The Bodyguard escrita por AloeGreen


Capítulo 2
Capítulo II - Trouble


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura!



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Turno: Sakura Haruno

A megera adentrou o local, e ficou abismada com o estado do lugar. Fingi estar ligando para o que ela dizia, porém, apenas ficava imaginando quem poderia ter feito aquela brincadeira podre comigo. Era apenas uma brincadeira... não?

Apertei meu dedo indicador contra os dentes, pensativa. Aquele SMS do número desconhecido...Com certeza foi a mesma pessoa que fez isso com a minha recepção. Mas não havia com o que se preocupar... não é?

Várias coisas se passavam por a minha cabeça naquele momento, até que eu li novamente a frase pichada na parede e me convergi naquela palavra que me enchia de lembranças... “Família”.

Pode parecer aquelas histórias que dão ibope no cinema, mas, quando eu tinha apenas oito anos de idade, meus pais decidiram fazer uma outra lua de mel, do qual não conseguiram quando se casaram. Tenho leves recordações do dia que eles iam sair para mar á dentro. Lembro-me bem das palavras de meu pai: “Cuide bem de sua tia. Não queremos que ela tome remédios demais e tenha um infarto, caindo dura!”. Dei gargalhadas gostosas. Minha mãe sempre foi uma mulher muito dócil e elegante. A mão dela afagava meu cabelos serenamente por trás daquela luva formosa vermelha-sangue que usava, dizendo: “Sentiremos tanta saudades de você...”. Seus olhos estavam levemente inchados, tentando não chorar para a maquiagem não borrar. “... Iremos trazer um presente, que tal? Mas vai ser surpresa!”. Colocou o dedo indicador na frente da boca, sussurrando um pequeno “shh”. Como toda criança, eu esperava ansiosa para receber o meu presente. Contava os dias para que chegassem e eu os recebesse de braços abertos. No entanto, a morte bateu a porta dos dois.

Naquele noite de inverno, o Transatlântico que cruzava o oceano, explodiu por uma suposta bomba relógio ter sido colada próxima ás caldeiras do navio. Ninguém nunca soube quem fora o assassino. A polícia levou esse caso por anos e anos. Mas acabou ficando como “Crime Não Solucionado”. Essa eram as palavras mesmo.

Não derramei lágrimas quando os policiais chegaram a casa da minha tia. Eu os vi na porta, com uma expressão séria, falando sobre o ocorrido á irmã do meu pai, tia Kurenai. Ela tirou o cigarro da boca, suspirando abismada. Percebi ela abaixar a cabeça, mas não vi ela chorar. Ela tinha um orgulho forte, era fútil. Um dos policiais viu que eu estava parada frente ao corredor, e veio falar comigo com um sorriso tranqüilo. Ajoelhou-se e enunciou docilmente para mim: “O Papai do Céu irá receber seus pais como você sempre os recebeu. Ele irá beija-los á testa, e as mãos”. Tocou a minha testa, e segurou na minha mão. “Mas não se preocupe...Eles estarão com você, para sempre. Aqui”. Colocou a sua mão em seu próprio coração. Eu sorri aliviada, mesmo ainda pensando no meu presente. Acho que no fundo mesmo, eu ainda imaginava que eles entrariam por aquela porta e me encheriam de beijos e abraços. Até que eu tirei essa idéia de minha cabeça quando cresci.

Nunca mantive o rancor e o desejo de vingança. Sempre falava á mim mesma: “Se os policiais não conseguiram, como eu irei achar a solução para esse caso?”. Curiosidade é o que não me falta, mas procura mantê-la de lado.

Mas agora, lendo aquela frase novamente, me assoberbo de coragem.

–Provavelmente a pessoa que pichou a parede sabe do ocorrido com os meus pais no Transatlântico...- Sussurrei torcendo os lábios.

–Agora você fala sozinha, Haruno?- A megera perguntou-me ironicamente.

–Quer saber...eu me demito!- Levei as mãos para o alto, deixando uma veia saltar de nervoso em minha testa. A megera estava abobada, e eu apenas passei por ela de nariz empinado. Eu já estava farta de aturar essa criatura. Meu trabalho não me trazia mais gosto como antigamente. Basta!

~ X ~

Casa de Sakura

14h20min

Não pensei em ir para outro lugar á não ser meu apartamento. No momento, estou apenas eu e um grande pote de sorvete de flocos, sentada no sofá em frente a minha televisão de apenas dez canais. Para quem acabou de se demitir e de ter a recepção invadida e pichada com uma citação muito suspeita, eu até que estou bem despreocupada. Talvez meu cérebro tenha parado de funcionar e...

