Battlefield escrita por Courtney, Ana


Capítulo 19
A Garota de Rosa Shocking


Notas iniciais do capítulo

Courtney: OIOIOI GENTE MEU DEUS EU AMO VOCÊS
Enrolamos nesse capítulo porque ele é o penúltimo e nós amamos Battlefield e amamos vocês e não queríamos escrevê-lo, mas queríamos escrevê-lo e queríamos que fosse perfeito.
Muito confuso.
Nos amamos todos os reviews que todos mandaram e muito muito obrigada de coração à Thiiago Olympos La Rue Jackson e Owl que recomendaram a fanfic. Foram recomendações lindas e nós ficamos emocionadas. Serioo s2
Então gente, FINALMENTE vocês vão saber quem escreve Battlefield, e quem vai ser coroado rei e rainha do baile. ME DIGAM NO FINAL SE VOCÊS RIRAM QUANDO LERAM PORQUE EU RI MUITO QUANDO PENSEI NISSO.
Espero que gostem do capítulo
Bjssssssssss



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POV Annabeth:

Corri como nunca havia corrido antes.

Nunca gostei muito de correr, mas algo dentro de mim... uma força de vontade sub-humana, me fazia correr como se minha vida dependesse disso.

–REYNA! – gritei, tirando as pessoas do meu caminho enquanto passava pela pista de dança.

E finalmente a encontrei, falando com um grupo de pessoas e com Percy a tiracolo.

Quando me viu indo até eles, Percy abriu um sorriso.

–Annabeth!! – ele disse – tudo bem?

–Não posso falar agora – eu disse tirando Reyna de lá e arrastando-a pelo braço.

–Que isso? – perguntou ela indignada, tentando se desvencilhar de mim.

Ignorei sua pergunta, e comecei a procurar por Calipso.

Quando achei, ela estava conversando com Frank num canto.

–Pega o braço da Calipso e puxa ela – eu disse para Reyna.

–Você enlouqueceu de vez? – ela perguntou – olha, se isso for um plano para me fazer perder a coroa eu juro que...

–Cala a boca e pega a Calipso – sibilei apertando seu braço com força.

Reyna reclamou de dor, mas acabou o fazendo.

Pouco depois estávamos de trenzinho procurando a peça chave.

Clarisse.

Ela estava conversando com Chris, quando empurrei ele para o lado e fiquei frente a frente com ela.

–Annabeth – disse ela indiferente – posso perguntar por que interrompeu a minha conversa?

Não respondi. Apenas peguei a barra de seu vestido rosa e puxei.

Quando comecei a andar ainda com a barra na mão, ela exclamou:

–Você vai rasgar o meu vestido, capeta!!

–Então é melhor vir comigo – respondi sem olhar pra ela ainda andando.

Levei as três para a sala de musica com muito esforço, como se levasse cachorros teimosos para passear.

Quando chegamos lá, fechei a porta e olhei para as três.

Uma do lado da outra, com Clarisse no meio.

–Por que nos trouxe aqui? – perguntou Calipso.

Pensei em várias respostas, “porque quero explicações”, “você não tem o direito de perguntar nada, eu faço as perguntas”, “por que isso tudo é culpa de vocês”. Mas a única coisa que saiu foi:

–Por que eu sei.

Clarisse estreitou os olhos e sorriu, intrigada.

–O que você acha que sabe, loirinha?

–Eu não acho, eu sei.

–Leo te contou, não foi? – perguntou Reyna. – mas por que você chamou a Clarisse? Ela não tem nada a ver co...

–Me poupe, Reyna – interrompi, quase rindo da cara de pau dela – você pode até enganar o Leo, mas a mim não engana.

Reyna levantou uma sobrancelha e surpreendentemente sorriu de lado, como se aprovasse a minha resposta.

–Lindo vestido, Clarisse. Rosa shocking. – eu disse falsamente.

Clarisse sorriu ainda mais.

–É minha cor preferida. – respondeu ela.

Se eu tinha alguma dúvida, ela havia morrido agora.

–É, eu percebi – continuei – seu vestido é rosa assim como o convite para a pequena festinha que preparou para a gente na casa de Calipso. Rosa como a cor do papel do bilhete que deixou lá, que por acaso era a tal pista que havia mencionado. Fiquei dias pensando sobre o que essa pista poderia ser... por que você não mencionou que precisaríamos esperar até o baile para juntar as peças? Claro, por que no baile você estaria com esse vestido, escreveria frases do filme A Garota de Rosa Shoking no espelho e na porta da cabine do banheiro. – não consegui segurar a risada debochada – brilhante, Clarisse. Parabéns.

