Dragões: os guardiões da terra (livro 1) escrita por SpyroForever


Capítulo 18
Sobrevivendo na Rússia




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Assim que eu acordei eu olhei para meu filho que já estava acordado, lambendo sua ferida. “Está doendo?” Perguntei esfregando meus olhos.

Draco olhou para mim e deu um sorrisinho. “Um pouco... Maldito seja quem me baleou.” Então ele volta a lamber.

“Queria poder ajudar. Você nos salvou lá filho! Se não fosse por você, estaríamos mortos!” Eu disse esticando a mão e acariciando a nuca de Draco.

“A pai... Não é pra tanto né? Nós iríamos achar algum jeito de conseguir passar por aquilo!” Draco disse parando de lamber sua ferida e lambendo meu rosto.

“Isso não é verdade! Eu vi que Thomas já estava abraçando Hadaliel. O único que poderia nos salvar daquilo era Hadaliel, igual quando ele matou todos aqueles outros soldados fora do prédio! Nós não esperávamos aquela emboscada! Você salvou nossas vidas!” Eu disse sorrindo para ele.

Draco apenas sorriu e voltou a se lamber. “Pode até ser verdade.”

“Bem... Este é o segundo dia. Acho que eles iram vir amanhã, certo?”

“De acordo com os dois, sim.” Draco responde.

“A essa altura o governo da Rússia já deve estar nos procurando. O que será que descobriram sobre os dragões fazendo aquelas atrocidades com aquele dragão?” Pergunto olhando para o dragão com a barriga enfaixada, que estava dormindo abraçado com seu pai.

“Aqueles malditos!” Draco solta uma pequena labareda de fogo pelas suas narinas, o que mostrava que ele estava com raiva. “Se eu fosse adulto eu iria destruir aquele lugar! Eles iriam ver só! Querem ver como é dentro de nós? Eu iria apenas mostrar como é dentro do meu estômago!”

Eu nunca tinha visto Draco daquela maneira. “Nossa! Você realmente não gostou daquilo, uh?”

“Odeio ver outros dragões sofrerem! Odeio ver qualquer um que seja bom sofrer. Isso me faz lembrar. E Joe?”

“Semanas antes de virmos eu fui lá com Daniel. Falei para Joe que Daniel iria alimentá-lo e iria passar algum tempo com ele de agora em diante. Os dois se deram bem, graças a Deus. Embora Daniel tenha ficado com um pouco de medo.”

“A ta! Fiquei meio preocupado com ele lá, sozinho.”

“Vocês se deram bem, não?”

“Ele é um réptil! Tem quase o mesmo DNA que eu.” Draco diz, ainda lambendo sua ferida. “Quer que eu cace alguma coisa?”

“Não! Você está machucado e...”

“Pai... eu sou um dragão! Se eu não conseguisse caçar com uma perna ferida...” Draco diz se levantando.

“Tem certeza?” Pergunto olhando para o buraco em seu ombro.

“Sim pai. Eu posso caçar!” Draco diz, inflando seu peito.

“Tudo bem então, mas tome cuidado. Algum soldado deve ter visto nós corrermos para cá.”

“VOCÊ deve tomar cuidado.” Draco diz antes de correr, meio mancando, para o interior da floresta.

Eu olhei para onde ele tinha corrido e suspirei. Então comecei a cortar alguns galhos com a minha espada. Mas... eu tinha que fazer o fogo rápido, pois a neve, se acumulasse nos galhos, fariam eu não conseguir acender o fogo. Então eu peguei os fósforos ainda segurando os galhos. Coloquei-os no chão e acendi com os fósforos. O calor do fogo logo chegou a mim, me deixando mais confortável.

De repente um barulho fez meu coração disparar. Eu pude ouvir um tiro. E depois do tiro um rugido. “Não!” Eu me levantei e corri sem pensar duas vezes, desembainhando minha espada.

Corri o mais rápido que eu pude naquela neve alta que havia nos coberto durante a noite. Quando eu cheguei na fonte do barulho eu quase tive um infarto. Draco estava caído na neve, agora vermelha, com sua pata na barriga. “DRACO! NÃO!”

Eu corri para ele não me importando com o que causara seu ferimento.

“Pai! A... Atrás!” Ele diz com uma voz tão fraca que meu coração doeu de ouvi-lo daquele jeito.

