The Forgotten escrita por Panda Chan


Capítulo 8
Aquilo que não queria ter visto


Notas iniciais do capítulo

OOOOI GENTE
okay, demorei muito, culpa minha e assumo.
Eu, muito espertamente diga-se de passagem, Viajei. AEEEE ! Fui conhecer Florianopolis, um lugar lindo e bem, quando voltei TCHÃ-DÃN TINHA VÁRIOS TRABALHOS PRA FAZER
Me desculpem balinhas de goma c-c
Obrigada por acompanharem a fic, e obrigada pelos favoritos Nnay, Julia, Neko, Lily Luna e sejam bem-vindos novos leitores.
Boa leitura



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/450583/chapter/8

As duas pequenas garotinhas estavam plantadas na frente da janela observando as últimas folhas de outono caindo de suas árvores.

O estranho furacão colorido me transportou para alguns momentos como a queda do meu primeiro dente de leite, uma pequena guerra de travesseiros com Lizzy e meus pais dançando depois do jantar. Agora estou vendo minha mãe fazer o jantar enquanto a mini eu olha esperançosa para janela buscando algum sinal de neve.

– Meninas vocês pretendem ficar ai pelo resto de suas vidas?

– Eu quero ver a neve! – gritou a pequena eu.

– Eu quero ver o chão sendo pintado de branco! – os olhos de Lizzy brilhavam como duas pequenas estrelas verdes.

– Venham comer logo – mamãe se ajoelhou – Ficar observando não vai fazer com que a neve caia mais rápido.

– E se a neve cair enquanto não olhamos?

– Eu prometo que avisarei vocês duas quando começar a nevar.

– Promete ver a neve com a gente? – perguntou a curiosa mini eu.

– Prometo – ela sorriu – Vocês me prometem que vão ver a neve cair?

– Sim – responderam juntas.

Logo as duas criaturinhas ruivas foram lavar suas mãos para o jantar.

Aceitar que tenho uma irmã gêmea não está sendo nada fácil, em todas as lembranças me pergunto o que aconteceu com ela. Será que morreu? Não foi levada conosco? Se perdeu? Foi vendida como uma escrava? Se tornou vitima dos doll markers? São tantas possibilidades sem resposta nenhuma, isso me deixa frustrada.

Não entendo também porque não me lembro dela, pelo que vejo nessas imagens éramos grudadas uma na outra e nunca nos separávamos. Como pude esquecer de alguém que viveu tanto tempo ao meu lado? Como me esqueci desses momentos?

E porque raios Stella nunca me disse nada sobre ela?

Entendo que isso não é o tipo de coisa que se diz no almoço de domingo, mas também não é algo que se esquece facilmente.

O jantar aconteceu com pequenas brincadeiras e histórias engraçadas, minha família era feliz.

Vendo esses sorrisos, esses momentos felizes e essa casa quase me esqueço que eles morreram de uma maneira trágica e horrível.

Estou observando enquanto mamãe canta uma música para Lizzy e eu dormimos.

– Boa noite meninas – disse ao terminar a música.

– Mamãe – Lizzy estava bem acordada enquanto uma pequena Alice sonolenta tentava dormir – Eu não quero dormir e perder a neve.

– O jornal disse que só amanhã vai nevar querida.

– Mas – ela desviou o olhar refletindo sobre dizer ou não o que pensava – Mas ... E se amanhã eu não estiver aqui?

Minha mãe logo deu um jeito de esconder a surpresa que sentiu ao ouvir isso e se aproximou da cama de Lizzy.

– O que você quer dizer com isso?

Lizzy olhou para mamãe e depois para mim, buscando a certeza que eu não iria ouvir nada e se ouvisse não iria entender.

– Eu tive sonhos com um homem mau que nos machucava, ele era um monstro azul e tentava me matar. Ele te matava mamãe – quem falava agora não era mais a garotinha que queria ver a neve, era um outro lado de Lizzy, um que estava aterrorizado com o que via – Hoje quando a Ali e eu estávamos olhando pela janela vi esse homem do outro lado da rua, ele quer nos machucar mamãe.

Quase pude ouvir as engrenagens do cérebro da minha mãe funcionando, buscando respostas ou mentiras para convencer Lizzy de que tudo está bem e ela só está imaginando coisas.

– Amanha bem cedo vou contar para você e sua irmã uma história – disse.

– Uma história?

– A história das fadas, lobos, vampiros... Oh céus, tenho tanto que dizer em tão pouco tempo – beijou o topo da testa da Lizzy – Boa noite querida.

Lizzy estava mais curiosa do que assustada agora, lentamente ela adormeceu.

Enquanto isso minha mãe estava no escritório ao lado de um telefone.

Papai entrou e abriu um pouco mais a porta dando passagem á alguém

– Pode entrar – disse ele.

Um garoto loiro de olhos negros entrou. Ele se vestia como Alex , inteiramente de preto. No pescoço carregava uma corrente de prata com um crucifixo pendurado.