Clarisse havia escutado aquilo tudo com um sorriso cínico no rosto. Reyna parecia surpresa, e Calipso olhava com tédio para as unhas pintadas de vermelho.

–Você está insinuando que eu escrevo Battlefield? – perguntou Clarisse fingindo inocência.

–Insinuando não – disse eu – afirmando.

Clarisse sorriu novamente e começou a bater palmas enquanto andava pela sala de música.

–Temos uma vencedora! – exclamou ela rindo – ah, Annabeth... não acha que demorou um pouco?

–Só um pouco? – murmurou Calipso.

–Você achou realmente que eu, Battlefield, iria entrevistar alguém? – Clarisse gargalhou – fiz aquilo só para despistar.

–Assim como deve ter fingindo o atentado de Battlefield contra você, com o patê de salmão – eu disse.

O sorriso de Clarisse morreu.

–Na verdade, não. Aquilo não fui eu – disse ela – sou realmente alérgica a salmão.

–Fui eu. – quem disse foi Reyna.

Nos viramos para ela, que olhava Clarisse com uma expressão desafiadora.

–Você o que? – perguntou Clarisse.

–Você não me contou que ia colocar drogas no brownie! – exclamou Reyna – nem que ia gravar nada, e muito menos que ia expor a minha intimidade pra toda a escola. Eu precisei me vingar.

–EU PODERIA TER MORRIDO! – Clarisse estava possessa.

–PERAI! – gritei – um minuto. Reyna, você sabia que ela era Battlefield?

Elas pararam de gritar. Reyna olhou para mim e hesitou um pouco antes de responder.

–Sim. Eu e Calipso sabíamos.

–E Silena? – perguntei

–Não sabe de nada, foi só uma laranja que arrumamos para proteger a Clarisse.

Clarisse sorriu e piscou para mim.

–Então era tipo um complô? – perguntei tentando não parecer muito magoada – vocês três fudendo com as nossas vidas.

–Ai... quando a gente achou que ela tinha pegado no tranco, perdemos ela de novo – disse Calipso fingindo tristeza – nós estávamos tentando parar essa briga, sua idiota!

–O que? – perguntei

Acho que nunca estive tão confusa em toda a minha vida.

Tentando parar Battlefield? A troco de que?

–Annabeth, deixa eu te fazer uma pergunta – começou Reyna – como ficou a sua preciosa vidinha depois que você virou estrategista dos Jets?

Pensei muito antes de responder, mas só consegui achar uma palavra que refletia muito bem o que eu sentia.

–Um inferno – respondi

–Exatamente! – Reyna sorriu – você foi privada de um namoro normal com o Percy, sem julgamentos, sem repressões... por isso. Por esse inferno que é essa briga. Era assim que me sentia... o meu relacionamento com Jason começou e terminou por causa dos Jets. Queria nunca ter me envolvido com ele. Eu sinto como se... isso tudo tivesse mexido com a minha cabeça de um jeito irreversível, entende? Me deixou paranoica, competitiva...

–Louca – murmurou Calipso

–Eu só queria que isso acabasse – continuou Reyna, agora com lagrimas nos olhos, ignorando Calipso – não queria que ficassem como eu. – ela limpou as lagrimas - então bolei um plano e comuniquei Clarisse, ela disse que precisaríamos da influência que Calipso tinha na escola, então a convencemos a voltar, o que não foi muito difícil. Nós iriamos fazer vocês se unirem contra Battlefield.

–Mas o plano não deu muito certo – disse Clarisse – esperávamos que você comunicasse aos outros o que havia descoberto hoje, e que juntasse Sharks e Jets para vir me confrontar.

–Mas como você acha que é a rainha da cocada preta, e que consegue fazer tudo sozinha... – comentou Calipso.

–Espera, então desde o começo... Battlefield estava tentando acabar com a rivalidade entre Sharks e Jets fazendo nós odiarmos mais a ele do que um ao outro? – concluí, minha voz saindo quase como um sussurro.

–Exatamente – disse Reyna com um fraco sorriso – me desculpa, Annabeth.

–Ah, me poupe – disse Calipso revirando os olhos

Nesse momento, a porta da sala de musica se abriu. Era Dakota.

–Uh... se for orgia posso participar?

Dakota e seus comentários desnecessários nas piores horas.

