Emma's Point Of View:

– O que pensa que está fazendo? Você me prometeu!

Dante me colocou no chão. Estávamos no cemitério, no túnel de carvalhos.

– Você pensa que vai se livrar de mim, mas não vai coseguir.

– Você está com ciúme?! - Eu ri.

– Não! Eu não... quero ver você com outro.

– Você disse que me deixaria em paz!

Ele não respondeu nada. Ele aproximou seu rosto do meu e me beijou. Eu deslizei os dedos por entre seus cabelos lisos e desordenados. Ele me pressionava contra seu corpo. Eu o empurrei.

– Eu não posso. - Eu apertei meus lábios. - E você só me quer para depois me matar. Eu não entendo você!

– É muito embaraçoso, eu sei, mas eu preciso de você.

– Correção: meu sangue. - Eu disse. E virei as costas para ir embora. Ele repentinamente apareceu em minha frente. Revirei os olhos e depois o encarei. - É sério, eu estou namorando o Gregory.

– Eu sei o motivo.

– Ah, é? Qual?

– Ciúme.

– Por que eu teria ciúme de... você? - Perguntei, perplexa.

– Por que você só beijou Gregory pois eu beijei Paloma, e, como você ficou sabendo, há pouco tempo, ela é um lobisomem.

– Nojento. - Voltei a caminhar. Ele veio ao lado. - O.k., para com isso!

– Isso o que?

– Me seguir! Para de me seguir!

Ele veio à minha frente, andando de ré.

– Agora você está me seguindo.

Dei meia-volta.

Ele continuou seguindo.

– PARA! ISSO IRRITA! - eu gritei.

Eu parei de andar, para respirar. Dante me abraçou por trás. Beijando meu pescoço. Consegui sentir seus dentes afiados, que já estavam à mostra. Mas eu já não ligava para mais nada. Me virei e o beijei. Ele me pegou em seu colo e me levou para não sei onde. Me jogou no chão, começou a tirar minha blusa e camiseta, ele se deitou sobre mim, sem camisa, e me beijou vorazmente. Mas, então, parou, levantou seu rosto, como se observasse algo em sua frente.

– Tem alguém aqui. - Ele disse, finalmente.

Grace's Point Of View:

Ouvi os pais de Vivian chegar e desci rapidamente. Eu tinha feito um coque nos cabelos, estavam muito bagunçados para deixá-los soltos, nem pentear daria certo naquela situação. Eu vi Vivian paralisada na porta.

Me dirigi até ela.

– O que foi que aconteceu?

– Emma... Dante... - ela sussurrou. Os pais dela e Kathleen saíam do carro. Tentando disfarçar o emocional, corri para ajudá-los a tirar as malas do carro.

Eles se dirigiram à porta, onde Vivian estava e os abraçou. Ela estava muda, eu tinha certeza que ela tinha presenciado alguma coisa. Os pais dela e Kathleen que a abraçara também, entravam em casa, levei as malas para os quartos de hóspede. Enquanto eles se acomdavam no andar de cima, Vivian me puxou para o lado.

– Dante levou Emma!

– Para onde?

– Eu não sei!

– Ele vai matá-la!

– Já sei! Mate alguém!

– O QUE? Para que?

– Você poderia farejá-la!

– Olha, eu não iria arruinar minha vida, tá?

– Você vai salvar uma!

– E, mesmo não tendo me transformado ainda, eu tenho sentidos, um pouco melhores que os de vocês, humanos.

– Então, vá farejá-la!

– Eu não sou um cachorro! - Protestei.

– Vá procurá-la. Ela foi há poucos minutos.

– E vai levar alguns minutos a mais para eu achá-la. Qual é o lugar mais deserto que você conhece, Viv?

– Eu sei lá, vai logo, meus pais vão descer.

Coloquei meu casaco e saí correndo até a porta, parei, me concentrei, mas nada dava certo. Voltei para a casa, e pedi para Vivian fazer um feitiço ou sei lá o quê, para achá-la.

– Não dá, agora! - Meu pais estão aqui e eu preciso conversar com minha mãe, lembra?

– Sim, eu sei, eu falo que você foi no banheiro!

– Mas um feitiço desses demora um pouco, então...

– Ah, vai logo!

Ela foi fazer o feitiço, enquanto eu servia o café da manhã.

– E então... Kathleen, certo?

Ela assentiu com um sorrisinho. Tinha cara de ser chata.

– Eu preciso contar uma coisa para a Vivian! - Ela disse animada. - Algo sobre mim.

– O que seria? - Me debrucei na bancada da cozinha, para que eu pudesse ouví-la.

– Eu não tive tempo de falar para ela, porque isso aconteceu muito rápido, mas foi antes dela partir...

Naquele momento, Vivian entrou na cozinha, com um papelzinho muito amassado na mão. Ela, disfarçadamente, entregou-o a mim.

– Eu vou dar uma volta, preciso comprar uma coisa.

Do lado de fora da casa, desamassei o papel. Emma estava no cemitério.

Minha mãe tinha suspendido o uso do meu carro por causa de uma nota baixa em uma prova, então fui correndo para o cemitério. Não era muito longe dali. Assim que cheguei, senti o cheiro dela e o de Dante. Eles haviam partido. Aspirei o ar. Eles não estavam muito longe. No cemitério tinha uma casinha abandonada, provavelmente de um antigo coveiro ou algo do tipo, estava pixada e um pouco destruída. Saí correndo. Abri a porta e encontrei-os, eles estavam...

