The Forgotten escrita por Panda Chan


Capítulo 47
Croissants e assassinatos


Notas iniciais do capítulo

Olá bolinhos, vocês estão com tanto frio quanto eu?
Estou tão feliz que as fanfics de bandas que eram postadas no Nyah foram restauradas, já favoritei várias ~~
Aqueles que acompanham a page da TF sabem que esse capítulo está atrasado porque meu computador está cheio de vírus, agora os que não acompanham também sabem. Não me sinto segura entrando nas contas do Nyah e do Social já que meus navegadores estão "sequestrados" por malwares, mas achei injusto atrasar ainda mais o capítulo por um problema que eu não sei resolver (se alguém fizer ideia de como resolver isso me diga, já tentei todos os métodos que conheço).
Esse capítulo tem um pouco de ação, particularmente gostei bastante de escrever essa parte.
Boa leitura.



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Existem alguns fatos sobre a minha vida que me fazem criar as piores teorias possíveis sobre o meu destino. Quer fazer um teste comigo para entender o que eu digo? Pois bem, quero que levante a mão quem:

Perdeu os pais aos cinco anos de idade (eles foram usados em um ritual maligno que não deu certo);

Descobriu que é uma fada imortal e serve a Vida, uma Imortal que gosta de causar sofrimento;

Descobriu que a sua irmã gêmea, de quem você não se lembrava, se tornou uma assassina maligna que deseja te matar (e tem um amigo que não sabe comer canja de galinha);

Viu o namorado ser assassinado por uma horda de vampiros sanguinários no castelo do Conde Drácula (que odeia a sua irmã gêmea assassina e maligna);

Ficou sabendo sobre o relacionamento romântico das suas duas melhores amigas sobrenaturais através da sua irmã gêmea assassina no almoço.

Se você ergueu a mão para alguma dessas alternativas, entre para o meu clube de Pessoas Amaldiçoadas Pelo Destino, estou cansada de ser a única nele.

A notícia sobre o namoro das meninas me deixou bem surpresa, mas fiz o possível para disfarçar isso diferente do Lucas que até se engasgou com seu hambúrguer.

– Nunca imaginei que me sentiria grata pela Red estar aqui – Melody sorriu com os cabelos pretos balançando alegremente. Os cabelos dela cresceram muito desde que cheguei aqui e agora alcançam até metade das suas costas.

Red não viu a frase como um elogio. Mordeu o hambúrguer de um jeito tão violento que eu senti dor por ele.

– Vocês não tinham coragem de assumir isso nem para mim? – Lucas finalmente se desengasgou – Sou o segundo no comando da alcateia!

– Lucas, você é um beta – Melody voltou sua atenção para o almoço – Está abaixo de mim e do macho alfa.

– Você é uma alfa? – perguntei enquanto jogava várias batatas-fritas entre o pão e a carne do meu almoço.

– Sim, eu sou a fêmea alfa da alcateia do Instituto – Melody respondeu orgulhosa – O nosso macho alfa é o Troy, mas não transamos antes que vocês pensem isso.

– Não ia pensar se você não falasse – joguei uma grande quantidade de ketchup no meu lanche. A aparência estava deliciosa e depois de mordê-lo vi que o gosto também.

– Olha Zero, uma coleguinha que come igual a você – Lizzy cutucou Zero que olhou para mim e sorriu. Assim como eu, ele colocou suas batatas dentro do lanche e encheu de condimento vermelho. Sua boca estava cercada por ketchup.

– “Ixu” aê, “Alixe” – ele balançou a cabeça sorrindo – “Voxê” sabe comer.

– Obrigada... Eu acho – sorri para ele e dei outra grande mordida no meu almoço, limpando a boca logo depois. Precaução, é claro.

O almoço continuou normalmente, os alunos em todo refeitório conversavam sobre assuntos aleatórios e brincavam uns com os outros. A tristeza pela morte do Thomas ainda estava presente, eu podia senti-la, mas todos tentavam lidar com ela da melhor maneira possível.

Fui para o dormitório com a Melody e a Pudim, elas resolveram fazer uma reunião de guloseimas no quarto da loba e eu pedi para levar a Nana. Não posso dizer que elas gostaram da ideia, mas permitiram que eu chamasse minha amiga vampira que estava escondida no quarto vago do nosso andar.

