Guerreiros de Gáler escrita por Marko Koell


Capítulo 14
O Caminho para o Mar


Notas iniciais do capítulo

Olá, caros leitores. Eu queria pedir primeiramente, desculpas.
Guerreiros de Gáler está me causando pânico. Está dificil de escreve-la, por um problema que aflinge muitos escritos. Lapso criativo. Mas acho que agora a coisa anda, visto que o meu problema era apenas o capitulo 12 (13) no Nyah, ao qual me deu um bloqueio criativo de quase 6 meses. Enfim. Segue continuação. Um forte abraço, e aguardo os comentários ao final.
Um forte abraço.
MK.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/451272/chapter/14

Thèro caminhava na sua forma lenta, porém a passos largos, devido às suas grandes pernas desajeitadas, enquanto Táro e Káros em seu ombro, deslumbravam uma vista que na terra não seria possível de ser admirada. À frente existam montes e grandes colinas, que posteriormente, seriam chamadas de montanhas, e um vasto vale verde com centenas de árvores que brotavam o que segundo Thèro, seria devido ao despertar da Dama da Floresta. Embora Táro tentasse certo dialogo com o deus, este, só respondia as perguntas de Káros, já que, estranhamente, seria ele quem o encontrará.

­— Não compreendo, eu é que fui engolido. – perguntou o jovem Söllys.

— Menino, não significa que por eu ter o engolido que eu o deva respeito em si. – respondeu o deus, com sua voz austera — Eu senti apenas que seria a Káros que eu deveria ter respeito, não me entenda a mal, somos seres muito evoluídos e nossas ações não são de sua conta.

Táro se sentiu extremamente ofendido com a resposta do deus, que persistia em se direcionar apenas a Káros, mesmo Táro dizendo que ele poderia ser o sucessor de Madros um dia.

— Ser não significa que você de fato será. O jovem rei já encontrou alguém a quem possa desposar e assim procriar um verdadeiro herdeiro? – disse o deus criando forças em uma das grandes pernas agora para se subir um monte — Muitas coisas ainda virão a acontecer, e tenha fé no que eu digo você e suas atitudes não serão bem vistas ao seu povo.

— E quais atitudes o senhor se refere? – perguntou Táro impaciente.

— Deu o coração puro a um ser das trevas. – vociferou Thèro — Isso é de longe um bom motivo para ser exilado.

— Eu disse a você, meu amigo, que sua atitude seria vista com maus olhos, imagina quando Jhuan chegar ao nosso reino e contar os seus atos à Madros.

— Não vou mentir que ainda me arrependo do que eu fiz, ele era meu amigo, - disse Táro com pesar na voz, referindo-se ao seu amigo ao qual arrancara o coração e entregado a Kaàkur — Mas estou pronto para oferecer meu exílio se assim for ordenado por Madros, mas reafirmo, eu fiz porque o próprio me deu permissão a fazê-lo.

— Hm. – contestou o deus ironicamente — Tem certeza disso? Pelo o que eu sinto você estavam em um lugar não tão belo e tranquilo como estas regiões.

— E onde aqui é belo e tranquilo, senhor? Este mundo foi consumido pelo ódio antes mesmo de ser criado.

— Jovem Táro. Confirmo o que você disse, mas nós como deuses estamos aqui justamente para evitar um mau pior, ou acredita que este verde é criação do difamador por ele se interessar por belas paisagens? Vejam. – apontou o deus a frente — Sou um deus de pedra, crio barreiras mágicas para que Netus não possa se apoderar de lugares tão belos como este.

A frente havia um imenso vale com um rio e uma cachoeira recém criada, árvores cresciam majestosamente, com folhagens douradas e arbustos prateados em torno de seus grandes troncos. A criação ainda ganhava vida, e era lindo de ser ver. Acima, as nuvens abriam espaço para que os raios de Sölly pudessem penetrar naquelas terras, e conforme Thèro caminhava, gramas iam se formando onde deveriam ser suas pegadas. Ali naquelas terras, tudo era realmente muito calmo, embora Táro persistisse em dizer que logo mais tanto beleza seria consumida pelo o difamador.

— Eu tenho uma pergunta, e embora eu a faça e o senhor não responda a mim, creio que Káros tenha o mesmo questionamento. – disse Táro — Eu gostaria realmente saber como vocês nos escolhem. Pergunto isso, pois a Dama da Florestal escolheu Jhuan, talvez o menos sensato entre nós, e o senhor escolheu a Káros. Qual o critério de tal avaliação? O que posso esperar do terceiro deus?

Thèro sorriu.

— Meu nobre rapaz, digamos que suas escolham nos fazem entender melhor quem vocês são. A Dama da Floresta sempre foi uma mulher cheia de graça e beleza, quem a conheceu jurava que seus ensinamentos não passavam de meras ilusões criadas por ela, no entanto ela tem muito força. Receio que esse rapaz, Jhuan, a quem você cita, deve ser um rapaz incompreendido e posso arriscar em dizer, medroso. Sua emoção é muito mais que a razão embora pareça ao contrário. Diga-me, o que houve quando a Dama da Floresta apareceu?

