Na mesma hora todos nós agachamos e olhamos em direção ao local de onde veio o barulho. Nada.

–Eu vou lá – Travis sussurrou e levantou.

–Não! Eu vou junto! – falei, me levantando.

Nos escondemos atrás de uma arvore grande e olhamos, nortistas.

–Vamos! Vamos! – Travis falou, em pânico.

Olhei para as pessoas, focando em cada uma, vi alguém se movimentando logo atrás, nossos olhos se encontraram.

–Maxon – gesticulei, surpresa e feliz.

Ele sorriu e logo olhou de novo para os nortistas, preocupado.

Senti um puxão forte no braço, Travis.

–Não! Espera – falei.

–Ah, hoje não, você não vai nos causar problemas, não hoje. – Travis falou, e segurou meu braço mais forte.

Olhei novamente para o Maxon desesperada, ele olhou para o Travis surpreso, tentei me soltar mas o Travis era muito mais forte que eu.

Puxei meu braço com mais força dessa vez, mas não consegui me soltar.

–Me solta Travis! – falei, eu sabia que não podia gritar, e não ia gritar.

–Não.

Ele me segurou pela cintura e me pois em seu ombro, me debati, mas sabia que isso não levaria a nada.

–Vamos – ele falou, Abby e Addie assentiram, assustadas com a reação de Travis aos nortistas.

Ele começou a andar rápido, enquanto eu estava em seu ombro, as vezes praguejava e pedia para ele me soltar, mas ele me ignorava.

Quando atingimos uma certa distância do local onde eu tinha visto Maxon, Travis me soltou. Lagrimas escorriam pelo meu rosto. Addie e Abby não entendiam o porquê de eu querer ter ficado lá, mas eu estava sentada no chão com a cabeça entre os joelhos sem acreditar no que acabará de acontecer. As duas me faziam perguntas, mas eu não respondia.

Após algum tempo, a raiva tomou conta de mim, levantei a cabeça e lancei um olhar furioso para o Travis.

–Você é um babaca! – gritei, me levantando.

–Você queria ficar lá! Queria ser pega por eles! Eu não ia deixar! – ele disse.

–Eu não queria isso seu idiota! – gritei – Você não fez questão de me ouvir!

–Há-Há, então o que você queria? Ter uma conversa amigável com eles? – ele disse em tom irônico, Abby e Addie me olhavam confusas.

–Claro que não! Eu vi o Maxon, sabe o M.A.X.O.N? O príncipe de Illéa? Ele estava atrás dos nortistas! E você é um babaca e não me ouviu, agora eu perdi ele novamente. – falei, colocando as mãos no rosto.

–Travis! Você deveria ter ouvido ela! Você é um idiota, não acredito que fez isso! – Addie falou.

–Cala a boca Adeline – ele vociferou para ela, que se encolheu ao ouvir isso.

–Não Travis, eu concordo com elas, você foi o maior babaca em não ouvir a America, seria bem mais fácil assim, estamos levando ela para o príncipe e quando ela acha ele, você leva ela para longe dele – Abby falou.

–Mas Abby... – ele falou mas ela interrompeu-o.

–Travis, não tem mais! Admita que você errou, é mais fácil.

–Tudo bem, eu errei, desculpa– ele falou.

–Mas isso não vai trazer o Maxon de volta! Será que não entendem isso? – gritei – E se acontecer alguma coisa? A culpa vai ser minha, minha.

–America, não vai acontecer nada, ele é o príncipe, ele não é bobo, deve ter mais gente com ele – Addie falou.

–Tudo bem, vamos continuar nosso caminho. – Abby falou, eu ia protestar quando ela continuou – America, não podemos voltar e correr o perigo de sermos pegos.

Ela tinha razão, se voltássemos íamos encontrar os nortistas e isso ia ser um problema. Continuamos andando em silêncio, eu estava perdida em meus pensamentos, pensando em Maxon e no que pode ter acontecido com ele por minha causa.

Encontramos uma área com arvores grossas e altas, com galhos grossos o suficiente para nos abrigar, sentamos no chão para comer as barrinhas de cereal enquanto Abby nos contava seus planos de o que ia fazer após me levar ao castelo. Ela parecia animadíssima, como se a vida com os nortistas fosse horrível, e provavelmente era.

Logo, subimos nos galhos mais baixos das arvores para dormimos, como meu sono era muito pesado eu não me preocupava em acordar no meio da noite com o barulho do animais ou me mexer e cair da arvore. Ouvia o barulho dos grilos e corujas que tinham na floresta, logo caí no sono.

Era de tarde, eu brincava com a May e o Gerad no jardim, eles corriam de mim e eu ia sorridente atrás deles, mamãe nos chamava para o almoço, Gerad ignorava levando eu e May a fazer o mesmo.

Gerad deu risadas e subiu na casa da arvore, me voltei para May, que estava parada com as mãos na cintura, como se esperasse que eu fosse lá pega-la, não hesitei e fui correndo até ela. Cheguei perto e ela saiu correndo de mim. Consegui me aproximar e então a segurei pela cintura. Ela ria enquanto Gerad descia da casa da arvore sorrindo, eu ainda a segurava.

–Peguei você! – gritei.

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Estávamos no castelo, reconheci os grandes corredores. Eu estava correndo, vi May e Gerad ao meu lado, eles corriam também. Então percebi o olhar de May, ela estava assustada, ou melhor, apavorada. Voltei meu olhar para Gerad, ele não dizia nada, estavam em choque. De seus olhos escorriam lagrimas e mais lagrimas.

Percebi do que se tratava, um ataque rebelde. Olhei para trás, os rebeldes corriam em nossa direção, estavam mais perto. Acelerei o passo e falei.

–Mais rápido! – percebi que as palavras não saíram da minha boca, estranhei mas continuei correndo.

Olhei para trás, eles estavam mais perto.

Ouvi um grito ao meu lado, olhei para o lado, May não estava lá. Parei e olhei para trás, um homem alto com um olhar assassino a segurava.

–Peguei você! – ele gritou.

–May! – gritei.

Me levantei em um salto, onde eu estava? Pelo que me lembrava eu estava em cima de uma arvore, mas agora estava no chão. Ótimo, eu tinha caído da arvore.

Olhei em volta, nada de Travis, Abby e Addie.

Tentei me levantar mas percebi que meus braços e pernas estavam presos.

Fiquei alarmada na hora, quem tinha me sequestrado durante a noite?

Olhei em volta e vi uma sombra atrás de uma árvore.

–Quem está ai? – perguntei.

–Você sabe – a pessoa falou.

Reconheci a voz, não sabia se ficava com raiva ou ficava aliviada.