Quando O Vento Selvagem Sopra. escrita por Anna


Capítulo 39
Trinta e Nove


Notas iniciais do capítulo

Olá, olá. Como estão? Espero que gostem do capítulo, porque as revelações começam agora.
Boa leitura! E comentem. =33
(P.S. Gostaram da capa nova? )



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Harry e eu estamos separados há dois anos.

Não o vejo desde o dia em que reencontrei Anthony, o mesmo dia que o vi com Anges no parque.

Tento não pensar nele, mesmo com os sonhos que tenho. Sonhos que tenho todas as noites com os olhos verdes que tanto me assombram.

É sábado, e estou na cozinha, terminando de comer meu almoço improvisado, enquanto divido minha atenção com um livro. Quando finalmente termino de comer, fecho o livro, marcando suas páginas com o bilhete de Suzana. Me levanto e tiro a louça da mesa, lavando-a.

Depois que terminei de lavar a louça, tomei um banho e me arrumei, vestindo uma camisa, calça jeans mais justa e um sapato de salto. Prendi meus cabelos em uma trança embutida, peguei o presente e saí.

Aparatei diretamente n’ A Toca, encontrando Suzana e Gina no quarto de Rony, tentando vestir o tênis no pequeno ruivo, enquanto ele mesmo fazia alguns brinquedos flutuarem pelo quarto.

—Olá, meninas. Como vão?

—Olá, Hermione. Há quanto tempo. –cumprimenta Suzana, sorrindo.

—Já fazem alguns meses- forcei um sorriso e a ajudei a colocar o tênis no garoto, que agora ria por me ver. Ficamos no quarto por mais alguns minutos, agora, as meninas se arrumando. Quando elas terminam, já está na hora da festa do pequeno Jonathan, que completa dois anos hoje.

Vamos para o quintal d’ A Toca, onde pego meu afilhado no colo, cumprimentado a todos. Depois de algum tempo, vejoi Harry. Ele vestia uma camisa normal, calça jeans e tênis, o que o deixava bonito. Não que eu fosse admitir isso para alguém, não queria o fazer nem para mim mesma, mas era a verdade.

Respirei fundo e, depois de um tempo, me aproximei dele, que sorriu fraco quando me viu.

—Olá, Harry.

—Olá, Hermione. Como vai?

—Bem, obrigada. E você?

—Indo. Muito trabalho no Ministério? Não te vi mais por lá.

—Ah, um pouco. Eu não saio muito do escritório..

—Ah, explicado. –ele sorri, sem jeito, enquanto brincava com Jonathan.

— Sim, mas o que acha de acharmos Rony ? Jonathan está ficando pesado aqui. –digo, evitando que ele me olhe nos olhos.

—Quer que eu o leve?- Harry se aproximou e pegou o pequeno, fazendo nossos corpos se tocarem, me causando um arrepio.

Desviei o olhar e demos uma volta com o menino, que puxava o cabelo de Harry a cada cinco segundos. Depois de algum tempo, o pequeno encontrou alguns amigos, que o convidaram para brincar, me deixando sozinha com Harry.

Ficamos em silêncio por um tempo até que ele se pronunciasse.

—Então, ahn, eu sei que já faz um tempo que não nos falamos direito, mas o que acha de sairmos para conversar, ahn, hoje a noite, depois da festa? Quer dizer, como... amigos, e...

—Claro, ahn, porque não? –respondo, depois de uma breve batalha mental.

—Ah, okay.

—Okay. – ele sorriu, dessa vez, com aquele sorriso de antigamente, quando aprontava algo, ou pensava em bobagens.

—Não foi o que eu quis dizer.- disse eu, rapidamente.

—Eu não falei nada. –o sorriso dele ficou ainda maior.

—Mas pensou. Foi um okay normal. Não um okay... ‘’okay’’, do tipo do livro.

—Tudo bem.

— Não se preocupe, você saberia se tivesse sido um flerte.

—Está cogitando esta possibilidade?

Revirei os olhos rindo e o empurrei de leve.

—Vou considerar isso um sim. –riu ele.

Fiquei com Harry até cantarmos os parabéns, então fui me sentar com os Weasley e Luna, que sorriram para mim de uma maneira diferente assim que me sentei.

A festa durou até o fim da tarde, quando os últimos convidados foram para casa. Resolvi ajudar Su com tudo, já que Jonathan estava com a corda toda. Fiquei com ele por um tempo, arrumando seus presentes, enquanto ele brincava com algo que não consegui identificar.

Depois de uma meia hora brincando com Jonny, que era como Rony o chamava, a Sra. Weasley veio até o quarto, me avisando que já tinham terminado, e que Harry me esperava lá fora. Me despedi dela e fui para a sala, onde encontrei o moreno conversando com Gina, quase aos sussurros. Por mais errado que isso fosse, fiquei ali, ao lado da escada, escutando sobre o que eles falavam.

—Harry, você não pode continuar com isso.

—Não vamos falar disso aqui, Gina. A Hermione pode descer a qualquer momento.

—Mas..

—Depois nós conversamos.

—Olá. –digo, aparecendo enfim, fingindo não saber de nada.

