Hakanai (Interativa) escrita por Wondernautas


Capítulo 21
Sem volta! A guerrilha na Vila do Sol!!


Notas iniciais do capítulo

Me atrasei, mas cheguei!!



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Vila do Sol...

– Nosso pai está mesmo envolvido com o Ritual do Sol Noturno. – concluí Sesshou, estando agora sem dúvida alguma.

– Infelizmente. – lamenta Sisshin.

Junto dos dois, estão Zack, Orfeo, Athem, Fubuki, Yume, Rouge, Envy e Ketsui. Assim como eles, muitas outras pessoas na vila assistem ao discurso do “revolucionário”.

– E aqueles que pretendem impedir a revolução que está prestes a ocorrer nesta vila deveriam saber que serão necessários sete sacrifícios para o ritual se completar. – afirma o líder Takayama, na Torre do Sol. – Temos somente três...

Os sujeitos ocultos atrás dele se afastam. Lâmpadas se ascendem, revelando sete pilares em tal ponto. Presas em três deles por correntes, estão Mei, Anya e Keiko.

– E esses sacrifícios nada mais são do que pessoas egoístas e sem escrúpulos com o potencial para trazer fim ao mundo. – argumenta, como quem tenta arranjar uma desculpa para a prática desumana que está promovendo. – É preciso sacrificar pessoas más e cheias de sentimentos negativos para purificar não só a Vila do Sol como todo o mundo.

– Crápula!! – declama Fubuki, irritado, ao perceber quem são as três presas nos pilares, inconscientes. – Como ele pode fazer uma coisa dessas e ainda se defender com acusações tão dissimuladas?!

– Começará agora a guerra do Ritual do Sol Noturno! – declara o homem, abaixando seu braço que, até o momento, permaneceu erguido. – E garanto que a Vila do Sol vencerá! Pois aqueles que se oporem aos nossos ideais serão vistos como inimigos que querem, somente, a realização dos seus desejos particulares. Nós queremos a realização do melhor para todos!

– Ele está se passando por herói e nos colocando como vilões. – fala Yume, segurando Ketsui em seus braços. – Que detestável!

O responsável pela condução do Ritual do Sol Noturno suspira. Desse modo, fala em um tom mais ameno:

– A batalha começa agora.

Então ele dá meia volta e caminha para o interior da torre. Fubuki, visivelmente irritado, fecha seus punhos. E exclama:

– É inacreditável o fato de que ele consegue fazer algo assim!! Como pode envolver a Mei-san e as outras nisso?!

– A questão, na verdade, é como elas vieram parar aqui. – diz a felina presente, junto do grupo de Fubuki. – Outro fato é que não estou mais conseguindo sentir as energias ao meu redor. Algo está bloqueando a minha habilidade.

– A minha também está bloqueada, mas... Seja como for, creio que não temos muito tempo. – fala Sesshou, alternando seu olhar entre todos. – Vamos nos separar, derrotar os aliados do meu pai e ele próprio para salvar suas amigas.

Sisshin suspira. Com alguns passos para frente, se vira para o restante do grupo e fala:

– Há quatro caminhos possíveis de se chegar à Torre do Sol. Ela possui quatro portões a alguns metros daqui. Cada um é ligado a um singular corredor fechado. E esses corredores se encontram dentro de uma construção, sendo que levam, cada, à locais diferentes da Torre do Sol.

– Ou seja, teremos mesmo que nos dividir em equipes se quisermos salvá-las o mais depressa possível. – fala Orfeo.

– E se quisermos dar um fim em tudo isso da melhor maneira. – completa Envy.

– Exatamente. – Sisshin confirma, suspirando de leve.

Dessa forma, Sesshou toma passos e se coloca ao lado esquerdo do seu irmão. Cruzando seus braços, olha para o grupo, declarando:

– Orfeo, Fubuki e Yume. Rouge e Sisshin. Athem e Envy. Zack e eu. Essas são as equipes. Alguém discorda?

Ninguém se manifesta enquanto ele alterna seu olhar entre cada um dos presentes, esperando pelo sim de alguém.

– Sendo assim, vamos logo! – determina ele.

– Sim! – concorda Fubuki.

Rápidos, os jovens começam a se mover, correndo em direção ao centro do vilarejo. Yume, por sua vez, nota a fúria estampada na face de Fubuki. Ele que, por outro lado, vai mentalizando enquanto avança:

– Ainda não sei o que é exatamente esse Ritual do Sol Noturno, mas sei que não vou permitir que aquele cara continue fazendo o que bem entende... Ferindo pessoas inocentes! Não mesmo!!

/--/--/

Longe dali, em algum local da mansão Takayama...