– Uau – Anna murmurou com os olhos esbugalhados ao entrar no quarto e ver a mais recente reforma da minha amiga loba. As paredes foram pintadas de amarelo e uma delas em um tom de âmbar. É claro que milhares de roupas coloridas continuavam jogadas pelo lugar – Parece que uma discoteca explodiu aqui dentro.

– Essa é a intenção – Melody sorriu e mostrou sua cestinha de guloseimas – Vampiros podem comer minhoquinhas de gelatina?

– Eu estou morta, mas não estou... Morta – Nana franziu o cenho – Preciso adaptar essa frase.

Todas balançamos as cabeças concordando. O assunto sobre o qual mais falamos foi a recente descoberta do namoro das garotas, pedi detalhes e Nana ficou repetindo “Eu sabia, eu sabia! Feromônios nunca mentem!” enquanto dançava movendo seus braços como se eles fossem mais flexíveis do que são.

A história sobre a família da Pudim se espalhou pelo mundo sobrenatural e quando a bruxa entrou no Instituto usando um nome obviamente falso, os sobrenaturais passaram a evita-la, menos a loba. Melody fez o possível para se aproximar dela e se tornar sua amiga, até que ela percebeu que havia se aproximado demais e estava apaixonada. Pudim ouviu atentamente enquanto a loba se declarava e depois pediu um beijo para que ela tivesse certeza dos sentimentos.

Ambas concordaram que o primeiro beijo foi terrível: dentes se batendo, mãos suadas e depois ficaram vermelhas como tomates, mas esse beijo desastroso serviu para que elas assumissem de vez seus sentimentos.

– Uma história de amor mais bonita que as da Disney – Nana limpou uma lágrima solitária.

– Vocês precisam prometer que não vão espalhar sobre nosso namoro – Pudim é a única pessoa na face da terra que consegue parecer séria enquanto come um alcaçuz azul – O clã Yang é um dos mais tradicionais do mundo e Melody é a herdeira, se os pais dela descobrirem sobre nós agora...

– Vou ser deserdada e expulsa de casa – a loba ergueu e baixou os ombros, um sinal claro de não se importar – Coisas típicas.

– Isso é horrível – falei baixo.

– Eu não ligo para o posto de alfa – ela revirou os olhos – Sério. Isso é apenas burocracia, me livrar das responsabilidades do clã é um sonho que quero realizar.

– Se você está dizendo – olhei para o relógio no canto da TV que estava ligada em um programa de culinária – Estou indo.

– Para onde você vai? – Nana perguntou.

– Tenho um compromisso – respondi – Cuide-se para não sair no sol.

– Estou protegida por um feitiço – Nana estalou a língua e acenou para mim.

– Não estale a língua – a olhei de forma repreendedora antes de sorrir – É falta de educação, mocinha.

Passei rapidamente no meu quarto onde peguei uma sacolinha plástica branca com um embrulho em papel pardo dentro e na cantina para comprar um chocolate quente. Fui em direção ao prédio das aulas de magia, cheguei lá na hora certa em que estaria saindo da aula.

Sentei-me encostada na árvore que Thomas amava, agora ela tinha algumas folhas que ele nunca verá. Abri o embrulho e encontrei dois croissants de chocolate dentro, não estavam mais mornos como quando eu os comprei antes de vir ao Instituto, mas ainda eram os croissants da mesma padaria que Morfeu amava. O chocolate quente da cantina não se compara ao que ele trazia, mas ainda era melhor que nada.

Mordi um dos croissants e senti aquele sabor tão maravilhoso e nostálgico que compartilhei com o metamorfo tantas vezes. Fiquei perdida na sensação familiar de conforto que aquele momento trazia e nem percebi quando minha irmã se aproximou e sentou ao meu lado.

– Sabia que você estaria aqui – ela falou.

Lizzy estava com os cabelos presos em seu habitual coque com uma presilha pente decorando o “penteado”, trocou o vestido que usou no almoço por uma calça de couro preta, uma blusa de manga longa da mesma cor e um cachecol cinza.

– Você é sempre silenciosa como um gato? – coloquei o embrulho com o croissant restante no colo dela – Pode comer, se quiser.

Ela não respondeu com palavras. Abriu o embrulho e pegou o folheado dando-lhe uma grande mordida.

– É quase tão bom quanto os feitos na França.

– Nunca fui à França – suspirei.

– Que pena – ela murmurou – Queria conversar com você.

