Entre Segredos e Bonecas escrita por Lize Parili


Capítulo 129
Mantendo o copo vazio


Notas iniciais do capítulo

um capítulo mais calminho, até eu conseguir escrever o mais tenso...rs



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# 02/04 #

— Oi, Tetê. Você está bem? — perguntou Patrick por telefone, preocupado com a amiga. — Eu te liguei ontem, mas você não atendeu e eu sei que foi de propósito.

— Oi, Cachinho. Eu estou bem, não se preocupe. — Patrick era mais que um amigo para Maitê. Mesmo quando ela queria esconder dele o que estava sentindo não conseguia. Ele percebeu que sua voz não era de quem estava bem.

— Você está mentindo pra mim. Sua voz está melancólica!

— Depois do que aconteceu você queria que eu estivesse rindo, Patrick? — ironizou.

— É impressão minha ou você está chateada comigo pelo que aquela louca fez no domingo? — questionou o decorador, preocupado. — Eu não tinha ideia que você estaria na pizzaria com aquele garoto. E por sinal, quem é aquele garoto? O que está rolando, Tetê? — Ele nem se envergonhava de ligar só para saber sobre o tal garoto. Ele estava com comichão por achar que a amiga estava escondendo algo dele.

— Por favor, Patrick. Eu não quero mais falar sobre isso. Se me ligou pra isso, sinto, mas vou desligar. — Ela não estava chateada com o amigo, mas aquela conversa na certa a aborreceria e ela não queria mais se estressar ou se amargurar por conta daquela mulher. Ela queria manter seu copo vazio.

— Como assim? Não se atreva a desligar este telefone, Tetê... Tetê?... TETÊ?... Filha da puta! Desligou na minha cara!

 

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— Onde você vai, Sol? — perguntou Violette ao ver a amiga indo na direção contrária ao refeitório. — Você não vai almoçar?

— E-Eu vou ao banheiro, Vio. É rapidinho. — respondeu, querendo evitar que a amiga desconfiasse de alguma coisa. Seu coração ainda estava acelerado e ela precisava desfazer aquele nó em sua garganta antes dele a fazer engasgar com a comida. — Separa uma mesa pra gente enquanto isso.

— Está bem. Vou te esperar na mesa.

Violette podia ser tímida, mas não era tão boba ao ponto de não perceber que havia um clima entre a Sol e o Nathaniel. Na verdade, boa parte dos alunos que tinha amizade com eles já havia sacado que a jovem Solles tinha uma queda pelo presidente do grêmio. Ela até tentava esconder, ser discreta, mas suas reações perto do loiro a denunciavam. Ao que parecia, somente Nathaniel tinha dúvidas do que ela sentia.

— Ok.

Sol foi correndo ao toalete e entrou num dos pequenos boxes, e durante os 15 minutos seguintes chorou baixinho, sentada sobre a tampa do vaso sanitário, com a cabeça recostada na parede. Ela só precisava esvaziar um pouco o seu copo, antes dele encher novamente e se tornar difícil impedir que transbordasse.

Ela queria ter mais que o sabor de um selinho intencional para lembrar, mas talvez fosse melhor assim, pois se aquele toque bobo e rápido em seus lábios, intocados até aquele momento, já a fazia querer sentir os braços dele em volta da sua cintura, puxando-a mais para perto, ao ponto de nem mesmo a brisa ousar passar entre eles e assim, novamente sentir seus lábios sendo tocados pelos deles, desta vez num beijo eterno, como seria se ela tivesse tido mais que aquilo?

Dizendo "chega!" a si mesma, Sol respirou fundo para cortar o choro, enxugou as lágrimas, levantou e, de vagar, abriu a porta do boxe, espiando para ver se tinha alguém no toalete, e ao não ver ninguém, saiu, lavou o rosto e foi encontrar a amiga no refeitório.

— Você está bem, Sol? — Os olhos de Emília denunciavam que havia chorado.

— Agora estou sim, Vio. Não precisa se preocupar comigo. — pediu com um sorriso. — Você ainda não se serviu? — perguntou, querendo mudar de assunto. Vio não insistiu.

— Eu estava te esperando. Fiquei com medo de perder a mesa e termos que esperar para poder comer. — contou, ressaltando que o refeitório estava cheio.

— É mesmo, o refeitório está cheio. Por que será que os alunos não estão indo para o pátio ou para o ginásio depois de almoçarem? — Sol dispersou seus pensamentos, deixando a sua curiosidade natural a salvar do Nathaniel, pelo menos por àquela hora.

— Ao que parece querem ver alguns alunos do 2º ano pagando mico, acho que o Lys e a Rosa estão entre eles. — contou, referindo aqueles dois porque todos falavam deles, pelo fato de ter sido Lysandre a escolher o mico e Rosa ser sua cunhada.

— Como assim? — Vio nem precisou responder, ela viu, todos viram.

 

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