Radioactive escrita por Ellie


Capítulo 2
Capítulo 01


Notas iniciais do capítulo

Bem gente desculpem a demora kk' espero que gostem! Leiam as notas finais!



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Depois da visita daquele homem não sei quanto tempo se passou. O primeiro homem que eu vi chama-se Caio e sempre vem no meu “quarto” deixar algo para comer. Começamos a conversar depois da sexta vez que ele veio, e, agora não tem mais tanto medo ou desprezo por mim, mas, mesmo assim, ainda deixa a arma em punho para o caso de eu tentar fugir.

Apesar de eu sempre dizer que não vou, pelo simples motivo de que gosto daqui e da companhia dele.

Você está gozando com minha cara não é, Doutor?” Fala ele (no dia em que disse gostar de sua companhia). Olho pra ele com uma expressão de curiosidade.

Por que eu gozaria com sua cara, Caio?” Digo, tentando lhe tirar a verdadeira resposta.

Não sei, Doutor, não sei.” Responde ele. Fica um silêncio durante alguns minutos. Ele tenta falar algo, mas nada sai. Por fim, ele suspira e se levanta para sair.

Espere Caio. Tenho uma pergunta para lhe fazer” falo, por fim.

O que seria?” Indaga, se virando para me fitar.

Você sempre me chama de ‘Doutor’, sei que esse não é meu nome, pode me dizer qual é o meu verdadeiro nome?” Digo me levantando do chão e indo para a escrivaninha que tinha do outro lado do quarto. Caio segue meus passos com os olhos até eu me sentar.

Um dia confiarei de verdade e quando me deixarem falar... você saberá.”

Não era o que eu queria ouvir, mas se ele disse que um dia saberei, então, acreditarei nele. Mas espero que esse dia esteja perto.

Quando Caio não vem me visitar fico apenas olhando para as paredes ou fitando minha escrivaninha vazia. Todos os dias, tento arrumar algo para passar o tempo, e hoje estou contando as imperfeições da escrivaninha.

As linhas são constantes e simétricas. Todas têm os mesmos tamanhos e formas. Na linha 1356 noto que as formas mudam de acordo com o número de linhas e que as linhas já não são constantes como no começo e fica cada vez mais estranho quando chegava mais próximo à borda esquerda. Bato na borda direita e meio que tem a mesma sonoridade. Quando bato na parte esquerda, o som é mais oco. Uma vez perguntei para Caio a origem da escrivaninha.

Você quem fez. Passou meses na construção dela.” Fala ele apontando para onde ela está. Eu estou sentado de frente para ela. Não a reconheço, mas, se foi eu quem fez, deve ser importante para mim, pois é o único objeto meu que está aqui no “quarto”.

Abro os olhos depois de relembrar do que ele falara. Se eu fiz isso quer dizer que eu posso ter guardado algo dentro dela.

Estou quase olhando embaixo, quando ouço a porta se abrir. Viro sorrindo, achando que é meu mais novo amigo, porém meu sorriso se desfaz e meu corpo fica rígido na hora. A Doutora que vi algum tempo atrás está acompanhada do homem velho que veio um tempo depois.

“Oi, Doutor.” Diz ela, muito doce, como eu me lembro. No entanto, mesmo depois de ela olhar para mim com o olhar mais gentil que ela pode, percebi que não podia confiar em nenhum dos dois. Não digo nada. Apenas olho para os dois, um do lado do outro. Como o bem e o mal. Um doce e um maligno. Levanto da cadeira e vou para meu lugar no chão, ao lado da cama, e me sento de frente a eles enquanto se acomodam nas cadeiras que alguns homens trouxeram.

“Então, Doutor, como você está se sentindo?” Fala ela, novamente, depois de alguns segundos, esperando que eu respondesse educadamente sua saudação.

“Bem.” Respondo seco. O velho solta um riso de deboche, então, o fito com desgosto. Não estou gostando nada dessa visita. Enquanto observo o velho, a Doutora escreve, sem parar, na prancheta que ela trouxe. Então, ela levanta o olhar para mim e começo a encará-la também. Ficamos nos olhando por uns segundos depois ela voltou a escrever por um tempo.

“Você já tem alguma ideia de quem é?” Pergunta ela com um tom curioso. Demoro a responder tentando achar alguma coisa em minha memória.

“Não, não me lembro de nada ainda.” Falo finalmente. Ela passa mais alguns minutos escrevendo em sua prancheta e para, e, olha para mim por alguns segundos.

Depois de mais algumas perguntas o velho se levanta e se apoia em sua bengala muito estranha. Uma cobra em ouro seguia de baixo para cima. Tem, no lugar de seus olhos, grandes esmeraldas, e rubis como formas de suas presas. Ele começa a andar pelo meu quarto-cela. Olha para cada centímetro da parede, como se procurasse algo importante. Começo a segui-lo com o olhar e noto q algumas tábuas se desprendem a medida que ele anda. O velho, então, para de andar e olha para mim. Ele recua alguns passos, mas as tábuas não rangem mais.

“Então, Dra. Marilu, já terminou seu teste?”

“Sim. Agora, os exames físicos, e terei o que preciso”. Ela responde, levantando-se da cadeira e indo em direção à porta.

“Bem, Doutor, acredito que esteja falando a verdade”. Conclui ela. Vira-se para o guarda e fala algo em seu ouvido.

Ela olha para o velho e conversa silenciosamente com ele por alguns segundos, então, vai embora.

O velho ainda fica no quarto por mais alguns minutos. Olha para tudo, minuciosamente, atrás de algo. Olha para mim com desdém e finalmente sai.

A porta se fecha e quando escuto o último clique da fechadura me levanto e vou para a mesa para descobrir o que ela esconde.

Procuro a marca que deixei onde tinha parado de contar e puxo as tabuas sem danificá-las. Entre a gaveta e a parte funda da mesa tem um compartimento pequeno onde caberia apenas uma mão. Hesito em colocá-la, mas acabo cedendo à curiosidade.

Nela há uma chave antiga. Parece ser única e junto com ela está um recado, feito em um pequeno papel, agora, amarelo por culpa do tempo. Decido abrir depois. Primeiramente quero ver o que tem guardado em baixo do assoalho onde o Velho pisara.




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Notas finais do capítulo

FELIZ ANO NOVO MEUS LINDOS ;) até 2014!



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