POV. Narradora

Federico foi internado com urgência no hospital central, com ele estavam seus documentos e o celular, logo encontraram o telefone de emergência descrito como Naty amor, e telefonaram para a mesma.

Ligação ON

– Boa Noite! Sra. Naty?

– Sim sou eu. Quem é? – pergunta a mesma curiosa.

– Me chamo Thalia, sou recepcionista do hospital central, o motivo do meu contato é devido a um acidente de carro sofrido por Federico. O conhece?

– S-sim. – gaguejou – Mas o que houve?

– Ele foi trazido aqui pelo cara que o atropelou, não quero assustar, mas seu estado é grave. Se puder compareça aqui o mais rápido possível, o doutor quer falar com você.

– Certo, estou indo – disse Naty – e Obrigado por avisar.

– Não há de que – disse a recepcionista – esperamos seu comparecimento.

– Boa Noite – disse Naty nervosa

Ligação OFF

Naty ficou nervosa com o ocorrido e saiu correndo em direção ao hospital, e sentiu-se culpada pelo tempo que ficou pensando em Maxi, e pensava em como terminar com Federico sem o magoar, mas isso com certeza teria que ser depois da melhora do mesmo. O que a fazia sentir-se ainda pior.

–

POV. Castillo

Despertei cedo como sempre e dessa vez fui tocar minha guitarra, estava com saudades dela, fiz alguns arranjos, algumas frases na minha guitarra e comecei a cantar junto, até que ouço batidas urgentes na porta, paro de tocar imediatamente e abro a porta.

– Filha, temos que ir ao hospital – disse meu pai nervoso, eu fiz cara de surpresa – o Federico, sofreu um acidente de carro e está entre a vida e a morte.

– O QUE? – disse nervosa e já com lágrimas nos olhos.

– Isso que ouviu se arrume e vamos para lá. – disse meu pai ainda em pânico.

Angie era mãe de Fede, ela devia estar desesperada. Nesses dias percebi uma aproximação do meu pai com ela, eles estavam conversando mais, coisas que nunca foram de fazer e às vezes saiam juntos, sim é estranho ver seu Pai saindo com sua tia, mas ele estava feliz, e quando recebeu essa notícia do sobrinho ficou triste, e deve imaginar como Angie sente-se.

A História da Angie é mais ou menos assim: Tinha em torno dos 18 anos quando conheceu seu namorado, ele dizia que a amava, e quando completaram 1 ano de namoro, para comemorar, Angie se entregou a ele, nesse dia não usaram camisinha, e logo que fizeram amor, ele terminou com ela. 1 mês depois, percebendo que sua menstruação estava atrasada foi até a farmácia mais próxima e comprou o teste de gravidez, ao fazê-lo descobriu que estava grávida do meu primo, ficou desesperada, o pai da criança não queria assumir, então ela teve que cuidar do Fede sozinho, minha mãe a ajudava, mas como foi na mesma época que me teve, ficava mais difícil. Fede é 2 meses mais velho que eu. Ela já se decepcionou muito na vida, e nunca mais se envolveu com ninguém, ela tinha amigos homens, mas nenhum deles lhe passava a segurança que ela precisava para um relacionamento.

Quando ela me contou essa história eu fiquei com medo, confesso, eu já não tinha namorados, então depois disso passei a me segurar ao máximo para não tê-los, é verdade que agora tenho o Vargas, mas é diferente, ele faz me sentir segura, me faz sentir que posso confiar nele, e as coisas entre nós estão cada vez melhores. Ele ama me ouvir cantar e tocar, e diz que também canta e toca, mas nunca o ouvi fazer nenhuma dessas coisas. Já pedi, mas ele só promete que me mostrará, mas não mostra.

Mandei um sms para ele avisando que não iria ao colégio.

Vargas, hoje não irei ao colégio, eu preciso ir ao hospital. Federico meu primo se acidentou, está internado no hospital central. Depois nos falamos.

Seu sms de resposta em poucos minutos.

Castillo vou com você, me espere em sua casa, apareço aí em 5 minutos.

E então fiquei o esperando, não demorou muito e ele apareceu, então tomamos rumo ao hospital central, nunca imaginaria Federico entre a vida e a morte, ele é o único primo que tenho, e o mais legal de todos que já vi, é como se fosse um irmão. No caminho comecei a chorar, não queria chorar, mas estava chorando.

– Hey, não chora Castillo, ele vai sair dessa – disse Vargas.

– É que é muito difícil para mim Vargas, ele é o único primo que tenho – disse sorrindo torto.

– Certo, eu sei que é difícil, mas estou aqui.

Continuamos nosso caminho até chegarmos ao hospital. Lá estava cheio, bem cheio mesmo, o desespero passou pela minha cabeça, eu queria ver o Fede, eu precisava, ou poderia ficar louca ali e sair gritando, o que com certeza não seria uma boa ideia. Vargas percebeu o jeito que estava e me abraçou de lado, eu apenas sorri sem jeito. Meu pai andava de um lado para o outro e logo chega Angie desesperada.

– G-german – gaguejou – que bom que vieram, venham comigo.

A acompanhamos até uma sala enorme de espera, ali estava mais tranquilo do que a parte da recepção, nos acomodamos e logo o doutor apareceu.

– Parentes de Federico Castillo? – disse sério.

– Nós – nos levantamos ao mesmo tempo.

– Certo, me acompanhem até minha sala.

O seguimos, eu confesso estava nervosa demais. Angie disse que Naty ficou lá a noite inteira, e como não tinham notícias, ela foi para casa descansar. Sentamos-nos e então o doutor começou a falar.

– Por favor, fiquem calmos. Mas, o que tenho a dizer não será fácil. – eu me encolhi – Federico está em coma, e está ligado a aparelhos para conseguir respirar, o impacto do carro foi muito forte e fez com que um lado dos pulmões ficasse com uma deficiência, teremos que fazer uma cirurgia e o mesmo pode não resistir, mas se não fizermos essa cirurgia será pior, pois ele morrerá de certo. E então o que escolhem?

Olhamos-nos e eu estava a ponto de desabar, o Fede poderia morrer em qualquer uma dessas alternativas. A situação ficou tensa, e já não tinha mais nada que pudesse fazer.