Já tem algumas semanas desde que chegamos a Atalaialeste do Mar mas foram raros os momentos em que não estava na companhia de minha mãe então achei melhor não escrever, duvido que minha mãe hesitaria em ler o conteúdo deste diário, ou de me repreender por algumas das coisas que aqui escrevi, então é melhor desse jeito.

Se servir de consolo muito pouco ocorreu desde a nossa chegada, minha mãe arranjou discussões com alguns dos homens da patrulha da noite que estavam presentes no castelo antes da nossa chegada, acho que ela esta irritada porque ela gostaria de ter ido para o castelo negro e se reunir com Melisandre e meu pai, mas principalmente Melisandre. As vezes eu acho que minha mãe a idolatra tanto quanto ela idolatra R’hollor, talvez até mais, quando ela acreditava nos sete ela nunca agiu com os sacerdotes e as septas do jeito que ela age com Melisandre.

Mas hoje algo legal aconteceu, minha mãe acabou indo em uma reunião com meu tio Axell e me deixou com Cara-Malhada apenas, e nós fomos no topo da Muralha. Ela alertou a todos os adultos que não me queria lá em cima por não considerar seguro, mas Cara-Malhada ou se esqueceu, ou não se importou com as ordens de minha mãe, eu sei que não é bom desrespeitar minha mãe, mas eu não sabia se teria outra chance, e já pensou chegar tão perto e não ver aquilo, seria crueldade comigo mesma. E realmente foi incrível, a neve que aparenta ser sem fim e o mar que está quase congelando. Eu já procurei nos livros sobre o que há do outro lado, mas tudo que achei foram descrições vagas sobre tribos e lendas, é estranho que tenhamos mapas completos de Essos que fica do outro lado do mar mas dessa terra conectada a nossa hajam tão poucas informações. Se eu não fosse uma princesa eu acho que eu gostaria de ser uma exploradora, é meio tolo pensar nessas possibilidades que nunca vão ocorrer mas ali em cima da muralha olhando para aquela imensidão eu me permiti sonhar um pouco com isso.