New Perspectives. escrita por Paula Greene


Capítulo 5
Love Don't Die.


Notas iniciais do capítulo

Não importa onde vamos, nem mesmo se iremos. O amor não morre (8)



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Cordélia já estava a duas noites sem dormir, na terceira noite de insônia encontrou o caminho até o antigo quarto de Misty. Ela tinha deixado tudo para trás, suas roupas, seus discos, seus cheiros. Tudo. Cordélia podia até sentir sua presença. Ela jogou as coisas de Misty no chão sentindo seu cheiro tentando entender o que aconteceu com ela, sabia que podia sentir, podia ver. Tinha tido a coragem de fazer o que ninguém faria para encontrá-la e agora que tinha seus poderes de volta tinha de encontrá-la e se ela tivesse fugido, ido embora simplesmente, então Cordélia deixaria todo aquele caos e fugiria atrás dela.

Tudo estava escuro, era difícil respirar e não havia como se mover, era como se estivesse morta. O lugar, preciso ver o lugar. Os cabelos dourados de Misty eram pouco visíveis, mas sua pele branca contorcida em uma expressão de horror era bastante visível, ela gritava, mas nenhum som era audível, tentava se mexer, se debater, mas não havia espaço o suficiente. O lugar Misty, me mostre o lugar. Aos poucos a imagem foi se afastando. Um caixão novo e lacrado. Um cemitério. Misty havia sido enterrada viva.

***

– A gente precisa de uma marreta ou sei lá... – Queenie falou olhando o tumulo de mármore a sua frente.

Cordélia teria revirado os olhos se pudesse. – Você é uma bruxa ou o que? Quando o mundo vê uma parede Queenie, nós vemos uma janela.

Queenie ergueu ambas as mãos e em poucos segundos a parede começou a se desmanchar e o caixão contendo Misty foi arrastado para fora.

Misty estava pálida e imóvel, seus olhos estavam cercados por olheiras escuras e seu corpo frio. Queenie se abaixou usando seus poderes para trazê-la de volta a vida e assim que escutou os sons de Misty revivendo Cordélia avançou até ela e a abraçou. Seu corpo ainda estava gelado, mas ela estava assustada e Cordélia só desejava abraçá-la e levá-la de volta pra casa para mantê-la em segurança. Seu coração ardia dentro de seu peito, pois por alguns minutos realmente achou que nunca mais fosse poder abraçá-la e ser abraçada de volta.

***

Já era madrugada quando as coisas pareceram se acalmar naquela casa. Misty tinha dado uma bela surra em Madison e mesmo sem enxergar Cordélia sabia que tinha sido sensacional. O cara do machado resolveu aparecer pra fazer um show e com ele veio a noticia de que Fiona estava morta. Apesar de todos os pesares ela ainda era a mão de Cordélia e ela estava arrasada.

Misty a havia acompanhado até o quarto, mas sabia que não podia forçar uma conexão, sabia que Cordélia era como um pequeno pássaro que sairia voando se fosse pressionada, então ela somente a deixou na porta do quarto e se despediu.

– Obrigada... Por ter procurado por mim... E ainda mais por ter me encontrado. – Misty tinha a voz melancólica, olhava os olhos desfigurados de Cordélia sem entender, queria curá-la, ajudá-la, mas sabia que não podia fazer nada. Só o que poderia fazer era confortá-la, mas não sabia se seria permitida.

– Você se tornou minha responsabilidade no segundo em que se tornou parte desse clã. – Esse não tinha sido nem de longe o motivo pelo qual Cordélia a procurou tão desesperadamente, lá no fundo ela sabia disso.

– Eu sei. Obrigada mesmo assim.

Misty começou a se afastar, mas sentiu a mão de Cordélia segurando a sua. Um toque delicado que dizia ‘fica’ sem que ela precisasse realmente dizer. Ela se aproximou novamente sentindo seu peito inflar. Seus braços se arrepiaram ao sentir o cheiro da outra tão perto de si.

– Esse não foi o único motivo pelo qual eu procurei por você.

Cordélia uniu seus corpos ao falar, a garota não estava mais gelada como antes, ela estava quente, muito quente. Misty não sabia se aquilo era um convite, mas o tomou como se fosse. Se não a beijasse se arrependeria muito mais do que se acaso se enganasse. Aproximou seus lábios lentamente e quando eles se tocaram sentiu os braços de Cordélia envolverem seu pescoço.

***

O jardim era enorme, podia até sentir o cheio das flores ou se era o cheiro de Misty ela não saberia dizer. Suas línguas se misturavam e cada sensação era melhor que a outra. Assim que o beijo foi rompido ela pode ver com mais clareza o lugar onde estavam, ainda era a mansão, mas estava diferente, estava em paz. As duas haviam montado um tipo de piquenique improvisado no jardim nos fundos da mansão, na verdade aquele lugar nem ao menos existia ainda. – O que você acha de uma casa no campo? – Misty perguntou sorrindo e se aninhando aos braços de Cordélia. – Campo? Com um lago e patos? – Ela acariciava os cachos dourados de Misty enquanto conversavam. – Sim, eu adoro patos. E crianças... – Misty ergueu a cabeça para poder encarar Cordélia. – Crianças? – Ela balançou a cabeça com um sorriso divertido. – Sim, seria bom. Patos e crianças.

***

Nenhuma das duas tinha experiência naquele tipo de relacionamento, mas as duas sabiam o que queriam. Misty sabia aonde queria tocar, o que queria fazer, o que queria sentir. O amor que dividiam era tão lindo que o amor que fizeram não poderia ser menos. Misty queria sentir o gosto de cada milímetro do corpo da outra que nunca havia se sentido tão bem em toda a sua vida. Havia inocência e havia paixão, fogo e amor. Misty passou a noite ali com ela e quando acordaram ninguém havia fugido e ninguém pretendia.


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