–O que você quer, filhote de cruz credo? – perguntou Clarisse

–Chamar as candidatas a rainhas para a coroação, oras – respondeu ele – achei que não fossem querer perder.

Reyna correu, empurrou Dakota e saiu porta afora. Calipso foi logo depois, passando perto demais de Dakota, que se virou para encarar a bunda dela sem cerimônia alguma.

Antes de ir, Clarisse fez um comentário baixo demais para chegar aos ouvidos de Dakota, mas alto o bastante para chegar aos meus:

–Ah... hora do grand finale.

POV Reyna:

Quando eu tinha seis anos eu decidi que seria a rainha do mundo.

Então essa coroação de rainha da escola seria fichinha.

E não é como se a concorrência devesse me preocupar.

Mesmo assim eu estava ansiosa demais para saborear o gostinho de finalmente alguém descobrir que eu sambei na cara de Sharks e Jets o ano inteiro. Quando o depravado do Dakota interrompeu as revelações para nos chamar para o anuncio eu corri extasiada. É claro que eu teria que lidar com a fúria de muitas pessoas quando Annabeth contasse mas foda-se. Em cinco minutos eu teria na minha cabeça uma coroa de plástico barata com miçangas fazendo uma péssima imitação de brilhantes. Seria a rainha do ano, da noite, do baile.

–Onde vocês foram? – perguntou Percy

Dei nos ombros e murmurei algo que nem eu mesma entendi.

Vocês acham que eu tenho paciência pra lidar com Percy à poucos minutos de alcançar a maior glória do ensino médio?

Faça me o favor né!!

–Boa noite galera! – disse Gwen no palco, onde minutos atrás a banda tocava.

–Boa noite!!! – responderam todos, alguns animadinhos demais.

Não importa o que o diretor faça, todo ano conseguem contrabandear bebidas alcoólicas para o baile. E esse ano ele não teve chance já que eu estava participando do esquema de alterar o ponche. Genialidade à parte.

–Esse ano nos tivemos um recorde de votos!!! – continuou Gwen sorrindo carismática.

Gwen definitivamente é alguém que teria muita utilidade para mim. Mais tarde bolaria um plano de aproximação sutil e eficaz. Claro que só poderia me concentrar nisso depois que passasse a euforia de ser coroada.

Será que eu deveria colocar isso no meu currículo quando fosse para Yale? “Rainha da Turma de 2013 do West Side High School”. Claro que eu colocaria.

–E por unanimidade, o rei do baile é... – Gwen deslacrou o envelope.

Olhei para os lados. Jason parecia estar quase surtando de nervoso. Que retardado. Acha mesmo que tem chances? Charles estava bem perto do palco, mas parecia muito tranquilo. Silena é quem fazia uma cena com direito à gritinhos histéricos.

–Percy Jackson!

Sorri convencida. Claro que era. Não tinha como não ser comigo como sua rainha.

Percy, porém ficou surpreso

Lhe dei um leve empurrão em direção ao palco.

E numa cerimonia pomposa Gwen colocou a coroa de rei em sua cabeça, e Octavian lhe entregou o cetro.

Todos aplaudiram loucamente.

Jason estava com cara de quem tinha levado um soco nas bolas.

Gargalhei me preparando para o que estava por vir.

–E a nossa rainha é... – dessa vez Gwen e enrolou para abrir o envelope.

Revirei os olhos e me adiantei para o palco.

Todos já sabiam mesmo que era o meu nome que estava ali.

Na verdade aquela coroa já devia ter o meu nome.

–Jason Grace?!!

Um murmúrio alto se alastrou pelo salão.

Parei na escada que levava ao palco, olhando de Jason para Gwen.

Gostaria de dizer que o meu queixo caiu, mas isso é clichê demais, então vou pular essas parte.

Ah, que ótimo! Acho que ainda posso adicionar isso no currículo para Yale: “A experiência de perder a coroa de rainha par ao meu ex-namorado”.

Bravo!

Eu já devia ter suspeitado.

Pelo menos Jason não estava ostentando a vitória.

Foram necessários muitos empurrões para que ele passasse por mim na escada que ligava ao palco.

–Isso é coisa sua? – ele perguntou quando passou.

Sorri friamente.

–Infelizmente não.

Assisti de camarote meu ex namorado sendo coroado com a minha coroa e presentado com o meu cetro e meu manto.

E o pior é que o descarado ficou bem.

Jason sempre teve pinta de rainha.

–Caiu bem nele! – exclamou Luke quase se dobrando de rir.

