A semideusa e o Deus escrita por Sayuri Hyuga


Capítulo 2
A fogueira


Notas iniciais do capítulo

Obrigada a Saraby, pelo comentário quase imediato a postagem.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/450881/chapter/2

~Beth~

Estávamos no campo de treinamento, Quiron estava fazendo os sorteios, para saber quem iria lutar com quem. Jules estava na aula de grego, e Cindy comigo. Ela parecia muito ansiosa para a luta.

–Espero que eu não fique com alguém muito forte. Se ganhar de um jeito bonito, aposto que o Apolo vai notar.

Realmente estava ficando chata essa historia de impressionar o Apolo, praticamente todas as garotas estavam tentado impressioná-lo, tanto com roupas bem anh... ousadas, ou com uma boa e bela luta. Eu fazia parte, do grupo que só queria terminar o treinamento, e ir para o chalé.

–Bethany você vai lutar com Nate.

Oi? Nate? Ele é filho de Ares, isso ia ser difícil, não quero nem nunca vou querer impressionar Apolo, mas não quero sair machucada dessa luta. Como era uma luta livre, posso escolher a arma que quiser, mas não tivemos muita criatividade na escolha, então apenas pegamos nossas espadas, tínhamos que ficar em um quadrado de mais ou menos cinco metros por cinco. E estávamos em pontas diferentes. Nate sorriu para mim.

–Vou tentar não te machucar muito, garota da floresta.

Sorri de volta, ninguém tinha notado aquele apelido idiota.

–Vá sonhado, Sr. Pegador

Quiron deu o sinal para que a luta começasse, Nate me atacou, mirando na minha cabeça, mas consegui me abaixar mais rápido, ataquei na suas costelas, mas ele desviou e deu um passo para trás. Ele me atacou mirando no pescoço. Eu tinha uma estratégia, e sabia que ele ia cair.

Ele conseguiu fazer o ataque no meu pescoço, e eu caí, fiquei naquela posição, até que ele abaixou a espada e veio me “socorrer”, quando ele chegou perto o suficiente, dei uma rasteira nele, que o derrubou, e mirei a minha espada em sua garganta. Eu tinha vencido.

–A vencedora é Bethany!

Quiron anunciou, e voltou a sortear os próximos, fui caminhando na direção de Cindy, que estava com os olhos arregalados, der repente ela deu um grito, muito, mas muito alto. Ia tampar os meus ouvidos, mas quando mexi meu braço, percebi porque ela havia gritado, eu tinha um corte profundo um pouco abaixo do meu ombro, o problema não era o corte mas sim, uma estranha e incomum queimação na área. Notei o que estava acontecendo aqui.

Me virei e caminhei furiosa em direção de Nate, eu o dei um empurrão no peito, e Cindy me segurou.

–Você não pode usar veneno na sua espada em um treinamento, seu idiota! Muito menos veneno de dracaenae!

Ele me encarava com um sorriso irônico nos lábios, o que me deixa só com mais raiva. De repente um clarão se formou ao lado de Quiron, era Apolo. Dessa vez ele parecia nervoso.

–O que aconteceu?!

Eu comecei a gritar para Quiron umas verdades.

–Esse idiota usou veneno de dracanae na espada! Agora vou ficar com um curativo por um mês!

O veneno de dracanae não era mortal mas doía bastante, e por muito tempo. Quiron parecia bravo.

–Nate, você vai limpar todos as armas depois do treinamento, e não vai participar na fogueira hoje.

Nate parecia irritado, mas concordou, sabendo que a punição ainda era branda, pelo o que ele havia feito. Saí rapidamente do lugar do treinamento, em direção a uma mesa, na varanda da casa grande, onde haviam os remédios. Meu braço realmente doía, e estava meio tonta, mas estava com tanta raiva que isso pouco me importava. Cheguei a casa grande e fui procurando o álcool. Ouvi uma voz atrás de mim.

–Sabe que eu posso curar isso não é?

Me virei, era Apolo, provavelmente pensava que eu ia implorar pela sua cura mágica, mas não ia dar esse prazer a ele, fiz uma careta e respondi.

–Sei, mas não, obrigada. Prefiro me curar normalmente.

Me virei de costas para ele e finalmente encontrei o álcool, abri o pote e vi ele parando ao meu lado.

–Tem certeza?

–Sim.

Peguei um pedaço de algodão e coloquei no álcool, nossa, isso vai doer muito. Ele continuava me encarando, mas não me virei.

–Sabe você parecia uma filha de Ares lutando.

Aquilo parecia um cantada, mas decidi fingir que não estava reparando. Devia colocar o algodão lentamente mas ainda estava com raiva, e acabei sem querer, colocando tudo de uma vez.

Aquilo ardeu MUITO, fechei os meus olhos, e segurei com força o algodão no machucado. Quando tirei, percebi que não havia respondido a cantada fajuta.

–Não, filhos de Ares não enganam tão bem.

Ele deu um dos seus sorrisos que deixavam as outras meninas derretidas, mas eu não. Peguei um pedaço de gaze e segurei na boca, enquanto passava o remédio.

–Você é filha de quem?

Enrolei a gaze no braço, e me apoiei na parede, e o encarei, com um sorriso.

–Perséfone, e não venha me dizer que está surpreso.

Ele riu, pude sentir o calor que exalava de seu corpo, e era realmente bem acolhedor.

–Porque não quis que eu ajudasse com o machucado?

Fiquei séria de novo, ele também. Aquela pergunta era tipo “porque você não está louca por mim?”

–Porque não, e você não tem uma patrulha para fazer ou alguma coisa do gênero?

Me arrependi na hora daquelas palavras, e completei rapidamente.

–Desculpa, eu não queria ofender, é que eu estou cansada e...