— Táro ia sacrificar um de nossos animais para nos alimentar. – disse Káros.

— Receio que o nobre em questão tenha sido contra, embora estive na ânsia por um alimento, mas sua conduta jamais permitiria que os animais fossem sacrificados para que sua fome saciada. Assim é a Dama da Florestal. Ela jamais colocaria em risco algo tão belo para suprir suas necessidades, mesmo sabendo que seria o certo a ser feito naquele momento.

Ao finalizar a fala, Táro pareceu um tanto desconfortável, mas Káros perguntou em seguida.

— E quanto a mim?

— Sua infância foi algo tão singela de se ver, ao menos na minha perspectiva. Encontrei-me em seus atos e brincadeiras quando criança, no bosque da terra branca, onde uvas e morangos o saciavam mais que tudo. No entanto, sua idéia sobre a vida vai muito além do que o que foi ensinado. Você, meu jovem Káros, é quase como eu na minha fase menor de criação. Vai contra os princípios e dificilmente está enganado. Ao contrário de seus amigos, logo também como a Dama da Floresta, sua razão é mais que a emoção, e isso de certa forma, é algo muito bom, pensamos mais antes de agir, pois tudo pode ser resolvido com um belo dialogo. Estou enganado?

­ — Não! – respondeu Káros — E quanto a Táro?

— Um enigma, se assim posso dizer. O terceiro deus é um tanto rude em suas palavras e atitudes, ele sempre foi mais duro e impetuoso, um tanto vingativo, porém austero e corajoso. Foi ele quem enfrentou o grande exercito sozinho para dar a mim e a Dama da Floresta refúgio nas estrelas, sem se preocupar com o que poderia acontecer a ele. No entanto suas atitudes sempre são vistas como arcaicas, é melhor não ir contra o que ele diz, pois suas mãos são duras como pedras e suas palavras cortam mais que as laminas criadas pelos Eguánias nas Montanhas Brandas de Alunár. Podemos confiar em seu julgamento, no entanto ele tem um pequeno problema, tem a mente muito fraca. Justamente por isso, eu e Dama sempre estamos tentando mantê-lo calmo, tememos o que suas atitudes podem causar.

­— Ele é mais forte que vocês? – perguntou Káros.

— Pode-se dizer que sim. Seu pode vai além do que o nosso conhecimento, ele move água e terra, ao contrário da Dama da Floresta que apenas os cria, e eu que protejo, ele pode a qualquer momento destruir tudo. E então, me diga jovem Táro. Você é alguém aos quais certos julgamentos nós podemos confiar?

Táro não respondeu. Sabia exatamente do que Thèro estava se referindo, sobre suas duas atitudes, o sacrifício, e o presente que entregou ao primogênito de Netus em Gáler.

O gigante agora subia uma alta colina, como que escalando sobre ela, até o seu topo, onde puderam ver ao longe um fino risco azul. Thèro apontou com o seu dedo o local onde deveriam ir, e declinou o seu corpo, descendo agora a parte menos íngreme da colina sem muita dificuldade.

— Tenho tantas perguntas a fazer. – comentou Káros — A principio o que seriam Eguánias? – Thèro sorriu novamente.

— Eguánias são seres de luz. Se dita a lenda de sua criação que eram estrelas cadentes que caíram em Alunár, e quando tocara o chão, formas humanóides se ergueram. No entanto, jamais conseguimos ver como de fato eles são, pois sua luz é muito intensa. Existem grandes planetas que morrem no universo, e muitos deles possuem um magma tão quente quanto o que dá vida a Sölly. Esse magma, conforme vaga pelas estradas da escuridão congela, e nosso habitat os chama, ao tocarem no solo, os Eguánianos trabalham e forjam armas e armaduras. Até mesmo o grande trono de Alunár fora criado a partir deste material precioso. Essas armas e armaduras são inquebráveis, nada pode perfurá-los. Mas existem poucos, logo apenas nossos reis os usam, para dar a proteção que necessitamos.

— Mas parece que não surgiu muito efeito, já que Alunár foi destruída por Netus.

— Sim, Táro. – o deus pareceu insatisfeito — Mas como bem dito, do que vale um rei, sem ter a quem governar? Netus destruiu o povo, e derrotou nossos reis que tiveram que dar suas armaduras em troca da vida de nossa população. Mas ele é o difamador, não sabíamos até então o que era a mentira.

— Vocês conhecem o Divino? – perguntou Káros tentando mudar o rumo da historia.

— Ninguém de fato o conhece, embora sejamos deuses, não somos tão abençoados a ponto d conhecê-lo. Embora ele esteja em todo o lugar, até mesmo no ar que enche nossos pulmões.

— Kaàkur nos contou a historia de Netus, o Divino não é tão bem visto às trevas.

