Quando a vi novamente não pude conter meus batimentos. Era impossível. Aquela visão novamente... Ainda era demais para mim. E continua sendo.

Foi difícil me controlar, abaixei a cabeça logo depois de ter a visto, passando minha mão por sobre meus olhos.

Eu deveria mesmo acreditar? Eu deveria mesmo... A amar? Provavelmente... Não. Porque ela se chama Men...Megumi. Megumi. Honma; como Meiko.

Meiko.

Ela corria sorrindo em minha diferença porquanto me notou.

Eu não entendo. Não consigo entender. O que você...? Eu não...

— Jinta-san!

Pare...

E me abraçou.

Meu coração parou? Minhas mãos estavam sutilmente sobre ela, um abraço inconsciente. E-eu...

Levantou sua cabeça com seus olhos para mim, sorrindo:

— Como está? — Seus cabelos lisos cinza-claro por sobre ela.

— A-a... — Disse sem saber... o que... dizer.

Percebeu que estava abraçada a mim.

— Ah... Foi mal. — Soltou-se envergonhada, olhou para o chão à sua direita com o indicador na bochecha. — As pessoas geralmente se incomodam... quando faço isso... 

— N-n-não...— Falei, levantando um pouco minhas mãos em rendição. — Tudo bem...

Ela riu graciosamente, tímida.

Cocei minha cabeça.

Tudo...bem...

Tudo bem?

Eu...

— Me-gu-mi-saan! — Gritou Kaya. Não que eu entendesse o porque de eu ter lembrado o nome dele. Dessa vez não caiu.

— Sim? — Disse olhando para ele, virou-se e ajeitou os óculos rosa-claro.

Os óculos. Claro.

Acho que enlouqueci.

Quantas vezes você consegue imaginar outra pessoa quando conversa com alguém? Eu...

Eu...

Quem...

Eu só sei que os dois falavam de uma pendência na secretaria acerca de Mei..Megumi.

— Ah, poooxa... Mas não podemos resolver essas coisas depois? 

— Hum... Acho que não. Faz mais de um mês que você não entrega esses documentos, Gumi-san. — E ajeitou os óculos enquanto dava de ombros.

Por que você me chamou de Jinta?... Todo esse tempo e... E chamou Anjou de Analu?

Ela estava com uma cara de preguiça muito penosa para Kaya. Implorava com gestos e micro-sons.

Eu... não sei porque vivo remoendo coisas aqui. E ali.

Por que Analu foi lanchar hoje lá fora?

— Mas.... — Dizia.

E sinto...

Eu... não devia estar pensando dessa maneira.

...sua falta. De algum modo.

Ela fazia muitas palhaçadas.

— Okay... então vamos. — Ela enfim aceitou, mesmo que na verdade rejeitando com todo seu corpo... e alma. — Até mais, Jintan!

Ela sorriu, como sempre. Ela estava lá, mesmo que não estivesse. Mas eu ainda sentia algo dentro dela que ela não manifestava. Aquele sorriso. Quando dizia meu nome...

Eu não sei o quê. Nem o porquê. Mas ela estava ali. Eu a sentia. Mesmo que... Eu... Ela não estivesse ali.

Ela se foi, acenei sem jeito.

Eu... preciso... parar... de enlouquecer.

Limpei meus olhos sujos de ilusão. Sujos de... ... Amor.

Eu continuo louco...

Me desculpe Naruko. E Meiko.

Eu... definitivamente...

~#~

Fui ao banheiro e por ali fiquei um bom tempo. Quando deu o sinal do fim do intervalo não quis voltar. Pedi a alguém que passava pelo corredor para avisar a Analu que eu estava no banheiro... e... que... não era nada demais. Só não estava... muito a fim de ver a aula. Precisava dizer isso a ela, ao menos.

O garoto brincou um pouco com minha vadiagem na faculdade, mas aceitou avisar.

Mesmo que aquilo não fosse realidade. Só quero que ela não suspeite de nada... Mesmo que vá suspeitar.

Eu não sei se me importo. Talvez um pouco. Eu acho... — eu passava a mão nos meus cabelos, prendendo por um instante e os soltei de vez. Suspirei.

Cravei minhas costas na parede branca do banheiro e sentei no chão.

Eu acho que queria chorar. Ou alguma coisa. Eu... não... sei.

Eu gostaria de saber alguma coisa... Mas esse é só o meu sentimento sobre meus sentimentos.  

Preciso descobrir o que está acontecendo comigo.

Eu não suporto vê-la...

Por que meu coração está assim? Estou indo a plena loucura.