Como é q eu vim parar nesta cidade mesmo? Ah sim, quando eu de repente decidi que minha mãe, Renée merecia uma nova vida feliz e divertida com o novo marido, Phil, arrumei as malas com as minhas pouquíssimas roupas de inverno que tinha, entrei num avião e vim parar nesta cidade molhada, gosmenta e muito verde!

Forks, fica em Washington, EUA. Uma cidadezinha humilde e quase sempre coberta por uma grossa camada de nuvens de chuva. É para cá que vim morar com meu pai, Charlie. Ele é o chefe de polícia da cidade - não que ela precise necessariamente de um policial, pois a taxa de criminalidade por aqui é mínima. Charlie continua sendo - mesmo depois de muito tempo solteiro - um homem muito reservado, assim como eu, que mal consigo olhar nos olhos de pessoas que acabei de conhecer.

Tudo que eu tinha, tudo que eu amava, ficou em Phoenix no Arizona, meu vale do sol, meu lar. Aqui em Forks é tudo muito molhado e gelado. Nunca gostei de chuva, chuva não é nada parecida com um banho morno, que relaxa e alivia os nervos. Não; chuva é algo frio e úmido, que faz as ruas ficarem frias, desertas e sombrias, onde qualquer alma é capaz de se aventurar em levar um banho do lado de fora de suas casas. Por isso tenho saudade de minha antiga casa, minha mãe e até minha antiga escola e dos meus antigos amigos.

Mas aqui não é nenhuma cidade-Inferno chuvosa. Eu também tenho alguns amigos aqui. Tenho também minha melhor amiga, Jessica Stanley.

Jessica é uma garota legal, bonita, atlética, levemente bronzeada e lindos cachos escuros. Nossa capitã do time de vôlei da escola, sempre exibindo seus dons no esporte.

Jessica também é uma garota muito sonhadora, sempre inventando histórias místicas, sobre bruxas, fadas e coisas do tipo. Uma das suas criaturas favoritas são os vampiros; criaturas incrivelmente lindas, mais velozes que um trem bala, indescritivelmente fortes e com olhos cor de rubi brilhantes, bebedores de sangue.

Sempre tento alerta-la de que a vida corre enquanto ela inventa essas coisas.

– Você devia ir de vagar com suas histórias, Jess - Disse à ela numa tarde quando devíamos estar estudando pra uma prova final. - Mantenha o foco aqui na Terra, ouviu bem?

– Bella, eu sei! Não vou ficar para trás, relaxa - Disse ela calma. Depois ela retorna num tom brincalhão: - É por isso que você nunca tem uma novidade, sempre com a cabeça de mais no mundo real. Você precisa sonhar um pouco, é assim que se consegue alguém: com ideias.

O pior é que nesta parte ela está certa. Eu não me socializo muito com as pessoas. Estou sempre em casa - quando não na escola -, lendo algum clássico literário, ou ouvindo alguma musica tranquila, coisas que me acalmam e me lembram um pouco da minha casa em Phoenix.

Mais uma vez eu me comparo com meu pai, que depois desses anos todos, nunca achou um outro alguém pra lhe fazer companhia, mas como minha mãe sempre dizia: sou muito jovem ainda. Vou conseguir alguém. Ela está certa, se não for aqui em minha nova cidade, pode ser daqui uns tempos, depois ou durante a minha faculdade. Mas eu ainda sempre me pergunto: Como é se apaixonar por alguém? O que sentimos?

Talvez algum dia eu possa usar o termo tão clichê: "Amor da minha vida..."