–Era de se imaginar... – comentou Thalia.

Clarisse apareceu do meu lado com um sorrisinho exultante.

–Isso é coisa sua não é? – perguntei quase rosnando.

Clarisse deu nos ombros.

–Shippo ele e Percy...

Balancei a cabeça contrariada.

–Eu não sou o tipo de pessoa com quem se trapaceia Clarisse.

Clarisse sorriu.

–Vai pôr outro salmão no meu sanduiche?

Mocreia mal comida.

–Estou considerando a ideia – retruquei mal humorada voltando minha atenção para o que acontecia no palco.

Gwen sorria embraçada, Percy estava confuso e Jason vermelho, de raiva ou vergonha Reyna não sabia exatamente dizer.

–Acho que o rei deve beijar a mão da rainha, não? – disse ela nervosa.

Jason a olhou perigosamente.

–Ou então só apertam as mãos mesmo. – completou

Pela primeira vez em anos Percy e Jason olharam um para o outro, e no olhar que trocaram havia... Respeito?

Então todos começaram a gritar:

–Discurso! Discurso! Discurso!

Jason estava paralisado, olhando para o chão agora, mas Percy ergueu o olhar para todos e, tremendo pegou o microfone das mãos de Gwen.

–Eu... não sou muito bom com palavras, mas gostaria de aproveitar essa oportunidade para me desculpar a todos que foram de alguma forma prejudicados por essa briga entra Sharks e Jets - ele ficou calado por um tempinho saboreando a cara de espanto das pessoas - gostaria de pedir desculpa especialmente para meus colegas de equipe, que eu arrastei para isso sem perguntar o que achavam. Vou tomar a liberdade de pedir desculpa para os Jets por Jason, que é mais orgulhoso que eu - ele riu um pouco e olhou para Jason - acho que é por isso que somos um ótimo par, nos completamos.

Todos riram, e Percy e Jason se olharam sorrindo como se lembrassem do passado, quando eram melhores amigos.

–Desculpe, Calipso. Não devíamos ter te tratado como um prêmio - ele continuou - e Silena, por te chutar para fora do grupo só por que você se apaixonou. Acho que não sabia o que era isso - ele olhou para Annabeth e sorriu - mas agora eu sei, graças a Annabeth.

Houve um coro de "awwwwnn" e Annabeth corou.

–Ahhh, lembrei de outra coisa que queria falar - disse ele quase pulando - Frank, caralho, vira homem e volta com a Hazel. Por que se eu achei coragem pra dizer para todo mundo que eu, um Shark, estou apaixonado por uma Jet, você também pode achar.

Olhei para Frank, que estava corado e de olhos arregalados e me segurei para não gargalhar.

–E por último, mas não menos importante: eu, Percy Jackson, declaro agora o fim dos Sharks.

Percy olhou para Jason esperando uma reação, que surpreendente foi andar até o microfone, pigarrear e dizer:

–Pasmem: concordo com tudo que Percy disse, e estou cansado de ser apenas o líder dos Jets e viver por isso. Por isso, eu, Jason Grace, declaro agora o fim dos Jets.

Todos estavam de queixo caído. Era mais fácil esperar que Estados Unidos e Cuba pusessem fim às desavenças do que Sharks e Jets se conciliando.

Até eu estava um pouco surpresa, claro que vinha trabalhando para que aquilo acontecesse mas nunca imaginei que seria desse jeito. Talvez isso compensasse a perda da coroa.

Só talvez. Ainda tenho que pensar no caso.

O microfone voltou para as mãos da Gwen que disse com lágrimas nos olhos:

–Está na hora da valsa.

Jason e Percy assentiram, e Jason cochichou no ouvido de Percy olhando para mim.

Não faça isso Jason, não faça isso, não faça isso.

Ah ele fez.

Percy desceu do palco e foi até Annabeth tirá-la para dança e adivinhem quem veio até mim?

–Sem chance de eu dançar com você – disse acida para Jason.

Ele estava lindo como sempre. E eu ainda não tinha certeza sobre os meus sentimentos por ele. Talvez eu não o amasse mais mas sempre existiria aquela perigosa atração.

Ele pegou a minha mão e eu estreitei os olhos.

–Uma dança e essa coroa é sua – ele deu um sorriso convencido.

Golpe baixo.

Ele sabia o quanto eu queria aquela coroa.

–O manto e o cetro também. - não se chega aonde eu cheguei se você não tira toda a vantagem possível.