Ele me interrompeu, não parecia bravo.

–Tudo bem, você tem motivos para ficar brava, o garoto de Ares...

– Hum, é, acho que eu vou voltar para o treinamento.

–Ah Quiron, me pediu para avisar que você pode ficar no seu chalé, descansando.

Ah, ótimo. Assim não ia correr o risco de encontrar esse cara, por aí.

–Ah, obrigada. Anh... até.

Dei um sorriso bem curto, e fui para o meu chalé, ele estava vazio porque Cindy e Jules ainda estavam no Acampamento, e como não podia ir para a clareira, fiquei no chalé sem nada para fazer, na hora do almoço, comi no chalé mesmo, e me deitei depois para descansar, e acabei dormindo.

Acordei com Jules e Cindy me sacudindo, já eram quatro horas, eu tinha dormido muito, era o efeito do remédio. Olhei ainda meio zonza para elas, que praticamente gritaram.

–Acooorda, hoje é a primeira vez na fogueira com o Apolinho! Temos que ficar lindas!

Comecei a rir.

–Apolinho?! De onde você tirou esse apelido?! E você sabe que não gosto dele, na verdade nem pretendo ir na fogueira, se não acabo jogando ele na fogueira!

–Aii, qual o seu problema com ele, Beth?

Jules parecia magoada e chocada, ela estava usando um vestido azul água , e saltos pretos, Cindy usava saltos prata com um vestido rosa, as duas usavam muita maquiagem.

–Eu só não gosto de pessoas egocêntricas e narcisistas, o que ele é muito!

–Não vamos discutir, Beth, levanta dessa cama e vem se arrumar, porque você vai!

Elas me levantaram a força, e me fizeram usar um vestido branco, que realçava a minha pele bronzeada, e os meus cabelos pretos.Elas me forçaram a colocar um salto prata, que com certeza ia me deixar bolhas...

(Vestido Beth: vestido)

–Acho que vamos fazer uma maquiagem, e umas ondas no seu cabelo...

–Ah não, vou parecer uma filha de Afrodite...

–Algo contra?

Reparei que elas estavam parecendo filhas de Afrodite, então, só aceitei as opções que elas me deram. Realmente estava bonita, mas acho que estava um pouco enfeitada demais para só um fogueira. Mas não ia contestar, se não ia acabar brigando serio com elas. Saímos do chalé e fomos em direção a fogueira. Todas as meninas haviam reparado que Apolo ia estar presente, e eu podia, facilmente ver algumas meninas com roupas que podia dizer que eram de casamento...

Como sempre, haviam várias fogueiras, e bancos ao redor de cada uma. Nós escolhemos uma de tamanho média, a noite estava meio fria, e eu ainda estava usando aquele vestido curto. Então cheguei bem perto da fogueira para me esquentar.

–Se chegar tão perto, pode se queimar...

Reconheci aquela voz, era o Sr. Porque não baba por mim?, Ele se sentou ao meu lado, Cindy e Jules se levantaram, pareciam estar esperando algo, então eu chutei, que era uma apresentação.

–Anh essa são Jules e Cindy, minhas irmãs.

Elas deram um sorriso bobo e se afastaram, notei que todas as meninas estavam nos encarando, algumas com inveja e outras com sorrisos maliciosos. Me encolhi e me abracei, por causa do frio. Havia cutucado o meu machucado, e fiz uma careta, ele me olhou com um meio sorriso nos lábios.

–Se tivesse me deixado curar isso, não ia sentir dor.

Fiz uma careta para ele, e o respondi, admitindo a verdade.

–Sim, não ia.

Ele olhou surpreso para mim, como se tivesse visto algo impossível.

–Afinal, qual o seu nome?

Reparei que não havia falado me apresentado ainda.

–Meu nome é Bethany, mas todos me chamam de Beth.

–Então, Beth, ainda não quer que eu cure isso para você?

Meu machucado estava doendo bastante, e o frio fazia com que ardesse ainda mais.

–Acho que agradeceria agora.

–Então vem.

Ele se levantou, e imediatamente eu também, não estava atraída por ele, e sim pelo calor que ele exalava, e aquilo era realmente bom.

–Ele me guiou até um fogueira pequena que não havia ninguém, nos sentamos, e ele se virou para mim, olhando braço, que estava enfaixado. Ele começou a tirar a bandagem devagar, e aquilo ainda doía muito, ele jogou a bandagem no fogo, e se concentrou no machucado. Ele ainda ardia e sangrava um pouco, mas foi apenas isso, não senti nada, nenhum toque nem coisa parecida, de um momento para o outro, o machucado havia se curado, ou melhor Apolo havia curado ele. Pela primeira vez, consegui falar uma coisa genuinamente verdadeira para ele.

–Nossa isso é legal!

Eu olhei para a o meu braço, curado e perfeito, ele me encarava, com um sorriso, não aquele sorrisos de derreter as garotinhas e sim um sorriso normal, verdadeiro e real.

–De nada!

Ficamos um minuto, encarando a fogueira, até que falei.

–Acho melhor eu voltar para o meu chalé, as garotas devem estar preocupadas.

Por um momento ele realmente pareceu triste e desapontado, mas acho que só foi impressão.

–Claro.

Fui para o chalé, me afastando das garotas que me davam olhar que podiam matar uma pessoa. Cheguei no chalé, as meninas não haviam chegado ainda, mas eu estava cansada, então me deitei, e como havia dormido muito de tarde, não consegui dormir.

Tive pensamentos bem indesejados e incomuns, e sonhei com um calor confortável e acolhedor.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

E então... gostaram?
Eu estava pensando em botar uma foto de algum ator que eu imagino ser parecido com o Apolo, mas percebi que não existe pessoa tão bonita haha



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "A semideusa e o Deus" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.