– Precisamos fazer algo, Mika’il! – exclama Eli, se colando perante ele.

Além dos dois, estão presentes Percy, Sakura e Yuni. A discussão começara após o fim do discurso do líder dos Takayama e a fala de Mika’il na qual ele afirmara que não se envolveriam nisso.

– As garotas estão precisando de nós! – declama ela, se irritando com a expressão neutra dele. – Você ouviu muito bem o que aquele cara falou!

– Cada um tem que assumir seu papel no momento. – argumenta ele. – Não perceberam que as palavras daquele homem não foram para nós?

– Como assim? – pergunta Yuni.

– Outras pessoas estão por aqui, pessoas que representam maiores ameaças para os planos dele do que nós. – garante Mika’il. – É provável que seja o grupo de Fubuki, que a equipe dele esteja na Vila do Sol.

– Agora que me lembro, eles realmente viriam para cá. – diz Yuni.

– Pois é. – confirma ele. – Temos que acreditar que eles serão capazes de enfrentar o problema externamente enquanto cuidaremos dos quesitos internos.

– Poderia ser mais claro? – pede Percy, já bem aflito com toda a situação que se propagara.

– Aquele homem está se passando pelo Sírius Takayama, atual líder do clã. Porém, suspeito de que não seja mesmo o verdadeiro Sírius.

– Sério? – questiona o garoto, mais aliviado. Só de ter a esperança em saber que o bondoso e querido líder dos Takayama não é responsável por tudo o que está acontecendo já tira um grande peso do seu coração.

– Creio que sim. E algo me diz que esta casa pode nos dar pistas sobre o assunto. – infere, sendo bem objetivo, tal como exige o momento.

– Então vamos procurar por algo nesta casa, é isso? – indaga Sakura, um pouco aflita.

– Sim. – corresponde. – Vamos depressa, pois não temos muito tempo.

– Eu conheço bem esta mansão. Não toda, mas conheço bastante dela. – revela Percy. – Posso guiar vocês por este lugar até porque não conseguiria me manter fora dessa depois de tudo o que escutei.

– Ainda bem que está do nosso lado, Percy-san. – fala Sakura, sorrindo para ele.

– Não poderia estar contra vocês. – articula. – Pensando bem, aquele homem não pode, em nenhuma hipótese, ser o verdadeiro Takayama-sama. Nosso líder jamais justificaria os fins pelos meios. Nunca cometeria tanta coisa ruim por nada no mundo.

– Ele deve ser um bom homem, seja lá o que tenha acontecido com o verdadeiro. – comenta Yuni.

– Teremos que descobrir exatamente isso. – lança Mika’il, dando meia volta. – Vamos lá!!

/--/--/

Enquanto isso, na sala principal da Torre do Sol...

De pé perante os sete pilares de sacrifício está o homem que, até agora, se posicionara como o líder dos Takayama. Com calma e sossego, aguarda que os seus quatro principais aliados executem suas tarefas com êxito para que possa ter, então, o número exato de tributos necessários para o início do Ritual do Sol Noturno.

– Tudo está indo como o planejado... – fala para si mesmo. – Nada, nem ninguém poderá me deter agora.

– Não deveria ter tanta certeza. – recomenda uma voz feminina que ecoa por este local.

Ele permanece virado para os pilares, observando as desacordadas garotas presas em alguns deles. A mulher que aqui chegara, por outro lado, vai caminhando em direção ao sujeito. É a princesa do clã Tsurugi, trazendo consigo sua sombrinha e suas típicas vestes de gueixa.

– Estou aqui para dar um fim às suas ambições, farsante. – garante ela, ao parar em determinado ponto do local, fitando-o com atenção.

O homem se vira para ela. E questiona:

– Farsante?

– Exato. – estipula a loira. – Sei muito bem que você não é o verdadeiro líder da casa Takayama. Identifique-se e explique-se. Assim, talvez, eu tenha clemência no seu julgamento.

– Sinto muitíssimo, Tsurugi-hime, mas eu sou o verdadeiro Sírius Takayama. Não sei de onde tirou a ideia de que eu seria um farsante, mas garanto que está enganada. – declara.

– Não acredito. – nega. – Você pode ter a mesma voz, a mesma postura e até um físico bem semelhante, mas sua personalidade em nada condiz com a do legítimo chefe Takayama.

– Se pensa assim, não insistirei em provar que está errada. Pelo menos não com palavras...

Ao dizer isso, o homem retira, com suavidade, uma bainha da manga esquerda de sua túnica branca ­– trocara de roupa antes de vir para a Torre do Sol. Posicionando-a perante seu corpo, se coloca em posição de batalha.

