Percy Jackson e as alianças de prata. escrita por Ana Paula Costa


Capítulo 24
Capítulo 24


Notas iniciais do capítulo

Amados, finalmente vou concluir essa fic, depois de muito estendê-la.
Era pra ser uma short fic, mas por pedidos consegui deixa-la de tamanho razoável.
Bom, espero que gostem, no final do capítulo vocês encontrarão o link da continuação, a segunda temporada.



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Continuamos assistindo aos Mitos e Verdades enquanto Paul não chegava. Embora meus olhos estivessem grudados na televisão, minha mente estava muito além dela.

Pensei na tranquilidade que eu estava vivendo. Não neste exato momento de fato, mas desde que as coisas se puseram no seu lugar quando derrotamos a mãe terra, Gaia.

Minha única preocupação agora era saber onde iríamos para tomar a sobremesa, mas tempos antes, minha preocupação era salvar minha namorada e amigos e mantê-los em segurança.

Desde pequeno prezava e zelava por quem eu gostava, como não tive muitos amigos durante a infância, aprendi a dar valor naqueles que tive na adolescência. E esse era um dos motivos para eu dar a vida por alguém que me importasse. Minha mãe, que não teve o apoio da família quando precisou, e por causa do trabalho e da responsabilidade de criar um filho sozinha, não teve muitos amigos, então ela me ensinou que se deve ser leal e fiel as pessoas que você sente algo forte, uma espécie de ligação, pra que ela nunca te abandone.

Mais tarde me perguntei se minha mãe não tinha sido leal á nossa família, mas não me importei. Ela sempre seria meu maior exemplo, mesmo que tenha errado no passado.

E agora era diferente, ela estava casada com um homem descente e trabalhador, muito diferente de seu ex marido. Ela tinha um filho quase adulto e uma nora que lhe chamava de mãe. Casa própria e emprego fixo, onde se dá muito bem com o chefe e os amigos de trabalho.

A vida da minha mãe tinha melhorado muito desde que se “separara” de Gabe, e fico muito feliz por ela. Queria que minha vida fosse tão feliz quando a sua atualmente. Quem sabe quando chegar em casa, cansado, não encontrarei o jantar pronto, feito pelos meus filhos, assim como fiz com ela.

Apesar de novo, a barba no meu queixo já denunciava meus quase dezoito anos de idade, e com eles meus ideais. Eu ficava meio envergonhado em falar sobre casar e ter filhos com a minha mãe, mas depois de tanto ela me apertar, comecei a soltar algumas coisas. Percebi que ela ficava contente com meu pensamento maduro e seguro, mas também escondia o rosto, com vontade de chorar.

Ela queria que eu tivesse o futuro muito melhor do que o dela, mas na verdade, eu queria ser como ela.

Ter uma família unida que se preocupasse um com os outros. Era isso o que eu queria, e é exatamente o que ela tem.

As vezes me pergunto de onde tirei tanta necessidade de realizar esse sonho meio “careta”. Mas quando penso na infância que tive, logo percebo que as ideias que foram postar na minha cabeça vieram de uma única pessoa. E também, na transição da minha infância para a adolescência, vi todos os tipos de famílias problemáticas ou de filhos que nem tinham seus pais ou parentes por perto. Annabeth, minha namorada, cresceu e viveu durante anos longe da família, que ela dizia não a compreender como filha de uma deusa. Anos depois ela finalmente se entendeu com eles e hoje, mesmo com a distância de quase um país continental, eles se falam normalmente.

Esse é um exemplo de família que teve seus problemas e diferenças. Mas quando penso em famílias que são em especial, diferentes de uma forma triste, penso em Jason Grace, Frank Zhang, Leo Valdez, Piper McLean,Hazel Lavesque e Nico Di Angelo, meus amigos do acampamento e do Argo 2. Todos eles tem problemas em suas famílias quase inexistentes.

Jason, irmão mais novo de Thalia, não tem ninguém á não ser seu pai Júpiter e sua irmã, que pertence á casada. Leo, Hazel, Frank e Nico são exemplos de semideuses que não tem parentes que não sejam olimpianos. De todos, a que teve mais sorte foi Piper, que ainda tem sua família no Kansas e seu pai, na Califórnia.