–Uma nova mensagem?- Ouço o vibra do meu celular em cima da escrivaninha. O abro receosa, levando a última colherada do sorvete á boca.

Procure se preocupar com quem hoje é a sua única família...Corra!

–Droga...!- Tia Kurenai vem como um raio em minha cabeça. Sem pensar duas vezes, salto do meu sofá, calçando rapidamente um Nike e me ponho a descer as escadarias do meu prédio. Aquela lembrança de tia Junko com o cigarro brotou nos meus pensamentos, e me fez correr mais rápido ainda. Ela morava a três quadras daqui, conseguirei chegar a tempo antes que algo deverasmente ruim aconteça? Conseguirei.

[...]

Ao parar frente á casa de tia Kuronai, vejo a porta arrombada. Aperto os lábios, entrando na casa com tamanho cuidado. Estava silencioso e ás luzes estavam apagadas, deixando só a porta por onde entrei iluminar o lugarejo. Sussurrei o nome de tia Kurenai, não obtendo resposta. Algumas coisas espalhadas pelo chão, cacos de vidro. Verifiquei a suíte e o quarto de hóspedes. Ambos intactos. Minha respiração já estava no seu estado normal, quando escuto alguns grunhidos vindo do armazém da cozinha. Uma pequena e alva portinha, onde meu tio Asuma tinha de se abaixar para passar por ela. Toquei a maçaneta e a girei, abrindo sem medo do que haveria ali dentro. Era tia Kurenai, amordaçada com um pano sujo, sem poder falar um “piu”, e também não podia mexer os seus membros pois cordas com nós bem fortes a prendiam. Tinha uma expressão de pânico no rosto e eu parecia estar parada na frente dela por muito tempo. Por um milésimo de segundo, a idéia de deixa-la ali, presa naquele armazém imundo, parecera uma ótima escolha. Nunca fora aquela pessoa que todos admiravam. Era áspera com todo mundo, egoísta... além de ter péssimos hábitos...fuma, pratica bulimia, e certa vez vi ela na varanda dos fundos da casa injetando heroína na própria veia.

Quando meus pais ainda estavam em Terra, mandamos ela para a reabilitação porém fugiu de lá no segundo dia. Registramo-la novamente, mas nada fazia com que tia Kurenai permanecesse naquele lugar que ela denominou-se de “toalete escroto e débil”. Por essas características detestáveis, tio Asuma picou mula. Só hoje eu entendo por que dele ter tomado essa atitude e pedir o divórcio. Por que... quem iria querer viver com uma mulher dessas?

Mas família é família, certo? Devemos amar de qualquer jeito.

[...]

–Ah, Sakura... Finalmente! Pensei que iria morrer com aquele cheiro de pão de hambúrguer mofado.- Soltou as palavras, após eu a livrar das cordas e mordaça.

–Tia, quem fez isso com você?- Passei as mãos pelo meu pescoço.

–Não pude ver o rosto, estavam com máscaras bem estranhas.- Enfatizou o “bem”, mordendo uma fatia de queijo branco.

–Você parece não estar muito preocupada...- Falei baixo, olhando para os meus pés.

–Por que ficaria? Quantos homens já me prenderam em quartos em meus anos de glória...- Parecia lembrar algo malicioso.- Mas Sakura, por que veio até aqui?

–Err...bem, nada, não se preocupe.- Tirei a mão por trás de meu pescoço, indo em direção a porta de saída.

–Você queria dinheiro emprestado, né?- Ela arqueou a cabeça, por eu estar já á alguns metros dela.

–Não, não se preocupe!- Levantei a mão, me pondo a andar novamente.

–De qualquer forma, eu não iria emprestar mesmo!- Ouvi ela gritando, e soltei risadas abafadas, não dando a mínima importância para o que ela pronunciava.

Com todo este ocorrido, percebo que quem está aprontando com minha vida não está de brincadeira. Sei que sou uma garota frágil e intimidadora, sendo a vítima perfeita. Quantas vezes já não percebi tarados no metrô me olhando de esguelha, querendo ver partes proibidas? Por esse motivo irei contratar alguém. Alguém que fiquei de olho em mim 24hrs por dia, me protegendo. Uma pessoa em que eu possa confiar e que estará sempre ao meu lado quando eu necessitar de ajuda. Um guarda-costas!


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