A Filha de Zeus em Forks escrita por James Fernando


Capítulo 4
Capítulo 3: Edward Cullen


Notas iniciais do capítulo

Voltei. Espero que gostem do capítulo.
Queria agradecer pelas recomendações de:valeria sulato, Dudinha Salvatore Cullen Briel.
Obrigado (sou péssimo em agradecer)
Desculpe aos reviews que não respondi, mas eu os leio e agradeço sinceramente.



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POV: Bella

Estacionei a Ferrari na garagem, em seguida a Ferrari vermelha de Scott parou ao lado. Eu desci pisando fundo. Estava possessa de raiva. O jeito que ele me olhou, o ódio dirigido a mim sem motivo aparente, isso me tirou do sério. Entrei na mansão e me joguei no sofá.

– Então, o que aconteceu? – perguntou Scott se jogando ao meu lado.

Samira se sentou ao meu lado, o folgado do Scott colocou a cabeça no colo dela. Como eu não estava com a mínima vontade de falar, eu mostrei para os dois tudo o que aconteceu. Ate os meus pensamentos. Tudo relacionado a Edvaldo Cullen.

Mostrei desde a hora em que eu o vi pela primeira vez ate a hora em que ele saiu da secretaria bufando por não ter conseguido se livrar de mim.

– Ao que parece, tem algo de estranho nessa família. – Samira disse pensativa. – Não sei por que, mas ao ver como ele vivia reagindo ao que você pensava, me deu a ligeira impressão dele ler pensamentos.

– Também pensei nisso. – disse Scott ainda deitado, mas agora tinha as pernas em cima do meu colo.

– Ao que parece, nós três pensamos nisso. – eu suspirei. – Será que ele é um semideus? – eu pensei por um tempo. – Não, não senti nada divino vindo dele, apenas algo sombrio. Mas mesmo assim, tenho uma sensação de que ele não é uma má pessoa.

Ficamos em silencio por um momento.

– Bom, seja o que for, devemos não tentar pensar em nada relacionado a sermos filhos de deuses. Se bem que, por algum motivo, eu não pensei em nada relacionado a deuses. – refletiu a sabe tudo. Olhei para ela e vi um brilho de entendimento surgir em seus olhos cinzentos. – Deve ser a nevoa que nos impede de pensar nisso por haver alguém capaz de ler pensamentos.

Essa era explicação mais confiável que iriamos ter. Não passou uma hora e Charlie chegou. A empregada, Sra. Estela, preparou um lanche para nós.

Passamos o dia conversando e o assunto Ednelson Cullen foi esquecido (não sei por que, mas acho que esse não é nome dele).

O outro dia foi melhor...e pior.

Foi melhor porque não estava chovendo ainda, apesar de as nuvens estarem densas e opacas. Foi mais fácil porque eu já sabia o que esperar do meu dia. Mike Seboso veio se sentar ao meu lado em Inglês, e me acompanhou até a minha próxima aula, com Eric Frufru do Clube de Xadrez encarando ele o tempo inteiro; era uma reclamação. As pessoas não ficaram me olhando tanto quanto ontem. Eu sentei com meus irmãos em uma mesa separada na hora do intervalo.

Foi pior porque eu estava cansada de ficar presa nessa espelunca de cidade. Foi pior porque o Sr.Varner me chamou em Trigonometria quando a minha mão não estava levantada e eu dei a resposta certa, agora vão pensar que eu sou uma nerd. Foi infeliz porque eu tive que jogar vôlei, e na única vez que eu não fugi da bola eu atingi a minha parceira de time na cabeça com ela. E foi pior porque eu esqueci que hoje tinha liquidação na Victoria’s Secret.

Durante a manhã inteira eu estive temendo que eu não chegasse a tempo em Seattle depois da aula. Que estranho... parece que eu estou esquecendo algo muito importante, mas se eu esqueci, então não é importante.

Quando eu entrei no refeitório com meus irmãos e Jéssica (agora eu lembro do nome desse encosto). Olhei em volta e finalmente me lembrei do que tinha esquecido, tinha que pedir uma explicação ao Ednei sobre o que aconteceu ontem. Olhei para a mesa que ele se sentou ontem e eu vi que seus quatro irmão estavam sentados juntos na mesma mesa, e ele não estava com eles. Parece que ele não veio hoje.

Nos livramos do encosto e fomos nos sentar afastados dos demais. Acho que agora vão nos chamar de os novos Cullen, no caso, os Swan.

Achei que o Edmilson apenas não tinha vindo para o refeitório. Quem sabe ele não estava atrasado?

Ele não veio, e com o passar do tempo eu fiquei mais e mais nervosa. Por que eu tenho a sensação de que aquele infeliz esta fugindo?

