Disenchanted escrita por Diana


Capítulo 18
XVIII - Raiva


Notas iniciais do capítulo

Olá, pessoas!

Como foi o feriado? Aposto que se empanturraram de chocolate!
Bom, consegui escrever mais esse capítulo! Então, posso dizer que ele rendeu, kkkk
Então, onde estávamos? Ah, sim..
Annie virou caçadora.. E tem um monte de gente querendo me mandar pro Tártaro por causa disso... Não adianta disfarçarem!
Mas, então...
Nesse capítulo, saberemos como nossa esquentadinha favorita está lidando com isso!

No mais, boa leitura!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/451683/chapter/18

XVIII

Raiva

“ E essa é uma conversa que

Não posso ter essa noite”

(No light, no light. Florence and the machine)

Estava realizando a patrulha em torno das barreiras do Acampamento aquela noite. Já fazia três meses que Annabeth tinha se tornado uma caçadora. Às vezes, eu sentia tristeza. Às vezes, sentia uma raiva imensa dela. E sentia mais raiva ainda quando me lembrava dela, pois isso trazia lágrimas aos meus olhos. Ao meu ver, ela tinha me trocado por uma vida imortal ao lado de Thalia. Nunca reprimi tanto choro quanto nesses últimos meses. E eu culpava Annabeth por isso. E eu queria ter a chance de me vingar dela por isso.

Fui tirada de meus devaneios por um novato do chalé de Atena. Bufei. Até nisso dou sorte. Estava patrulhando a barreira com uns campistas de Atena. Ficava difícil esquecer Annabeth assim.

– O que você quer, novato? – Rosnei para ele, o assustando um pouco.

– Temos uma garota estranha querendo entrar no Acampamento, senhora.

– Garota estranha? – Peguei minha lança e fui com ele ver o que estava acontecendo.

Quando cheguei perto do rio que fazia fronteira com o Acampamento, vi uma garota de costas. Ela tinha cabelos longos e loiros e carregava um arco e flecha. Não pude deixar de notar o brilho prateado correndo por ela. Certamente, era uma caçadora. Uma esperança louca começou a crescer dentro de mim, bem como um ressentimento enorme, mas fui obrigada a reprimi-los.

Ao ouvir passos se aproximando, a garota se virou vagarosamente e eu pude reconhecer aqueles olhos cinzentos que tanto me fizeram sofrer. Para minha tristeza, era realmente Annabeth quem estava ali. Meu coração, idiota, queria pular pra fora do peito. Tive ímpetos de correr para abraçá-la, mas, graças aos deuses, meu orgulho me segurou.

– Caçadora. – Consegui dizer com toda frieza em minha voz. Annabeth apenas me encarou com olhar. Havia muito lá, mas eu estava cansada. Me virei para o novato. – Leve a caçadora para a Casa Grande e depois ao chalé 8. Chalé 8, não chalé 6. 6 é demasiado perto do 5.

Disse alto para Annabeth ouvir. Vi que ela ficou incomodada e sorri, me afastando. Foi quando ouvi sua voz fraca.

– Clarisse, por favor... – Cerrei meus pulsos. Fechei meus olhos. Tentei de toda maneira ignorar, mas não consegui. No final, ela ainda tinha poder sobre mim.

– O quê? – Me virei para ela de má vontade. Não podia deixar ela perceber que ainda me importava com ela.

– Quero... – Annabeth respirou fundo. Percebi que ela também estava lutando com as lágrimas. – Preciso conversar com você.

– Você passou três meses sem precisar conversar comigo. Não sei o que há de tão importante agora para me dizer. – Disse, mas ela não deu sinais de que iria desistir. Suspirei e disse ao garoto para ir embora. – Então, estou ouvindo.

– Poderia vir comigo? – Ela pediu com a voz triste e eu senti uma pontada de culpa. Fiz o que ela me pediu.

Percebi para onde estava sendo levada. Para ‘minha árvore’, para ‘Ítaca’. No caminho, Annabeth tentou segurar minha mão, mas eu não deixei. Eu tinha de me manter sóbria e ela me inebriava.

Quando ela finalmente decidiu parar, eu me pus a uma boa distância dela. Annabeth ficou apenas encarando o nada, de costas para mim, enquanto eu tentava colocar meus pensamentos em ordem, sem sucesso. A verdade é que eu queria gritar com ela, queria dizer palavras rudes, queria dizer que ela não significou nada para mim, mas eu sabia que não ia conseguir.

–Meu tempo está passando, Chase. Tenho que voltar à patrulha. – Disse rudemente e ela finalmente se virou para mim. – Não sou imortal como você. Ou Thalia. – Acrescentei.

– Clarisse, eu.... Eu sinto muito. Por tudo. – Eu vi ela quebrar. Vi suas lágrimas caírem abertamente e pude sentir algumas tentarem sair de dentro de mim. Mas eu estava disposta a me manter forte.

– Sente mesmo? Você me traiu, Annabeth! – Não ia cair naquela. Ela estava querendo se tornar uma caçadora bem antes daquele dia no Olimpo. – O que eu te fiz? Te tratei tão mal assim? Alguma vez você sentiu o mesmo por mim?

– Não é isso! – Ela gritou comigo. Pude ver a centelha do que era a verdadeira filha de uma deusa guerreira quando ela aumentou sua voz e me olhou furiosamente. – Eu só não podia...

– Não podia o que? – Cortei-a. Minha raiva me domando novamente. – Você sequer olhou para trás aquele dia, Annabeth! Eu te gritei. Eu me humilhei para você na frente de todo o Olimpo!

– É com isso que você se preocupa? Seu orgulho?

– Não venha colocar a culpa em mim! Você fez sua escolha! A filha de Zeus e a imortalidade!

