Yume Nikki - the story before the story escrita por Eloise Bruno


Capítulo 15
Caos em profusão


Notas iniciais do capítulo

Hoyoooooi o/ vejam quem ressurgiu dos mortos, EU! Yaaaaaaaay~ estavam com saudade né? Falem sério ^^....... não? ;-; ok então né. Bom vamos aos agradecimentos, Obrigado a Samy Chan e a Mih Tiemi pelas favoritações me deixaram muito feliz ^^ e obrigado novamente a Samy Chan por ter me mandando um vídeo muito legal de Yume Nikki, que vou colocar nas notas finais para quem quiser ver. Esse vídeo se baseia em um teoria completamente diferente da minha, mas vale a pena ver galera.

E um agradecimento ULTRA-MEGA-DOBLEPOWER para a Morgana, por essa nova capa LINDA E MARAVILHOSA da fic *---* eu simplesmente A-M-E-I o presente e fiquei lisongeada de tê-lo recebido, por isso muito obrigada.



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– Aconteceu alguma coisa? – A seriedade com que falei parece tê-lo deixado preocupado – Você se machucou? Quando Poniko-san me disse que você estava no hospital fiquei desesperado, ainda mais quando você não atendia minhas ligações, eu fiquei com medo de que algo tivesse acontecido com você, e...

Coloquei minhas mãos sobre suas bochechas ruborizadas, elas deveriam estar geladas, mas eu precisava acalma-lo de algum jeito, e fazer com que parasse de despejar aquela torrente de palavras afobadas. Ele estava preocupado comigo, e não pude deixar de sorrir ao pensar nisso.

– Eu estou bem, viu? – Peguei uma de suas mãos e coloquei sobre meu próprio rosto – Ainda inteira, e com todos os pedacinhos nos lugares certos.

Ele riu um pouco, mostrando novamente aquele sorriso gentil de que tanto senti falta, ele me puxou pelo pulso até seu peito, me encolhi como um gato em quanto era envolta pelos seus longos braços, senti seus longos dedos acariciando meus cabelos, o cheiro e os batimentos sincrônicos do sensei bem a porta de meu ouvido.

– Senti sua falta – Continuou, com uma voz que não sei se julgo ser de manha, ou de tristeza. Tudo aquilo estava me entorpecendo, me tirando do foco, e eu estava permitindo... mas não posso deixar que isso aconteça.

Respirei fundo e saí de seu aperto de forma lenta, seu olhar confuso, me desencorajou por um momento, mas eu tinha que dizer, não posso deixa-lo fora disso, uma hora ou outra ele irá descobrir.

– E-Está tudo bem? – Ele perguntou passando suas mãos pelos meus ombros.

– S-sim está... bem quase – Seu semblante preocupado se intensificou, por um momento hesitei e pensei em desistir e inventar algo qualquer, mas desisti assim que pensei no bebê, não posso deixa-lo no meio disso tudo, sem ao menos dizer ao pai que ele existe, preciso me manter firme, não só por mim, mas por ele também – Acho melhor você se sentar.

Masada Sensei sem alterar sua expressão de confusão sentou-se na cadeira branca que sempre senta quando estou lá, como se a outra agora estivesse reservada apenas à minha pessoa. Afastei esse pensamento que me deixava tão contente e voltei ao foco principal.

– S-Sensei, no dia em que eu fui ao hospital, eu não fui levada até lá, por um simples mal estar – Comecei tentando manter minha voz o mais filme que consegui, decidi fazer da mesma maneira que se arranca um curativo, rápido e de uma vez só, mas antes que eu pudesse faze-lo Masada Sensei me interrompeu.

– Você está doente? Está com alguma coisa? Aconteceu alguma coisa grave? – Fez uma pergunta atrás da outra, novamente de forma afobada e preocupada. Não respondi, apenas fiz um sinal com a mão para que se acalmasse e parasse de falar. A preocupação eminente e invariável de seu rosto estava contando meu coração, mas eu precisava manter o controle.