Eu fui para a aula de biologia mais confiante quando, ao final do almoço, ele ainda não havia aparecido. Mike, que estava agindo como um cão sarnento, andou fielmente ao meu lado até a sala de aula. Esperei encontrar o topetudo, mas Edvar Cullen também não estava lá. Eu exalei e fui me sentar. Mike me seguiu, falando de uma viagem á praia que estava pra acontecer. Praia? Nesse fim de mundo? Isso é novidade. Ele se curvou na minha mesa até que o sinal tocou. Aí ele sorriu tristemente pra mim e foi sentar perto de uma garota de aparelho e com um penteado ruim. Já foi tarde. Parecia que eu teria que fazer alguma coisa em relação á Mike, e não seria fácil... pra ele. Eu sei que sou apaixonante, mas qual é? Vai ficar me seguindo que nem um cão de guarda? Em uma cidade como essa, em que todo mundo vive em cima de todo mundo, diplomacia é essencial, pelo menos foi isso que Charlie disse. Eu vou tentar do jeito dele, mas se não funcionar, eu vou mandar o infeliz pastar na cara dura.

Quando o dia na escola finalmente acabou, eu rapidamente coloquei as minhas calças jeans e o meu suéter azul marinho, de marca é claro. Eu não precisava do suéter, era só pra manter a aparência de eu ser humana. Eu saí correndo do vestiário feminino, contente de ver que momentaneamente eu havia conseguido afastar o meu encosto pessoal, vulgo Mike Seboso.

Fui direto para a minha Ferrari, nem esperei meus irmãos por que aqueles traidores já tinham se mandado da escola. Traíras.

Ao chegar em casa, fulminei os dois pombinhos que estavam se agarrando no sofá. Fui direto para o meu quarto tomar um banho e me desinfetar da escola.

O resto da semana passou e eu me esqueci completamente e Edvaldo Cullen. Me acostumar com a rotinas das aulas isso nunca iria acontecer. Infelizmente, nas sexta eu já era capaz de reconhecer, se não nomear, quase todos os alunos da escola. Acabei me envolvendo em algumas barbaridades na escola, o que foi uó. Alguns exemplos: na quarta, fui para a diretoria por meter a mão na cara de Lauren, a tribufu de cadeia teve a ousadia de agarrar me irmãozinho e lascar um beijo do idiota, por sorte eu estava no lugar e na hora certa para testemunhar que ele não havia traído Samira, mas já Samira chegou e só viu o beijo. Estávamos no refeitório quando isso aconteceu, eu segurei ela pelo braço assim que notei que ela iria fugir para chorar, ridículo, eu sei. Disse o que aconteceu e pedi para ela esperar e aprender como se defende o seu homem, no meu caso, o meu irmão. Resumo da história: mandei a vagaba para o hospital. Por azar, não ganhei uma suspensão, tive que trabalhar na biblioteca.

Outro exemplo foi na quinta, onde eu joguei aquela gororoba que eles chamam de comida na fuça da moça da cantina, mas foi sem querer.

Ainda na quinta-feira, na aula de educação física, eu arremessei a bola na cara do Mike, mas essa não foi sem querer. Ele já estava me tirando do sério com aquelas cantadas que te faz querer vomitar tudo o que esta na tua linda e sarada barriga.

Digamos que eu fiz muitas coisas sem querer... querendo.

Já era domingo. Levantei tarde naquele dia, por voltas do meio dia, é que fomos a uma boate em Port Angeles e só voltamos as seis da manhã, é claro que o Charlie não foi, afinal, ele já tá velho. Eu beijei e dancei muito, mas nenhum dos caras era o certo para ser o futuro pai dos meus filhos.

Fui ao banheiro e fiz minha higiene pessoal, tomei um banho rápido de ducha. Vesti uma calça jeans, uma camisa leve e um tênis preto e rosa, e desci para almoçar. Samira e Scott já tinham acordado e ao que Charlie me disse, eles foram fazer trilha. Charlie estava na sala de estar, sentado na poltrona e lendo um jornal.

Depois do almoço, decidi dar uma de Indianas Jones e me aventurar na floresta. Enquanto caminhava pela floresta, acabei perdendo a noção do tempo.

Peguei meu celular no bolsa da calça e vi que já era 4 horas da tarde, andei em torno de duas horas, devia estar longe. Ande mais um pouco já que ouvi um barulho parecido com uma explosão.

Acabei saindo em um tipo de clareira, estava mais para um campo de futebol, mas sem a grama, somente terra. Havia uma nuvem de poeira rondando o local. Droga.