Jason revirou os olhos.

–Okay.

Permiti que ele me guiasse para a pista de dança.

Tocava uma música lenta. “Three Wishes” daquelas gurias que cantavam a abertura de Pretty Little Liars.

–Eu, ahn, eu... – ele estava pateticamente tentando pedir desculpas, obviamente.

Lhe dei um olhar penetrante.

–Não sei não Jason. Se voltássemos no tempo você faria tudo igual.

–Verdade. Talvez tudo isso tenha sido bom para e dar uma lição.

Não disse nada. Quando ele soubesse até que ponto eu estava envolvida na missão de transformar sua vida em um inferno ele faria um escândalo.

Se você procurar viadagem no dicionário vai encontrar Jason Grace como definição.

–Eu realmente gostei de você, sabe – continuou ele já que eu não disse nada.

–Um consolo – retruquei sarcástica.

–Você é uma garota incrível Reyna. – bajulou

–Eu sei disso. – cortei

Eu sou uma garota incrível, mas era a Piper que ele amava.

Um consolo.

Passei os olhos pelo salão.

Outros casai dançavam também.

Piper estava nos braços do mais esquisito da turma dos renegados.

Volta a fita.

O que eu perdi?

–Você foi um babaca com a Piper também, não foi? – perguntei já sabendo a resposta.

Jason tinha um dom para estragar relacionamentos. Uma garota para ficar com ele tinha que ser calma e sem graça. Bonitinho e ingênua. Integra e fofa.

Eu sei do fundo do meu coração que nunca perdoaria uma traição. Sou orgulhosa demais. E mesmo que perdoasse não bastaria o que eu sentia por Jason para ficarmos juntos. Não sou o tipo de garota para ele.

Já Piper...

–Você não devia desistir dela. Ela te ama, vai te perdoar, não sei o que você fez, mas vai te perdoar.

Ele me olhou cético.

–Você não me perdoou. Por que ela perdoaria?

–Piper não é orgulhosa. Confia em mim, eu sempre estou certa. Ela vai te perdoar.

Ele sorriu torto e eu retribui.

A dança acabou e ficamos parados nos olhando.

Eu não via o garoto alto e musculoso com dentes perfeitos. Via o magricela banguelo e convencido do jardim de infância. Não sei o que me fez cair de amores por ele, simplesmente aconteceu. Bem, ele ainda era convencido pelo menos.

–Vá atrás dela. – sussurrei antes de lhe dar as costas.

Se o olhasse mais um segundo choraria.

Eu gostava tanto de Jason. Queria ser menos esperta para ter esperança que desse certo. Mas eu sei que não daria. E eu quero que ele seja feliz, mesmo que não seja comigo.

Já tinha lido sobre isso. Um cara que é o amor da sua vida, mas você não é o dele.

O mundo zombando de nós para variar.

Então lembrei que eu não havia pego minha coroa.

O momento mela cueca já havia passado, então voltei até onde Jason estava, com Piper e a aberração.

–Não, Jason, eu vim ao baile com Octavian. É com ele que eu vou ficar a noite inteira.

Piper sendo difícil? É, perdi muita coisa mesmo.

–Grace você esqueceu de me dar algo.

Jason me olhou confuso então se lembrou que estava me devendo sua coroa, o cetro e o manto.

Entregou-os prontamente e me lançou um olhar de “socorro”.

Eu definitivamente não to bem hoje. Estou muito altruísta.

Coloquei as mãos no peito e arfei.

Todos que estavam perto me olharam preocupados.

Me apoiei em Octavian e continuei e encenação.

–Eu... Preciso... De... Ar.

Jason começou a se aproximar parecendo realmente estar acreditando.

Ah véi, partiu Broadway.

–Não, você não Jason! – exclamei irritada quase saindo do papel.

–Octavian, você poderia me ajudar? – perguntei me jogando nos braços dele.

Isso era ridículo. Vergonhoso. Mas não consegui pensar em mais nada.

E o garoto que eu nem sabia o nome foi obrigado a me carregar para longe dali. O resto seria com Jason. Não vamos pôr altas expectativas. Ele ainda é um viadão.

–Acho que já estou melhor – disse voltando a ficar ereta.

Octavian me olhou descrente.

–Você acha realmente que eu cai nessa? Sutileza não é o seu forte. – e saiu

Que beleza.

Até aquele verme me dando as costas.

Acho que eu posso viver com isso.

Dei a volta no salão e parei para observar.

