A Vampira, A Loba E A Bruxa escrita por Emily Longbottom


Capítulo 10
Capítulo 10: Quem é você?




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Gleyce's Point Of View:

–- Eu... Eu acho que sim. - meu irmão gaguejou.

–- Hoje eu fui lá, naquele cemitério.

–- Você foi? - ele se desesperou. - A que horas?

–- Eu cheguei lá, eram, acho que cinco horas, cinco e meia, não sei ao certo. Não ficamos nem quinze minutos. Ouvimos um barulho e saímos correndo. Sempre tem barulhos no cemitério, parece.

–- Eu acho que eu vi um homem lá no cemitério. Juntei meus trapos e fui embora, quando o vi, eu tinha acabado de acordar.

–- E você viu como ele era?

–- Acho que sim, não sei, minha visão estava meio embaçada.

–- Você só sabe falar "acho"! Eu preciso de uma certeza, Augusto. Detalhe, se lobisomens existem, vampiros também.

–- Vampiros?

–- Sim. - Comecei a vasculhar meu quarto, para achar a carta. - Leia isso.

Ele pegou a carta e correu os olhos por ela.

–- Um antepassado nosso?

–- Sim. Continue.

–- Wolfsbane?

–- Sim, é disso que você deve ficar longe.

–- Eu sei um lugar perfeito para você se transformar.

–- Onde?

–- Venha comigo.

Ele me seguiu até a sala.

–- Empurre a lareira.

–- Por que eu?

–- Porque você é um lobisomem, agora, e você tem super poderes. - Olhei para ele como se fosse a coisa mais óbvia do mundo.

Ele empurrou sem esforço.

–- Quem você matou? - eu perguntei.

–- Bem, eu não quero falar.

–- Tudo bem, vamos descer.

Nós descemos as escadas, e eu acendi os archotes com os palitos de fósforo. O cheiro de ferrugem impregnava o lugar. Ele viu as correntes jogadas no chão.

–- Você vai ter que se prender. Como é se transformar?

–- Seus ossos começam a se quebrar, dói muito mesmo.

Ouvi alguma coisa vindo do andar de cima.

–- Rápido! Vamos embora daqui.

Eu corri e ele também. Durante a correria, comecei a pensar, todas as lareiras tinham chaminé, então como ela poderia ser empurrada? Uma coisa me veio a mente: magia, era o único jeito daquela lareira se mover sem mover a chaminé. Cheguei na sala e não vi ninguém, ainda bem, mas aí alguém bateu a porta. Augusto abriu a porta e murmurou algo que eu não ouvi, cheguei ao lado dele para ver quem era.

–- Dante? Augusto, suba. - Ele saiu de perto e eu saí para a varanda.

–- Podemos conversar?

–- Claro! Sobre o quê?

–- Emily. - ele suspirou. Algo estava errado. - Eu preciso que você me ajude a consertar um erro.

–- Que erro?

–- Eu a beijei.

Meu queixo caiu.

–- Aquela vaca não me contou! - Fiquei indignada com isso.

–- Ela ficou brava comigo e deu um tapa na minha cara.

–- Sério? O que você quer que eu faça?

–- Converse com ela.

–- Mas, olha, você está de parabéns! Ninguém nunca ousou tocá-la. Você realmente deve gostar dela, né?

–- Sim, eu gosto dela.

–- Sério? Você é louco. Boa sorte, rapaz! Você acha que foi amor à primeira vista? - ele apertou ligeiramente os olhos, como se minha pergunta fosse ridícula.

Vitória's Point Of View:

Não gostava de ficar sozinha... Resolvi pegar aquele livro de feitiços. Subi para o meu quarto e "estudei" os feitiços e poções. Havia coisas extremamente complicadas de decifrar. Exixtiam feitiços de Magia Negra no livro, e as imagens eram de dar medo. Mas um feitiço me chamou atenção, era para enfeitiçar anéis que tenham uma pedra de lápis lazuli e dizia que era para proteger o vampiro da luz do Sol.

Fiquei pelo menos duas horas lendo aquele livro. Fiquei com fome e resolvi fazer alguma coisa para comer. Parei no meio das escadas e depois voltei para cima.

Tive uma ideia repentina. Procurei na minha mala e achei aquilo que eu procurava, o cartão da senhora que fazia Voodoo. Lá tinha o telefone dela. Peguei meu celular e liguei.

–- Alô? - ouvi a voz dela.

–- Oi! Aqui é a Vitória.

–- Oh, sim, querida. O que deseja?

–- Eu quero encomendar um caldeirão e todos os tipos de ingredientes para poções.

–- Vai começar a praticar bruxaria?

–- Sim, eu vou, eu preciso praticar.

–- Vou anotar aqui, e em três dias úteis sua encomenda chega. Deu noventa e oito dólares. Vamos mandar por correio. Obrigada, querida.

–- De nada, tchau. - desliguei o celular. No mesmo instante, alguém bateu à porta.

Corri até a porta e a abri. Um garoto alto, magro de cabelos castanhos e ondulados e olhos da mesma cor que seus cabelos, estava parado ali.

–- LEO! - pulei em cima dele.