Logo a frente estava Scott com suas duas espadas nas mãos Samira com o seu cajado dourado na mão, ambos lutavam cada um contra um Minotauro. Já que ninguém ali tinha percebido a minha ilustre presença, resolvi dar meia volta e pernas pra quem te quer.

Me virei pronta para dar no pé.

– Bella...? – ouvi a voz de Scott. – V-você... você esta fugindo? – ele pergunto ofendido. Droga.

– ISABELLA MRIE SWAN. – disse Samira com sua voz autoritária, a menina consegue ser bem assustadora quando quer. – Acho bom você der meia volta e nos ajudar agora! – ela ordenou.

Bufei e dei minha volta.

– Hey, vocês são os heróis aqui, e não eu. – eu disse.

Scott estava com as espadas em “X” defendendo um ataque de punho do Minotauro, que era maior que Scott.

– ISABELLA! – gritou Samira enquanto dava uma cajadada na fuça do monstro.

– Ok, ok... – eu disse.

Meus olhos, de castanho chocolate, ficaram azuis vivos. Meu cabelo ficou leve ao vento e eu comecei a flutuar. O céu, que já estava coberto por nuvens, ficou fechado com nuvens de tempestades.

– CUIDADO! – eu gritei.

Os dois se defenderam dos ataques dos Minotauros e logo em seguida pularam fora. Fiz cair dois raios fulminantes sobre os Minotauros, que ao serem atingidos se transformaram em pó e voltaram para o submundo.

No modo deusa super poderosa, senti que alguém se aproximava em uma velocidade incrível para ser um humano, mas não senti nenhuma ameaça vindo da pessoa, então quer dizer que ela queria ajudar, ou talvez só estivesse curioso, seja o que for, fiz os meus irmãos flutuarem e voamos rapidamente entre as nuvens.

Logo chegamos na mansão. Scott já tinha feita suas espadas voltarem a serem uma correntinha e duas espadas em miniatura em volta de seu pescoço. Samira fez o seu cajado voltar a se um anel de safira dourada (o que é raro de achar), em seu dedo anelar na mão direita.

Depois de nos jogarmos nos sofás, eles disseram que estavam andando e acabaram se perdendo e quando foram ver, estavam sendo perseguidos por três minotauros, eles haviam destruído o terceiro antes de eu chegar. Correram tanto que acabaram saindo naquele campo de terra e vendo que não tinham mais escolha, começaram a lutar contra os monstros, ate que eu cheguei e salvei o dia. Eu sou foda.

Depois de tomar um banho longo, Samira foi fazer o jantar. Charlie ficou apenas assistindo o jogo sem se importar que os seus filhos foram quase mandados para o submundo mais cedo.

Tomei um longo e relaxante banho de hidromassagem com direito a sais minerais.

Depois do jantar, fui dormir cedo, estava exausta.

Enquanto tentava dormir, me lembrei que dentro de uma semana haveria uma viagem ao Parque Oceanográfico de La Push que Mike estava planejando. Eu fui convidada e disse que iria pensar no caso dele.

Meu primeiro fim de semana em Forks começou ótimo com a ida na boate, mas terminou com um pé no saco com os minotauros. Fiquei curiosa para saber quem era a pessoa que se movia mais rápido que um humano normal, acabei adormecendo com a curiosidade em alta.

As pessoas nos cumprimentaram no estacionamento da escola na segunda de manhã. Eu não sabia todos os nomes deles, mas eu acenei de volta e sorri falsamente pra todos. Esta manhã estava mais frio, não que fizesse diferença pra mim, mas felizmente não chovendo. Em Inglês, Mike sentou no assento de costume ao meu lado. Será que vou ter que deixar ele alijado para ele parar de me perseguir?

Tivemos uma arguição sobre O Morro dos Ventos Uivantes, eu estava adiantada, muito fácil.

Quando saímos da sala, o ar estava cheio de pedaços brancos rodando.

Eu podia ouvir as pessoas gritando excitadamente umas para as outras. O vento mordeu minhas bochechas, meu nariz.

– Uau. – Mike disse. – Está nevando.

Não, esta chovendo. Eu quis dizer para o idiota ao meu lado. Meus irmãos começaram a fazer amizades na escola, em outras palavras, eu fui abandonada a mercê desse chiclete cuspido.

Eu olhei para os pedacinhos de algodão que estavam se alojando na calçada e dançando erroneamente enquanto passavam pelo meu rosto.

– Eca. – neve. Lá se vai meu bom dia.

Ele pareceu surpreso.

– Você não gosta de neve? – perguntou.

– Não. – respondi. Neve me fazia lembrar quando eu era mais jovem e acabei me perdendo no Alasca. Uma semana inteira naquele maldito frio. Foi uó.

