Chegamos ao terreno abandonado aí pelas 9h30mim. Os ruivos e Harry logo subiram em suas vassouras e começaram o jogo. Já eu, sentei-me sob uma arvore. A neve já não caia com tanta frequência, e ali, apesar disso, era o único lugar que não estava branco.

O livro, chamado Fallen, conta a história de anjos caídos e um amor entre um deles e uma mortal. Um amor que, se conhecermos a história, nos faria invejar a protagonista. Quer dizer, acho que sim. Na minha opinião, apesar de tudo, ela não deveria ter ficado com o mocinho. Mas tudo bem. Eu já estava no final do livros, onde ( spoiler?!) uma das melhores amigas de Luce, a protagonista, morre e pelas mãos de alguém em que a menina confiava. Pode ter ideia de que isso mexeu comigo. Quer dizer, imaginei se fosse eu no lugar dela, perdendo um amigo. Acho que fiquei pensativa demais com essa história porque não vi Harry se aproximar e sentar ao meu lado.

–Mione, está tudo bem?- perguntou ele, me assustando.

–Ah, oi Harry. – respondi. – Ahn, está tudo bem sim. Porque a pergunta?

– Você está distante. Já faz algum tempo que estou sentado aqui, te chamando.

–Ah, me desculpe, Harry. Eu me distraí...

–Eu nem percebi. –ele riu, falhando seu olhar severo que tentava me lançar. –E o que te distraiu desse jeito ?

– O livro. –respondi.

– E eu posso saber o porquê?

Resolvi brincar um pouquinho.

– Sim, o garoto do livro.- respondi, fazendo Harry levantar uma sobrancelha. – Ele é tão lindo...

– Como sabe que ele é lindo, se você não o viu?- perguntou- me ele.

–Harry, eu não preciso vê-lo – disse- Só imaginá-lo .

–Mesmo? E como ele é?- perguntou ele.

– Lindo. – respondi.

Mas acho que a brincadeira acabou indo um pouco longe. Enquanto eu falava, folhei o livro em busca das características de um personagem, Cam , e estava marcando essa pagina com os dedos. Harry conseguiu marcar a mesma com seus próprios dedos e puxou o livro de mim, que não consegui impedi-lo.

–Harry, me devolve o livro- meio que me joguei nele para que não lesse. Claro que fosse outro momento, eu ficaria feliz por ele querer ler, mas a questão era que Cam me lembrava ele, quer dizer, os cabelos escuros e bagunçados, os olhos verdes... então é claro que eu não deixaria ele ler.

Mas, graças a Merlin, sempre podemos contar com Gina quando precisamos.

Acho que ela viu que eu não estava na melhor das situações ( sim, eu falei para ela sobre o livro. E sim, ela o leu.), e começou uma guerra de bolas de neve com os Weasley’s. E não demorou muito até que as bolas chegassem em nós, o que impediu Harry de continuar a ler.

Peguei o livro de suas mãos e joguei neve em seu rosto. Assim que o fiz, com o livro ainda em meus braços, corri para longe dele, o que não deu certo. Acho que fato dele ser jogador de quadribol ajuda em exercícios como correr, porque ele logo me alcançou.

Encontrei uma pedra, limpa e sem neve,e lá coloquei o livro, para fugir mais rapidamente, sem me preocupar em estraga-lo.

Continuamos brincando todos juntos, até que Harry, que me encurralou perto das arvores, me atingiu. Olhei para Gina, que entendeu, e distraiu todos, inclusive Harry. Enquanto isso, fiz algumas bolas de neve e atirei em Harry, quando ele se virou , e corri, arvores a dentro, sendo perseguida pelo moreno.

–Você não pode fugir para sempre, Mi.- disse ele, correndo.

– Quem disse isso?- me virei, correndo de costas alguns passos, e sorri.

–Eu. – e sumiu. Quer dizer, aparatou. Droga, Hermione, você ainda é uma bruxa, pensei comigo mesma, e, sim, apesar de não termos terminado Hogwarts ainda, erámos de maior, o que significava que poderíamos usar magia fora da escola.

Quando me virei, me deparei com Harry, algumas bolas de neve em seus braços, e ele as atirando em mim.

–E agora, como vai fugir??- perguntou ele enquanto eu ria e tentava me defender de seus ataques, e ele se aproximava de mim.

–Nunca duvide de mim, Potter. – disse eu, tentando não rir.- Eu sempre tenho um plano.

–Tem mesmo? – disse ele, segurando minha cintura, e se aproximando cada vez mais.

– Sempre. –e então deixei que ele se aproximasse o suficiente para sentir sua respiração. Quando nossos lábios estavam quase se tocando, joguei neve nele, o que o fez recuar, rindo, enquanto eu gargalhava, e voltava para os Weasley.

Peguei meu livro e, enquanto íamos em direção a Toca, ele se aproximou de mim, me abraçando por trás, sem que os ruivos vissem, e sussurrou no meu ouvido.

– Isso vai ter volta.- ele sorriu e me deu um beijo na bochecha, voltando ao lado de Ron, como se não tivesse acabado de me deixar arrepiada e me fazer sorrir feito boba.