– Eu... Eu... – Qual o problema? Por que as palavras não saem? Não acabei de dizer que faria isso rápido e sem pensar muito? Então por que as palavras me faltam? Talvez não sejam as palavras que me faltam e sim a coragem.

Fitei o chão frustrada, minha mente estava completamente enevoada e entorpecida, não sabia mais o que dizer, apenas fiquei piscando atônita tentando recuperar meus sentidos, sem êxito. Até que senti minha mão ser segurada, Masada Sensei estava a segurando firmemente, encontrei seus olhos, não parecia mais tão angustiado, embora eu ainda pudesse perceber a preocupação através de sua tentativa de sorriso encorajador. De alguma forma isso me deu forças para continuar.

– Eu... Estou... – Respirei fundo e fechei meus olhos e sem pensar muito disse de uma vez – Grávida.

Não ousei abrir meus olhos, fiquei esperando, um grito, uma palavra, um som, um sinal, qualquer coisa, mas nada veio além do silêncio. De alguma forma isso era pior do que qualquer uma das outras opções.

Ainda sentia sua mão sobre a minha, mas não estava segurando tão forte quanto antes, parecia que só estava repousando, presa somente a meus dedos que se entrelaçavam aos dele. Eu não sabia o que fazer, não queria abrir os olhos, pois estava com medo do que encontraria quando os abrisse, mas não saber como seu rosto está agora me deixa com mais medo ainda.

Abri meus olhos lentamente, fitei o chão primeiramente, branco como o resto do apartamento, meus sapatos estavam sujos de alguma coisa que parecia ser terra, me pergunto de onde. Afastei esses pensamentos sem importância e levantei meu olhar para encarar Masada Sensei.

Seu rosto estava vazio, sem expressão, atônito. Ele piscou algumas vezes, mesmo que ele estivesse me encarando esse tempo todo, não parecia que estava me enxergando, seu semblante sem reação mudou aos poucos, como se estivesse acordando de algum tipo de transe.

– Você está brincando não é? – Sua mão se soltou da minha finalmente, caindo sobre seu colo. Sua resposta fez com que eu ouvisse meu próprio coração enchendo-se de rachaduras, não sinto isso desde a morte de Shitai e Monoko.

– N-Não, e-eu estou falando sério – Respondi ainda surpresa com sua resposta.

– É sério Mado-chan, pare de brincar com essas coisas – Respondeu novamente com um semblante que apresentava algo como... desespero. Isso é um sonho só pode ser um. Pude ouvir mais algumas rachaduras se espalhando, dessa vez mais profundas.

– S-Sensei é verdade, eu não estou mentindo – Pude sentir meus olhos começarem a arder, estava a ponto de desabar em lágrimas. Ele tem que acreditar em mim, eu preciso que ele acredite em mim, preciso do apoio dele, por que se não o tiver...

Sem dizer nada, ele levantou subitamente, pegou meu pulso e me puxou para a porta de entrada de uma forma não muito gentil, ele abriu a porta e me colocou para fora. Eu me virei novamente para seu rosto com incredulidade, isso não podia estar acontecendo.

– Me de um tempo sozinho, só um tempo - Dizendo isso ele fechou a porta, antes que eu pudesse dizer qualquer coisa. Isso foi o golpe final, senti as rachaduras finalmente chegarem a seu limite e meu coração se quebrar em partes, chorando-se contra o chão partindo em pedaços menores ainda, e junto com eles uma torrente de lágrimas.

Não pronunciei um som se quer apenas as lágrimas caíam sem parar, fiquei ali no corredor encarando os números dourados a minha frente sem poder fazer nada a respeito.

[...]

Estava sentada no banco da *praça Sky Garden, a entrada do metrô ficava ao final dele, há algumas *pessoas na borda admirando a cidade, me lembro de quando vim até essa parte da cidade com as caras-de-pássaro, é uma área mais alta e afastada, e esse era o metrô mais próximo a casa do Sensei.

Meus olhos continuavam marejados, não sei a quanto tempo estou chorando, mas já está escuro, se não for para casa vou ter muitos problemas, mas eu não quero ir para casa, quero ficar aqui para sempre, e esquecer tudo isso.

