—Hermione, eu estive pensando e....Ai meu Mérlin! Desculpe, eu não queria atrapalhar, sério mesmo! Eu volto outra hora.

—Não, Gina. –interrompo a ruiva que entra na sala, quebrando o contanto visual que ainda mantinha com Harry. –Não está atrapalhando nada, nós só estávamos...

—Fazendo pizza! –Harry completa, sorrindo.

—Ah... Tudo bem... –ela vem até a cozinha, me cumprimentando com um abraço.

—Eu até te abraçaria de volta, mas..-digo, mostrando as mãos brancas de farinha.

—Tudo bem. –ela olha para nós, parecendo maliciosa. –E como foi a noite?

—Normal. –digo rapidamente, antes de Harry pudesse dizer qualquer coisa, e percebo que ele me olha com a sobrancelha arqueada.

—Não tentaram se matar? –ela me pareceu incrédula por instantes. –De nada. –sorri satisfeita.

Apenas reviro os olhos e ajudo o moreno com a massa, colocando-a na forma, enquanto ele tentava ligar o forno.

—Hermione, essa coisa não está ligando! –ele exclama, me lembrando Teddy quando emburrado.

—Você está girando o botão errado. –comento, indo até ele. –Viu?

—E o que eu estava fazendo?

—Estava querendo liga-lo na temperatura, que por acaso, já está ajustada! – me viro para ele, e estamos próximos demais mais uma vez. Lembro de que Gina está ali, observando tudo, e me afasto tentando parecer indiferente. –Agora é só esperar ela ficar pronta!

—Certo. O banheiro...

—Lá em cima, na primeira porta à direita. –digo.

Assim que Harry está fora do alcance, Gina me olha.

—Só fazendo pizza? –seu olhar transmite malícia, e logo desvio meus olhos dela.

—Sim, apenas isso. –guardo os ingredientes e jogo as coisas na pia.

—Então por que estavam quase se beijando quando eu cheguei aqui?

—Nós.. nós não íamos nos beijar. –digo, querendo desviar o assunto.

—Eu não acredito! Eu atrapalhei vocês dois! Ai meu Mérlin! Eu vou embora! –ela começou a caminhar de um lado para outro. –Se eu tivesse vindo aqui, vocês poderiam ter se beijado, e voltado a namorar, e ter casado n’A Toca, depois de um tempo, e ter três filhos juntos, e ser felizes para sempre, mas não! Eu tive que aparecer! Desculpe Mione, mesmo.

—Gina você está sonhando demais. Nós não teríamos feito nada disso, okay? – tento convencer a mim mesma de que o que digo é verdadeiro.

—Hermione, é claro que sim! Vocês quase se beijaram agora!

—Nós não fizemos nada! E que tal me ajudar com isso? –pergunto, me virando para a pia.

Ela revira os olhos e me ajuda com a louça, mas sei que a ruiva ainda não esqueceu o assunto.

*** *** *** *** ***

—Tem certeza que não quer ficar? –pergunto mais uma vez.

—Sim, obrigada. –ele sorri.

—Só acho injusto você ter me ajudado a fazer a pizza e não comer nenhum pedaço. –caminho com ele até o portão, já que segundo Harry, ‘’seria estranho para meus vizinhos trouxas ele chegar pela porta da frente e nunca mais sair’’.

—Fica para a próxima. Mas nessa, espero não ter que te levar para o hospital. –rimos, e olho para ele.

—Obrigada.

—Não tem porque agradecer.

—Mesmo assim...

—Tudo bem. Então, até logo Hermione.

Me aproximo dele, e deposito um beijo em seu rosto.

—Até logo, Harry.

Volto para dentro de casa assim que ele dobra a esquina, e vou até a cozinha, onde Gina já rouba um pedaço da pizza no balcão.

—Achei que demoraria mais. –comenta.

—Calada. –pego uma fatia e começo a comer, sem olhar para a ruiva, se sorria pela cena no portão.

