Entre Otakus escrita por Van Vet


Capítulo 42
Erik


Notas iniciais do capítulo

Olá amigos, tudo bom?
Hoje vai rolar um momento plim-plim aqui. Primeiramente, estou repostando uma outra universo alternativo minha, que fez muito sucesso entre minhas leitoras fiéis e até virou livro. É Ron&Hermione e se passa no velho oeste americano. O nome é Black Jack e o link é esse: http://fanfiction.com.br/historia/527485/Black_Jack/
As postagens acontecerão toda terça-feira e espero as fãs do shipper por lá, comentando e favoritando, de coração *-*

Segundo: Estou com uma fanfic de terror que explora o universo do escritor HP Lovecraft. Mesmo para quem não o conhece, vale muito a pena, porque estou dando meu máximo na elaboração dessa fic. Então se gostam de mistério e terror, deem uma passadinha lá:
http://fanfiction.com.br/historia/509008/A_Divindade_de_Rlyeh/

Por fim, agora vou trabalhar também com a perspectiva de mais um personagem do qual estou gostando de desenvolver e percebo, pelos comentários, que vocês também.

Beijos e vamos ao Erik!



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Na companhia daquela noite o dançarino não encontrou nenhum trejeito que lembrasse o caráter pedante da ex-namorada. Gina passava ares de uma moça humilde e verdadeira, ainda mais quando sorria francamente cada vez que era provocada com as piadinhas passadas dele.

Existia uma aura extremamente esperançosa circundando a jovem, e ele sentia-se alimentado por tal energia ao lado dela.

— Me conta sobre sua vida fora da aula. — questionou-a quando o jogo foi para intervalo do primeiro tempo.

— Humm... não tem muito sobre o que contar. — ela continuava reservada. Isso o deixava mais instigado.

— Nada? Você não estuda? Não trabalha?

— Eu estudo. — revelou. — Faço um curso preparatório para a universidade.

— Olha, que legal. Quer seguir que área?

— Medicina. — respondeu animada.

— Caramba! Você gosta de cadáveres?

Gina sorveu seu refrigerante e concordou.

— Exato. Como adivinhou que quero ser patologista?

— Hã... Não sei. — ergueu os braços — Só comentei porque nos filmes americanos os estudantes de medicina estão sempre treinando nos cadáveres.

— Bom, como ainda não entrei, nem posso te responder ao certo como funciona a grade de ensino da escola de medicina, mas é com isso que penso em trabalhar. O Harry... — começou a explicar, porém cortou-se abruptamente e se corrigiu — um amigo do meu irmão disse que isso é coisa de psicopata. Esse negócio de querer fazer do seu expediente um abrir e fechar de gente morta.

Erik sentiu um profundo desdém na voz dela ao relatar a opinião do suposto amigo do irmão.

— Confesso que é um pouco assustador imaginar uma mocinha tão delicada como você trabalhando numa mesa de necropsia. Só que jamais deve se importar com a opinião dos outros, ainda mais de um amigo do seu irmão.

— É que...

Ele viu a incerteza dançar nos olhos dela. Estava prestes a querer lhe contar algo mais.

— É?

— Deixa pra lá. Fala de você. Segue essa filosofia de “não se importar com a opinião alheia” mesmo ou é só uma cantada furada? — provocou-o e também se esquivou do outro assunto.

— Sim. É por isso que estou aqui na Inglaterra. — o dançarino anuiu orgulhoso.

— Conta mais! — ela se empolgou largando a batata frita de lado.

— Meu pai é um machista, um sexista arrogante. Somos quatro filhos: três mulheres e eu. Imagina o quão decepcionado ele ficou ao descobrir que o único filho queria dançar ao invés de ajudá-lo na oficina mecânica. — Erik coçou a barba que já espetava — Para realizar meu sonho tive que sair de casa e aprender a me virar sozinho rapidamente.

— Que barra. — a ruiva se consternou.

— No começo foi mesmo, mal tinha dezoitos anos e nenhum trocado no bolso. Para alugar um pardieiro em Estocolmo tive de trabalhar dobrado. Me desdobrei em dois, e consegui conciliar com meus estudos de dança. Depois as coisas começaram a melhorar. — terminou otimista.

