Fred

–Madie! - eu disse, avistando ela nos corredores de manhã.

–Oi, Fred.

–Vem, temos que falar com Dumbledore.

Ela me olhou, desentendida. E então Jorge chegou.

–O seu sonho...- disse ele.

–Ah! É, é mesmo. Vamos.

Chegando lá, demos de cara com uma Gárgula de pedra. Ela disse "a senha?".

–Vocês sabem a senha? - disse Madie, á nossa frente.

–Não. - eu e Jorge dissemos juntos.

–Hm..Gárgulas Vorazes? - disse Madie, a estátua não deu passagem.

–Hipogrifos Famintos? - disse Jorge, a estatua continuou parada.

–Sapos de chocolate. - eu disse e ela se abriu, Madie me deu um sorriso e subiu a escada em formato de caracol que dava para a sala do professor Dumbledore.

Madie bateu na porta, e o professor disse "entre".

–Oh, Madie, Fred, Jorge. O que os trazem aqui? Sentem-se - disse ele de forma amigável.

Nós nos sentamos e Madie pigarreou antes de começar.

–Eu..Ando tendo sonhos. Eu não acho que seja nada sério mas os gêmeos disseram que eu precisava vir te contar.

Dumbledore fez um gesto como quem diz "prossiga" e ela contou cada mínimo detalhe do sonho.

Dumbledore mantinha a calma, mas agora parecia muito mais interessado. Ele olhou pra mim, depois para Jorge e disse

– Será que vocês se importariam se eu conversasse com a Madison a sós? - ele disse.

–Não..Não, claro que não. - disse Jorge. - Nos vemos na aula, Madie.

Eu lhe lancei um olhar como quem diz "até mais" e a gente saiu.

Percebi que ela ficou meio nervosa em ficar na sala de Dumbledore sozinha, e de que ele achara o seu sonho realmente importante, eu queria ficar ali com ela, mas Dumbledore sabe o que faz.

– Ai cara, admite logo. - disse Jorge á meu lado.

– Assumir o que? - eu disse, fazendo uma cara de que não entendi.

Ele deu uma risada de desdém e passou o braço pelos meus ombros.

– Que você tá gostando de uma garota pela primeira vez na vida.

–Eu estou mesmo. - eu disse e ele sorriu, fazendo cara de espanto.

–E ela é...

–Bom, ela tem dois olhos..Tem cabelo..Hm, dois braços...

–Desembucha.

–A Madie. - eu disse, derrotado.

Ele saiu correndo pelos corredores berrando "EU SABIA EU SABIA EU SABIA EU SABIA", e eu corri atrás dele. Seria um dia longo.

Madie

– O que você acha que seja esse sonho, Professor? - perguntei, depois que Dumbledore passou quase 1 minuto em silencio, olhando em meus olhos.

–Voldemort...Suponho que você saiba de toda a história, mesmo que seja nascida trouxa.

–Eu sei, sim.

– Bom, então. Voldemort tinha seguidores, muitos seguidores, mesmo depois de sumido, com a Guerra Bruxa acabada, ele continua tendo seguidores, uns eram por que tinham o mesmo sonho que ele, e outros por pura vontade de conseguir poder. Esses fariam qualquer coisa para serem poderosos, e Voldemort os usava, usava o sonho dessas pessoas contra elas. Uma marca era queimada em suas peles, uma marca muito mais poderosa do que A Marca Negra, e eles se tornavam desumanos, como esta criatura de seu sonho, esta que um dia já foi uma bruxa normal. Voldemort pode estar lhe usando para voltar, para se reerguer. Ele está invadindo a sua mente, você precisa bloqueá-la.

Fiquei um tempo em silêncio, digerindo a situação.

–C-como? - eu disse, por fim.

– Eu lhe darei aulas todas as quintas e domingos, ás 19:30. Temos que te proteger o máximo possível.

–Mas Voldemort, ele..Não morreu?

–Acredito que não. Ele está fraco, em algum lugar, e esta lhe usando para conseguir a força que precisa para matar Harry. Os tempos escuros estão somente começando.

Aula de feitiços

– E o que ele queria? - dizia Fred á meu lado.

–Ja disse, depois eu explico!

–Então, balancem as suas varinhas quando disserem "reducto". - dizia o professor Flitwick.

Olhei para o pequeno objeto na minha mesa, me concentrei e disse "reducto" balançando a minha varinha.

A pequena caixinha preta de plástico quebrou ao meio, fazendo um barulho.

Olhei em volta pela sala e percebi que a minha era a única que tinha quebrado, recebi mais 5 pontos para a Grifinória por isso.

–Como você conseguiu? - disse Neville á meu lado.

–Não sei. - dei de ombros.

Deu o horário e nós prosseguimos para a aula de História da Magia junto com a Corvinal.

Eu estava encostada numa parede, esperando o professor Binns abrir a porta, quando sinto Fred segurar a minha mão, olhei para cima, pro seu rosto e ele estava olhando para frente, com vergonha. Apertei sua mão com força, como quem diz "ei, eu gosto de você", espero que ele entenda.

– Posso te perguntar uma coisa? - disse ele, ainda sem olhar pra mim.

Meu coração foi a mil já.

–Pode.

– O que a Summer e a Mione tanto queriam? - agora ele me olhava.

Ah, que desagradavel...

Soltei uma risadinha lembrando da noite anterior.

–Nem era nada tão importante quanto elas disseram. É só que a Summer ta meio afim de uma pessoa..

–Ah, ja entendi.

–É, era meio bobinho, mas elas levaram bem a sério.

– E quem é o garoto? - disse ele.

–Desculpe, prometi a elas de que não iria contar. Mas é da sonserina.

A conversa acabou ali, pois o professor Binns nos mandou entrar.

Depois de um tempo, talvez uns 5 minutos de aula, Harry e Rony entram na sala correndo, ofegantes.

–Senhores Weasley e Potter, estão atrasados.

–Desculpe professor, eu me esqueci da pena e tive que voltar no dormitório para pegar.

–Sentem-se, e menos 3 pontos para a Grifinória, dos dois.

Ai, que idiotas, não acredito que perdemos 6 pontos por que Rony e Harry chegaram atrasados...

Sala Comunal da Grifinória

Eu ja havia contado aos gêmeos o que Dumbledore queria comigo, eles disseram um "eu avisei" bem na minha face.

Estávamos fazendo a tarefa de Transfiguração para o dia seguinte, quando Jorge levantou, dizendo "preciso ir no banheiro". Continuei escrevendo na folha de pergaminho, só faltava mais um cm e..Pronto.

–Acabei. - exclamei, relaxando no sofá.

Fred me olhava com um sorriso amarelo.

–Não! Fred Weasley! Você tem que começar a fazer o seu próprio dever de casa.

–Mas que droga, Madie. Está parecendo a Hermione. - disse ele, com cara de cu.

Eu ri, e nós ficamos num silêncio absoluto, exceto pela pena dele arranhando o pergaminho.

–Pronto, acabei. Aposto que o meu está melhor que o seu. - disse ele, depois de uns 2 minutos.

–Mas não mesmo. - eu disse, tentando pegar o trabalho de sua mão, mas ele esticou para longe de mim. - Me dá, deixa eu ver!

Nosso rosto estava próximo, não pude evitar fitar os seus olhos, eram tão verdes. Percebi aqueles olhos chegando cada vez mais perto dos meus, mais perto, mais perto..Até ficarem desfocados, então eu fechei os meus olhos, e senti a sua respiração acelerada sobre a minha.

E então, eu beijei Fred Weasley pela segunda vez.