– Não há mesmo outra maneira de resolver esse dilema, correto? – questiona ela, revelando a espada escondida de sua sombrinha, deixando-a cair para sua direita.

– É claro que não. Métodos diplomáticos não podem mais amenizar, quanto menos solucionar o impasse eterno entre nossos clãs. Só existe lugar para um de nós dois no governo da Vila do Sol. – declara o mascarado. – E este lugar é meu.

Com uma velocidade extraordinária, a mulher se movimenta. E as duas espadas se chocam quando ela se aproxima dele o suficiente.

– Retire essas luvas brancas, esse véu. – recomenda ele. – Sua beleza é graciosa demais para ser escondida dessa forma.

– E você retire sua máscara para mostrar sua face, farsante.

– Tente. – ele a provoca, começando a atacá-la com o avanço da sua espada.

Exibindo a mesma agilidade e desempenho com a lâmina que ele, a princesa Tsurugi ora se defende, ora investe. Contudo, as espadas vão se bloqueando. É nesse ritmo que ela fala:

– Partirei essa máscara em duas. E quando meus olhos encararem seu rosto, poderá se preparar para a sua condenação.

– Veremos quem terá a face revelada primeiro: você ou eu. – a provoca outra vez. – Aí sim poderemos saber quem condenará quem.

Com isso, eles continuam no conflito de espadas. E a luta que, por tanto tempo foi adiada, hoje finalmente ocorre. Um confronto no qual apenas um dos dois poderá sair com vida...

/--/--/

Juntos, correm Fubuki, Yume, Ketsui e Orfeo. Há pouco, se separaram do restante e tomaram seu próprio rumo.

– Orfeo-san, o tal portão está muito longe? – indaga Yume, correndo ao lado direito de sua felina e ao esquerdo de Fubuki.

– Um pouco. – revela ele. – A vila é muito grande, por isso vamos demorar um pouco para chegar lá mesmo nessa velocidade.

De repente, Yume sente uma pontada em seu coração, levando sua mão esquerda automaticamente para ele. Sua respiração fica mais pesada, mas ela tenta disfarçar.

– Não, agora não! – pensa ela, aflita. – Não posso perder meu ritmo logo agora! Preciso suportar um pouco mais...

– Está tudo bem com você? – indaga Fubuki, ao direcionar seu olhar para ela.

– Sim, está. – garante, sorrindo.

Repentinamente, Orfeo para. Os outros, por consequência, param também. Ao longe, um grupo de Takayamas armados com espadas vem se aproximando de modo bem veloz.

– Inimigos... – fala Fubuki, voltando sua face para eles.

– De certa forma, isso caiu como uma luva... – imagina Yume, suspirando profundamente e recuperando seu fôlego.

– Vocês são inimigos do Takayama-sama! – grita um dos espadachins que se aproximam. – Não permitiremos que avancem mais!

Trata-se de um grupo de 20 a 25 pessoas. Cada vez mais perto do grupo de Fubuki, eles já se preparam para atacá-los.

– Vamos logo resolver isso... – diz Yume, se preparando para invocar alguma fera sagrada.

– Espere, por favor. – pede Orfeo, erguendo seu braço direito e colocando-o à frente do corpo da garota, interceptando a atitude dela. – Por mais que nossos clãs sejam rivais, eu não gostaria de ferir os Takayama desnecessariamente.

– Então o que faremos? – questiona Fubuki. – Acho que conversar não surtirá efeito. Se eles permaneceram ao lado daquele cara mesmo depois de terem ouvido tudo aquilo, não vão ser convencidos por nada que dissermos.

– Eu não sou tão tolo assim. – garante o Tsurugi, mantendo seu olhar para os inimigos cada vez mais próximos. – Minha Hakanai é a Mind Domain. Não preciso atingir um oponente de forma direta para vencê-lo.

O garoto estende ambas as palmas para os Takayama. E, então, declama:

– Domínio Confuso!

De imediato, todos eles param de correr. E, de uma hora para a outra, alguns começam a andar em círculos, outros caem ao chão ainda conscientes e os demais permanecem imóveis sem nenhuma reação ou expressão evidente.

– O que fez com eles? – indaga Fubuki.

– Atingi a mente deles com um golpe que instalou confusão entre seus pensamentos. Com isso, perderam temporariamente a noção da realidade e da situação em que estão inseridos. – explica, abaixando suas mãos. – Contudo, precisei gastar uma quantia considerável de energia para atingir tantos de uma só vez. – e assim pensa.

– Então vamos continuar, certo? – sugere o garoto, voltando a correr com tudo o que tem.

O grupo volta a avançar, passando pelos Takayamas detidos sem nenhum problema. E, levando alguns minutos, finalmente chegam a uma grande porta de prata que se encontra anexada à uma enorme muralha de uma construção.

