O mundo dos Espectros escrita por Patucio


Capítulo 3
Aprendizado - Segunda Noite


Notas iniciais do capítulo

Oi pessoas, vou deixar avisado aqui: estarei postando um capítulo no maximo a cada semana, então até quarta que vem o capitulo 3 ira sair. Boa leitura e por favor, continuem me mandando maneiras de como melhorar meu modo de escrever ;)



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Issamu tinha 16 anos, não era tão alto (apesar de ser um dos mais altos de sua sala), tinha cabelos e olhos pretos. Era um simples estudante do 2º colegial. Ou era o que pensava até a ultima noite. Ele tinha a capacidade de entrar em mundo estranho durante algum tempo toda noite e era capaz de invocar um estranho braço gigantesco em seu auxílio. Ele não entendia como isso era possível e quando acordou, pensou por um instante que tinha sido um sonho, mas ao levantar e olhar na mesinha de cabeceira viu o endereço do rapaz loiro. Ele levantou e se trocou, desceu e deu bom dia para a mãe e para o pai, tomou café da manhã e saiu.

Incrivelmente, eram 10 e 30 quando ele saiu e se surpreendeu, ele nunca dormia até tarde mesmo quando não tinha aula. “Eu fiquei realmente exausto ontem pelo visto.”

Ele caminhou até o ponto de ônibus mais próximo e pegou um ônibus para Shibuya. Ele estava tão inquieto e ansioso que nem reparou quando chegou. Ele desceu e se viu na frente de uma mansão. “Ai meu Deus, aonde eu vim parar?”

Ele apertou a campainha e um mordomo apareceu à porta.

–Pois não? – O mordomo o estudou de cima a baixo.

– Ããã... Sou convidado do... - “Putz! Não sei o nome dele!”

–Nico! Pode deixar, ele é um amigo. – O rapaz loiro tinha aparecido.

– Se é assim. – O mordomo se virou e saiu.

– Tinha esquecido de me apresentar ontem, sou Hayabusa Yun. – E estendeu a mão para um aperto.

– Mamoru Issamu – Apertando de volta. Até que ele reparou. – Espera, Hayabusa? Do grande Hayabusa Matsuhiro? Um dos homens mais ricos do Japão todo?

– Bem, é. – Ele respondeu com simplicidade e com um sorriso. Aparentemente, o jeito playboy era apenas uma carapaça. – Vamos entrando.

Issamu passou pela porta e se surpreendeu, a casa era maior ainda por dentro. Candelabros em todos os cômodos da casa, vários mordomos e empregadas rondando o local. “Que incrível!” Issamu não parava de pensar.

– Vamos conversar no meu quarto, pelo visto aquela sua amiga bonitinha não quis vir. – Ele parecia desapontado.

– Não, a mãe a obrigou a arrumar o quarto dela, ela fez uma bagunça em tudo ao chegar na casa dela.

Ele riu. Ao chegarem à porta do quarto (que ficava no segundo andar), Yun abriu a porta e falou para Issamu se sentar no sofá. Issamu paralisou por alguns instantes ao ver o quarto, parecia um apartamento pequeno. Ele se sentou no sofá se sentindo desconfortável.

– Bem, vamos direto ao assunto. – O sorriso caloroso havia sumido, ele estava sério. – O que quer saber?

– O que houve ontem? – Issamu tinha preparado aquela pergunta tanto no caminho que nem sentiu nervoso ao fala-la.

– Bem, o que você presenciou ontem foi a Hora Negra. Ela ocorre todo dia entre a meia noite e a meia noite e um. Os únicos que a vivem são aqueles que têm espectros desenvolvidos, como nós dois. Pessoas comuns ficam “paralisadas” durante essa hora e nem reparam que algo ocorreu. Essas pessoas são portadoras do Espectro de Borracha, eles não têm forma e são facilmente manipulados, como viu ontem.

– Qual é o seu espectro? – Ele não conseguiu se refrear.

– Meu espectro é o Dragão.

– Uau.

– Voltando à pergunta anterior, quando entramos nessa Hora, nós perdemos nosso corpo, tudo o que resta é o espectro. Se nosso espectro morre, nós morremos.

– Espera!- Issamu ficou assustado. – Se nós morremos, quer dizer que aquelas pessoas de ontem...

– Não, elas têm os Espectros de Borracha, esses espectros não são ligados ao seu dono, eles simplesmente existem. Mas para nós, o espectro é parte de nós, então a regra se aplica apenas a alguém que “despertou” por falta de termo melhor.

– Ainda bem. – Ele relaxou no sofá.

– Hoje a noite eu irei te treinar, para que se acostume à Hora Negra.

– Como assim? Treinar-me para o que?

– Bem, por enquanto você não tem escolha, não tem a capacidade de resistir à Hora Negra, então terá que vivê-la todo dia. O melhor é eu te treinar para que não fique indefeso lá.

– Mas não é perigoso? Com aquele homem por ai me procurando e tudo mais.

