Vitória's Point Of View:

–- Boa sorte com a sua poção. Para que servirá a poção?

–- Não sei ainda. Me ajude a escolher.

Ela abriu o livro e folheou, e apertou os olhos.

–- Sabe ler em Runas? - perguntei.

–- Sim, eu decorei esse negócio. Mas o ponto é que tem uma poção aqui que acabei de traduzir: Maldição do Lobisomem Engarrafada. Nome besta, não precisava dizer que é engarrafada. Enfim, eu sou uma lobisomem não transformada. Você sabe da Maldição, certo?

–- Sim, eu sei. Acho que... Acho que alguma bruxa deu de beber essa poção para que a Maldição arruinasse a sua família.

–- Bem, isso é de geração para geração. Acho que sim.

–- O que tem nessa poção? - pergunto, enfiando a cara no livro.

–- Se você me der licença, eu posso enxergar... Pêlo de lobo, verbena, selenita e... prata. Então esse negócio de prata é real... Já não gostei, ainda bem que os talheres de casa não são de prata...

–- Alguma poção simples?

–- Tem o Elixir da Cura... Vai Raiz de Mandrágora e Raiz Valeriana Vermelha.

–- Nossa, como se nós tivéssemos isso.

–- É só comprar.

–- Onde?

–- Você sabe onde.

–- Ah, tá. Entendi. Espera, eu pedi um pouco de tudo para ela. Deixe-me ver aqui... - eu foi vendo os muitos pacotinhos. - Tem uma aqui! Tem Raiz de Valeriana Vermelha também! Mas... Espere um minuto, vamos fazer o quê com esse Elixir da Cura?

–- Vamos guardá-lo, podem ser armazenados durante muito tempo.

–- Sério?

–- Olha, você que é bruxa deveria saber disso. -

–- Sabe não tive muito tempo para analisar esse livro e você sabe muito bem disso.

–- O.k. Veja! Elixir da Fonte da Juventude, garante auge da beleza durante três meses, é aí que teria que tomar outra poção do Elixir da Fonte da Juventude.

–- Deve ser muito complicado, o que tem aí?

–- Tanzanita, uma pedra preciosa existente apenas na Tanzânia, Borboleta Verde Papilonídea e cogumelo.

–- UAU! Que cogumelo?

–- Qualquer um.

–- Não tenho tanzanita, nem borboleta só cogumelo comum e uns com nomes estranhos aqui.

Eu achei melhor usar o cogumelo comum, já que eu tinha dele no meu jardim. Peguei o livro e folheei.

–- UAU!

–- O quê?

–- Tem uma aqui: Poção da Fada. Fadas não existem. - Gleyce olhou para mim com uma sobrancelha levantada.

–- Você é uma bruxa, e eu sou uma lobisomem.

–- Pare de se gabar, você não é uma lobisomem ainda, nem ativou a Maldição.

–- Eu sei lá, parece que vai acontecer.

–- Posso tentar ler sua mão?

–- Como assim?

–- Só dá a sua mão. A que você "não" usa mas eu sei que você é destra. - Ela estendeu sua mão para mim, li suas linhas. - Essa técnica se chama Quiromancia, ou Quirologia.

–- Você aprendeu isso?

–- Mais ou menos, mas acho que eu sei fazer isso. - Fui explicando coisas de sua personalidade conforme eu via as linhas, era tudo que ela já sabia que era.

Ela se levantou e disse que iria pegar um copo de água. Eu olhei novamente para dentro da caixa, e vi algo que eu não tinha notado antes: papel pardo embrulhando alguma coisa e um cartão colado nesse papel com fita adesiva.

Dizia:

"Para espantar o inimigo, decore isto para que fique igual a ele."

Abri e vi uma boneca de pano, com vários retalhos de tecidos e cores diferentes e alfinetes, diferentes tipos de coisas pontiagudas, entre elas, alfinetes, uma faca, uma adaga de prata e uma estaca de madeira todos gravados com o mesmo símbolo, o símbolo do coiso, provavelmente eu nunca iria usar isso, porque... Bem, o motivo é claro. Isso é perfeito para caçadores, se é que existam.

–- O que é isso? Uma boneca de Voodoo? - Ela estava de volta com um copo de água na mão.

–- Sim.

–- Comece a decorá-la para "espantar o inimigo". - ela leu a carta.

–- Eu não vou usar isso, me desculpe, mas... Nunca.

–- Por quê?

–- É Magia Negra! - Mostrei o símbolo gravado nos ítens para ela. - Me dê um pouco de água. - Ela deu o copo de cristal para mim, e senti uma corrente de ar frio, e uma visão nítida diante de meus olhos. -- O quê foi? -- Algo errado está acontecendo. - Depois disso, desmaiei.