The Forgotten escrita por Panda Chan


Capítulo 7
Aquilo que eu esqueci


Notas iniciais do capítulo

OOOOOOOOI GENTE
Tá, fiquie mega sumida mas não culpem a mim e sim a internet, os técnicos não encontravam meu novo endereço no GPS e depois instalaram errado o cabo da internet e deu um rolo muito doido aqui (muito mesmo), terminou que minha internet divosa voltou entao logo vim pra cá



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Demorei um pouco para perceber que ninguém podia me ver. Agora estou sentada no sofá da casa da minha mãe, um modelo antigo que tem uma manta por cima e várias almofadas decoradas nos cantos.

As duas garotinhas estão no chão desenhando animadamente com giz de cera e lápis de cor, pelo que entendi sou a garotinha de vestido azul e a menina igual a mim, vulgo irmã, a garota de vestido verde.

— Venham comer meninas – disse minha mãe sorridente entrando na sala.

Já havia me esquecido do rosto dela, minha mãe tem os cabelos ruivos como os meus e os outros claros de Stella. Olhar para ela é como ver uma foto antiga de algo que você sente que deveria se lembrar e se sente mal por não saber o que é.

— Quem chegar por último é a mulher do padre! – gritou a pequena Alice.

— Sua irmã é bem agitada. Não acha, Lizzy?

— Sim – a garotinha de vestido verde continuou desenhando.

Então seu nome é Lizzy, isso seria apelido do que? Elizete? Elizabeth? Elise? Elisa? Lissandra? Nem sei se esse último existe.

— Você não quer ir comer querida? Fiz o bolo que você gosta.

Minha mãe se ajoelhou ao lado dela tentando ver o que desenhava.

— Não estou com fome mamãe – respondeu – Estou com medo.

— Medo? – mamãe riu – Medo do que ?

— Do moço que me persegue – sussurrou – Ele está sempre atrás de mim.

Minha mãe deixou sua preocupação transparecer por apenas um instante antes de recompor a compostura.

— Não se preocupe querida, nada vai te machucar enquanto a mamãe estiver aqui. Agora vá comer.

Lizzy se levantou e caminhou até a cozinha. Minha mãe começou a recolher os lápis e giz de cera, fiquei atrás dela observando cada movimento. Tudo nela era tão elegante e ao mesmo tempo natural, como se tivesse nascido para se mover como uma princesa.

Ela sorriu ao ver meu desenho, era uma garotinha de vestido azul e cabelo ruivos dando as mãos para outra menina de vestido verde, provavelmente Lizzy, as duas tinham sorrisos maiores que o próprio rosto. Quando pegou o desenho de Lizzy ela soltou um som de surpresa.

Lizzy desenhou um homem azul com patas ao invés de pés e olhos vermelhos, ele estava sorrindo enquanto cortava a pele de uma garota ruiva que estava amarrada em uma cama. Não precisei de muito tempo para reconhecer essa cena que me assombra, minha mãe dobrou o desenho e guardou no bolso da calça moletom.

Como minha irmã gêmea esquecida podia saber disso? Essa com certeza é uma das minhas memorias reprimidas, ela não tinha como prever o futuro, tinha?

Fui até a cozinha onde as duas pequenas ruivas estavam se sujando de bolo.

— Pegue mais bolo Lizzy – a pequena eu estava coberta de chocolate enquanto tomava refrigerante de laranja, meu favorito.

— Não estou com muita fome, Alice – enquanto a pequena eu estava se lambuzando e fazendo a festa com a comida a pequena Lizzy parecia mal ter tocado em seu bolo.

— Aconteceu alguma coisa? – perguntou

— Os sonhos continuam – sussurrou – Eles nunca param.

Senti um calafrio forte percorrer meu corpo. Isso com certeza é um mal pressagio.

— Você deveria falar com a mamãe, ela sempre sabe o que fazer.

A pequena Lizzy balançou a cabeça.

— A mamãe iria ficar maluca se soubesse.

— Por que?

— Nos meus sonhos – ela olhou para os olhos da pequena eu – A mamãe morre.

Como se fosse um botão sendo pressionado fui arrastada pro escritório onde estavam meu pai e minha mãe.

Papai era loiro e tinha olhos verdes como os meus , sua pele tinha aquele tom meio caramelo que te faz pensar se a pessoa voltou de viajem a pouco tempo ou vive ao ar livre. Ele estava sentado em sua poltrona atrás da mesa de madeira cheia de papeis olhando para o desenho que Lizzy fez, minha mãe estava de pé encostada na parede olhando pela janela.

— Isso pode ser nada – disse ele.

— Nada? – minha mãe estava preocupada – Elas tem dons, Thomas, dons que vão se manifestar uma hora ou outra.

— Mas tão cedo?

— Minha família é poderosa demais, os dons não tem idade para se manifestar.

