Turno:Autora

Absolutamente ninguém poderia ter uma vida mais trabalhosa e cansativa que Sakura Haruno. Logo após acordar- por volta dás 8h30min- corria para pegar o ônibus que a deixava mais próxima de onde trabalhava como recepcionista de uma biblioteca. Ao fim dás 17h00min, saía de seu posto de bibliotecária para dar aulas extras de violão em uma escola. Perto do relógio bater 19h00min, a rosada ia andando até seu curso de inglês, do qual apreciava muito. Lá pelas 22h00min, finalmente já estava descansando em seu minúsculo, porém adorável, apartamento.

Sakura nunca foi dessas mulheres que iam á festas populares, á bares, e saía com os amigos para se divertir. Uma por que nunca tinha tempo para nada, e outra por que preferia ficar dentro de sua casa lendo algum livro de sua imensa estante de livros. Ino Yamanaka, sua melhor amiga, sempre tentava ajudar a rosada no assunto “relacionamentos amorosos”. Porém, nenhum pretendente até hoje fez Sakura ouvir os famosos sininhos ou os fogos de artifício.

Concluindo: Sakura Haruno é um ser de outro mundo, carregando seus pesados 22 anos nas costas. Vive uma vida entediante e deverasmente sem graça. O que será dessa jovem?

~ X ~

Começando o dia novamente, a inocente rosada encontrava-se no ônibus que a levava para a região de seu emprego. Com seu casaquinho justo verde-musgo, de mangas longas que cobriam metade de suas mãos, ela esquentava suas coradas bochechas por causa do frio. Já ficava exausta só de imaginar como seu dia seria estressante. Mas á muito tempo havia se acostumado com esse fato.

Ouve-se o barulho do freio de mão, e as portas do ônibus- que não estava tão cheio- se abrem revelando uma garoa fina que caía lá fora. Haruno se aqueceu abraçando á si mesma. Logo se pôs a andar, chegando em seu trabalhando, depois de ter andado dois quarteirões. Respirou profundamente, sentindo aquele cheiro de livros que entrava por suas narinas e a fazia delirar. Sorriu por uns segundos, porém logo o tirou do rosto quando viu sua chefe com aquele típico ar de importante, empinando o nariz e apontando para a mesa de Sakura. A jovem olhou e percebeu o tanto de papelada que havia ali. Ela xingou mentalmente sua superior: “Megera”. Habitualmente, sentou-se em sua cadeira giratória e foi analisando cada ficha literária com puro desgosto.

Aquele céu que acordara plúmbeo e desagradável, se tornou louro e agradabilíssimo lá pelo horário do almoço. Sakura foi despachada para seus 45min de intervalo, caminhando para uma pequena lanchonete que havia logo ali na esquina. Fez seu pedido, deixando a moça que a atendia cuidando do resto. Esperou uns dois minutos até entregarem aquele X-Burguer enorme e delicioso, que comeu com muito gosto.

Saiu da lanchonete com 15min de intervalo sobrando. Existia uma loja de instrumentos aonde seu melhor amigo, Naruto Uzumaki, trabalhava. Havia um tempo que ela não passava para dar um oi á ele e assim aproveitou o seu tempo final. Após passar pela vitrine da loja, entrou dando uma passada de olho pela coluna de instrumentos que tinha chegado. Foi surpreendida por Naruto que a tirou da concentração de um violão rosa que encontrara.

-Oh, Naruto-kun!- Abriu um sorriso cintilante e o abraçou com fervor.

-Sakura-chan, você por aqui?- Sorria amigável, feliz com a visita inesperada da amiga.- Há tempos que você não vem me pra cá...- Torceu os lábios.

-Bom, você sabe como meu dia corre, não é?- Deu um soco amistoso no ombro do amigo, deixando-o sem jeito.- Falando em correr...- Olhou no visor do seu celular ás horas, saltando a respiração.- preciso voltar ao trabalho!

-Mas já?!- Naruto perguntou indignado.

-Sim, a megera vai me matar se eu me atrasar!- Respondeu apressadamente, Sakura, saindo do estabelecimento.

-Você volta?!- O amigo saiu e gritou a amiga que virou de costas e respondeu animada:

-Pode apostar que sim!- Deu uma piscadela para o amigo, fazendo-o abrir um de seus sorrisos mais satisfeitos.

Caminhando rapidamente para o seu ofício, Sakura sente o celular vibrar no seu bolso e para de súbito o puxando do mesmo pensando ser uma mensagem do Naruto. Abriu o pequeno aparelho percebendo ser SMS de um número desconhecido. Estranhou, porém, curiosa leu a mensagem, que enunciava:

“Vive de tal maneira que não faças nada que não possas dizer aos teus inimigos”

Estranhou mais ainda. Leu e releu a mensagem diversas vezes. Deu por decidida que era apenas engano, então, se pôs novamente a andar pois já estava atrasada para o trabalho. Entrou no lugarejo distraída, cantarolando uma música qualquer até que cessou repentinamente encontrando o seu balcão todo desorganizado. Parecia que havia passado um furacão por ali. Papéis amassados no chão, canetas e lapiseiras quebradas, a tela de seu computador com um rombo... Ela ficou absolutamente sem saber o que fazer. Pasma. E então, naquele momento em que a mesma virou os olhos para a parede, seus músculos se imobilizaram e sua mente parara de trabalhar. Havia uma mensagem em letras bem legíveis e garrafais:

“Um vício custa mais caro que manter uma família”