—...gumi. — Ela terminou.

— Honma Megumi?

— S-sim.

— A-ah... Desculpe-me. Eu pensei que... — Balancei minha cabeça outra vez, piscando os olhos freneticamente. Aliás, o que estava acontecendo comigo? Tudo aquilo era impossível... Sinto que sou apenas um idiota. Sim... Apenas um idiota pensando coisas idiotas. — V-você me lembrou duma pessoa. S-só isso... — Falei esfregando meus olhos na tentativa de tirar aquela ilusão da minha cabeça.

Era só... Com certeza uma parente dela. ... Ou alguém muito parecido com ela.

— Uma... Pessoa? — Ela perguntou inclinando a cabeça para um lado.

Aquele olhar... Infantil. Parecia tanto, mas tanto... Ela. Por quê? Por que minha mente fazia isso comigo? Eu sentia como se ela fosse a Meiko. Porém eu sabia que não era. Não só sabia... Mas tinha certeza. Me-gu-mi. Não Meiko. O que estava acontecendo comigo?

— S-sim. Alguém... A-alguém... — Gaguejei. Não conseguia mais proferir nem sequer uma frase. Muito menos olhar diretamente para a garota. Eu olhava para o chão a minha direita... Ridículo. Completamente ridículo. Sete anos se passaram e eu continuo do mesmo jeito... Eu jurava que eu tinha melhorado depois da despedida dela. Mas agora...

— Jinta? — Disse alguém não sei de onde.

Olhei para a porta da sala, era Naruko que me chamava. Respirei fundo, me pondo nos eixos. Esperei que ela se encaminhasse até mim.

— Tá tudo bem? — Perguntou Anjou. Assenti que sim na mesma hora. — Você parece meio... Pálido.

— Não, está... Tudo bem. — Garanti.

— Oi! — Falou Anjou a Megumi. — Você... É similar a alguém... Sabia? — Comentou rindo um pouco sem jeito.

— Ah, pois é... É o que dizem. — Ela deu um risinho.

— Anjou Naruko. — Ela apertou a mão da garota.

— Honma Megumi. — Apresentou-se.

— Yadomi Jinta. — Falei levantando brevemente a mão para que me notassem.

Megumi sorriu e eu também.

Aquilo tudo era tão... Estranho.

— Megumi-saan! — Exclamou um menino correndo mais do que suas pernas eram capaz, tão desastrado quanto os óculos que não paravam no foco do seu campo de visão. Inevitavelmente, caiu.

— Kaya...kun? — Chamou Megumi ajeitando os próprios óculos no rosto. Ela estendeu sua mão.

— Megumi-san... Seu pai, digo... O senhor Honma está te procurando feito louco! — Ele agarrou a mão dela e se levantou, arrumando também os óculos.

Senhor Honma... Sim, agora vejo que sou mesmo um idiota. Estou apenas em frente a uma parente dela e já estou ficando louco. É melhor eu começar a agir como gente antes que as pessoas ao meu redor percebam o que está acontecendo comigo e me internem num hospício...

— Ah... Entendo. Então vamos falar com ele. — Disse Megumi. Kaya assentiu e ela o puxou pelo braço, saindo correndo outra vez pelo corredor. — Até mais, Até mais, Jintan e Analuu! — Ela despediu-se de olhos fechados sorrindo por um segundo, num giro.

Meus olhos se arregalaram por um segundo. Era como se eu tivesse sofrido um baque... Eu já estava ficando com medo de estar imaginando coisas.

—... Ela acabou de nos chamar de... — Começou Anjou surpresa.