Ainda não posso acreditar no que aconteceu. A reação do sensei, eu não fazia ideia de que ele reagiria de tal maneira, não sei o que pensar. Deveria estar decepcionada ou com raiva? Não consigo sentir nenhuma dessas coisas, eu só estou surpresa, eu já esperava que fosse um choque, para mim também foi, mas não esperava que as coisas acabassem assim.

“um tempo sozinho”, foi isso que ele me pediu, mas quanto tempo? Quando poderei vê-lo de novo? Ele ainda vai gostar de mim quando eu encontra-lo? Ou não vai querer mais nada comigo? São tantas perguntas, e não tenho resposta para nenhuma delas, e pensar sobre isso só faz eu me sentir pior.

Tirando eu e as poucas pessoas no mirante, só havia mais um *cara estranho no parque, ele devia estar bêbado, pois depois de andar um tempo sem rumo pela grama, ele parava e ficava encarando o nada. Isso estava começando a me assustar então decidi ir logo de uma vez.

[...]

Quando entrei no *vagão ele estava um tanto vazio só havia um *senhor de aparência estranha sentado em um dos bancos ao lado da porta e uma mulher com sua filha sentada no outro, quanto mais o tempo passa mais acredito que estarei em uma grande enrascara por chegar em casa nesse horário. As estações foram passando e mais pessoas embarcavam, chegando mais próximo a parte baixa da cidade, onde ficava minha casa, me lembrei que o *cemitério era na próxima estação.

Fazia tempo que não ia lá, me pergunto se é uma boa ideia ir lá a esse horário. Está completamente escuro e cemitérios à noite me são medo, mas eu estou desesperada, eu preciso de alguma coisa para me reconfortar agora, eu quero falar com Monoko.

O metrô parou e desci dele meio hesitante, ainda não sabia se estava fazendo o certo, ou apenas sendo idiota e me arriscando sem motivo. Parei de pensar e subi as escadas da estação.

Chegando ao cemitério notei que não estava tão escuro, a iluminação da rua era abundante e me deixava enxergar tudo com clareza, pisei na grama molhada pelo orvalho e me dirigi até onde jaziam Monoko e Shitai.

Pelo cemitério percebi que havia vários *lírios brancos florescendo por todos os lado, e ao lado das lápides de Monoko e Shitai não era diferente, haviam vários deles, aquela visão me deixava um pouco mais contente, optei por imaginar que elas floresceram só para eles, para deixa-los felizes.

Ajoelhei-me a frente do túmulo de Monoko como sempre faço e corri meus dedos pela pedra fria, agora molhada pelo sereno. Não me conti e sucumbi às lágrimas que queriam sair.

– Monoko, eu fiz tanta besteira – Comecei a falar com a voz marejada – Acho que se estivesse aqui me daria uns belos tapas.

Fiquei um tempo em silêncio, acho que fiquei esperando uma resposta, mesmo sabendo que seria impossível obtê-la.

– Né Monoko, Shitai-san o que eu faço? – Continuei – Masada Sensei provavelmente me odeia agora, e não sei se posso fazer isso sozinha... esse bebê, não sei se posso tê-lo, não sei se sou capaz de algo assim.

Limpei algumas das lágrimas do meu rosto e encarei o céu com algumas poucas estrelas no céu, vê-las só fez com que o buraco que se instalara em meu peito se expandisse. Me levantei e olhei para as lápides uma última vez antes de sair do cemitério deixando mais incertezas para trás junto delas.

[...]

Entrei sorrateiramente em casa, procurando não fazer muito barulho, meus pais já poderiam ter voltado, levei meus sapatos comigo até meu quarto e troquei, saí de meu quarto e fui me certificar se eles haviam chegado ou não, por sorte ainda não.

Me apressei e fui tomar banho, tinha que estar na cama antes que eles chegassem.