Então uma grande, molhada bola de neve vinha voando em direção ao meu rosto, e eu, é claro, dei um passo para o lado, assim a bola de neve acerto a fuça do seboso.

– Scott, seu filho de uma mãe. – horrorosa, eu completei em pensamento. – Você me paga!

O infeliz do meu irmão estava no outro lado rindo que nem uma hiena junto da filhote de Einstein. Me agachei e formei uma bola de neve rapidamente e mais outra, em seguida lancei as duas, uma acertou na cara dele e a outra na cara de Samira. Vi que eles ficaram desnorteados, pois eu os peguei de surpresa, e é claro que quando eles voltassem a si, eu já teria dado no pé, e foi o que eu fiz.

– ISABELLA SWAN, EU VOU TE MATAR SUA INFELIZ! – ouvi Samira gritando lá atrás, mas nem fiz questão de parar, continuei correndo. Felizmente me livrei do seboso.

Durante a manhã, todos falavam excitadamente sobre a neve; aparentemente era a primeira nevasca do ano. Eu mantive minha boca fechada.

Eu caminhei em alerta para a cafeteria com o encosto chamado Jéssica. As bolas de neve voavam por todo lugar. Eu mantive uma pasta na minha mão, pronta para usá-la como escudo se necessário. Jessica achou hilário, mas algo na minha expressão não permitiu que ela mesma me atingisse com uma bola de neve.

Mike nos alcançou quando passamos pela porta, rindo, com gelo derretendo pelos seus cabelos arrepiados. Ele e Jéssica conversavam animadamente sobre a guerra de neve quando entramos na fila para comprar a comida. Eu olhei para a mesa no canto por puro hábito. E estranhei. Haviam cinco pessoas na fila.

Jéssica me puxou pelo braço.

– Alô? Bella? O que você quer?

Eu devo ter viajado no mundo da lua. Também, tinha um quinto ser com um topete horrível. Vi que ele ficou... estranho. Tanto faz, deve ser um aluno novo. Estranho, ele me olhou com um olhar... incrédulo? Tanto faz, eu vou é comer que eu ganho é mais.

– Qual o problema com Bella? – Mike perguntou a Jéssica.

– Nada. – eu respondi.

Enchi minha bandeja e fomos para a nossa mesa. Pois é, meus irmãos traíras decidiram se juntar com os alunos, e como eu não quero ser a anti-social da escola, acabei me juntando a eles. Samira me fulminava com olhar.

– Não me olhe assim, a culpa foi do nosso querido irmão. – eu disse impetuosa.

Ela me olhou mortalmente e eu senti medo, mas é claro que não deixei transparecer. Eu estou avisando, Samira pode parecer doce e inocente, mas essa menina é o cão.

Pelo resto do horário do almoço eu viajei na maionese legal. Sabe como é, quanto a conversa esta muito boa, você se perde nos pensamentos e apenas bota um sorriso falso no rosto e acena com a cabeça e fingi que esta ouvindo.

O sinal tocou, era aula de biologia. Por que eu senti uma sensação de Déjà vu?

Eu não queria muito ir para a sala de aula com Mike, como sempre, ele parecia ser um alvo popular para os atiradores de bolas de neve, mas quando nós fomos para a porta, todos menos eu gemeram em coro. No meu rosto estava estampado um enorme sorriso.

– VIVA! – eu comemorei e todos me fuzilaram com o olhar, mas nem liguei, apenas dei de ombros.

Estava chovendo, lavando todos os traços de neve, levando-a embora em uma tira de gelo que se estendia pela calçada.

Mike continuou uma sequência de reclamações no caminho para o prédio quatro.

Uma vez dentro da sala de aula, eu vi que a minha mesa estava vazia. A aula não começou por alguns minutos e a sala zumbia com a conversa. Eu mantive os meus olhos longe da porta, batucando á toa na capa do meu caderno.

Eu ouvi muito claramente quando a cadeira próxima a mim se moveu.

– Olá. – disse uma voz calma, musical.

Eu olhei pra cima, e vi o cara de cabelos acobreado sentado no lugar vago da minha mesa. Ele estava sentando tão longe de mim quanto a mesa permitia, mas sua cadeira estava virada pra mim. O cabelo dele estava pingando de tão molhado, desgrenhado- mesmo assim, parecia que ele havia acabado de gravar um comercial para atuar como o Pica-pau. Seu rosto estonteante era amigável, aberto, um leve sorriso nos seus lábios indefectíveis. Mas seus olhos eram cautelosos. Ele ate que é bonito (vi um sinal do sorriso querer se formar em seus lábios), mas esse cabelo me irrita. O indicio de sorriso sumiu de seus lábios, sério, esse cara me é familiar, mas não me lembro de onde.