– Emma! - gritei - O que pensa que está fazendo?

Ela ruborizou, tipo, muito mesmo.

– Vista-se, vamos embora.

Dante me encostou na parede, seus olhos estavam vermelhos e seus dentes expostos.

– Eu não tenho medo de você! - Eu o empurrei. De nada adiantava. Emma interveio.

– Para! Você está machucando ela!

Imediatamente, ele livrou meu pescoço, e seu rosto voltou ao normal. Respirei fundo.

– Vamos, Emma. - Eu amarrei a cara para ela.

***

– Como pôde? Emma você não está pondo somente a sua vida em risco, mas a de todos ao seu redor, ele é perigoso.

Ela continuou calada.

– Você é muito egocêntrica, não pensa nos outros. Não pensa que pode pôr os outros em perigo. Olha, eu sei que você está apaixonada por ele, pior que isso, você o ama, porque não consegue ficar longe, não para de pensar nele, sempre falando dele e de seus problemas, quando os que temos são ainda maiores e não tem como voltar se qualquer erro for cometido! Você! É só deixar de ser idiota e ficar com o Gregory!

Não falamos mais nada até chegar na casa de Vitória.

– Não achou o que queria comprar?

– Infelizmente, não. - Menti. - Mas achei uma pessoa, Emma.

Emma, ainda muito vermelha disse um "oi" muito baixinho. E subiu as escadas.

Vivian me olhou indagativa.

– Esperem um pouquinho, preciso falar com Grace e Emma.

Achamos Emma deitada na cama olhando para o teto fixamente.

– Emma, o que aconteceu? - Disse Vivian.

Vivian's Point Of View:

Emma não falou uma palavra enquanto Grace relatava os fatos. Eu queria arrancar a cabeça de Emma depois daquilo.

– Estamos fazendo de tudo para protegê-la, e é assim que você colabora? Caramba, Emma! Você sempre foi a mais madura de nós e depois simplesmente não é mais? Você não entende que tudo isso é perigoso! Não é uma brincadeira! Ele é um vampiro! Ele é perigoso, por mais que você não consiga acreditar nisso! Isso é real! Real assim como eu sou uma bruxa! Assim como Grace vem de uma linhagem de lobisomens!

Percebi que o meu tom estava muito alto e lembrei que meus pais e Kathleen estavam aqui. Fiz um gesto de desaprovação com a cabeça. Emma está muito fora de si. Ela fora longe demais.

Desci as escadas batendo os pés.

– Oh, querida, poderia ir ao mercado comprar comida de verdade? Vocês, jovens, e essas comidas congeladas... Kathleen e suas amigas poderiam ir com você para ajudá-la.

– Tudo bem, mãe. - Eu disse, suspirando. - Vamos, meninas?

– O.k., vamos lá.

Emma, Grace, Kathleen e eu entramos no carro para ir ao mercado.

Quando chegamos no mercado, ele estava praticamente vazio, Kathleen ficou tagarelando com Grace e Emma enquanto eu escolhia as frutas e legumes. Foi quando Kathleen se dirigiu a mim.

– Viv, eu preciso contar uma coisa para você! - Ela disse entusiasmada e eu a encarei curiosa. - Bem, lembra quando eu te apresentei Leo, eu disse que éramos só amigos, mas acontece que já estávamos ficando. E ele veio para Moonlight Falls e já estávamos namorando firme. Eu só queria saber do paradeiro dele, você sabe onde ele está? - Por trás de Kathleen, Grace e Emma se entreolharam, incrédulas.

– Eu não sei, Kath. - Menti. - Eu não faço ideia de onde ele possa estar.

Eu não acreditei naquilo! Aquele otário me enganou! Me fez de idiota! Traiu Kathleen! Não era à toa que ele vazou quando ficou sabendo que eles me visitariam!

Peguei meu celular e enviei uma mensagem para ele:

"Oi, Kathleen e meus pais resolveram de última hora não vme visitar."

Imediatamente ele me respondeu:

"Oh, que pena, eu já estava voltando para sua casa".

"O.k., volte logo".

"Não se preocupe, já estou a caminho.".

– Encontrei o paradeiro de Leo. - Eu disse, enquanto entrava no carro para voltar para casa.

– Oh, que bom! - Exclamou Kathleen feliz. - Onde ele está?

– Ele vem para minha casa hoje. Daqui a pouco ele vai estar lá.

Kathleen sorriu satisfeita. Passamos todo o trajeto de volta caladas. Estacionei o meu carro na garagem.

Kathleen saltitou para dentro da casa, sorridente. Nós a seguimos. Minha mãe estava começando a fazer o almoço, quando eu cheguei. Eu tirei as compras do carro e ajudei-a a preparar o almoço.

Alguns minutos depois, a campainha tocou. Eu abri a porta.

– Oi, Leo. - Eu disse secamente.

Kathleen se jogou nos braços dele e o beijou. Ele estava surpreso demais para falar. Eu encarei-o fixamente nos olhos. Eu queria jogar a faca, que estava em minha mão, nele. Eu fiz um gesto de desaprovação com a cabeça.

– Não é o que você está pensando! - Ele conseguiu dizer.

– É exatamente o que eu estou pensando! - Eu gritei. Todos olharam para mim, mas eu não liguei.

– O que está acontecendo? - Perguntou Kathleen.