– Eu tentei te explicar!

– Você não me deve explicação! Não quis ouvi-las três meses atrás, não quero ouvi-las hoje.

– Eu tive medo, Clarisse! – Ela rugiu em desespero e dessa vez foi minha vez de quebrar. Não podia mais reter minhas lágrimas. Já estava sem fôlego para continuar aquela competição de gritos e choros. Um silêncio acolhedor nos encobriu.

– Medo de quê? – Perguntei mais calma. Deixei minha voz sair doce. Estava cansada de discutir com ela. Aquilo drenava minhas forças mais do que qualquer outra coisa.

– Atena... – Annabeth simplesmente sussurrou. – Tive medo de desagradá-la. Ela veio para mim em um sonho.

– Poderíamos ter lutado, Annabeth! – Rosnei com ela. – Sua mãe não ia te odiar para sempre.

– Eu sei. E é por isso que estou aqui. Resolvi-me com ela – Ela se aproximou de mim, me olhando com tristeza nos olhos. – Quero que você me perdoe.

– Não tenho que perdoar nada. – Virei meu rosto para o outro lado, o que veio a ser um erro, pois Annabeth aproveitou a deixa e me abraçou, apoiando a cabeça em meu ombro. Senti meu corpo tremer, reagir a isso e quase a abracei de volta.

– Se você estiver disposta a recomeçar, eu abro mão de meus votos.

Ouvi aquelas palavras, mas não acreditei nelas. A verdade era que eu estava confusa. Muito confusa. Queria odiar Annabeth, sabia que tinha todo direito do mundo de odiá-la. Mas, por outro lado, queria abraçá-la de volta e dizer que estava tudo bem.

– Eu... – Balbuciei e ela levantou os olhos cinzentos, esperançosos, para encontrarem os meus. – Sinto muito, Annabeth. Vou te levar até a Casa Grande.

Pela segunda vez naquela noite, vi Annabeth quebrar. E senti algo bom naquilo. Queria que ela sentisse a mesma dor que eu. Entretanto, me sentia um monstro, pois não queria machucá-la. Me perguntei se estava sendo infantil demais. Mas a verdade era que estava uma confusão dentro de mim.

Fui com ela até a Casa Grande onde Quíron a recebeu muito feliz. Eles conversaram por algum tempo até eu ser chamada na sala. Bufando fui ver o que eles queriam comigo.

– Clarisse, minha querida. – Quíron disse. Não gostei do tom de voz dele. Quíron era muito esperto e eu sabia que o que estava por vir dele não era algo muito confiável. – Poderia avisar sobre a captura da bandeira amanhã à noite?

– O quê? – Aquele centauro tinha enlouquecido de vez? Só haveria uma captura da bandeira semana que vem.

– Minha criança, é uma tradição sempre que as caçadoras visitam o Acampamento.

– Só vejo uma caçadora. – Respondi de supetão.

– Certamente, o chalé de Atena deve se aliar a sua antiga líder. – Quíron disse e nos dispensou. – Se possível, uma disputa entre o resto do Acampamento e os dois chalés dos deuses da guerra. – Percebi a artimanha de Quíron e não ia cair nela.

– Ares e Atena jamais dariam certo. – Disse, deixando implícito que não estava disposta a me relacionar com Annabeth.

Levei Annabeth até o chalé 8. No caminho, avisamos sobre a captura da bandeira. Alianças teriam de ser formadas rapidamente. Ia dar muita confusão, mas não estava muito animada com a perspectiva.

O chalé 8 era todo prateado e tinha algumas camas dispostas. Havia várias arcos decorando as paredes numa clara homenagem à deusa Ártemis. Era um local no mínimo solitário, mas era até aconchegante.

– É a primeira vez que tenho um chalé só para mim. – Annabeth meio que resmungou.

– Bom, deve ser legal. – Digo apenas, me esquecendo da raiva e do amor que sentia por ela naquele momento.

– É difícil passar certas noites sozinha. – Ela me disse e se aproximou de novo com um olhar bem sugestivo.

Percebi o que estava acontecendo quando senti seus lábios se chocarem com os meus. Meu peito se inundou de alívio. Fazia tanto tempo que não sentia aqueles lábios. Senti lágrimas escorrerem por meu rosto e briguei comigo por estar tão molenga.

Nosso beijo era urgente. Explorava a boca de Annabeth com vontade. Redescobrindo-a. Redescobrindo as curvas do corpo dela, o cheiro dos cabelos loiros. Annabeth mordeu meu lábio até tirar sangue e se dirigiu para meu pescoço. Eu podia sentir todo desejo dela também.

Mas algo em mim não poderia fazer aquilo. Algo em mim que ainda estava bem machucado e desapontado com ela. Juntei todas minhas forças e, a contragosto, a afastei. Annabeth me olhou confusa.

– Sinto muito, Chase. – Minha voz saiu rouca e enevoada pelo desejo. Eu queria muito ela. Só não a queria daquele jeito.

– Mas que droga, Clarisse! – Annabeth gritou, sua voz exprimindo desejo e frustração. – Eu estou tentando consertar as coisas entre nós!

– Não deveria ter estragado elas pra começo de conversa. – Resmunguei e me afastei dela antes que fizesse algo por impulso e piorasse a situação. Mas, antes de sair batendo a porta, me virei e disse – E não é uma noite de sexo que vai consertá-las.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

E então, o que acharam? Já sabem que aguardo os reviews, né?

Ah, pessoal, queria pedir um favorzão a vocês. Como o feriado rendeu, acabei fazendo uma one Piper/Reyna. Será que vocês iriam lá conferir? Segue o link:

http://fanfiction.com.br/historia/497971/Doce_retorno/

Beijos!



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Disenchanted" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.