– Meu nome é Edward Cullen. – ele continuou. – Eu não tive a oportunidade de me apresentar na semana passada. Você deve ser Bella Swan.

Esse nome... já ouvi antes, e o jeito que ele falou que não teve chance de se apresentar, foi como se já nos conhecemos. Então a ficha caiu, era o Edvaldo Cullen. As lembranças daquele dia voltaram todas na minha cabeça.

– Você quer dizer, Ediota Cullen, certo? – eu disse impetuosamente e com um olhar mortal em direção a ele.

– Desculpe por aquele dia... – ele teve a decência de se desculpar.

Se ele soubesse o quanto eu tive que me segurar para não enfiar a mão na fuça dele. Lembre-se Bella, ele se desculpou, todos merecem uma segunda chance, certo? Ok... sim... hum... será que devo dar uma segunda chance a Klaus? Vou pensar nesse assunto depois.

Vi que ele ficou meio desconfortável. Droga, tinha me esquecido completamente dele. Onde estávamos mesmo? Lembrei, tentaria ser amigável.

– Esta desculpado... – eu sorri para ele, era ate um sorriso verdadeiro. Mas logo o olhei friamente. – Mas na próxima vez eu te deixo aleijado.

Ele me encarou com uma pontada de medo. Tenho a impressão que ele não tem noção do perigo. Em todo caso.

– Como você sabe o meu nome? – e u perguntei. Ele sorriu um sorriso leve, encantador. Aí tem.

– Oh, eu acho que todo mundo sabe o seu nome. A cidade inteira esteve esperando você chegar.

Eu fiz uma careta. Eu odeio esse fim de mundo.

– Não. – eu insisti. – Eu quis dizer, porque você me chamou de Bella?

Ele pareceu confuso.

– Você prefere Isabella? – ele é idiota ou o quê?

– Não, eu gosto de Bella. – eu disse me segurando para manter a calma. – Mas Charlie, quer dizer, meu pai, deve me chamar de Isabella pelas costas, é assim que todos parecem me conhecer, exceto os meus irmãos, é claro, também tem o encos... a Jéssica e o sebo... Mike. – eu tentei explicar.

– Oh. – ele deixou sair.

Foi então que eu me lembrei que eu e meus irmãos tinha uma teoria sobre ele, mas resolvi deixar isso quieto. Já estou cheia de segredos para guardar, não preciso de mais um.

Sorte dele que o Sr. Banner começou a aula nessa hora. Eu tentei me concentrar na experiência que faríamos na aula hoje. Os slides na caixa estavam fora de ordem. Trabalhando como parceiros de laboratório, nós tínhamos que separar os slides em tipos de raízes das espécies de células das fases da mitose que eles representavam e etiquetá-las adequadamente. Nós não podíamos usar os nosso livros. Em vinte minutos ele voltaria pra ver quem havia acertado. Droga, eu vou ter que fazer isso de novo?

– Comecem. – ele ordenou.

– Primeiro as damas, parceira? – Edward perguntou. Eu olhei pra cima pra vê-lo sorrindo, estranho. Por que ele esta sorrindo?

Acabei me lembrando que tenho que colocar um sorriso no rosto da Samira, e fazer ela esquecer da vingança por causa da bola de neve.

– Ou eu posso começar, se você quiser... – ele disse. Droga, eu tenho que parar de me distrair facilmente.

– Não. – eu disse no maior desanimo. – Eu vou na frente.

Eu coloquei o primeiro slide no lugar embaixo do microscópio e ajustei a lente para o objetivo de 40 X. Eu apenas assim que vi já sabia o que era logo de cara.

– Prófase. – eu disse entediada.

– Você se importa se eu der uma olhada? – ele perguntou quando eu comecei a remover o slide. A mão dele segurou a minha, para me parar, quando ele perguntou. Os dedos dele eram frios como gelo, como se ele tivesse colocando-o no gelo antes de entrar na sala de aula. Mas não foi por isso que eu puxei minha mão tão rápido. Quando ele tocou minha mão, eu senti uma punção como se uma corrente elétrica tivesse passado por nós. Isso foi estranho.

Espera um pouco, ele acabou de me chamar de burra?

– Me desculpe. – ele murmurou tirando sua mão imediatamente. No entanto, ele continuou tentando alcançar o microscópio. Eu observei ele enquanto ele examinava o microscópio por um tempo ainda menor do que eu.

– Prófase. – ele concordou, escrevendo cuidadosamente no primeiro espaço em branco da nossa folha de trabalho. Ele rapidamente trocou o primeiro slide pelo segundo, e então olhou curiosamente para ele.

