Minha Querida Psicóloga escrita por Lola, Nic Hale


Capítulo 4
Capítulo 4


Notas iniciais do capítulo

Primeiramente eu tenho que pedir desculpas pela demora, é que eu viajei. Eu disse no final do capítulo anterior que ia postar um especial de Natal mas não terminei de escrever a tempo e por último, eu disse que esse capítulo ia ser a inauguração do restaurante de Manu e que a coautora ia escrever. Infelizmente quando ela foi postar deu erro e ela está viajando então para vocês não morrerem de saudades eu fiz esse capítulo com uma Pov especial de Gustavo (o carinha que Jane conheceu no Sollo, lembram dele?). Aproveitem!



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– ACORDA CARALHO. – grito e jogo um travesseiro em Sofia, ela murmura algo parecido com “vá pro inferno”, se mexe um pouco e volta a dormir. Levanto da cama e vou para o banheiro, tomo um banho bem gelado e tendo me lembrar dos detalhes da noite anterior. É meio difícil no começo, mas depois algumas imagens vêm à minha mente. A festa, Sofia bêbada e caída e... Marcos. Sorrio lembrando os nossos beijos. Termino o banho, me seco e visto um short jeans azul escuro e uma blusa salmão de seda com mangas na altura do cotovelo. Desembaraço meu cabelo – com muito esforço – e passo um gloss nos lábios.

Volto para o quarto e Sofia continua dormindo. Faço de tudo para ela acordar, jogo água, dou tapas na cara dela, puxo seus cabelos, nada funciona. Desisto bufando e vou para cozinha, como uma maçã e escrevo um bilhete para Sofia.

Quando você acordar, não vou estar em casa. Caso você não se lembre, ontem ficou bêbada e eu te trouxe pra cá. Fui fazer o que sempre faço dia de domingo. Tem comida na geladeira. Não mate, não roube, não use drogas, não vire amiga de traficantes enquanto estiver na minha casa. Ah, e tente não quebrar nada.

XOXO

Jane.

Você deve estar se perguntando o que eu sempre faço dia de domingo. Eu leio para crianças em um orfanato. É um pouco longe da minha casa então demoro para chegar. O orfanato é bem grande e está precisando urgentemente de uma reforma. Tem uma empresa que vai patrocinar a reforma com ajuda de alguns voluntários. Eu faço parte desse grupo de voluntários e vamos começar próximo fim de semana. Toco a campainha e uma das funcionárias do orfanato – Júlia – atende. Quando me vê ela sorri e eu sorrio de volta.

– As crianças estão no refeitório. – vou para a pequena biblioteca que tem no segundo andar ao lado do dormitório feminino. Espero encontrar ela vazia já que todas as crianças estão comendo, mas não. Há um menino, acho que deve ter uns nove anos, meio escondido entre duas prateleiras lendo Harry Potter e a Pedra Filosofal, ele está mais ou menos na metade do livro. Não consigo conter o sorriso. Acho tão lindo quando crianças leem.

– Ei, não era para você estar no refeitório com os outros? – ele arregala os olhos verdes por trás dos óculos redondos.

– E-eu esta-ta-tava só terminando esse capítulo – ele gagueja e eu riu.

– Você parece o Harry, sabia?

– Sério? – seus olhos se iluminaram e ele sorri de orelha a orelha.

– Só falta uma coisa... – pego uma caneta na bolsa e desenho um raio na testa dele.

– Será que eu vou para Hogwarts?

– Acho que sim, mas antes você tem que comer. – levanto e estendo a mão para ele – Vamos?

Pov Gustavo

Estou o meu escritório resolvendo os pepinos da empresa. Como se eu já não estivesse bastante ocupado meu pai me liga. Respiro fundo antes de atender.

– Alô?

– Gustavo preciso que você vá para aquele orfanato e resolva as coisas da reforma.

– Não pode ser outra pessoa eu estou... – e ele desliga. Meu pai sempre me enche de tarefas e coloca muita pressão, ele quer que eu assuma o lugar dele um dia. Por isso vivo sempre estressado e preocupado, às vezes penso que não vou suportar, é muita coisa para minha cabeça, e ainda tem a pressão que eles colocam para eu pedir minha namorada, Laura, em casamento. Segundo meu pai ela tem uma ótima família e ia fazer bem à minha “imagem” me casar com ela. Paralelo a isso, tem minha tentativa sem sucesso de seguir meu sonho e ser um fotografo. Pois é, minha vida é bem legal! Meus amigos me dizem para ir ao psicólogo e acho que é isso que vou fazer. Mas antes eu tenho que resolver a porcaria dessa reforma. Saio da minha sala e tranco ela, vou para o estacionamento e entro no meu carro - que está pegando fogo já que passou a manhã toda pegando Sol – e dirijo até o orfanato.

Quando chego lá, encontro várias crianças sentadas ao redor de Jane na sala, eu acho que o nome dela é esse, pelo menos foi isso que Luís me disse. Ela está com um livro na mão lendo para elas. Cada palavra que saí da sua boca parece ser mágica e o brilho nos olhos dela quando ela ler é extraordinário. Poderia ficar o dia todo a observando, seus cabelos cacheados, seus olhos castanhos, o seu sorriso com um lado do lábio mais alto do que o outro. O carinho que cada criança olha para e a maneira que todos estão envolvidos com a sua narração é tão bonito e natural. Daria uma bela foto. Ela para de ler e passa os olhos pela sala, eles repousaram em mim. Primeiro ela fica confusa como se estivesse se perguntando: "O que ele faz aqui?" Mas depois ela sorri e diz:

– Então, crianças, hora do lanche.

Todos correm para o refeitório como se estivessem mortos de fome. Eu os entendo, quando era criança a hora que eu mais gostava era a do lanche. Ela caminha até mim e meu coração sai do ritmo habitual. Os efeitos que esse seu sorriso causam em mim são impressionantemente estranhos e desconhecidos.

– O que você está fazendo aqui? - ela pergunta gentilmente.

– Bem... Eu... - começo a gaguejar e esqueço, por um breve instante, completamente o que vim fazer aqui, mas felizmente, lembro - Eu trabalho na empresa que vai patrocinar a reforma.

O rosto dela se ilumina.

– Sério? Você não sabe como eu fiquei feliz quando soube que ia ter a reforma! Você vai ser voluntário?

Não.

– Sim!

As crianças voltam e imploram para elas contar outra história. Ela concorda depois se despede de mim com um beijo na bochecha e vai embora. Vou para a sala do diretor do orfanato e bato na porta.

– Entre.

Entro, o Diretor é um senhor já de idade com os cabelos grisalhos e rosto cheio de rugas e marcas de expressão, porém seus olhos eram amigáveis e tem um sorriso gentil.

– Então... Como eu faço para ser voluntário?


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Notas finais do capítulo

O próximo capítulo vai ser a inauguração do restaurante de Manu e vai ser narrado por ela. Comentem!! Beijão!!



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