–- Eu não sei sobre você, mas eu queria fazer isso há muito tempo. - Ele beijou meus lábios docemente, e eu retribuí. Ele colocou minhas pernas envolta de seus quadris e me levou para dentro. Me deixou no sofá e voltou para fora, para pegar suas malas. Ele voltou e sentou no sofá ao meu lado. Me beijou novamente, levou as mão ao meu rosto e mordeu meu lábio inferior.

–- Eu estava com saudades. - Eu abracei-o fortemente.

–- Eu também. - eu soltei os braços e ele tirou algo do bolso. - Feche os seus olhos. - Eu fechei, ele pegou minha mão e colocou um anel em meu dedo. - Abra.

Era lindo. Era um anel de ouro amarelo com uma ametista, cravejado de turmalinas pink e diamantes.

Eu sorri, e o abracei novamente, subimos para o meu quarto, e ele jogou suas malas no chão.

–- Você quer que eu durma junto com você ou...

–- Comigo. - eu o interrompi. Ele me beijou, acariciava meus cabelos e eu passei meus dedos por seu lindo cabelo ondulado.

–- Lembra-se da Sra. Derrek?

–- Sim. Você quer lembrar disso agora?

–- É que eu fiz uma encomenda.

–- O que você encomendou?

–- Um caldeirão e ingredientes para fazer poções. Preciso começar a praticar magia, pois se lobisomens e vampiros existem, é melhor me prevenir.

Emily's Point Of View:

Eu estava muito confusa. Primeiro: Achamos o corpo de Juliane, segundo: eu quase fui presa e minha mãe nem vai saber disso, terceiro: quem pagou a fiança foi Dante, quarto:ele me beijou, quinto: estava voltando para casa. Mas o que mais mexeu comigo foi o motivo número 4. Eu nunca tinha beijado alguém antes, eu nem o conheço direito e ele já mostrou seus interesses. Aquele tarado!

Eu estava confusa com tudo isso, não sei se eu gostei ou não, ele me pegou de surpresa. Devo admitir, meu coração bateu mais forte, e eu não consigo parar de pensar nisso... Eu nunca fiquei assim, nunca mesmo.

Tirei todas as roupas da mala e coloquei-as no closet novamente. Mas vi algo que eu não tinha percebido antes, uma bota preta de salto alto com cadarços. Vesti a bota, realmente, era muito bonita, era de cano alto. E se eu fosse com ela para a escola. Mas não combinava com saias e vestido. Procurei algo que combinava perfeitamente, a legging preta.

–- EMILY! - ouvi minha mãe chamar. Revirei os olhos e desci com as botas ainda. - Gleyce está aqui.

–- Emily, eu preciso falar com você.

–- Fala.

–- Venha aqui.

Ela me levou à varanda e nós sentamos na escadinha.

–- Fala.

–- Assunto: Dante.

–- Eu ia te contar...

–- Eu sei que você ia me contar, mas essa não é a questão.

–- Ok, fala logo de uma vez só.

–- Dê uma chance a ele. Para ser amigo, ao menos

–- Por que eu deveria?

–- Por que eu acho que ele gosta de você. Olha, se ele não tivesse pagado a fiança, estaríamos lá ainda.

–- Eu sou grata a isso. Mas ele é um completo estranho para mim. Eu não beijaria um estranho

–- Ok, já que você não quer optar pelo lado emocional, vamos para o lado físico: Ele é lindo: tem olhos azuis cabelos pretos...

–- Por que você não fica com ele, então? Até amanhã - Levantei e entrei em casa.

Corri para o meu quarto. Me deitei na cama e fiquei pensando muito na conversa que eu e Gleyce tivemos, de aguma forma, o episódio do beijo mexeu comigo. Eu parecia meio perdida, estranha, em outro mundo, eu acho.

A melhor coisa a se fazer no momento era dormir e foi o que fiz. Esperando o sono chegar, me lembrei que era meu aniversário.

***

Acordei e fui ao banheiro tomar banho, depois vesti uma camiseta de mangas compridas, legging, jaqueta de couro e a bota. O outono estava chegando e o tempo estava frio. Peguei minha bolsa e fui para a casa de Vitória. Bati à porta e me deparei com um estranho, quando ela foi aberta.

–- Oi! A Vitória está? - perguntei.

–- Ela está, sim. Está no andar de cima. - ele disse, fazendo sinal para eu entrar.

–- Emily Osbourne. - estendi a mão.

–- Leo Collins. - ele apertou minha mão.

Esperei no sofá. Vitória desceu cinco minutos depois.

–- Belas botas. - ela disse.

Olhei para ela, questionadora.

–- Ah, meu namorado.

–- Eu não sabia que você tinha namorado, Vitória. Pensei que você compartilhasse tudo conosco.

–- Foi mal, é que...

–- Não precisa se explicar, vamos logo.

–- E a Gleyce?

–- Ela vai com a mãe dela.

–- Ok, então vamos.

Entramos no carro. Não trocamos nenhuma palavra.

Quando chegamos, Gleyce já estava lá. Ela veio em nossa direção.

–- Esse é Leo. - Vitória apresentou.

–- Gleyce. - ela disse.

–- Eu detesto ser a garota mais popular da escola, se bem que nós somos, não é?

Vimos um aglomerado de pessoas e depois conseguimos ver do que se tratava. Garota nova. Era uma garota baixinha de olhos da cor de chá, cabelos enrolados e castanhos claros.

Nos aproximamos dela.

–- Quem é você? - eu perguntei.


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