Disenchanted escrita por Diana


Capítulo 19
XIX - Perdão


Notas iniciais do capítulo

Olá! É.. Dessa vez demorei um pouco mais pra atualizar. Desculpas! Obrigada pela paciência! ^^
Então, nesse capítulo Clarisse e Annabeth se enfrentam. Não no sentido literal da coisa, mas, mesmo assim... E Clarisse toma uma decisão cujas consequências poderão ser drásticas..

Betado pela senhorita With.
Boa leitura!



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XIX

Perdão

Durante aquele dia, os campistas estavam se organizando para a captura da bandeira. O chalé de Atena acolheu Annabeth, como o esperado. Ela havia se aliado a Hermes, a Deméter e a Apolo.

Silena obrigou o chalé de Afrodite a ficar do meu lado. Também se aliaram a mim os chalés de Dionísio e Hefesto. Como muitos campistas estavam fora naquela época do ano, o jogo não parecia que seria muito demorado.

Assim que a noite começou a cair, nos dirigimos para nossos postos. Dessa vez, ia atrás da bandeira. Ou fingiria ir. Não estava a fim de participar daquele jogo. Iria fingir participar e depois voltaria para o chalé de Ares.

Passados uns quinze minutos após o início do jogo, me dirigi silenciosamente até a área dos chalés. Tive de evitar um campista ou outro e, claro, entrar em combate com alguns ‘inimigos’, mas nada que fosse um grande problema.

Quando cheguei ao chalé de Ares, retirei meu elmo e o peitoral de bronze. Fui para o meu quarto e retirei o resto da armadura. Foi quando percebi que não estava sozinha. Pelo espelho, pude ver Annabeth recostada à parede do meu quarto segurando seu boné dos Yankees.

– Então... – Virei-me para ela vestindo uma camiseta. – A captura da bandeira é uma tradição quando as caçadoras vem ao Acampamento. – Repeti as palavras de Quíron num tom jocoso.

– Você deveria estar lá fora. – Ela grunhiu e eu sorri ironicamente.

– Você fala como se também não tivesse que estar lá. – Vi Annabeth se aproximado perigosamente de mim.

– Meu objetivo não é uma bandeira. – Ela sussurrou em meu ouvido. – Você sabe muito bem disso.

Não agüentei e ataquei seus lábios. A verdade é que os beijos dela pareciam curar todo o estrago que ela havia feito antes. Explorei sua boca com minha língua, arrancando gemidos abafados dela.

Urgente, Annabeth arrancou a camiseta que eu havia acabado de vestir. Senti suas mãos explorarem meus ombros e abdômen. Imprensei ela contra a parede e, abandonando sua boca, fiz um rastro molhado até a base de seu pescoço. Ela se contorcia e apertava meus braços.

– Clarisse, eu te amo tanto. – Ela disse, com a voz fraca e inebriada. Do fundo do meu coração, eu quis acreditar nela. Quis acreditar que estava tudo bem entre nós, que nada daquilo tinha acontecido.

Guiei-a até minha cama. A pele dela parecia ter uma espécie de néctar, me sentia incapaz de deixá-la. Impaciente retirei a calça que ela usava. Queria amá-la uma última vez. Sim, eu sabia que provavelmente seria uma última vez.

Explorei seu corpo com minhas mãos e minha boca. Arranquei gemidos longos e tímidos. Brinquei com ela até me satisfazer. Por fim, ela se abriu para mim. Implorou por mim. E eu, mais uma vez, cedi.

Afundei-me nela. Sentindo sua umidade e desejo. Sentia ela pulsar e se contorcer sob meu corpo. Sentia suas unhas afundarem em minhas costas. E ouvia cada sussurro, cada gemido de prazer que ela, deliberadamente, jogava em meus ouvidos.

Deixei meus dedos serem guiados para dentro dela. Mordi seu pescoço e colo enquanto a amava. Sentia ela se comprimir contra meus dedos, apertando-os ainda mais, mantendo-nos unidas. E cada vez os sons que saiam de seus lábios faziam meu sangue arder sob a pele.

Por fim, ela explodiu. Seu corpo se arqueou na minha direção. Era a coisa mais bela que já havia presenciado. O suor lhe escorrendo, magnânimo, os olhos cinzentos, enevoados e chorosos, e seu corpo, domado sob meus carinhos. Aos poucos deixei meu peso cair na cama e Annabeth recostou a cabeça em meu peito.

Acariciei os fios loiros, saboreando o cheiro suave que vinha deles. Aos poucos, Annabeth adormeceu. Eu queria fazer o mesmo, mas não consegui. Não consegui, pois havia culpa me invadindo.

Era verdade que eu tinha raiva dela, mas não era só dela. Era de mim também. Eu não conseguia perdoá-la ainda. Durante aquele momento, perdi a conta de quantas vezes Annabeth sussurrou que me amava, e eu não respondi uma vez sequer.

Não era porque não a amava. Era porque ainda doía dizer essas palavras. Cuidadosamente, saí do abraço de Annabeth e me vesti. A captura da bandeira ainda estava rolando. Queria sair do chalé de Ares, mas não poderia deixar Annabeth jogada na minha cama.