Olhando pelo lado positivo, mesmo eu tendo crescido pensando que meu pai um dia voltaria ou mandaria noticias quando voltasse da expedição da Marinha Dos Estados Unidos, eu tinha minha mãe pra me apoiar. Mais tarde juntei minha carência com a de Annabeth e dei a mão da minha mãe pra Paul. De todos os sete da profecia, eu e Annabeth, mesmo perseguidos pelos monstros e todos os seres vivos e não vivos, éramos os sortudos.

E esse é o motivo para que eu pense muito mais em família do que em festas e essas coisas que os jovens fazem. Não tive alguém pra chamar de pai, minha mãe se desdobrava tanto para me criar, que quando chegava em casa, eu queria deixar que ela descansasse. Então, a única forma de ficar perto dela era quando ela adormecia e eu me encaixava entre seus braços e dormia com ela. Não tive irmãos, embora eu tivesse Tyson e os outros filhos de Poseidon , nunca tive alguém pra dividir os brinquedos e a atenção dentro de casa. Então via as famílias completas, com um pai e uma mãe, além dos filhos que eles tinham, aquilo me deixava muitas vezes vazio. Por que eu não tinha uma família como essa? Minha mãe dizia que quando eu me tornasse um homem adulto eu poderia fazer as minhas escolhas, e entre elas, o tipo de família que eu queria ter: Uma vazia, ou uma como as dos filmes, cheia de risos e de pessoas que se amassem.

A pessoa que fez minha cabeça quando era pequeno era minha mãe, e á ela eu devia tudo, inclusive quem eu sou hoje.

–No que está pensando?- perguntou Annabeth. Não vi quando se aproximou, mas quando olhei ela estava sentada bem ao meu lado no chão, com as pernas esticadas e a cabeça apoiada no sofá. Ela enrolava uma mecha do cabelo e me olhava, curiosa, parecida com uma boneca.

–Não é nada, só estou preocupado com Paul. Ele não é de se atrasar.

Minha mãe apertou o botão das horas no controle remoto.

–É mesmo, vou ligar para ele...- ela pegou o telefone e discou. Esperou até que a chamada se completasse. Desligou o telefone depois de alguns segundos e discou mais uma vez- Alô?

Eles conversaram por um instante quando Paul atendeu. Eu e Annabeth ficamos atentos à conversa. Minha mãe chacoalhava a cabeça positivamente enquanto falava, ela estava apreensiva.

Quando desligou levantou com pressa e pegou sua bolsa e as chaves do carro.

–Que foi?- perguntei, me levantando também.

–Alguns carros na pista se chocaram. Paul não conseguiu desviar. Ele está bem, só quer que alguém vá busca-lo.

–Quer que eu te leve?- ofereci, mas ela negou vorazmente.

–De jeito nenhum, fique aqui com a Annabeth e atenda o telefone caso alguém ligue- Ela beijou minha testa e a de Annabeth- Cuidem da casa, eu já volto.

Fechei a porta quando ela passou, então ficamos só eu, Annabeth e os irmãos dos Mitos e Verdades.

–Parece que não vamos tomar sorvete.

**

Uma hora depois minha mãe e Paul ainda não tinham votado.

Annabeth se aventurou na cozinha mais uma vez e fez gelatina. Comemos enquanto jogávamos Uno, mas como nenhum jogo que jogássemos dava certo, deixamos as cartas de lado e nos deitamos no chão da sala, olhando para o teto.

–Quero brincar de uma coisa- começou ela- Diga a primeira coisa que vier na sua cabeça.

–Comece você.

–Tudo bem...- Ela fez sua cara de pensativa- Lâmpada.

Olhei para cima, a lâmpada da sala estava em cima de nossas cabeças- Muito criativo, Annie. Deixa eu ver... luz.

–Eletricidade.

–Fios.

– Energia Hidrelétrica.

–Água.

–Energia Potencial.

–Força.

– Leis de Newton.

Olhei para ela. Annabeth encarava o teto com o rosto limpo, sem expressão. Ela falava coisas complexas naturalmente, não para se gabar, mas ainda assim era engraçado. Para mim, ela falava outra língua.

