– MOOORRRAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA - Lucy gritava

– NÃO! AHHHHHHH! PARA COM ISSSO! - Eu gritava para a mesma em resposta.

– VO-VOCÊS!! VÃO VER SÓ! - dessa vez foi Wendy quem gritou.

–............... Meninas? - David apareceu na porta do quarto com uma bandeja com bolo. Ele estava com uma expressão confusa.

– PO*** LUCY! - Eu gritei virando para ela - SOMOS DO MESMO TIME!

– NÃO É CULPA MINHA SE VOCÊ FICOU NA MINHA FRENTE! - Ela gritou para mim novamente - E VOCÊ WENDY?! ME APUNHALOU PELAS COSTAS!

– NÃO RECLAME SÓ PORQUE SOU MELHOR QUE VOCÊ!

– ..... Ok Ok... - David suspirou enquanto deligava o video-game - Quando vocês jogam demais acabam ficando muito agressivas...

– NÃO FICAMOS NÃO! - Gritamos em uníssono.

– Claro claro... - Ele disse revirando os olhos - Tomem, fiz bolo. Se existe algo que pode acalmar mulheres em tempos difícieis, com certeza é chocolate.

Concordamos e começamos a comer o bolo, estava ótimo! ... É estranho quando o seu irmão cozinha melhor que você?

– E se eu fosse você eu parava de ficar gritando palavras feias e arrumaria o quarto - Ele disse apontando para mim.

– Hein? Porque? - Eu perguntei com a boca cheia de chocolate.

– O pai e a mãe voltam hoje - Ele virou, levando a bandeja vazia com ele - E acho que ela não ficaria muito feliz vendo a bagunça do seu quarto.

Olhei em volta, de fato estava bem bagunçado, mas que direito ele tem de falar de mim?

– Oh! Se me quarto é tão bagunçado, deixe-me ver o seu!

Ele parou um momento.

–... Ok, esqueça oque eu disse... - Ele disse . Vitória!

– Muito bem, acho que isso é um sinal para sairmos - Disse Lucy que começou a levantar ( junto de Wendy) e se direcionaram para a porta.

Com velocidade do capeta, eu me meti entre elas e a porta, bloqueando o caminho .

– Aah não, na na na nina não.... - Olhei para elas, sorrindo de orelha a orelha . - Você ficam aqui, e me ajudam a arrumar o quarto.

– A-Assustador... - Elas disseram juntas e começamos a arrumar o quarto.

Peguei uma vassoura e começamos a arrumar. Ja na metade do trabalho, Lucy parou e disse:

– Putz Olivia, seu quarto esta muito bagunçado!

– Humf, so fala isso porque nunca viu o quarto do David - Eu disse, parando de varrer - Parece que ele nunca pegou numa vassoura na vida.

– Huuuuum Olivia, então ele não gosta de ''pegar na vassoura'' é? - Ela disse rindo num sorriso pervertido. Revirei os olhos e ignorei.

– O que? Não entendi...- Wendy disse confusa.

– Ho ho ho deixa que eu te explico! - Disse Lucy chegando para cochichar no ouvido dela - É assim...

Peguei a vassoura e bati com força em sua perna.

– AI! - Ela gritou e virou para mim - Porque fez isso? - Ela perguntou fazendo bico enquanto esfregava a marca vermelha em sua perna.

– Porque você ia falar coisas feias para Wendy! - Eu disse e me abracei Wendy de forma protetora - Não escute nada do que ela diz ! Ela vai te corromper com aquela mente pervertida!

– Haha eu não sou tãaaaaaaaaao pervertida assim! - Lucy disse se auto-defendendo.

– Você tem uma pasta só de Yaoi no seu computador, Lucy... - Eu disse com a sobrancelha erguida.

– Detalhes, detalhes... - Ela disse balançando a mão de forma indiferente como se não importasse.

Suspirei e voltei a arrumar o quarto, quando acabamos, olhamos para minha cama, onde uma pequena bolinha de pelo preto dormia sobre ela.

– Kuro esta meio preguiçoso não acham? - Wendy comentou enquanto olhávamos para o gatinho.

– Sim, assim vai virar uma pequena bola gorda de pelos - Lucy disse.

– Acho que deveríamos passear com ele! - Wendy disse determinada.

– Wendy,... Não se passeia com um gato... - Eu disse.

– Ah... Não importa! Kuro precisa respirar o ar-livre. - Ela disse enquanto pegava o gato e ia em direção a porta, nós a seguimos.

