Capítulo XII - Qual é a solução?

Se alguém de fora visse aquela cena, com certeza a veria com comicidade.

— Então, senhor diretor Dumbledore... — Lily começou toda formal com o diretor — ... eu e o James estamos com um problema e achamos que só o senhor pode nos ajudar.

— Eu ajudo se você e explicar por qual motivo se referiu a si mesmo por Lily, senhor Potter.

— Olha, tio Dumby, a gente tá com um problemão de troca de corpo, alma, espírito, whatever, e a gente sabe que só o senhor, Seu Velhinho Sabido, que pode resolver isso aqui. Então, pra evitar mais transtornos, é só destrocar a gente e todo mundo sai feliz. — James despejou tudo isso em cima do Dumbledore.

Lily deu uma cotovelada no braço de James e, por não conhecer a força daquele corpo, acabou machucando-o um pouco.

James faz uma careta.

— Quando isso aconteceu? — Dumbledore tinha uma expressão divertida e sutil quando disse isso. Os pensamentos de James e Lily não seriam tão sincronizados se tivessem combinado: "O que ele quer dizer com isso?"

— Quando acordamos estávamos assim, diretor. — Lily fez uma expressão como se dissesse que era óbvio.

— E vocês não sabem como desfazer isso? — outra vez os pensamentos foram sincronizados: "Duh! Por isso a gente veio aqui!"

— Por isso viemos aqui, diretor Dumbledore. — dessa vez James quem se manifestou, com a mesma expressão anterior de Lily.

Dumbledore sorriu como se estivesse satisfeito.

— Vieram aqui por não saberem o motivo ou por quererem uma solução?

— Isso tem diferença? — Ambos manifestaram-se.

— Eu poderia solucionar esse problema agora. Mas acho que tudo que acontece tem uma lição para se aprender, por isso que eu não vou fazer nada. — expressões espantadas nas faces dos adolescentes.

"Como assim, produção?"

— Mas, tio Dumby, vamos ficar quanto tempo assim? — James, sem noção de intimidade e atrevimento, questionou indignado.

— O tempo que for necessário. Agora, por favor, quero que vocês se retirem para suas aulas se não têm mais nenhum assunto a tratar comigo.

Eles se retiraram confusos.

/ * * *

Na hora do almoço eles se sentaram afastados de todos para não gerarem suspeitas em relação ao comportamento deles. O mesmo aconteceu durante as aulas da manhã.

Remus e Sirius apenas assentiram quando James disse que se sentaria com a Evans. Até porque ele sonhou ter contato com ela desde o terceiro ano.

Já Marlene e Dorcas estranharam um pouco, mesmo estando felizes por ela dar uma chance ao James - Ego - Grande - Potter.

/ * * *

Conversa entre James Potter e Lily Evans

— Lils, como que a gente vai fazer? Não vai dar pra viver fugindo de todos o tempo inteiro!

— Eu sei, Jay. E alguma hora teremos que falar para alguém. Talvez se contássemos aos nossos amigos, tenhamos a solução mais rápido. O que acha?

— Eu acho que você nunca vau conseguir abandonar essa sua mania de falar tão certinho. — ele deu um sorriso que Lily não soube descrever e achou muito estranho ele estar em seu rosto.

Eles estavam começando a se entender.

/ * * * *

— Caraca! Isso é loucura! E o velho sabe de tudo e nem quer ajudar!

Sirius coloca as mãos na cabeça quando recebe a notícia. Todos ficam chocados com a notícia e têm reações parecidas com a dele.

Eles decidiram acobertar essa situação de todos de Hogwarts. Era a melhor decisão. Eles poderiam ser julgados e maltratados, principalmente por Sonserinos.

Fatos adicionais

Durante dois meses eles fizeram pesquisas e mais pesquisas na biblioteca, se sobrecarregando com seus deveres de aluno. Mas pouco importava. Amizade era como um casamento para eles: Na alegria e na tristeza, na saúde e na doença, na monotonia e nas aventuras...

No começo da pesquisa, havia um clima um pouco tenso entre Marlene e Sirius. Eles tinham "ficado" no mesmo dia da detenção de James e Lily. Nesse mesmo dia, Lene o viu com uma garota da Corvinal. Sentia uma grande revolta por ter sido usada por Sirius, que tentava explicar o que Marlene tinha visto como se a vida dele dependesse disso.

Ela só ignorava.

O clima, enquanto faziam as pesquisas sobre a troca de corpo de Lily e James era pesado e quase constrangedor.

Dorcas e Remus conseguiram, com esse tempo a mais juntos, construir uma amizade muito boa. Nada mais que isso.

James e Lily conseguiam se entender, aprender um pouco mais um sobre o outro e, no começo do inverno, começaram um relacionamento meio torto, mesmo com os corpos trocados.

Já haviam estabelecido uma rotina. Já nem acreditavam mais que "se destrocariam". Nem era preciso. Pouco se importavam com isso.

Mesmo que ficassem daquela forma pelo resto de suas vidas, aprenderiam a conviver com isso.

E como dizia James à Lily — isso causava algumas risadas — era que "o importante é o que importa."

Na verdade, isso tudo já era premeditado. Alguns anos para frente deveria nascer uma criança muito importante através daquele casal. Mas isso é irrelevante agora.

A parte interessante é que, depois que eles oficializaram publicamente o namoro, com um beijo em baixo da árvore deles e morrendo de frio, descobriram que Lily estava em seu próprio corpo, assim como James.

Riram muito por isso.

— Só para garantir que essa condição é permanente... — James beijou Lily sem deixá-la completar a frase.

Muitos beijos se seguiram depois desse.

Além de amigos, eram cúmplices de um segredo. Namorados... Não poderiam estar mais felizes com isso.

Quem diria que uma provocação poderia dar nisso?