Procura-se um Sangue Azul escrita por Mia Peckerham


Capítulo 11
Uma vida nas mãos do príncipe


Notas iniciais do capítulo

--> Essa história é original, portanto todos os personagens foram criados por mim. Você não tem permissão para usá-los em suas histórias.

Boa leitura para vocês! E deixem REVIEWS ;D



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/452787/chapter/11

Ezekiel cumprimentou os guardas às portas da Sala dos Tronos e esperou que fossem abertas, mas os guardas não se moveram:

– A família real se encontra no gabinete do rei, Majestade – disse um deles enquanto inclinava levemente a cabeça. – Nós o levaremos até lá.

Zeke dispensou a ajuda. Gostava da proteção que o castelo lhe oferecia, mas se fosse ele o comandante da guarda jamais colocaria tantos guardas nas portas em vão. Temos guardas até nas portas dos banheiros, pensou. Isso é um absurdo imensurável. O gabinete do pai fica a dez passos daqui. Não preciso de guardas para chegar lá em segurança.

Andou seus passos e chegou ao gabinete, onde outros dois guardas abriram a porta dupla para que Vossa Alteza entrasse. Era mesmo um exagero, mas vá dizer isso ao nobre senhor Gerald Tynter, o comandante do exército do palácio...

– Está atrasado, Ezekiel. – Orla já estava afiada e impaciente como uma faca.

O príncipe pôs-se sobre um dos joelhos, no chão, e se desculpou. Estava acostumado a, desde pequeno, ajoelhar-se na presença do rei e da rainha.

– Levante-se, filho – Daragh disse, e agora Zeke sabia que não estava diante dos reis, e sim de seus pais. Levantou-se quase tão rapidamente como fora ao chão.

Daragh ajeitou alguns papeis em sua mesa e limpou a garganta para começar o discurso:

– Esta é uma das decisões mais importantes de um Rei. Geralmente, sua mãe e eu discutimos isso a sós, mas Arthur passou por isso antes de vocês dois – ele se dirigia à Ezekiel e Martin igualmente. – É quando se aprende a punir um fora da lei.

Martin permaneceu calmo, mas Ezekiel engoliu em seco. Erica não pode morrer. Erica Montrio não pode morrer. Erica deve continuar viva.

– Por isso – seu pai continuou -, hoje a decisão será de vocês, meus filhos. Eu, dando agora minha palavra de rei, teria que seguir as leis do reino, e a garota seria executada.

– Igualmente – sentenciou Orla, a rainha. – Uma lei que tem exceções não é uma lei que vigora. A garota é tão criminosa quanto um estuprador ou um ladrão.

A última esperança de Zeke era que o irmão concordasse que o “crime” de Erica não havia sido tão errôneo assim. Mas crimes não errôneos não existem..., pensou tristemente. Era o fim de seus planos todos.

– Justamente – Martin concordava. – Uma criminosa, fora da lei. E a lei deve ser cumprida.

Ezekiel se manifestou:

– Mas é uma mulher. O que acontece com todo aquele discurso sobre proteger e salvar mulheres e crianças, acima de qualquer cidadão comum?

Sentiu-se grato por ter decorado o livro das leis de seu reino.

– É uma mulher criminosa – Martin intrometeu-se. Ele, é claro, também decorara toda a legislação. – Nenhum criminoso deve ser poupado.

– As mulheres são o cerne deste reino. Não haveria reino sem mulher alguma.

– Também não haveria reino se todos os criminosos fossem abençoados com nosso perdão – Orla rosnou para Ezekiel. Não era sua mãe ali falando, e sim a rainha.

– Perdoar uma mulher que lutara por dinheiro não parece uma bênção – Zeke objetou. – Parece mais com bondade.

– Fala de bondade para criminosos? – A rainha olhava o próprio filho com remorso e nojo no olhar.

Daragh elevou sua voz:

– Basta! É uma discussão nobre, mas não está levando a nada. Quero ouvir a sugestão de Ezekiel. – E virou-se para o filho com olhar suspeito: - Já que quer tanto preservar a garota, o que acha que devemos fazer com ela? Deixá-la livre para voar, como uma pomba? Acha mesmo que não se deve impor nenhum castigo à moça?

Suspeito demais, realmente, o príncipe compreendeu. Não podem pensar que estou envolvido com Erica, e já cheguei ao ponto de ir contra minha família e as leis de meu reino por ela. Não podem pensar que tenho algo escondido.

– Ela luta por dinheiro, certo? – Ezekiel sugeriu. – Então a coloque para trabalhar nos estábulos ou na cozinha, e pague a ela um salário qualquer, uma mínima quantia de dinheiro. Menos até do que ela ganhava na Arena.

– Daragh, seu filho quer colocar uma criminosa dentro dos muros do castelo, e quer pagá-la por isso! - A rainha explodiu de raiva.

– Quieta, mulher! – O rei gritou. – A decisão é de nossos filhos, e não sua, nem minha!

– Martin também é nosso filho, e também é um príncipe, tanto quanto Ezekiel. E suas opiniões diferem. Uma delas deverá prevalecer, e suponho que esta escolha deva ser sua. O que lhe parece mais justo?

– Como já foi dito, a escolha é minha, e você deverá aceita-la, seja ela qual for! – O rei esbravejou. – Não me desafie, Orla, ou passarei a ir contra todas as suas vontades!

A rainha encurvou as sobrancelhas:

– Não ousaria.

Daragh, sem nem ao menos tirar os olhos da esposa, gritou para que todo o castelo ouvisse:

– Zeke, vá buscar a moça! Dê a ela um quarto de sua preferência, e diga que começará a trabalhar amanhã.

Ezekiel Bellafonte se curvou:

– Às suas ordens, Amado Pai.

Retirou-se da sala, mal conseguindo conter um sorriso, enquanto ouvia o falatório de sua mãe.

No caminho até a saída do castelo sentiu um toque firme em seu ombro e virou-se. Era Martin, parado com as sobrancelhas arqueadas e olhar malicioso:

– Está indo buscar a mulher?

– Sim, estou – Zeke respondeu.

– Sabe, ela é bem bonita...

Ezekiel estreitou seus olhos verdes:

– Acha mesmo?

– Você não? – A pergunta de Martin caíra acusadora como uma bomba.

Ezekiel deu de ombros:

– Antes de tudo, sou homem, e sei admirar mulheres. Erica não é das piores que já vi.

– Erica – Martin fechou os olhos como se estivesse imaginando as letras que formavam a palavra Erica flutuando no ar. – Eu já nem me recordava...

– Tenho boa memória – Ezekiel sorriu. – E, se me lembro bem, deveria estar montando Odil e partindo para a casa da nossa criminosa. Dê-me licença.

O príncipe já se retirava quando seu irmão o chamou:

– Ezekiel! – Virou-se para trás e encarou-o, duvidoso. – Mande meus cumprimentos à nossa nova criada.

Martin subiu as escadas do castelo gargalhando. Ezekiel imediatamente compreendeu que ele sabia sobre tudo o que escondera. Ouviu o que eu disse nos estábulos, provavelmente, e agora está ligando os pontos...

Só restava agora confiar no irmão, e esperar que ele não revelasse nada à rainha...


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

E aí? Gostaram? :D



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Procura-se um Sangue Azul" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.