Lá estávamos nós, andando por um parque com um gato encoleirado.

''Andando'' entre aspas, pois Kuro estava sendo basicamente arrastado. Estava ainda muito sonolento, então estava caído no chão enquanto puxávamos a coleira dele e ele era arrastado pela calçada.

– ... Acho que ele não esta curtindo muito não... - Lucy disse olhando para o gato preguiçoso.

– Aah... Kuro, anime-se! - Wendy balançou a coleira coma intenção de agitalo, não funcionou. - ... Ou não...

– Disse que isso não ia dar certo... - Eu disse.

– Só existem dois tipos de gatos : Os maléficos que querem dominar o mundo - Lucy dizia - E os gordos e preguiçosos que não fazem nada.

– Kuro não é assim, so acho que ele esta um pouco tristinho - Wendy falou olhando para Kuro magoada - Talvez tenha algo que possamos fazer para anima-lo...

No instante seguinte, Kuro levantou com um salto, assustando todas nós.

Kuro ficou atissado repentinamente, os pelos estavam arrepiados.

– O que ele...? - Antes de Lucy terminar, ouvimos um som ao longe, pareciam... latidos?

De repente, avistamos um cachorro , pequeno até , marrom cheio de manchas pretas e claras, ele corria em nossa direção. Quando entendi oque se passava era tarde demais.

Kuro correu na velocidade da Luz (soltando da coleira de Wendy) enquanto era perseguido pelo cachorro.

– KURO! - Wendy gritou surpresa, enquanto começou a correr atrás do gato, junto de mim e Lucy.

A situação era a seguinte : Um gato preto correndo na rua sendo perseguido por um cachorro que estava sendo perseguido por 3 garotas. Essa cena me pareceu estranhamente familiar.

Kuro virou a esquina próxima a uma padaria, na verdade, ele ENTROU na padaria.

Dentro da padaria, Kuro e o cachorro faziam uma perseguição, derrubando pães, pulando sobre o caixa eletrônico, etc. Kuro acabou parando dentro da sacola de pão francês de uma senhora, que gritou alto ao ver ele lá, seria uma cena engraçada se eu não estivesse correndo e tivesse tempo para rir.

Ele saíram da padaria, e voltaram a correr pela rua.
Quando paramos por causa do fôlego, vi que estavamos num parque um pouco menor do que o que estavamos anteriormente. Vendo a direção em que os animais iam, eu tive uma ideia.

– Lucy! Corra para aquele lado ! Wendy, você vai por aquele! E prepare-se para pegar Kuro! - Disse apontando para as direções. Elas pareceram entender o plano.

O plano era simples, eles iam dar uma volta no parque, mas se deparariam com Lucy que estava esperando por eles, e Wendy estaria na lateral em caso deles fugirem, enquanto eu ia por trás.

Funcionou, Kuro foi encurralado e pulou diretamente no colo de Wendy. O cahcorrinho parou , quando estava prestes a pegar nele, ouvi uma voz gritando ao fundo.

– Puppy!! - Virei e pude ver uma sombra correndo em nossa direção - Puppy! Aqui!

A sombra se aproximou e se revelou ser uma garota, pele cor de chocolate e cabelos encaracolados de mesma cor, seu olhos eram igualmente castanhos. Ela usava uma bandana vermelha no cabelo, uma blusa comprida cinza e um colete vermelho por cima, e uma saia jeans. Ela era baixinha, parecia ser um pouco mais nova que eu, devia ter uns 14 anos.

– Puppy! - O cachorrinho pulou em seu colo, ela estava suada e sem fôlego - Puppy seu feioso! Corri seilá quantos quarteirões atras de você!

Ela olhou para gente e juntou as mãos

– Desculpe! Puppy fugiu de mim e correu atrás de seu gatinho! Ele gosta muito de brinca de pique-pega...

– Não tem problema - Disse Wendy sorrindo.

– Meu nome é Jessy! - Ela disse - E esse é Puppy!

– Eu sou Wendy! e esse é Kuro!

– Lucy! - Ela disse apontando para si mesma.

– E eu Olivia. - Eu disse me apresentando.

– Prazer em conhece-las! Novamente, desculpe por ele...

– Nada não! - Lucy disse enquanto acariciava Puppy.

Olhei para o relógio, já havia se passado mais ou menos uma hora e meia desde que saímos.

– Gente, acho que meus pais estão chegando, melhor eu ir!

– Tudo bem ! - Elas disseram juntas e nos despedimos.