– Não, nem um pouco, vou treina-lo em um ambiente controlado. Por favor, entrem. – E passaram pela porta três homens usando ternos e óculos brancos. – Esses são Ein, Zwei e Drei, eles têm a capacidade de criar uma barreira impenetrável durante a Hora Negra. Eles são trigêmeos e quando ocorre o nascimento de pessoas dessa forma, não necessariamente três, o espectro é divido. O espectro deles é o Espectro do Triangulo, enquanto estão na Hora Negra eles servem como delimitador para uma gigantesca barreira em forma de triangulo que impede qualquer coisa de entrar ou sair. Infelizmente essa habilidade precisa ser usada com cautela, pois se um deles morrer naquele mundo, os três morrerão.

– Estamos aqui para servir no treinamento de novos soldados, não ligamos de correr esse risco. – Os três falavam ao mesmo tempo, era até um pouco cômico.

– Muito bem então, eu irei te encontrar na sua casa um pouco antes da meia noite, tudo bem?

– Sim, estarei aguardando.

Quando deixou a casa descobriu que eram 13 horas e que estava faminto. Issamu parou numa pequena lanchonete que estava aberta e comeu um lanche ali mesmo. Issamu chegou em casa e ficou o tempo todo inquieto, não conseguia se distrair. Quando eram 20 horas Midori apareceu em sua casa e ele teve com o que se distrair até Yun chegar. Infelizmente, ela continuou com eles até a chegada dele.

– Ah! Pelo jeito você irá nos acompanhar? – Yun estava quase dando pulinhos de alegria ao ver Midori.

– Sim! E pode me chamar de Midori ok? Qualquer amigo do Issamu-kun é meu amigo! – Como sempre ela apresentava aquele sorriso cativante dela.

– Ok, pode deixar comigo Midori-san! – Yun estava maravilhado em poder chama-la assim. “A paixão esta no ar pelo visto” pensou Issamu.

Eles usaram outra festa que estava tendo como pretexto para despistar Midori. Quando faltavam 2 minutos eles correram embora da festa e esperaram. 5...4...3...2...1...

Havia começado, novamente a lua estava verde, ou pelo menos era o que Issamu achava que devia estar acontecendo. Uma enorme pirâmide de energia havia surgido em uma área ao redor da onde estavam.

– Então essa é a habilidade deles? Que incrível.

–Isso mesmo. Mas vamos focar no treino, temos apenas uma hora antes de voltarmos à realidade.

– Ok, vamos lá!

Os dois se afastaram um pouco e Yun começou a explicar:

– Para chamar seu espectro você precisa se concentrar, ontem ele veio por que você corria perigo extremo mas hoje você terá que chama-lo sozinho.

Issamu concordou com a cabeça e fechou os olhos para se concentrar. Demorou um tempo, mas Issamu reparou algo estranho em volta dele. Ao abrir os olhos viu que o braço havia voltado, mas dessa vez o esquerdo também apareceu.

– Uau!

– Muito bem, mas você ainda deve aprender a escolher quando invoca-los. Você se cansa demais mantendo eles aqui.

– Por enquanto fico feliz em trazê-los, depois me preocupo com controlar quando.

Mas após 10 minutos de treino em kung fu (Yun achava necessário aprender uma forma de combate marcial) Issamu já não aguentava mais. Ele caiu de joelhos e os braços sumiram.

– Viu só, se estivesse tendo que lutar de verdade estaria muito ferrado agora.

– Bem, eu não....me dou muito bem....com artes marciais de....ataque. Prefiro defesa. – Ele se levantou com um pouco de dificuldade.

– Defesa é? Deixe-me pensar...... – Ele estava com a mão no queixo e olhando meio para baixo, até que ele estralou os dedos. – Já sei! Vou te ensinar a lutar sumo.

– Sumo?

–Sim, sumo. Os seus braços são fortes e enormes, vão ser muito uteis nesse estilo de combate.

– Ok, vou estudar esse estilo e utiliza-lo. – Ele se curvou em respeito.

– Ei, não precisa se curvar. – Ele havia ficado sem jeito.

– Bem, é um costume meu. – Issamu disse rindo, mas logo parou. – O que é aquilo ali?

Yun olhou na direção que ele apontava e viu uma estranha aura verde dentro da barreira.

– Impossível, não havia mais ninguém a ponto de despertar nessa área. Vamos lá, precisamos ver quem é antes que o nosso tempo acabe.

Os dois saíram correndo, mas logo notaram que o tempo estava acabando. Eles começaram a desaparecer.

– Rápido! Esta quase acabando!

Eles chegaram à pessoa e durante dois segundos viram quem era. Uma garota sorridente, com um olhar meio bêbado. Gajiyo Midori estava rindo com um copo de cerveja na mão.

Quando voltaram, eles se entreolharam. Em outro ponto da cidade, um homem de terno preto sorria. Abarai havia encontrado um novo alvo.


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