Mergulhei na banheira e comecei a pensar em tudo o que havia acontecido, ainda não conseguia digerir direito o fato do Sensei ter me colocado para fora daquela forma. Olhei para meu pulso, estava com algumas linhas fracas avermelhadas aonde o sensei havia segurado. Não quero pensar que ele me machucou de propósito, é difícil pensar isso quando a imagem que me vem a cabeça de quando penso nele são sempre sorrisos gentis e toques carinhosos. Ele só estava nervoso deve ser isso.

Bom, não é pra menos, descobrir que será pai assim repentinamente deve ser tão chocante quanto descobrir que será mãe, e levando em conta nossa relação deve ser mais desesperador ainda, isso só trás problemas ao Sensei.

Afundei metade to meu rosto na água com esse pensamento. Passei a mão sobre minha cintura esperando sentir alguma coisa, não sentia nada, nenhum sinal de vida. Quero senti-lo, quero sentir o meu bebê, mas acho que isso ainda não é possível.

Ouvi o som da porta de entrada sento destrancada, e dei um pulo na banheira, meus pais haviam chegado. Foi pura sorte eu ter chegado antes, mais alguns minutos e estaria em grandes problemas.

Depois de alguns segundos alguém bateu na porta do banheiro.

– Mado-chan, você está aí? – Era minha mãe – Por que está tomando banho a essa hora?

– E-eu acabei dormindo demais, sinto muito.

– Tudo bem, mas não demore, ou ficará doente.

Ouvi seus passos se distanciando, e suspirei aliviada, voltei a afogar meus pensamentos na água quente. Minha mãe com certeza saberia o que fazer nessa situação, mas não posso contar nada a ela, só causaria problemas a todos, e acho que já causei muitos deles para um único dia.

Saí da banheira, tentando novamente sentir alguma coisa dentro de mim, mas sem sucesso, quando tempo será que vai demorar até que eu posso senti-lo pela primeira vez? Eu estou com medo, e insegura sobre esse bebê, não sei se consigo ser uma mãe boa o suficiente, mas eu sei que quero vê-lo, senti-lo, abraçado, sei que o quero comigo o mais rápido possível. Será que é assim que as mães devem se sentir?

Deixei esses pensamentos de lado e saí do banheiro, ao passar pelo quarto de meus pais, a porta estava com uma fresta deixando a luz de dentro escapar pelo corredor.

Eu coloquei minha mão na maçaneta, mas antes que eu entrasse escutei algo que fez com que minha mão escapasse do trinco.

– O que faremos com o bebê? – Era a voz de meu pai – E se não tivermos condições de mantê-lo? Você sabe que bebês são uma grande responsabilidade, ainda mais os indesejados.

– Eu sei, a Mado-chan mesma era um, mas não vamos nos precipitar – Interveio minha mãe. Eu não quis ouvir o resto, fui para meu quarto o mais rápido possível, já sentindo as lágrimas pelas minhas bochechas.

Me tranquei no quarto e me encolhi o máximo que consegui na minha cama. Deixei que as lágrimas caissem, eu não me importava mais, elas não eram nada comparado a descobrir que você não passou de um acidadente indesejado, e se quer soube disso.

Meu bebê... meu bebê também é um acidente. Não, não era a mesma coisa, eu quero meu bebê, o quero mais que tudo.

O que meu pai quis dizer com "o que faremos com o bebê?", é meu bebê, não podem tirar meu bebê de mim, eu o quero comigo.

As lágrimas caiam sem parar, não lembro de ter chorado assim desde o dia do acidente. Mas dessa vez eu não estou desesperada para que alguém não deixe que as pessoas que eu amo morrerem, estou desesperada para que não tirem meu filho de mim.


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Notas finais do capítulo

*musica de suspence da avenida brasil* OOOOOH, um capítulo cheio de revelações, quem não esperava por essa? Isso ai lindios é isso, comentem favoritem, deem cambalhotas e nos vemos no próximo capítulo >3● bjinhus de iogurte com feijoada pra vcs.

Link do vídeo: https://www.facebook.com/photo.php?v=344661615681663&set=vb.254546181359874&type=2&theater&notif_t=notify_me