— Mas é lógico que não seria. Netus se compara a ele. Ninguém jamais será como o Divino, e aceitar isso é aceitar o próprio fardo da vida. Temos razões para estar aqui, e embora não sabemos de fato o que ou para que, temos que estar e dar graças a isso. Ele sabe e muito bem o que faz. No mais, qual seria o motivo de estamos aqui senão para derrotar figuras como Netus?

­— Mas se ele é o grande criador, ele não poderia simplesmente derrotá-lo?

— Poderia e seria mais do que justo. Mas se ele o fizesse, meu jovem Káros, qual a razão de existirmos? Gáler, assim como Alunár é um lugar novo, sempre estará evoluindo, o mal sempre existira, e não. O Divino não pode estar em todos os lugares ao mesmo tempo, por isso, ele criou deuses como eu, a Dama e tantos outros. Para que possamos levar o seu nome e seus ensinamentos adiante. Vejam bem, por qual outro motivo, entre tantos vocês foram os escolhidos como... Como é que o seu povo os chama?

— Arknats, ou Os Escolhidos. – disse Táro.

— Hm. Os Escolhidos. Bem. Algum propósito vocês tem para carregar tal nome. Vocês foram incumbidos de encontrar os três deuses, e aqui nós estamos dois já encontrados. Suas características semelhantes a nós fizeram com que nós surgíssemos a vocês. Como eu disse, nós todos temos um propósito.

O gigante parou de falar em certo momento e olhou para um lado e outro e depois seguiu. Estava procurando o caminho certo para chegar ao seu destino.

— Diga-me. Suas terras já têm um nome?

— Madros ainda não a nomeou.

— Compreendo. Bem. Estamos chegando a Tráveu.

— Algum significado?

— Tudo tem o seu significado jovem Káros. Tráveu é o local onde os unicórnios vivem, e já são as centenas. Veja. Estamos chegando.

À frente, eles puderam ver uma areia muito clara, que parecia cegar seus olhos com os raios de Sölly. A grama parecia mais verde naquele local do que em toda Gáler, e as árvores já majestosas, estavam mais afastadas como em um bosque. Eles puderam ver então dezenas de animais, semelhantes aos cavalos de suas terras, de varias as cores e combinações, porém pareciam maiores e mais fortes, e em suas cabeças um enorme chifre prateado.

— Podem abrir suas bocas em sinal de espanto, e deixem seus olhos brilharem como as estrelas, eles são realmente magníficos.

Lentamente, Thèro os colocou no chão, e os jovens Söllys caminharam nas terras brancas do norte, aquela terra que já havia um nome, porém não era de seus conhecimentos. Tráveu, a terra dos unicórnios.

Caminharam mais um pouco contemplando a beleza da areia, e daquela vastidão azul que se chamava de mar, onde ondas gigantes ao longe se formavam e mais próximo a margem ficava mais calma. Táro correu e tirou suas botas para sentir a água em seus pés, logo depois foi à vez de Káros, já na companhia de seis unicórnios magníficos.

— Acho meio impossível de montá-los, eles são muito grandes. – disse Táro.

— E de matá-los para fazer de alimentação também. – disse Káros zombando do amigo. Um dos unicórnios pareceu entender sobre o que falavam e balançou o grande dorso negativamente, dando alguns passos para trás — Acalma-se amigo, não faremos algo com uma criatura tão bela.

— Senhor Thèro, estamos aqui. Mas onde está o outro deus, Nièkor o seu nome não é? – perguntou Táro. O deus se aproximou com longas passadas mais próximo deles.

— É uma pergunta ao qual eu gostaria de saber. Nièkor seu rude, apareça! – disse o deus em alto e bom som — Não me obrigue a invocá-lo. – Thèro olhou aos jovens — Como eu disse, ele é um tanto difícil. Mas logo ira aparecer. Quanto a vocês, meus jovens Ipéros onde está o seu senhor?

Um dos unicórnios, o mais alto dos seis, se aproximou de Thèro, e bateu com as patas dianteiras três vezes na areia fina.

— Está além do bosque? Mas o que ele faz por aquelas terras, receio que as ordens tenham sido claras para não ultrapassarem aquela região. – o unicórnio pareceu responder com suas patas no chão — Hm. Buscando novos lares... Filhotes vocês diz? Que bela noticia. Fico feliz que já estejam procriando. – mais algumas batidas na areia — Como? Estão bem? – mais algumas batidas, só que desta mais dura na areia, e as belas crinas pareciam dançar contra a brisa que batia — Eu preciso ir até ele. Você poderia me levar até lá? – Thèro olhou aos jovens — Eu preciso me ausentar por um momento ou dois. Infelizmente aqui só encontraram grama, mas vejo se consigo algumas frutas para que possam saciar a fome, no mais, se caso precisarem de sombra vão até aquele pequeno conjunto de arvores, e fiquem por ali.

Os jovens assentiram com a cabeça e Thèro seguiu o jovem unicórnio até o bosque, um lugar bem mais afastado da praia. Eles sentaram defronte ao mar e observavam sua beleza e grandeza.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Guerreiros de Gáler" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.