Quando olhei para trás eu vi um soldado com a bandeira da Rússia no braço esquerdo olhando para nós com uma expressão de surpresa, com uma pistola na mão, que estava largado, como se estivesse pendurado.

Eu peguei minha espada e me levantei, com pura raiva nos olhos. “Por que você fez isso?” Perguntei me aproximando dele com a espada em guarda.

Ele saiu de seu transe e olhou para mim. Então ergueu sua arma e atirou. Eu desviei a bala com minha espada, que era bastante larga, fazendo isso ficar mais fácil. Então corri e, com um só golpe, cortei aquele maldito soldado da cabeça até o chão.

Então eu guardei minha espada e corri para Draco. “Draco! Meu filho! Espere! Aqui! Venha... urrgg!” Eu peguei Draco no colo com uma força que eu não sabia que tinha. Eu fiquei com a mão na barriga de Draco, tampando o buraco do tiro para estancar o sangue. “Calma! Por favor Draco! V... Você vai ficar bem!”

“Pai... Eu...” Draco começou a dizer. “Me desculpa.”

“Não fale como se fosse........ Você vai ficar bem filho!” Eu digo começando a chorar. Eu beijei o pescoço de Draco conforme andava o mais rápido possível para o acampamento.

Draco ergueu sua cabeça quando sentiu o beijo e eu vi uma lágrima cair de seu olho. Podia ver que ele estava sofrendo. Sofrendo de dor pela ferida e sofrendo por me ver sofrer. Ele colocou sua cabeça em cima do meu ombro, como um abraço. “P... Pai. Urrhg.”

“Não fale! Isso só vai piorar!” Eu digo chorando ainda mais.

Finalmente eu cheguei ao acampamento. Hadaliel, por sorte, já estava acordado. Ele levantou sua cabeça e olhou para mim com os olhos arregalados. “O que aconteceu?!”

“Hadaliel! Me ajude aqui! Rápido! Preciso da minha mochila de socorro! Não a de primeiros socorros! Aquela ali!” Eu aponto para uma mochila atrás da fogueira.

Hadaliel se levantou na mesma hora e correu para pegar a mochila. Quando me trouxe ele olhou para Draco, já no chão, com a ferida para cima, sendo coberta pela minha mão. “Meu Deus!”

Eu peguei a mochila com minhas mãos tremendo muito. “Hadaliel! Ele perdeu... Muito sangue! Você pod...”

“Quanto você precisar! Apenas salve-o! Por favor!” Hadaliel tira minha mão da ferida e tampa com as suas patas.

Eu agradeci e peguei agulha e linha medicinal de dentro da mochila. Eu estava tremendo demais e dei graças a Deus quando vi que a linha já estava passada na agulha. Então eu virei para Draco e comecei a costurar.

Draco rosnava de dor conforme eu passava a agulha em suas escamas e pele. Eu acariciava ele tentando o acalmar. “Há... Hadaliel! Preciso que você pegue uma bolsa de sangue dentro da bolsa! É uma...”

“Aqui!” Hadaliel levanta a bolsa de sangue vazia antes mesmo que eu explicasse. “O que eu faço?”

“Aqui! Venha aqui! Me dê seu pulso! Vai doer!” Digo pegando a ponta do cano da bolsa de sangue que tinha uma agulha. Eu então rasguei um pedaço da minha blusa e fiz um torniquete no bíceps de Hadaliel. Eu olhei para seu pulso e coloquei a agulha.

Hadaliel rosnou um pouco e seu sangue começou a ir para a bolsa.

“Segure a bolsa com sua outra pata! Vou acabar de dar os pontos em Draco.” Nisso eu virei rápido e peguei a agulha novamente.

Quando acabei de dar os pontos eu olhei para trás e vi que a bolsa já estava na metade. Então peguei algodão e tirei a agulha, colocando o algodão no furo e depois colocando um pequeno curativo para tampar. Desamarrei a tira de camisa e peguei a outra pata de Hadaliel. Fiz o mesmo procedimento de antes, mas desta vez falei para Hadaliel segurar a bolsa com a boca sem furá-la.