Por mais que a perspectiva de uma certa vingança me agradasse, a imagem dela sendo exposta assim não me agradou. Eu não era tão ruim assim, por mais que ela merecesse. E tinha um senso de honra a zelar.

Enrolei-a com o lençol e pus seu boné, deixando ambas invisíveis. Peguei-a no colo e levei-a até o chalé 8 e a depositei numa das camas. Acariciei algumas mechas loiras e dei-lhe um beijo na testa. Era uma espécie de adeus. Só que eu não sabia.

Já ia saindo do quarto quando a voz de Annabeth me assustou:

– Então é assim que você pretende me deixar? –Me virei a tempo de ver ela voltando a se deitar, escondendo o rosto entre os travesseiros.

– Não é assim, Annie. – Me sentei na beirada da cama e Annabeth resolveu ceder e deitou a cabeça no meu colo.

– Não me deixe, Clarisse. – Ela sussurrou. – Pelo menos essa noite, não me deixe.

Senti meu peito se apertar. A tristeza parecia consumir Annabeth. E aquilo me derrotou. Aos poucos, deixei meu corpo cair na cama ao lado do dela, entretanto, o sono não me vinha.

Acho que tinha medo de dormir e acordar sem ela. Se ela estava realmente disposta a consertar tudo, que assim o fosse. A questão é que, agora, nem mais raiva eu conseguia sentir. O que havia em mim, e por mais que não quisesse admitir, era puro medo. Por fim, o cansaço me venceu e adormeci ao lado de Annabeth.

Entretanto, a manhã seguinte me fez perceber que meus medos não eram injustificados. Mais uma vez, acordei sozinha. Levantei-me ainda meio atônita. Eu sinceramente não consegui entender Annabeth. Resquícios de raiva tentaram me preencher. Não deixei. Era hora de seguir, de esquecê-la. Annabeth seria, a partir de agora, uma memória ruim.

Entretanto, uma onda de alívio e esperança me veio quando a porta do quarto se abriu e uma figura loira se revelou. Era Annabeth carregando um cesto. Me perguntei o que era aquilo, mas deixei ela se aproximar. Ela tinha um sorriso bonito desenhado no rosto que me fez sorrir também. Fazia meses que não sorria verdadeiramente.

– Bom dia. – Ela se inclinou na cama e me deu um beijo casto nos lábios. Só aquele leve contato fez meu corpo estremecer. – Com fome? – Ela perguntou e me estendeu a cesta. Havia frutas, pães e alguns doces.

– Como? – Perguntei, a olhando nos olhos. Eu estava me rendendo, mas algo em mim sabia que tinha alguma coisa fora do lugar.

– Dei um jeito de entrar escondida na cozinha... – Ela sorriu e me beijou mais uma vez.

– Filha de Hermes. – Resmunguei entre o beijo e ela me deu um beliscão no braço.

Annabeth se debruçou na cama me levando junto. Ela se deitou em cima de mim, acolhendo suas pernas entre as minhas e prendendo minhas mãos com as suas. Lentamente, ela deixou seus olhos cinzentos domarem os meus. Acho que ela estava tentando me ler, me estudar.

Ficamos um bom tempo assim. E eu me sentia exatamente o que estava sendo naquele momento: Uma prisioneira. Prisioneira dela. Como se decidisse alguma coisa, Annabeth cortou a distância entre nós e prendeu-me com seus lábios.

Trocamos o beijo mais calmo que eu já tive. Ela explorava minha boca com suavidade enquanto minhas mãos continuavam presas. Não tinha a mínima vontade de me soltar.

Annabeth largou meus lábios para me lançar um olhar febril. Seus cabelos loiros já bagunçados e seus lábios vermelhos e inchados.

– Eu senti tanto a sua falta, Clarisse. – Ela confessou e deitou-se em meu peito. O corpo dela parecia ter sido feito para se encaixar ao meu.

Aos poucos, ela soltou minhas mãos e me abraçou. Timidamente, deixei meus braços envolverem-na. Não havia a mínima distância entre nós. Eu podia sentir o coração dela bater acelerado perto do meu. Pareciam tambores de guerra para mim.

– Clarisse? – Ela me chamou. Apenas grunhi. – Você... –Ela demorou um tempo para voltar a falar. Parecia estar juntando coragem.

– Eu? .... – Tentei encorajá-la

– Você ainda me ama? – Ela perguntou com a voz triste. E daquela vez foi a minha vez de ficar em silêncio. Não sabia o que responder.

Diante meu silêncio, Annabeth apenas se agarrou mais a mim e começou a chorar. E, por dentro, eu me quebrava aos poucos. Apenas a apertei dentro do meu abraço e deixei suas lágrimas encharcarem minha blusa.

Adormeci e, quando acordei pela segunda vez naquela manhã, Annabeth tinha partido outra vez. Decidi me recompor. Ou recompor o que sobrou de mim há três meses atrás. Tomei uma decisão. Uma decisão que me faria esquecer e odiar Annabeth de uma vez por todas. E que, se não o fizesse, pelo menos me manteria afastada dela.


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Notas finais do capítulo

Bora pro review?
Beijos!