A Unificação Greco-romana escrita por Bruno Andrade


Capítulo 3
Segundo Capítulo: As baleias de metal que voam


Notas iniciais do capítulo

Continuação de A Deusa da Névoa
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Argo, Duda e Garruk são de minha autoria, portanto peço para que não os usem como personagens de suas histórias.
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É estranho dizer isso mas, se não fosse o lixão, ou melhor, o que existia lá, não estaríamos na situação que agora nos encontramos.

Saímos correndo da pizzaria com o monstro bem atrás de nós. Queria ter visto a situação dos clientes e trabalhadores agora, mas não consegui nem sequer virar o rosto.

–- Minotauro... Matar... Semideuses!! – gritou o bicho, que por acaso agora tinha nome.

Não demos bola e continuamos a correr. Viramos esquinas, pulamos arbustos, tentando fazer de tudo para que o minotauro parasse de nos perseguir. Nada funcionou. Então decidi continuar correndo. Não era lá uma ótima ideia, mas não havia outra coisa a ser feita.

Depois de mais ou menos quinze minutos correndo, viramos a esquina, e o que vimos depois disso não era nada motivador.

–- Perfeito! – murmurei – Uma rua sem saída! Dava para ficar pior?

Alguns segundos depois, percebi que: sim, dava para ficar pior. E quando digo pior quero dizer muito pior.

Eu sabia que estava a caminho da morte, mas depois descobri que Duda havia sido mais rápido. Em um baque surdo, o minotauro acertou um soco em Duda que o fez voar e cair a mais ou menos trinta metros de mim. Olhei para ele, ali, jogado no chão. Ele parecia muito ferido. Pensei em correr para lá, mas sabia que simplesmente iria morrer mais cedo se eu o fizesse, já que o minotauro estava perto demais de ambos. Pensei: não havia tempo para mais nada, a não ser esperar a morte. Mas, daí, me lembrei.

Um filme passou em minha cabeça: a vida que eu e Duda passamos com Piper e Jason. O dia em que fugimos e fomos procurar recursos no lix...

Meu coração parou por um milissegundo. Lembrei-me daquele velho. Qual era mesmo o nome dele? Enchi meu pulmão de ar e gritei:

–- Guto!

Por algum tempo, pensei que tivesse sido enganado por um velho ridículo e só havia atraído o Minotauro para mais perto. Parecia que minha hora havia chegado. Fechei os olhos e senti as bufadas do homem-touro em meu rosto. Senti a brisa causada pelo movimento do braço daquele monstro peludo atingirem meu rosto. Era o fim.

Bom, pelos menos em minha cabeça era. Senti novamente aquela brisa, só que dessa vez muito mais forte, e acompanhada de um baque surdo. Por algum tempo fiquei com as mãos tapando as orelhas, de olhos fechados, desejando que meus tímpanos não explodissem. Não sabia o que estava acontecendo, e muito menos gostaria de saber. Mas de repente me arrependi de ter ficado ali.

Acompanhado por um barulho extremamente alto, a dor veio de uma vez. Algo extremamente duro havia acertado minha cabeça. Depois disso não me lembro de mais nada, apenas de que acordei em um lugar muito estranho, com enormes estruturas feitas de ferro parecidos com pássaros. Essas estruturas tinham o tamanho de seis ônibus e eram vistos do lado de fora por um enorme painel de vidro. Aquele lugar era totalmente sofisticado, com várias luzes no teto, telas enormes de plasma e várias pessoas sentadas em poltronas confortáveis e com vários computadores e coisas que pareciam televisões minúsculas. Fui aos poucos recobrando a consciência, mas estava difícil com Duda falando tanto assim.

–- O que é aquilo – perguntou Duda, parecendo entusiasmado.

–- Aquilo é um tablet – respondeu uma voz que me parecia familiar.

Minha cabeça latejava de dor. Tentei falar, mas a única coisa que saiu da minha boca foi:

–- Dã.

Duda e Garruk olharam pra mim.

–- O que foi Argo?

Tentei novamente:

–-Dã... Dãdãlá!

–- Vamos esperar um pouco. Enquanto esperamos vamos tomar um cafezinho Duda? – disse Garruk.

–- Claro! – respondeu Duda.

–- Tamaquarafá – o que era para ter soado como “Eu também quero café”.

–- Você também quer, Argo? – perguntou Garruk.

E forçando até meus ossos, consegui pronunciar:

–- Quero.

Minutos depois, recuperei minha total consciência. Todos olhavam para mim, os membros todos enfaixados improvisadamente, jogado no chão.

Tentando ser o mais rude possível, levantei-me, sentei-me em uma das poltronas confortáveis e disse:

–- Estão procurando algo?

Todos se afastaram, com medo. Ouvi de longe a voz de uma mulher que dizia:

–- Embarque, veículo número 22673 – um sininho tocou e a voz continuou, quando Garruk e Duda chegaram – Next board, number 22673.

–- Vamos Argo? – estendendo um copo de café expresso.

Peguei o café e segui Garruk, sem ao menos saber para onde iríamos. Passamos por máquinas onde deveríamos tirar todo o metal presente em nosso corpo e chegamos à outra sala, onde outras cadeiras lá se localizavam. Esperamos por lá uns vinte minutos, até que ouvimos um barulho de sino.

–- Prontos para embarcar meninos? – disse Garruk.

Aquela baleia mecânica se chamava avião, e sim, aviões voam.


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Notas finais do capítulo

Gostaram? Não gostaram? Comentem! Críticas são totalmente bem-vindas!



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