– Anáfase. – ele murmurou, escrevendo no papel enquanto falava.

Eu o olhei com indiferença. Ele acho que vou esquecer que ele me chamou de burra?

– Posso? – eu perguntei, é claro que eu estou torcendo para ele esta errado, assim eu o chamo de burro na cara dele.

Ele sorriu maliciosamente e me passou o microscópio.

Eu olhei pela lente ansiosamente, só pra me desapontar. Droga, não era hoje que eu iria rir da cara dele.

– Slide três? – eu levantei minha mão sem olhar pra ele. Quanto tempo essa maldita aula ainda iria durar?

Ele me passou; parecia que ele estava sendo cuidadoso para não tocar minha pele de novo. Eu aumentei minha velocidade para olhar. Vamos ver se ele consegue acompanhar.

– Interface. – eu passei o microscópio antes que ele pudesse pedir.

Vi que ele sorriu.

Ele deu uma olhada rápida se igualando a minha velocidade e então escreveu. Devo admitir, Edward Cullen ate que é... interessante. Essa aula de biologia esta ate que sendo divertida.

Nós terminamos antes que qualquer outra pessoa estivesse perto. Eu podia ver Mike Seboso e sua parceira comparando dois slides de novo e de novo, e outro grupo tinha aberto o livro por debaixo da mesa. É impressão minha, ou essa escola tem casos raros de gente inteligente?

Sinto falta do acampamento, lá esta cheio de pessoas interessantes, sinto falta ate do “D”. me sinto culpada agora, aposto que Samira e Scott estão sentindo saudades. Eu olhei pra cima, e ele estava olhando pra mim, aquele inexplicável olhar de frustração nos seus olhos. De repente eu percebi qual era a súbita diferença no rosto dele.

– Você usa lentes de contato? – eu soltei na lata.

Ele pareceu confuso pela minha pergunta inesperada.

– Não. – respondeu.

– Hum... – eu murmurei. – Eu achei que havia algo diferente nos seus olhos.

Ele encolheu os ombros e olhou pra longe.

De fato, eu tinha certeza que algo estava diferente. Eu lembrava vividamente aquela cor negra nos olhos dele na última vez que ele olhou pra mim – a cor era facilmente notável em contraste com a sua pele pálida e seu cabelo ruivo. Hoje os olhos dele tinham uma cor completamente diferente: um ocre estranho, mais escuros que Whisky, mas com a mesma tonalidade dourada. Eu não entendia como isso podia estar acontecendo, a não ser que por algum motivo ele estivesse mentindo sobre as lentes de contato. Ou talvez Forks estivesse me deixando louca no sentido literal da palavra. Em todo caso, eu nunca vou confessar isso em voz alta, mas o infeliz ate que ficou bonito com esses olhos.

Notei que seus lábios se curvaram em um sorriso discreto.

O Sr. Banner veio até a nossa mesa nessa hora, pra ver porque não estávamos trabalhando. Ele olhou por cima dos nossos ombros para ver a experiência completa, e então olhar ainda mais atentamente para checar as respostas.

– Então, Edward, você não achou que Isabella podia ter uma chance com o microscópio? – o Sr. Banner perguntou.

– Como é que é? – eu disse ao ver que Edward iria dizer algo, mas fui mais rápida. – Você esta me chamando de burra? É isso mesmo o que eu ouvi? – eu me levantei e o encarei. – Para o seu governo, eu identifiquei três dos cinco. – ele olhou ceticamente pra mim. – E não me olhe assim, pois se não, eu esqueço que você é meu professor e lhe meto a mão na cara.

Eu o olhava mortalmente. Sim, quando eu fico possessa de raiva, sai de perto.

Ele engoliu seco. Vi um brilho de suor escorrer em sua testa. Ele se recompôs e tentou agir como um professor decente.

– Você já fez essa experiência antes? – ele perguntou.

Eu sorri presunçosa, como se eu fosse a fodona, mas por dentro e preferia era estar em Paris, ou em Las Vegas curtindo a vida.

– Claro. Com várias outras coisas também... – eu disse.

– Blástula de peixe branco?

– Sim.

– Bem. – ele disse depois de um momento. – Eu acho que é bom que vocês dois serem parceiros de laboratório. – ele murmurou algo mais enquanto ia embora. E eu me sentei, depois que ele foi embora, eu comecei a batucar no meu caderno de novo.

– É uma pena sobre a neve, não é? – Edward perguntou.

Eu o olhei. Ele quer puxar assunto conversando sobre o clima?

– Não muito. Eu odeio neve. – eu respondi honestamente, ao invés de tentar ser normal como todo mundo.