—Oi, Hermione. – Gina cumprimenta, passando por mim. –Juízo, ein?! –ela pisca o olho, e reviro os olhos, me virando para Harry. Nossos olhares se encontraram e ruborizo um pouco, caminhando até a porta, seguida pelo moreno.

Saímos e aparatamos em um café, onde ficamos conversando por um tempo. O lugar era pequeno, e me lembrava ligeiramente o Três Vassouras, o que me fez sentir saudades dos passeios de Hogsmeade. Saudade de tempos passados.

Pela primeira vez desde o acontecido, nós conversamos normalmente, ou tão normalmente quanto poderíamos. Me dou conta que está tarde somente quando os últimos clientes presentes ali conosco vão embora também.

—Bom, Harry. Já está ficando tarde e acho melhor ir, tenho algumas coisas para organizar ainda...

—Certo. Quer que eu te acompanhe até em casa? –pergunta ele.

—Não precisa. Obrigada.

— Certo.

—Bem, então, boa noite, Harry.

—Boa noite, Hermione. Nos vemos por ai, eu acho .

—Claro. É, boa sorte com os meninos novos.

—Obrigada. Boa sorte com as reuniões.

—Obrigada.

—Certo.

— É. Então, até mais.

—Até mais.

Sorri e fui em direção da porta, tentando não perceber o olhar que me seguia, e sabia que se olhasse, aqueles olhos verdes não me deixariam sair dali nunca mais.

Aparatei direto em meu quarto e tomei um banho longo, vesti meu pijama e me deitei, apenas para rolar na cama, pensando no que aconteceu durante o dia.

Eu sabia que o que ele tinha feito não era fácil de perdoar, mas não morreria por deixar que voltássemos a ser amigos, porque, afinal, eu sentia muita falta dele, mesmo que negasse até a morte a qualquer um que perguntasse.

Depois de uma hora e meia absorta em meus pensamentos, desci até a cozinha tomar um copo de água, para ver se conseguia dormir melhor.

Deitei novamente, e, já de madrugada, consigo pegar no sono.

Acordo cedo na manhã seguinte, os raios de sol batendo em meu rosto, graças a cortina entreaberta. Me levanto bocejando, e vou até a janela, fechando as cortinas.

Tomo um banho gelado, que me desperta completamente, e me visto. Desço até a cozinha secando os cabelos com uma toalha, e encontro dois papéis em cima da mesa da cozinha.

O primeiro, da Senhora Weasley, me convidando para passar o dia com eles, já que a família estava reunida em sua casa. O segundo, algo que não quero me lembrar tão cedo.

‘’Não achou que eu tivesse te esquecido, não é? Acho bom você saber que estou mais perto do que imagina, meu amor. Eu continuaria longe dele, já que nosso trato ainda está valendo.

s.’’

Amasso o papel e jogo na lixeira mais próxima, suspirando. Eu não pensava mais nesse ‘S’ há muito tempo, desde que havia recebido o último bilhete. Balanço a cabeça e volto ao meu quarto, colocando uma roupa mais decente, jogando o pijama na cama recém feita. Visto um moletom por cima da camiseta, pego minha varinha e aparato no jardim d’ A Toca, que está vazio.

Resolvo entrar pela cozinha, onde Harry e Gina conversavam.

—Harry, quando você vai falar para Hermione? –indagava a ruiva, olhando-o furiosa.

—Ela não precisa saber disso tão logo, Gina. –ele responde, sem olhá-la.

—Ela não precisa? Harry, vocês não estão mais juntos por culpa disso! Como pode pensar assim? Não quer que ela saiba da verdade? Não quer que vocês se resolvam de uma vez?

—É claro que quero, Gina. É o que eu mais quero, mas não posso falar para ela. Você conhece a Hermione. Ela iria se culpar e..

—Por que ela se culparia, Harry? –pergunta a garota, mostrando-se indignada.

—Por não me ouvir quando tentei falar com ela.

—E você tentou falar a verdade? Você tentou falar isso para ela ontem à noite, quando vocês saíram sozinhos? Eu acho que não. –Gina suspira. –Ela não teria porque se culpar, Harry. Fale com ela.

—Eu não posso, Gina. Não quero que ela sofra ainda mais. –responde Harry, passando a mão nos cabelos.

—Harry, vocês não podem ficar separados por causa dela. Não por isso. Conte a verdade. Fale que Anges armou pra cima de vocês dois, que isso tudo era planejado. A Hermione pode até ser cabeça dura, mas isso ela vai ter que aceitar.

—Quem sabe eu tente mais tarde.

—Harry, ela vai descobrir, uma hora ou outra. Não deixe que a armação de Anges atrapalhe vocês dois.

Ele sorri fraco, creio eu que cogitando a ideia de Gina.

—Hemione, querida, como está? –a Sra. Weasley chega na cozinha, assustando os dois, que se viram para mim.

Sinto meus olhos se encherem de lágrimas de dou um passo para trás, saindo da casa, ignorando os gritos, que chamam meu nome.

Aparato para a praça perto de minha casa, e me sento em um banco em frente a praça, onde crianças brincavam. Deixo que algumas lágrimas caiam sobre meu colo, minha mente a mil por hora.

Respiro fundo algumas vezes, e me levanto, caminhando por entre as árvores. Eu precisava pensar.


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Notas finais do capítulo

E que comecem os jogos!!



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