Então eu peguei na mochila algumas gazes e coloquei no furo. “Espero que não tenha dado hemorragia interna! Acho que não. Agradeça as sua escamas por você estar bem, filho!” Então coloquei esparadrapo em cima das gazes, prendendo-as. “Esse você não deve tirar, ouviu?!”

Draco, que estava muito fraco, com os olhos fechados e respirando devagar, assentiu.

Eu me senti muito bem quando vi que ele estava melhor, mas ainda precisava de sangue. Eu acariciei a cabeça dele e virei para Hadaliel. A bolsa não estava cheia, mas já era o bastante. “Obrigado Hadaliel!” Eu peguei o algodão e tirei a agulha, retirando-a do cano e encravando na neve para ninguém se machucar. Eu peguei um curativo e coloquei no buraquinho da agulha no pulso de Hadaliel. Peguei então a bolsa da boca de Hadaliel e outra agulha de dentro da mochila, colocando-a no cano. “Só espero que seja compatível. Acho que são, pois vocês são irmão de mesma mãe e pai. Hadaliel, mantenha-se deitado, ou poderá desmaiar!”

Então eu voltei para Draco e peguei sua pata. Para meu desespero, seu pulso estava muito fraco. Suas escamas estavam nitidamente descoloridas. E, o que mais me preocupou: Ele estava gelado! Nunca o vi gelado antes! Eu olhei para seu rosto. “D... Draco?”

Draco olhou para mim apenas abrindo seus olhos e os virando para mim.

Eu vi que ele estava ficando cada segundo mais fraco, então me apressei em colocar a agulha em seu pulso. Ele não se mexeu muito, mas deu uma pequena rosnada, o que me aliviou, pois ele estava bem o suficiente para sentir.

Eu fiquei segurando a bolsa de sangue no alto, dando pequenos apertões de vez em quando.

Depois de horas segurando a bolsa no alto, quando meus braços estavam pesados como rochas, eu olhei para seu rosto. “Draco? Você está melhor?”

“S... sim.” Ele responde respirando um pouco mais rápido que antes.

Eu peguei seu pulso com a mão que eu não estava segurando a bolsa de sangue e senti. “Está aumentando! Graças a Deus! O sangue é compatível! Você vai ficar bem filho!” Não contive as lágrimas de alegria.

Draco mexeu sua cabeça para poder me olhar normalmente. “Me desculpa, pai! Eu... não consegui m... me proteger.”

“Não fale isso filho! Não há porque se desculpar!” Eu sorriu para ele e acaricia sua cabeça. “Durma. Você precisa descansar.”

“Não quero dormir. Não... não estou cansado. Só...... dolorido.”

“Quase te perdi hoje filho. Minha nossa, meu filho!” Eu começo a chorar novamente e abraço o pescoço de Draco.

“Calma pai.” Draco diz colocando sua cabeça sobre meu ombro e me lambendo as costas.

Eu então o soltei e coloquei um travesseiro debaixo da cabeça dele. Eu percebi que ele olhou para Hadaliel e sorriu. Eu olhei para Hadaliel, que estava deitado, e vi que ele também sorriu para Draco. “Esse dia já começou ruim! Temos que ficar mais espertos de agora em diante!”

“Com certeza!” Hadaliel diz.

Então eu me levantei e pedi para Hadaliel segurar a bolsa no alto para mim. Eu fui até a bolsa de suplementos e peguei um cantil de água. Voltei para Draco e o entreguei. Beba um pouco filho. Deve estar com sede.

Draco olha para o cantil e o pega com a cauda. Então joga grande parte da água em sua boca. “Obrigado pai!”

O resto do dia não foi agitado. Thomas e os outros quatro não acordaram tão tarde e ficaram surpresos em ver Draco daquele jeito. Até mesmo os dois que estavam presos. O nome dos dois eram Igor e Yvam. Igor era o menino e Yvam o dragão. Eles nos contaram que tinham sido capturados quando estavam dormindo na casa deles. A noite não demorou a chegar, o que dizia que nosso horário biológico estava errado em comparação do da Russia. Mas... estávamos cansados, pois trabalhamos o dia inteiro, ajudando Draco e o outro dragão e arrumando o acampamento, além de armar armadilhas em volta. Então dormimos, mas desta vez, fizemos turnos de vigilância.


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Notas finais do capítulo

Coitado do Draco!



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