– Quem é ele? – perguntou minha mãe.

– Eu sou Bill, estou aqui para protegê-los a pedido de Alexander – respondeu.

– Pois está fazendo um ótimo trabalho! – o sarcasmo no tom de voz da minha mãe fez com que até eu me encolhesse, mas Bill não parece ter percebido.

– O que quer dizer com isso?

– Lizzy viu o Marloc.

Papai ficou tenso imediatamente.

– Está dizendo que um dos reis do Submundo veio até aqui e que nossa filha de cinco anos o viu?

– Sim, estou – respondeu minha mãe – Teremos que contar a verdade á elas.

– São só crianças – protestou papai.

– Crianças do Submundo – disse Bill com a mesma calma que Alex tinha comigo – Elas já deveriam estar cientes da sua situação.

– Querido, não temos escolha – o tom de voz que minha mãe estava usando só deixava mais claro como ela estava odiando isso.

Todos ficaram em silêncio por alguns minutos até Bill dizer que ia chamar reforços. Meus pais subiram até o quarto que onde minha irmã e eu dormíamos calmamente, ficaram parados na porta pelo que pareceram séculos pensando em como seriamos afetadas pela noticia, em como enlouqueceríamos com as histórias que eles nos contariam.

Algo me dizia que essa conversa nunca chegaria ao acontecer.

Já era madrugada, de alguma forma eu sabia que era o dia seguinte ao da estranha conversa com Bill, hoje eles contariam a verdade pra gente. Uma verdade que eu desconheço até hoje.

Andei pela casa como um fantasma, o que de certa forma sou, pelo menos aqui. Parei na porta dos quartos e ouvi o barulho suave das respirações, minha família estava dormindo calmamente enquanto eu me perguntava porque estava vendo isso.

Onde está o turbilhão que me transporta pros momentos importantes? Por que estou aqui logo agora?

A resposta veio de forma quase imediata.

Ouvi uma explosão no andar debaixo, ela foi tão forte que fez com que eu caísse em cima de uma mesa no corredor.

– Ai – murmurei massageando minha cabeça no local que havia sido atingido.

Meus pais saíram correndo do quarto. Minha mãe carregava uma espécie de colar/talismã com uma pedra branca no meio rodeada por um circulo de ouro com runas desenhas, papai segurava uma espada de prata e seus olhos estavam amarelos.

– Vá até o quarto das meninas, não deixe que ele as encontre – disse de forma autoritária.

Sem responder nada minha mãe correu até o quarto gritando algo que não compreendi.

A temperatura no corredor começou a cair, pude sentir meus ossos congelando lentamente e pela reação de meu pai, ele também sentiu.

Uma figura humanoide começou a subir as escadas, as luzes estavam apagadas então só pude distinguir pequenos traços de sua aparência.

Seu corpo era enorme, devia ter uns três metros de altura e estava encurvado para não bater a cabeça no teto, seus braços eram grossos, percebi que ele estava usando uma túnica cuja cor não conseguia distinguir. Suas pernas eram estranhas, pareciam com patas de algum animal como um bode ou uma cabra, mas o que realmente me assustou nele fôramos olhos.

Na escuridão, seus olhos vermelhos brilhavam de raiva olhando diretamente para meu pai.

– Ora, ora – disse uma voz rouca, grossa e assustadora – O que temos aqui, um protetor ou um exilado?

– Marloc – a forma como meu pai disse esse nome me fez questionar se ele não vomitaria a qualquer instante – Só vou te dar uma chance de ir embora e deixar minha família em paz. Não hesitarei em te matar se não o fizer.

Mesmo sem ver tenho certeza que Marloc sorriu.

– Sem conversas? Você sempre foi direto ao ponto e isso vai me poupar muito tempo – um fogo azul se acendeu nas mãos de Marloc e por um instante pude ver seu rosto horrível – Vamos resolver logo isso.

O fogo azul preencheu o corredor com uma luz tão forte que quase me cegou, quando acabou vi o corpo de meu pai cair no chão.

– Papai! – tentei segura-lo, o que não teve muito sucesso.

Tudo que senti foi seu corpo atravessando meus braços como se fosse feita de vento e o frio que vinha de seu corpo. Meu pai que tinha abraços aconchegantes, sorrisos calorosos, uma presença tão confortável e sempre uma palavra bonita para dizer estava gelado.

Meu pai era sempre tão quente, feliz, que não parava quieto um instante e gostava de brincar não devia ficar gelado e parado sem se mover como se estivesse morto, como se sua alma já tivesse abandonado seu corpo.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

RÁ TROLLEI GERAL NÉ? *-*
Aposto que todo mundo viu o nome do capítulo e pensou ' DEVE SER AGORA' , MAS NÃO
Aguardem o proximo *-*
Beijinhos pequenos cupcakes de amora



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "The Forgotten" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.