Ninguém nunca faz isso. Todos nós só queremos olhar para nossos umbigos.

Mas acho que as vezes é divertido parar e observar, como um expectador, a vida das outras pessoas, imaginando se eles sabem a besteira ou a importância do que estão fazendo.

Frank e Hazel estavam abraçados, no canto. Não sei se estava vendo coisas mas parecia que os olhos dos dois brilhavam e ele dizia coisas lindas para ela. Então se beijaram.

Sentados numa mesa ali perto estavam Leo e Calipso, comendo, conversando e rindo. Calipso parecia feliz como eu não via a tempos. E Leo... Eu nunca entenderia aquele garoto. Mas ele parecia muito bem para mim.

E a nossa Gossip Girl de quinta estava curtindo a festa com o Rodriguez, o fofo que ela vivia esnobando. Parece que Clarisse cedeu finalmente... Agora vai descobrir o que estava perdendo.

Sexo é essencial para a vida.

Nico e Zoe também estavam curtindo, quase protagonizando outro filme pornô no meio da pista. E Drew parecia estar com a macaca para cima deles pelo modo raivoso com quem os observava. Tomara que ela seja vacinada. Ou eles.

Dakota e Rachel estavam conversando, em outro canto do salão, ela estava corada e ele com um sorriso malicioso. Já até imagino o tema da conversa. Nada decente, com certeza, com Dakota participando dela. E Bianca estava à ver navios. Assim como eu, apenas parada observando, sem participar de nada.

Isso era triste demais. Uma rainha nunca devia ficar sozinha. Voltei a me movimentar e passei novamente onde havia deixado Jason com Piper. Ela parecia estar chorando.

Consegui ouvir um trecho da conversa:

–Você foi horrível comigo, mas mesmo assim Jason, eu te amo tanto que vou te perdoar dessa vez, porque não tenho força para ficar longe de você, mas você têm que mudar.

Eis a prova.

Eu estou sempre certa.

E Jason nasceu com a bunda virada para a lua.

Olhei para trás e vi que os dois agora se beijavam como precisassem daquilo como ar.

Não é como se eu estivesse apreciando a cena então continuei andando até Percy e Annabeth, que estavam no centro da pista, com as testas coladas dançando como se ouvissem uma música lenta apesar da DJ (a banda já foi embora) estar mandando ver com Dance With Me Tonight.

Quando a noite da psicopata não sai como planejada alguém tem que pagar o pato.

Nada pessoal.

–E ai gente! –disse cortando o clima totalmente.

Era chato mas eu estava me sentindo sozinha.

Percy deu um sorriso amistoso mas Annabeth me olhou desconfiada.

Outra coisa que eu precisava começar a planejar: como recuperar a confiança de Annabeth.

–Percy, eu preciso... – o que quer que Annabeth fosse falar não pode.

DO NADA Silena surgiu com Beckendorf a tiracolo e abraçou Percy.

–Ganhei desculpas exclusivas AAADOOOOROO te perdoo Percy você é um quindinzinho feito no céu.

Silena e Charles voltaram de onde eles tinham vindo (não faço ideia) e eu sorri sem graça para Annabeth.

Acho que ela fora a pessoa que havia chegado mais perto de ser minha melhor amiga e talvez se ela soubesse de tudo desde o começo as coisas seriam mais fáceis para todos.

–Desculpa – murmurei baixinho.

Não sabia exatamente pelo que estava pedindo mas era a coisa certa a fazer depois de tudo.

Annabeth revirou os olhos e deu um meio sorriso.

–Pelo menos tudo acabou bem. – disse

Percy franziu a testa confuso.

Infelizmente eu via aquela expressão várias vezes ao dia.

–Do que vocês estão falando?

Annabeth se virou para mim.

–Eu conto ou você conta? – perguntou

Tentei segurar o sorriso.

Não era hora para sorrir. Em breve eu seria a pessoa mais odiada da escola.

Mas valeu a pena. Meus planos são infalíveis.

–Pode fazer as honras -respondi.

Annabeth riu.

–Então vamos buscar os outros. Está na hora deles saberem.


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Notas finais do capítulo

Annie: TO TREMENDO ROSANA!!!!!!
Ai meu Deus, o que dizer numa hora dessas??
Espero que tenham gostado desse capitulo, fizemos com muito amor e carinho s2
Calma calma que o ainda em o Epilogo hein u.u não nos esqueçam ainda :(
Amo vcs demais viram, TODOS VCS s2s2
Até mais ;3