– Sobre o que? – quase soltei outro suspiro. Meu maravilhoso folheado de chocolate está no fim.

– Nossos pais – ela respondeu. Levantou minimamente e pegou uma foto no banco de trás da calça me entregando depois – E também achei que você ia querer essa foto.

Peguei a imagem da mão dela e sorri com a lembrança exata daquele momento. Na foto, Morfeu e eu estávamos sentados nessa mesma árvore, mas ela estava sem folhas. Ele beijava o topo da minha cabeça com um grande sorriso no rosto e eu tinha a boca suja de chocolate.

– Isso foi na noite em que você apareceu com o Zero. A confraternização. Por que você tem uma foto assim?

– Eu estava te seguindo – ela terminou seu croissant sem sujar a boca – Às vezes, tirava algumas fotos para memorizar os rostos das pessoas ao seu redor caso o Zero tivesse que usar a imagem delas.

– Obrigada – sorri – Isso é muito importante para mim.

Lizzy suspirou ao meu lado amassando o papel pardo onde estavam os croissants e jogando na sacola plástica.

– Queria conversar com você sobre nossos pais. Você já conhece a história deles, certo?

– Eu sei que o nosso pai era um protetor, um sobrenatural meio fada e meio lobisomem e nossa mãe uma fada completa.

– É o básico – ela pareceu satisfeita com a resposta – Nossa clã é o Knight, nossos antepassados eram os cavaleiros de honra que defendiam a corte das fadas quando ainda existia. Somos fadas guerreiras desde os tempos mais antigos da existência dos sobrenaturais.

– Que irônico Knight ser cavaleiro em inglês.

– Na verdade, não. O nome do clã foi escolhido justamente por isso.

– Somos guerreiras - a lembrança de todas as vezes em que fugi das moscas no banheiro de casa por medo que ela entrassem no meus ouvidos me veio a mente. Eu sou uma desonra pra minha família – Você deve sentir muito orgulho disso, certo?

– Sentiria mais se fossemos Killers ao invés de Knight.

– Como você sabe tanto sobre a nossa família? – perguntei.

– A Organização mantém uma biblioteca gigante com livros mágicos, descobri um que falava sobre as fadas e resolvi estudá-lo.

Estava preparando outra pergunta para fazer quando ela puxou a presilha pente e a lançou para trás. O objeto ficou cravado em uma árvore.

– O que foi isso? – perguntei, assustada.

– Quem está aí? – ela perguntou gritando e ignorando minha pergunta.

Olhei para todos os lados sem encontrar a pessoa que ela havia visto. O céu escureceu sem que eu percebesse e a lua começava a aparecer.

– A rainha vermelha está louca – uma voz começou a cantarolar, parecia familiar – Fugiu para matar sua irmã e falhou. A rainha vermelha enlouqueceu – vi um brilho vindo de um canto escuro, alguém havia tirado a presilha da minha irmã da árvore e agora brincava com o objeto nas sombras – E o próximo pescoço cortado pode ser o seu.

Em um movimento rápido, a pessoa lançou a presilha em minha direção. Não consegui ver o objeto vindo, mas senti a oscilação no ar e consegui pará-lo para depois pegar. O pente da presilha estava mortalmente afiado, encarei minha irmã.

– Você transformou uma presilha em uma arma? – estava incrédula.

– Cada um luta com o que tem – ela respondeu como se fosse algo normal pegar uma presilha pente e afiar o pente até ficar parecido com uma lâmina – Nunca imaginei que logo você seria enviado para me caçar. Devo presumir que esse versinho é o pedido pela minha cabeça da Organização?

– Não apenas da sua – olhos amarelos brilharam na escuridão, a figura foi se aproximando até que a lua o iluminou – Zero e sua irmã também estão sendo caçados.

A figura que saiu da escuridão era um homem que devia ter quase trinta anos, orelhas de lobo saiam do topo da sua cabeça. Ele Estava descalço, grandes garras pretas saiam das unhas dos seus pés e mãos.

– Max - murmurei reconhecendo o primeiro sobrenatural eu me atacou.

– Olá, Alice – ele sorriu zombeteiro – Vejo que o shinigami-sama não está com você hoje, uma pena.

– Vejo que você precisa de uma manicure e pedicure com urgência, Max – Lizzy puxou duas adagas de arremesso do cano da bota.

– Fico surpreso que alguém que usa um corte de cabelo como o seu saiba o que é uma manicure.