Gina observou o Audi no estacionamento adiante.

— Parabéns!

— Esse carro foi um rolo inusitado... — disse timidamente.

— Agora eu quero saber. Vá lá, me conte.

A moça estava se soltando, ele ficou feliz ao vê-la mais descontraída e resolveu contar o caso.

— Eu fui instrutor particular de dança da esposa de um ator de cinema no ano passado. A mulher quis ter aula comigo e fiquei bem animado pelo pagamento. Assinei um contrato bem generoso por algumas aulas. Acontece que esse cara, uma subcelebridade, vamos colocar assim, anda meio falido. Então eles me pagaram com um dos vinte e dois carros que possuem na garagem.

— Isso é brincadeira, né?

— Eu disse que era um rolo inusitado. — gargalhou.

— Que maluca a sua vida!

— Não é maluca. — defendeu-se — Talvez seja a senhorita que esteja acostumada com caras certinhos.

Gina enrubesceu. Virou para seu lanche e o mordiscou.

— Desculpe. — Erik percebeu que deveria estar indo longe demais.

— Que nada. Você tá certo.

— É o tal amigo do seu irmão?

— Quantos anos você tem?

— Sou velhaco já! — quis se esquivar.

— Sério. Quero saber, quantos anos têm?

— Vinte e oito e o contador só acelera.

Ela pareceu pensar sobre algum dilema pessoal. Então voltou-se para ele:

— E quantos anos me dá?

— Não vou responder! — disse chocado.

— Vai sim!

— Isso é indelicado. E se eu disser que tem bem mais do que tem?

— Diga. — ela suplicou.

— Tudo bem, você pediu. Acho que têm dezoito ou dezenove, no máximo.

Erik acertou em cheio porque a jovem concordou.

— E você me acha criança?

Essa pergunta o pegou de surpresa. Ficou indeciso sobre o que ela queria escutar, pensou, e decidiu ser sincero.

— Não sou pedófilo.

A ruiva sorriu.

— Em outras palavras... — continuou a instigá-lo.

— Quero te chamar pra sair mais vezes, se estiver gostando da minha companhia.

A jovem fez uma expressão acanhada e sensual, muito atraente. Ele a chamaria para quantos encontros fosse possível terem.

Terminaram de lanchar e ver o segundo tempo do jogo. Erik, sempre que podia, olhava-a distraída achando aquela ruivinha mais e mais irresistível. Ao final da partida ele conseguiu vencer uma disputa particular com sua acompanhante para poder pagar a parte dela.

Pediu que ela guiasse seu carro novamente. Gina disse que morava a poucos quilômetros, despertando a curiosidade dele em ver mais um pouco do mundo da aluna. Quando pararam na frente da casa, um sobrado salmão de jardinzinho bem cuidado, Erik falou.

— Gostei muito do nosso passeio. Quero repetir a dose.

— Se não sou tão intragável assim, então eu aceito.

— Você intragável? Quem disse? — perguntou sussurrando.

A garota mirou-o e mordiscou o lábio, incerta. Ele sustentou o fitar porque ela tinha olhos hipnotizantes.

De repente a luz de um farol inundou a penumbra do carro e eles piscaram em resposta. Outro carro parara bem rente a traseira do Audi. Gina observou pelo retrovisor e ficou pálida.

— Obrigada! — sorriu apressada já abrindo a porta.

Erik olhou para trás, mas as luzes do veículo ainda o impediam de identificar quem era o motorista recém-chegado.

— Te encrenquei? — ele pegou no pulso dela.

— Claro que não. Só preciso ir. — o tom de urgência continuou o preocupando.

Ela fechou a porta atrás de si. O dançarino preferiu não sair, apenas pulando para o lado do motorista. Ligou o motor calmamente e observou-a caminhar com passos apressados para a porta. Enfim, o carro atrás de si desligou o farol e seu dono saiu. Era um homem baixo de óculos, metido numa roupa social. Tentou encarar Erik, mas a escuridão e o vidro fumê não deixaram. Depois correu decidido atrás de Gina na porta.

Quem seria aquele sujeito que a perturbou?


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