– Você não gosta do frio. – não era uma pergunta.

– Errado, eu não me importo com o frio. – afinal, eu não sinto frio, eu completei em pensamento.

Vi que ele franziu o cenho. Esse cara é muito do estranho, isso sim.

– Forks deve ser difícil de viver pra você. – ele meditou.

– Você não faz ideia. – eu murmurei obscuramente. Eu odeio essa cidade, mas é claro que não vou dizer isso na cara dos moradores, não estou afim de ser caçada como as bruxas do passado. Se bem que, eles sofreriam as consequências de se mexer com alguém como eu.

Ele pareceu fascinado pelo que eu disse, por algum motivo que eu não podia imaginar.

– Então, porque você veio pra cá?

Ninguém havia me perguntado isso - não diretamente como ele perguntou, vai cuidar da sua vida. Ok, qual é a história oficial mesmo? Me lembrei, hora de atuar.

– É...complicado.

– Eu acho que consigo acompanhar. – ele pressionou. Lembre-se Bella, ser sociável e amigável.

Eu pausei por um longo momento.

– Vou para a faculdade em dois anos. – é claro que isso é mentira, tá bom que eu vou para a faculdade.

Ele franziu o cenho.

– Isso não parece tão complicado. – ele discordou, mas de repente estava simpático. Simpático ate demais, é impressão minha, ou ele sabe que estou mentindo? Quer saber, estou nem aí, ele vai ter que se contentar com a falsa história igual aos outros. – Por que é complicado ir para a faculdade? E o que isso tem haver com vir morar em Forks? – eu notei uma certa ironia na voz dele?

– Com a morte de minha mãe, meu pai ficou solitário. – eu disse. – Eu e meus irmãos vivíamos em um internato em New York, e como em dois anos iriamos para faculdade começar nossas vidas e talvez família. – devo confessar, Samira é um gênio por ter inventado essa mentira deslavada. – Nós três decidimos. – fui obrigada. - Passar os dois últimos anos com nosso pai antes de ingressarmos em uma faculdade.

Espero que tenha acreditado, mas se não acreditou, problema dele. Ele franziu o cenho, mas depois agiu normalmente. Acho que ele não esta comprando a minha história, mas resolveu fingir que acreditava. Por mim anto faz, não devo satisfações a ninguém.

– Mas agora você está infeliz. – ele apontou. Afinal, qual é a dele?

– E? – eu desafiei.

– Isso não me parece justo. – ele encolheu os ombros mas seus olhos ainda estavam intensos.

Eu sorri sem humor.

– Nunca te contaram? A vida não é justa.

– Eu acredito que eu já tinha ouvido isso antes. – ele concordou secamente.

– Então isso é tudo. - eu insisti, me perguntando porque ele ainda estava me olhando daquele jeito.

O olhar dele se tornou avaliativo.

– Você faz um belo show. – ele disse vagarosamente. – Mas eu seria capaz de apostar que você está sofrendo mais do que deixa os outros verem.

E o que ele queria? Que eu ficasse feliz ao ser sentenciada a viver nesse muquifo de cidade nos próximos dois anos só por que eu estava em Las Vegas quando alguns problemas familiares surgiram?

Eu fiz uma careta pra ele, tentando controlar o impulso de mostrar minha língua pra ele como uma criança de cinco anos e olhei pro outro lado. Ele tinha um sorriso maroto nos lábios.

– Estou errado?

Eu tentei ignorá-lo.

– Eu acho que não. – ele disse.

– Porque isso importa pra você? – eu perguntei irritada. Eu mantive os olhos distantes, observando o professor andando pela sala.

– Essa é uma pergunta muito boa. – ele murmurou, tão baixo que eu imaginei se ele estaria falando consigo mesmo. Porém, depois de alguns minutos de silêncio, eu percebi que essa era a única resposta que eu receberia.

Eu suspirei e olhei para o quadro negro carrancuda.

– Eu estou te aborrecendo? – ele me perguntou parecendo divertido.

Eu olhei pra ele sem pensar...e disse a verdade:

– Não exatamente. – ele tinha um sorriso nos lábios. – Eu só estou inclinada a te meter a mão na fuça... – tirei o sorriso da cara do topetudo.

Sr. Banner pediu ordem na sala, e eu me virei, acreditem ou não, aliviada para ouvir.

Eu não conseguia acreditar que eu havia acabado de explicar minha vida melancólica, mesmo que fosse falsa, para esse bizarro, bipolar, topetudo e... ate que bonito garoto que pode ou não a qualquer momento levar um salto alto na cara.

