Effie e Haymitch - Desde o Início (Hayffie) escrita por Denuyn


Capítulo 18
18


Notas iniciais do capítulo

Desculpem pela demora (de novo :c )
espero conseguir postar pelo menos mais dois capítulos essa semana, então preparem-se, pq haverão mortes



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No dia seguinte, eu não podia evitar pedir o 2º round. Desnecessário dizer que Effie me encarou como se eu tivesse dito que vira o presidente Snow usando uma coroa de flores. Então sorriu e disse, com um tom despreocupado:

– Talvez algum outro dia.

Bufei, aceitando meu destino, e consegui atravessar o corredor até meu quarto sem ser notado pelos tributos, que ainda não haviam destrancado suas portas. Troquei de roupa, tentei parecer mais acabado e bêbado do que feliz e bêbado e fui até a sala de jantar, onde o café-da-manhã já havia sido posto pelos Avox. Ignorei toda a comida realmente boa e ataquei o pão e a manteiga, decidindo começar a beber depois e não durante a refeição.

Quando eu já havia terminado de comer e sentara no sofá vermelho da sala, Effie saiu do quarto com uns dois terços da maquiagem do dia-a-dia, uma simples peruca ruiva e um vestido azul brilhante. Não posso dizer que achei o vestido bonito, mas ela ficava linda com tudo. Ao me ver, sorriu e, não sem antes olhar ao redor para se certificar da ausência dos tributos, abaixou-se para me dar um selinho. Toquei seu rosto levemente e sorri também antes que ela se virasse para ir tomar café-da-manhã. Esforcei-me para não aparentar satisfeito com minha atual situação, então joguei ambos meus pés para cima do sofá e tomei mais alguns goles de licor. Poucos minutos depois, Sailee saiu de seu quarto usando blusa e calça de pijamas e, sem me dirigir uma palavra, sentou-se na mesa e começou a comer. O mesmo pode ser dito de Henry, exceto que ele me lançou um olhar cansado, deu bom-dia a Effie e aí sim começou a comer. Não prestei atenção ao que eles diziam, e não fiquei surpreso ao perceber que não tentaram fazer contato. Voltaram para os quartos, provavelmente para vestir algo apresentável antes de serem enfiados nos uniformes dos tributos. Effie sentou-se na poltrona à minha frente, com o nariz avermelhado. Eu controlei o impulso de pousar minha mão sobre a dela, então simplesmente sussurrei:

– Tudo bem, princesa?

Ela me deu um sorriso fraco e assentiu.

– Eu espero que eles consigam.

Assenti também e tomei mais um gole.

Quando os tributos voltaram para a sala, nós dois já estávamos esperando na frente da porta. Acompanharíamos os dois até fora do prédio, onde seriam recolhidos por um aerodeslizador e levados à Arena. Effie ainda estava emotiva, mas eu havia deixado a garrafa de lado, o que certamente surpreendeu Henry e Sailee. Effie balançou a cabeça, vencida, e abraçou os dois ao mesmo tempo, soluçando.

– Nunca vou me esquecer de vocês... – murmurava em meio ao choro – meus primeiros tributos... vou ficar com tantas saudades...

Os dois confortaram-na com sorrisos, mãos amigáveis em suas costas e ombros e sussurros de que tudo ficaria bem, eles acabariam com a raça daqueles Carreiristas. Eu fiquei lá parado até que eles terminaram de confortar Effie e deixaram-na ir ao seu quarto retocar a maquiagem.

– E então? – Sailee disse – Algo realmente importante pra dizer, pra variar?

–Tentem fugir da Cornucópia – eu disse, sem rodeios – Se vocês não quiserem morrer no banho de sangue, procurem abrigo na vegetação. Por exemplo, se o Henry está aqui – marquei um ponto no ar com minha mão esquerda –, a Cornucópia aqui – indiquei um lugar para a Cornucópia também – e Sailee aqui – usei minha mão direita para representar Sailee, do lado oposto da Cornucópia -, será inevitável que um de vocês passe pelo banho de sangue. Se isso acontecer, Sailee, corra para longe da Cornucópia e Henry corra para o mesmo lado, passando assim pela Cornucópia e pegando armas, matando uns dois tributos no caminho para escapar. Se os dois correrem um para cada lado, vai ser difícil para se acharem, mas não tanto para os Carreiristas; sem contar que não terão armas. – olhei para os tributos de novo, e os rostos de todos os anteriores inundaram minha mente. Pisquei e suspirei, dizendo: - Boa sorte.

Eles iriam precisar.

Deixamos os tributos no aerodeslizadoporto e voltamos ao apartamento sem uma única palavra. Eu sabia que Effie estava emocionalmente frágil, e ficaria ainda mais com o começo dos Jogos. Decidi deixar minha rabugice usual de lado e ser pelo menos um pouco gentil dessa vez. Ela podia gostar do meu sarcasmo, mas certamente não gostaria dos meus comentários ácidos sobre a estupidez dos nossos tributos, assim como as escoltas anteriores não gostaram.

Fomos para a Sala de TV. Não se engane pelo nome; não é uma saleta com um par de sofás e uma TV plasma em cima de uma estante, exclusiva para mentor e escolta. É um salão gigantesco com pelo menos cem televisões plasma do tamanho de uma cama de casal, inúmeras das poltronas mais confortáveis de Panem, seções de tais televisores e assentos separadas por distrito, iluminação composta por lustres luxuosos, garçons vestindo uniformes espalhafatosos servindo os mais variados e deliciosos petiscos e o maior número de figurões Capitalistas possível em um só lugar. Exatamente o que se podia esperar da Capital.

Imediatamente, eu me dirigi a um garçom e pedi uma garrafa de uísque. Exatamente o que se podia esperar de mim.

Effie sentou-se na seção do 12, escondendo eficientemente sua aflição. Sorria pra qualquer Capitalista que passasse a menos de dois metros dela e pediu um coquetel sem álcool, chamando-me para juntar-me a ela. Bufei como se sentar perto dela fosse uma maneira de me condenar e me joguei no sofá, ainda bebendo da minha garrafa de uísque.

– Como você está? – eu perguntei o mais baixo que consegui.

Ela sorriu o sorriso falso mais bonito que tinha e disse:

– Como é de se esperar.

Ficamos sentados na seção do 12 por mais ou menos meia hora, eu em silêncio, ela tentando recrutar patrocinadores. Larain e Cornelion chegaram dez minutos depois de nós e sentaram-se em poltronas opostas, dirigindo uma palavra de cumprimento a nós dois antes de silenciarem completamente. Eles ficaram lá, esperando, e a única coisa que comeram foi um pedaço de queijo importado cada um. Estranhei, claro, mas eles eram mesmo esquisitos, além de reservados; era tudo que eu veria deles.

Nem tentei puxar conversa com os dois, então mergulhei na garrafa de vodka que um garçom me ofereceu. Infelizmente, Effie tentou se comunicar com os irmãos Eschel, e a expressão de decepção e rejeição que tomou seu rosto foi de cortar o coração. Lutando contra a vontade de abraça-la e beijar sua testa, virei a garrafa. Alguns minutos depois, o burburinho na sala desapareceu e as luzes diminuíram, as luzes das televisões iluminando os rostos cobertos de maquiagem como tochas. O símbolo da Capital brilhou, acompanhado do hino e logo depois Caesar e Claudius Templesmith surgiram para comentar, encorajar e dar risos forçados. Depois de sua despedida e “Que a sorte esteja sempre a seu favor”, o símbolo da Capital manifestou-se novamente por alguns breves segundos.

A Arena apareceu na tela.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado :3 até a próxima o/