Dons? Que dons? Queria gritar exigindo respostas, mas tudo que conseguia fazer era assistir o desenrolar da cena.

— É verdade – papai encarou o desenho – Acho que devemos conversar com elas e procurar proteção.

— Proteção? Está louco? – minhas lembranças nunca me mostraram minha mãe dessa forma, com esse olhar assustado no rosto como se fosse saltar para o primeiro canto escuro e nunca mais sair de lá – Eles vão usa-la, vão se aproveitar delas e de nós. Não temos onde pedir proteção!

— Temos sim – papai dobrou o papel e guardou em uma gaveta – Vamos chamar a Morte.

Pensei que minha mãe fosse ter um ataque mas ela apenas se abraçou e começou a chorar, meu pai logo se aproximou e a abraçou.

Ficaram assim por um bom tempo até ele se afastar.

— Quem vamos chamar? – perguntou colocando uma mecha do cabelo ruivos dela atrás da orelha.

— Alex.

Ao meu redor as cores se misturaram e senti como se estivesse dentro de um tornado que não parava de girar. Quando pensei que não aguentaria mais e iria vomitar cai de joelhos na grama molhada.

— Onde estou?

Vi a casa de meus pais do outro lado da rua, a pequena eu e minha gêmea estávamos brincando de pega-pega.

— Onde ele está? – a voz impaciente de minha mãe me fez virar para trás.

Meus pais estavam atrás de mim, minha mãe andava de um lado para o outro enquanto meu pai se mantinha firme no lugar observando as duas pessoas ruivas brincando.

— Ele está vindo.

— E se não estiver? – o rosto tão belo e delicado da minha mãe começava a mostrar marcas de cansaço. Ao redor de seus olhos era possível ver marcas de noites mal dormidas.

— Ele disse que viria então vai vir, não se preocupe querida.

Minha mãe o abraçou.

— Como consegue manter a calma em um momento assim?

— Eu sou um protetor, é isso que faço.

— Nem sempre foi – sorriu.

O pequeno sorriso desapareceu assim que ela viu a figura negra que estava observando.

Era um garoto adolescente quase comum, vestia um sobretudo preto com uma camiseta preta e calças, adivinhem só, pretas, usava diversos colares de prata e anéis com pedras coloridas ou caveiras. Seus cabelos pretos estavam bagunçados como se ele passasse a mão neles toda hora para mantê-los assim, sua pele branca o deixava semelhante á um fantasma e seus olhos castanhos de um tom profundo pareciam ler sua alma.

Sem dúvida esse garoto era Alex, o cara que eu beijei pouco antes de vir pra esse flashback estranho.

— Olá Thomas .

— Olá Alexandre – o tom de voz usado pelo meu pai mostrava que ele respeitava Alex.

— Melissa, que bela surpresa vê-la aqui – sorriu – Como vai?

— Você já sabe a resposta – respondeu minha mãe de forma ríspida – Vai nos ajudar ou não?

— Esses são modos de se pedir um favor pra um dos mensageiros da morte Filha das Fadas?

Minha mãe encarou o chão.

— Alex – começou meu pai – Precisamos de alguma ajuda, os dons estão se desenvolvendo rápido demais, não sabemos como controlar. Se alguém descobrir isso..

— Eu sei, eu sei – esse Alex não se parecia em nada com o garoto que me deu um ursinho sujo de sangue – Infelizmente tenho meus próprios problemas para resolver, falei com um amigo de minha total confiança para ajuda-los.

— Obrigado – disse meu pai. O rosto dele e de minha mãe foi inundado por uma expressão de calma.

— Não me agradeça ainda, o preço por pedir algo pra um dos mensageiros da morte, mesmo sendo algo que ele também queira fazer , isso é demais para qualquer um.

— Nós sabemos. Estamos dispostos a pagar tudo – minha mãe estava mais decidida agora.

— Espero que tenha certeza disso, filha das fadas. Vocês deveriam ter chamado alguém de nível mais baixo.

— Você é o melhor, confiamos em você.

— Sim, mas não sou nem um deus ainda.

— Alex – meu pai colocou sua mão sobre o ombro de Alex – Você só não é um deus porque não quer, suas habilidades são amis avançadas que a de qualquer mensageiro. Confiamos nossas vidas e as de nossas filhas a você.

— Confiam demais em mim – ele balançou a cabeça – Creio que está na minha hora de partir, em breve receberão a visita de outro mensageiro que irá cuidar de sua proteção. Adeus, velhos amigos.

Dito isso ele sumiu, onde estava restou apenas um rastro de fumaça negra.


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Notas finais do capítulo

Então, gostaram?
O que será que significa filha das fadas? acho que é meio obvio correto? IKOPASKDOKOASK
Beijos e comentem pra me animar a postar logo (sim, aprendi a mendigar comentarios muahahhaah)
tchaaaaaaaau



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