—Você vai lá em casa no sábado, não é? –pergunta Gina, depois de um tempo em silêncio, suas pernas atiradas no sofá.

—Sábado? –minha voz expressa um tanto de confusão.

—Sim. Mamãe quer vocês todos lá.

—Na sua casa ou n’A Toca?

—Você entendeu, Mione. –ela me olha, quase revirando os olhos.

—Sim, sim. Mas, por que não? –respondo, rindo da expressão da ruiva.

—Ótimo. –ela sorri satisfeita. –Bom, já está tarde, e acho melhor ir.

Nos despedimos, e a ruiva aparata, me deixando sozinha mais uma vez.

Subo para o quarto, me atirando na cama. Fico lá por alguns instantes, até finalmente ceder e ir ao banheiro, tomando um banho quente. Visto a calça cinza do pijama que ainda é grande e me deito sob várias camadas de cobertas, adormecendo logo em seguida.

******** ****** ******* **** ***

A semana havia se passado extremamente rápido, e o sábado havia chegado.

Passei grande parte dele arrumando a casa, que estava um tanto bagunçada, e com vários papéis espalhados. Era um fim de tarde consideravelmente agradável, a temperatura não passava dos 10ºC, mas era extremamente bom o clima que se estabelecia ao redor.

Eram quase seis da tarde quando subi me arrumar, vestindo roupas um tanto mais quentes do que aquelas que vestia. Quando consegui prender alguns fios insistentes do cabelo, guardei a varinha em um bolso do casaco e aparatei para a casa, onde fui recebida por um ser não tão pequeno de cabelos incrivelmente azuis.

—Tia Hermione!

—Olá Teddy. –sorrio, pegando o pequeno no colo, enquanto ele me abraçava. –Como vai?

—Bem. Tio Harry não disse que você estaria aqui...

—E isso é ruim? –pergunto, soltando-o no chão.

—Não. –ele sorri e corre para onde está Victorie. Incrível como eles não se separam...

—Olá, senhora Weasley. –cumprimento a senhora que vem me receber, sorrindo.

—Hermione! Como está, querida?

—Bem, e a senhora?

—Ótima. –ela sorri, caminhando comigo até o jardim, onde estavam todos. Cumprimento Gina e Luna com um abraço, já que elas vem até mim. Aceno com a cabeça para Dino e Neville, que estava ali com Harry, Ron e Suzana. Sorrio para os Weasley’s e entro novamente com as meninas, que ajudam a senhora na cozinha.

Depois do magnífico jantar, assistimos um filme no aparelho que o Sr. Weasley ainda guardava, para lembrar os velhos tempos. Era bom, apesar de ser quase sem sentido algum. Teddy dormia em meus braços, e eu senti pena quando chegou a hora de acordá-lo, mas Harry fez mesmo assim.

—Hey, campeão, hora de ir para casa.

—A tia Mione pode ir com nós? –o pequeno perguntou, sonolento. –Eu gosto quando ela está com nós.

—Teddy, acho melhor..

—Claro. –interrompo Harry, mesmo sabendo que vou me arrepender completamente depois. –Eu vou com vocês.

Nos despedimos de todos e aparatamos para o Largo Grimmauld, que continuava igual a dois anos atrás.

Harry levou Teddy para o quarto onde ele costumava dormir, e os segui, relembrando –mesmo sem querer –o que havíamos passado aqui.

—Vocês podem dormir comigo? –pergunta o pequeno, assim que deita na cama. –Eu não quero mais ter pesadelos, e eu não tinha pesadelos quando dormia com vocês.

Troco um olhar com Harry e me viro para o pequeno. Sorrio fracamente e vou até a cama, beijando o topo de sua cabeça. Sento-me na ponta da cama e tiro as botas, deixando-as num canto do quarto, e me deito, sendo seguida por um moreno, que apaga as luzes ao deitar. Sussurro um ‘’boa noite’’ aos dois e fecho os olhos, sentindo o perfume de Harry no travesseiro.