer. Enquanto isso, os dois jovens e seus amigos peludos permanecem aqui.

– E não é só isso... – continua Fubuki, com um tom mais comportado. – Sua família me acolheu com muito carinho. Sou grato por isso.

– Pois eu só estarei realmente feliz quando estiver junto de todos os meus pudins! – exclama Yume, com suas mãos entrelaçadas e seus olhos cintilantes.

O dono de Star apenas se mantem sorridente. Não é a primeira vez que nota que sempre que tenta agradecer por tudo o que está recebendo de Yume e da família da mesma, ela desconversa. Sabe que não é falta de educação ou coisa do tipo. Pelo contrário: a dona de Ketsui não é do tipo que pratica uma boa ação esperando algo em troca. Por isso, quando Fubuki é preenchido por gratidão, a jovem Agamenon se torna evasiva.

– Será que dá para você parar de pensar tanto em pudim? – questiona a felina, um pouco irritada.

– Mas é claro que não! – ela responde, mantendo-se tão empolgada quanto antes. – Pudins são maravilhosamente maravilhosos! Não dá para esquecê-los ou deixá-los de lado em nenhuma hipótese!!

– Afe... – suspira Ketsui, em desistência.

Repentinamente, as orelhas da gata se levantam e seus olhos se expandem. Os dois menores de idade notam isso e, sem entender muito bem o motivo da reação da felina, olham para ela.

– O que foi, Ketsui? – indaga Yume.

– Posso sentir... Posso sentir...

– O que você pode sentir? – é a vez de Fubuki perguntar.

– Por acaso é o cheiro de pudim? Estão vendendo pudim por aqui? – a garota se empolga de novo.

– Não, é algo ruim! Algo péssimo!

– Um pudim estragado!? – ela cogita tal possibilidade, quase aos prantos.

– Não tem nada a ver com pudim, Yume-hime. – afirma a gata, olhando-a com suas pálpebras entrefechadas.

– Então diz logo o que é porque não sou adivinha!

– Alguém com uma energia extremamente negativa está se aproximando daqui! – exclama, com seus pelos arrepiados e sua cauda em acelerado movimento.

– Energia negativa? Como assim? – o garoto tenta entender, arqueando sua sobrancelha direita.

– Todas as pessoas tem o que pode ser chamado de energia espiritual. É, nada mais, nada menos do que a própria vida que possuímos. – a jovem começa a explicar, olhando para ele. – Quanto mais positiva for a energia espiritual de uma pessoa, mais bondosa será. Quanto mais negativa, mais perversa será. Ketsui, além de falar, consegue captar e identificar a energia espiritual de qualquer um.

Apesar do que acabara de escutar, Fubuki permanece com uma incrédula expressão – mesmo que uma gata que sabe falar já seja um fato quase inacreditável, o que Yume dissera parece ser ainda mais.

– Nunca pude sentir uma energia tão negativa quanto esta! – exclama Ketsui, impressionada com o que sente. – É impossível que exista um alguém tão perverso assim!

– O que quer dizer com isso? – sua dona tenta entender.

– Precisamos ir embora daqui, Yume-hime. – afirma Ketsui, virando-se para sua dona. – Agora!

– Nem pensar! – nega, brava. – Não vamos arredar o pé daqui enquanto o torneio não acabar!

– Yume, é sério! Temos que ir embora daqui!

– Se quiser ir embora, pode ir, sua gata boba! – declara, cada vez mais nervosa com a insistência da felina falante. – Pelo Fubuki-chan e pelos meus pudins, vou ficar!

– Mas...

– Além do mais... – interrompe a gata. – Mesmo sendo tão perverso, o que essa pessoa poderá fazer conosco? Vai vir com uma metralhadora carregada pra matar todo mundo?

– Essa pessoa pode estar vindo atrás de você! E sabe por qual razão!

– Anh? – Fubuki, mais uma vez. – Vindo atrás da Yume-chan?

– Ignore-a. – pede a garota, com um sorriso um tanto quanto forçado. – Essa bichinha não fala coisa com coisa!

– Deve estar com diabetes por conviver com tanto pudim e a doença está afetando a mente da pobrezinha.

Em dois segundos, a rosada salta dos braços da jovem Agamenon e ataca o rosto do garoto com suas garras, deixando visíveis arranhões como lembranças. Em seguida, retorna para o colo de Yume, reclamando:

– Não ouses mais falar assim, atrevido! Além do mais, ninguém se torna diabético por conviver com doces. Se fosse desse jeito, eu já estava no caixão!

– Nossa, que cruel! – diz a garota, chorosa. – Senti como uma facada no meu coração!

– Ah, é? – pergunta sua gata. – Ótimo! Mais uma razão para sairmos daqui o quanto antes!

– Ketsui... – reinicia, fechando seus olhos. – Se quiser ir, vá. Eu ficarei e ponto final.

– Yume-hime, você é uma Hakanai! – grita a felina, de tão preocupada que está com o bem estar de sua dona. – Esta pessoa que está se aproximando pode ser um inimigo ciente disso!

– Do que vocês estão falando? – Fubuki, curioso.

– De nada! – responde a garota, reabrindo suas pálpebras.

– Que de nada o quê! – retruca a felina, voltando seu pequeno rosto para ele. – Por acaso você acha que te encontramos apenas por causa de pudins?

– Ahn... Sim?

– Não, seu tolo! – nega a gata. – Você também é um Hakanai! Rastreei você com as minhas capacidades e, por isso, Yume-hime fez de tudo para te levar para a casa dela!

– Olha como fala, mocinha! Do jeito que está usando as palavras, até parece que fiz isso com intenções sujas! – se defende, exaltada. – E eu também decidi ajudá-lo por que ele precisava e... – quando percebe o que está falando, se cala, corada.

– Não estou falando nada além da verdade. – afirma Ketsui. – Ambos são Hakanais, por isso não podem correr nenhum perigo! O mundo, em breve, precisará de vocês! Vamos embora de uma vez!

– Nãaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaao!!! – Yume escandaliza, abrindo o bocão e chamando a atenção de todos ao seu redor.

– Se não irmos embora, vou contar para o pivete aqui que você...

Antes mesmo da gata concluir sua frase, sua dona lhe pega com sua palma direita e a atira para longe – em direção ao fundo da arquibancada. O miado da felina ecoa, enquanto ela voa por quase sete metros.

– Wow! – exclama Fubuki, impressionado. – Vou me lembrar de nunca te deixar irritada!

A face de Yume se volta para ele. E extremamente – de fato, extremamente – sorridente, declama:

– Ignore a última frase daquela vagabinha!

– O-ok... – diz o garoto, com certo receio.

– Delete ela da sua mente!! – exige, nervosa.

– T-tudo bem, já foi deletado... – afirma, protegendo-se com suas mãos.

Desse modo, Yume volta a exibir um sorriso mais doce e menos assustador. Com as palmas ao redor de sua face, movimenta a cabeça horizontalmente, falando:

– Ai como estou louca para comer um pudim!

– Hehe... – Fubuki se tranquiliza, fechando seus olhos por alguns segundos.

Desviando seu rosto para frente, ele passa a refletir sobre o que ouviu dela e da felina nos últimos minutos. Energia espiritual... Hakanais... Tudo parece ser mais coisa de filme do que da realidade. Porém, se até mesmo uma gata é capaz de falar, o que mais neste mundo pode ser tão surreal? E é sobre essas questões que o jovem, em silêncio, pensa até os momentos finais do intervalo do torneio. Questionando a si mesmo se, no fundo, o que agora vive não passa de um mero, mas apaixonante, sonho...


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