Ele pareceu absorvido pela nossa conversa, mas agora eu podia ver pelo canto do meu olho, que ele estava se mantendo longe de mim de novo, as mãos dele agarrando a borda da mesa, com inegável tensão.

Eu tentei fingir que prestava atenção enquanto o Sr. Banner explicava com transparências no projetor, o que eu havia visto antes com facilidade pelo microscópio. Mas os meus pensamentos eram indóceis.

Quando o sinal finalmente tocou, Edward correu tão rapidamente e graciosamente da sala como na segunda feira passada. Eu o observei pasma. Ele precisa urgentemente ir ao médico para tratar essa bipolaridade dele.

Mike pulou rapidamente para o meu lado e pegou os meus livro pra mim. Eu imaginei com um rabinho balançando.

Vem aqui que agora eu tô mandando

Vem meu cachorrinho, a sua dona tá chamando

Sit, junto, sentado calado...

Comecei a cantarolar em pensamento.

– Aquilo foi horrível. – ele gemeu. – Todos eles pareciam exatamente iguais. Você tem sorte por ter o Cullen como parceiro.

Eu o olhei mortalmente. Esse já é o terceiro que me chama de burra. Eu testou avisando, é hoje que eu mato alguém.

– Cullen pareceu amigável o suficiente hoje. – ele logo mudou de assunto, parece que ele tem noção do perigo, diferente de um certo topetudo anémico.

Ele não pareceu feliz com isso.

Eu tentei parecer indiferente: Eu me pergunto qual era o problema dele na segunda passada?

Eu não consegui me concentrar na conversa de Mike enquanto caminhávamos para a aula de Educação Física, e também não fiz muito pra me manter concentrada. Ele nobremente cobriu a minha posição e a sua própria, então eu só saia da minha posição quando era a minha vez de sacar. O meu time se abaixava e saia do caminho sempre que era a minha vez. Não sei por que.

A chuva era só uma névoa quando eu caminhei para o estacionamento. Meus irmãos iriam ficar um pouco mais. Talvez tenha haver com o fato de eu ter inscrito os nomes deles para ajudar na biblioteca. Eu ri com isso. Samira vai me matar depois.

Eu olhei ao redor pra ter certeza de que o caminho estava limpo. Foi aí que eu vi a figura ereta, branca. Edward Cullen estava encostado na porta do seu Volvo á três carros de distância de mim e olhando atentamente na minha direção. Ele tinha um sorriso maroto nos lábios, era como se ele estivesse acabado de aprontar algo.

Eu rapidamente olhei pra longe e dei a ré na Ferrari quase batendo num Toyota Corolla na minha pressa.

Pra sorte do Corolla, eu pisei no freio a tempo.

– VOLTA PARA A AUTO ESCOLA, BARBEIRO! – eu gritei para o professor de biologia.

Eu respirei fundo, olhando pra fora pelo outro lado do meu carro, e rapidamente tirei o carro, com mais sucesso, sem dar tempo para o Sr. Banner se pronunciar. Não estou afim de ficar de castigo depois da aula.

Eu olhei direto para a frente quando eu passei pelo Volvo, mas pela minha visão periférica, eu poderia jurar que vi ele rindo. Isso, ria da desgraça alheia, topetudo.


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Notas finais do capítulo

A fic esta começando a mudar de rumo. Bella começou a pensar no que não devia e Edward vai acabar descobrindo o segredo dela. Três minotauros aparecer em Forks? Será uma simples coincidencia?

Pra quem acompanha: A MULHER DE AÇO EM FOKS, o nome da fic mudou para: UMA SUPER GAROTA NADA NORMAL.

Será que atingimos os 60 reviews?

Gente, passem nas minhas outras fics: "Arte e Desejo", "A Mutante em Forks" e "Uma Super Garota Nada Normal (antiga A Mulher de Aço em Forks)".

Leu? Comente. Gostou? Divulgue. Amou? Recomende.

Pagina oficial da fic no facebook: James Fernando - Fanfics
https://www.facebook.com/jamesfernandofanfics

Meu exemplar do livro que publiquei acabou de chegar, e modestia parte, ficou incrivel. E se não gostarem da capa, existe mais três disponiveis no site. O livro contém magia, aventura, ação, mistério, suspense, mutantes (não os x-mens), dragões, vampiros, uma guerra a caminho. Eu arrisco afirma que pode ser uma mistura de Harry Potter, Percy Jackson, Dragon Ball (no sentido das lutas), e é claro, o nascimento de um romance.
https://clubedeautores.com.br/book/146998--O_Ladrao_de_Vidas#.UpFurMRwrKp

Proximo capitulo ate sabado, sexta, terça ou quarta, não sei, mas pode acabar sendo postado antes.

Ate o proximo capitulo...