Lizzy sorriu mostrando todos os seus dentes de um jeito realmente assustador.

– Fique longe, Alice. Faz muito tempo que eu não me divirto.

Lizzy caminhou até Max parando a uma distância segura, eles se encaravam como dois predadores brigando pela mesma presa.

– Sim, fique aí Alice. Cuidarei de você assim que terminar com a sua irmã traidora.

– Traidora? – franzi o cenho – Por que a Organização está querendo te matar, Lizzy?

– Eu desertei.

– Sua irmã falhou na missão de te matar e depois fugiu acompanhada do albino – Max parecia se divertir – Ela é uma fracassada e sua existência desonra o nome da Organização, por isso deve morrer.

– Max, como assassino você é um ótimo tagarela.

– Então nossa conversa acaba por aqui – em um rápido movimento ele puxou uma corda escondida atrás de seu corpo.

Observei com admiração enquanto Lizzy desviava de dezenas de flechas que iam na direção dela. Quando chegou a uma distância segura das flechas ela lançou suas adagas de arremesso das quais Max desviou com facilidade. Ele fez uma mesura como se dissesse “Você errou”, Lizzy respondeu erguendo uma sobrancelha “ É mesmo?”. Max se virou na direção das adagas caídas enquanto minha irmã lançava outras duas que estavam escondidas sob as suas mangas. As adagas ficaram cravadas nas costas do lobisomem que uivou de dor.

– Que truque sujo, Red Queen.

– Como os que você usava contra mim. Você se lembra do tempo em que colocava lama nas minhas calcinhas?

Ele riu.

– Que nostálgico, você era tão fraca e deplorável. Era realmente engraçado aprontar com você.

– Fraca e deplorável? Se não me falha a memória, você me dopou e tentou me jogar de um penhasco por se sentir ameaçado quando viu como eu sou forte.

– Eu queria livrar a Organização de alguém como você – não havia mais divertimento na voz dele, apenas raiva – Você se destacava entre todos, mas eu sempre soube que não passava de uma qualquer com um pouco de talento.

– Alguém aqui precisa rever seus conceitos, porque a qualquer fraca e deplorável já conseguiu acertar duas adagas nas costas do seu superior.

Max urrou de raiva, retirou uma das adagas das costas e não conseguiu alcançar a outra. Avançou contra Lizzy com as garras que pareciam ter crescido, Lizzy desviou das garras estendidas e acertou um soco no estômago dele que revidou com uma joelhada no queixo dela.

Minha irmã saltou para trás e caiu com a elegância de um gato. O lobisomem cuspiu sangue. Deviam estar a cinco metros de distância, no mínimo.

– Como nos velhos tempos, hein?

Com um único saltou ele parou ao lado dela, tentou dar uma rasteira da qual ela desviou, em seguida começou a tentar acertar socos nela. Lizzy segurou o punho do lobisomem e deu uma forte joelhada em sua barriga, mais sangue saiu pela boca dele. Ainda segurando o punho do lobisomem, ela torceu o braço para trás segurando nas costas.

– Vadia! – ele gritou.

Com a mão livre, Lizzy pegou uma adaga do cano da bota e encostou no pescoço dele.

– Se lembra de como me humilhou quando eu entrei na Organização? Você estava em uma turma um ano acima da minha, era meu senpai, mesmo sendo dez anos mais velho do que eu e fazia de tudo para me humilhar ou parecer ser mais forte. Se aproveitou da minha fraqueza usando-a em seu favor. Nunca se envergonhou disso?

– Pessoas fracas merecem ser usadas pelos mais fortes.

– É uma pena que essa seja a sua resposta, pois são suas últimas palavras. Espero que morra se lembrando do porquê me chamam de Red Queen.

Max ia dizer algo, mas não teve tempo. Em um movimento rápido, Lizzy cortou a garganta dele e o soltou. O sangue estava sufocando o lobisomem que tentava falar, tentava gritar, mas não conseguia. Ela o chutou cinco vezes antes de se entediar, segurou os cabelos do homem caído que começava a parar de se debater e terminou o serviço.

Minha irmã decapitou um homem na minha frente.

Gritei.


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Notas finais do capítulo

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Por hoje é isso, vou terminar o novo capítulo da The Fallout ~~propaganda~~ e depois tomar chocolate quente enquanto tento exorcizar meu computador.
Beijinhos jovens bolinhos de baunilha com cobertura de chocolate.



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