– Esse é o portão norte. – afirma Orfeo, parando perante ele. – Vamos entrar.

Quando ele toma a atitude para girar a maçaneta da porta com sua mão direita, alguém o faz em seu lugar, mas do lado de dentro. Surpresos, os jovens se afastam um pouco. E um dos aliados de quem declarara a guerrilha na vila se apresenta:

– Aoi Sora Takahashi.

– Um membro daquele tal clã... – pensa Fubuki.

– Então vocês finalmente deram as caras... – fala Orfeo. – Até que enfim.

– O momento para isso chegou. Portanto, não havia mais motivos para nos mantermos nas sombras. – esclarece o Takahashi.

– Estranho. – pensa Ketsui, observando a aparência de Aoi. – Ele parece ser jovem demais para um clã antigo que, na verdade, deveria estar extinto.

– Qual o objetivo de vocês? – pergunta Fubuki, chamando para si a atenção de Aoi. – O que querem fazendo tudo isso?

– Não tenho a obrigação de responder suas perguntas, mas o farei. – articula Aoi. – Queremos promover uma revolução, não apenas na aldeia, como em todo o mundo.

– Revolução em que sentido? – Yume, por sua vez.

– Nós, Takahashi, sabemos da existência da Guerra Celestial. Nos aliamos ao clã Takayama, que desejava tomar posse da vila, para impedir essa guerra instalando, antes dela, uma nova ordem mundial. – explica.

– Está querendo dizer que aquele homem é mesmo o líder dos Takayama e não um impostor? – questiona Ketsui.

– Sim, é o próprio. – garante o garoto, sério. – O Ritual do Sol Noturno poderá tanto trazer o controle total desta vila para ele quanto quebrantar o legado da Guerra Celestial e arrasar de uma vez por todas com os conflitos do mundo. É uma guerra para acabar com todas as guerras.

– Não estão usando os métodos mais justos para esse objetivo quase nobre. – ironiza Fubuki. – Vocês é que estão espalhando o caos com essas medidas.

– Acredito que determinados fins justificam os meios. – alega, encarando-o. – Somente o poder traz a justiça. Com o poder que o Ritual do Sol Noturno nos oferecerá, teremos o que é preciso para dominar o mundo e erradicar tudo o que é ruim dele.

– Pare de considerar seu bando como a liga salvadora da humanidade! – exige Yume, irritada. – São, na verdade, um grupo egocêntrico que apenas está, mais uma vez, atendendo aos seus ideais egoístas.

– Mais uma vez? Por acaso segue a ideia de que o clã Takahashi era o vilão e que, por isso, fomos detidos pelos Tsurugis e Takayamas? Vocês são ingênuos demais acreditando nesse tipo de historinha. Sete anos atrás, tentamos alterar as estruturas do mundo, mas as duas famílias em questão nos julgaram e se voltaram contra nós. Contudo, hoje, o líder dos Takayama percebe que somente há essa alternativa para trazer paz ao mundo. – disserta Aoi.

– Não acredito nisso. – determina Orfeo, com um timbre de voz bem mais firme que o seu anterior. – Algo que, teoricamente, traz a paz não deveria derramar sangue no processo. Vocês estão dispostos a sacrificar inocentes em prol desse distorcido ideal de mundo perfeito.

– Como eu disse antes, os fins justificam os meios. Afinal, o conceito de justiça é uma variável que depende daquele que a aplica no meio em que está. – se expressa. – Se alguém é mau, mas forte, ele será justo. Se alguém é bom, mas fraco, ele será apenas mais um. O mundo, na verdade, por mais civilizado que seja hoje em dia, gira em torno da lei do mais forte.

– Não!! – grita Fubuki, visivelmente irritado. – A realidade não é assim! Ainda existem pessoas que não possuem ideais corrompidos como os de vocês! Ainda existem pessoas que lutam pela paz sem ferir inocentes e que defendem o amor e a compaixão com a própria vida! Esse tipo de pessoa é que é verdadeiramente capaz de revolucionar o mundo.

– Se tivesse a chance de sobreviver, cedo ou tarde perceberia que está enganado. – afirma o integrante do clã perdido Takahashi. – Contudo, eu não posso permitir que saiam daqui vivos. Vocês chegarão à Torre do Sol, mas mortos.

– É o que veremos. – fala Yume, se colocando na frente de Fubuki com a intenção de protegê-lo.

– Não preciso levá-los com vida. Tudo de que preciso são sete recipientes humanos capazes de guardar uma grande quantidade de energia. Vivos ou mortos... Não faz diferença nenhuma. – ele deixa claro, se posicionando para a batalha. – Por isso... Se preparem para morrer!


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