Quando cheguei em casa, eles ainda não haviam chego, então fiquei no computador no sofá da sala.

No facebook, nada de interessante, mas pude ver que Lyon postou uma imagem com Sam. Ela estava mexendo alguma coisa numa panela que estva em cima do fogão, enquanto apontava acuzadoramente para Lyon, que ria sem graça. A descrição era " S.O.S COMIDA QUEIMADA!''

Ri da imagem , pensei em Samantha, depois em Jessy, acho que poderiam ser amigas (?)

Continuei no computador até adormecer sem perceber, com o Laptop em cima da barriga.

Acordei com o barulho da campainha tocando, olhei o relógio, ja eram 19 horas, ja havia escurecido.

Esfreguei os olhos e me levantei do sofá, indo em direção a porta e a abri.

– Olivia! - Minha mãe disse me abraçando.

Meus pais parecem mais jovens do que realmente são, eles tem uns 40 anos, com cara de 25.

Minha mãe estava com o cabelo castanho claro preso em um coque (que caia e parecia mais um rabo-de-cavalo) ela tinha olhos azuis iguais aos meus. Ela usava um calça jeans larguinha e uma blusa azul.

Meu pai era uns 10 centimetros mais alto que minha mãe, ele tinha cabelos castanhos escuros (que agora estavam bem bagunçados) olhos castanhos claros e usava óculos sobre o nariz. Vestia uma blusa estilo social branca e uma calça jeans. Atrás deles havia malas.

– O-Oi mãe...! - Ela estava me (enforcando) abraçando. - Oi pai!

– Ola querida, espero que você e seu irmão tenham se comportado enquanto viajávamos.

Por alguns momentos acabei pensando nos acontecimentos mais recentes, como David quase namorando um garoto por acidente, o abajur que havia lhe deixado um olho roxo, coisas assim.

– Claro, nos comportamos muito bem...

– Ótimo, onde está seu irmão?

– To aqui - David surgiu das sombras me dando um leve susto, ele sorriu - Como foi a viajem?

– Foi muito boa! Iamos chegar mais cedo, mas o lindo do seu pai acabou se perdendo e nós acabamos indo parar numa estrada desconhecida e demoramos horas para encontrar o caminho de volta - Mamãe disse revirando os olhos.

– N-NÃO foi culpa minha! Foi Agatha que nos mandou para o caminho errado! - Ps: Agatha é o nome que meu pai deu ao GPS.

– Claro claro, tudo culpa da Agatha. - Minha mãe falou sarcasticamente e entrou em casa. - Olha só, pelo visto vocês limparam a casa.

– Pois é, não ganhamos nadinhaaaaaaaaa em troca? - Perguntou David com os olhos brilhantes.

– Não fizeram mais que obrigação. - Mamãe disse - Então, não.

A cara o David de decepcionado foi cômica!

Por fim, meus pais desarrumaram as malas e foram para o quarto porque estavam muito cansados da viajem.

Suspirei e sentei novamente no sofá.

– Sabe, acho que foi bom eles terem voltado agora. - David disse enquanto sentava ao meu lado e ligava a TV.

– Porque? - Eu perguntei enquanto via ele passar canal por canal.

– Fácil, já que papai esta aqui, ele não vai deixar Lyon vir aqui em casa sem ele estar presente. - Ele riu vitorioso.

– Como é?

– Papai é um bom escudo contra o Lyon, não acha?

– ... - Esse cara...

– Não vou deixar minha irmã sozinha novamente com aquele rebelde estranho - Ele disse empinando o nariz - Não quero nem imaginar o que ele faria sozinho com você entre quatro paredes... - Nesse momento meu sangue subiu na cabeça tão rápido quanto o soco que eu dei em meu irmão. - AAH!

– O-O-O-O QUE VOCÊ QUER DIZER COM ISSO? - Eu disse - O único tarado aqui é você!

Sinceramente!

Quem é mais perigoso? O garoto que tem medo de patos ou o ladrão de calcinhas??

Suspirei pesadamente, estava com sono. Mesmo tendo cochilado um tempinho , ainda me sentia sonolenta.

Me deixei cair e enconstar a cabeça no ombro do meu irmão que levou um susto.

– O que você esta fazendo? - Ele perguntou olhando para mim, curioso.

– Cale a boca, quero dormir. - Respondi de olhos fechados.

– ... Tudo bem. - Ele encostou a cabeça na minha. Me senti com 7 anos de novo.