–É de comer?- brinquei

Annabeth riu- Você sabe que não. Quer brincar de outra coisa?

–Não, estou gostando desse jogo.

–Tudo bem então, eu começo de novo.

Brincamos mais um pouco, e conforme os assuntos iam mudando, notei o esforço de Annabeth para não dizer “física quântica” e “Aritmética” em certos momentos, e isso nos rendeu muitas risadas.

Deuses que me perdoem, mas gostei de minha mãe ter saído e me deixado um pouco com ela. Sabia que daqui a pouco ela pediria para eu leva-la pra casa, e eu não poderia negar então quanto mais tempo nós passássemos juntos, rindo como estávamos fazendo agora, o dia teria valido a pena.

E não só o dia, mas como todos esses seis anos, como os que viriam pela frente, que serão eternos.

–Annabeth.

–Sim?

Ela me olhou com aqueles lindos olhos inteligentes, e eu não sabia como se falava, então do jeito que pude, com as poucas palavras que meu cérebro sabia como se pronunciava, cantei uma musica que ela gostava muito, chamada Hold on Tight.

Annabeth cantou comigo a partir do refrão, mas não terminamos. Ela se enroscou em mim, sua cabeça em meu ombro e as pernas dando um nó nas minhas.

Agradeci aos deuses por me darem alguém como ela, que mesmo diferente de mim, soube se moldar e me aceitar. Nem aqui e nem em outro lugar do mundo eu encontraria outra Annabeth, eu tinha certeza disso.

–Annie?

–Eu também te amo.

Não precisei dizer nada, ela sabia.

Minutos se passaram e nós estávamos ali, do mesmo jeito, até que o telefone tocou. Annabeth atendeu.

Era minha mãe do outro lado da linha, ela disse que levou Paul ao hospital por conselho de um enfermeiro socorrista, mas que estava voltando.

Fiz minhas preces silenciosas e acendi um incenso para Poseidon e Apolo- o deus da medicina- Annabeth fez o mesmo para Atena. E jogamos mais um pouco.

Infelizmente, depois que minha mãe chegou com Paul e liberou o carro, Annabeth pediu que eu a levasse para sua escola. Durante o caminho fizemos a mesma competição, dessa vez contra Nick Minaj e 2Pac. Annabeth não durou nem a metade, começou a rir e não parou mais, principalmente quando era minha vez de cantar.

Admito que talvez eu não seja o senhor supremo do rapp nova-iorquino, mas mandava muito bem, porque o que me diferenciava dos outros rappers era minha capacidade de respirar.

Parei com o carro em frente ao portão principal, junto com outros carros e uma caçamba de lixo. Abaixei o volume do som e destravei as portas. Annabeth olhou para frente e depois abaixou o olhar, antes de encontrar com o meu.

–Estou adiando minhas lições da casa- disse ela

–Desculpe.

– Não se desculpe, estou fazendo isso porque quero- ela me deu um beijo- e aliás, tenho dois trabalhos pra fazer para semana que vem...

–Posso ajudar, se quiser.

Ela riu, mas não desdenhosa- Não, eu disponho- Ela se aproximou mais uma vez e me beijou. Dessa vez um beijo mais demorado, ela estava tão perto que podia sentir seu cheiro. Seu nariz encostava no meu e eu queria que ela ficasse- Prefiro fazer do jeito certo- ela sorriu. Só depois percebi que estava tirando com a minha cara.

–Nosso programa ainda está de pé?- perguntei antes que ela saísse

–Só se você ainda quiser me levar- ela bateu a porta e me mandou um beijo.

Então eu veria Annabeth amanhã, depois de amanhã, e depois e depois e depois, até que se tornasse para sempre. Eu nunca me arrependeria, e mesmo Afrodite não sendo minha deusa favorita, eu era muito grato á ela. Essa deusa tinha me dado a melhor recompensa de todas, e eu nunca poderia queimar o tanto de incensos que ela merecia.

Annabeth entrou na escola aos pulos, e eu a observei pelo retrovisor, tão bonita quanto a própria deusa do amor.

Nem mesmo Adônis amaria tanto alguém como eu amava Annabeth, e mesmo em pouco tempo, provei que o que sentia por ela nem os deuses eram capazes de destruir.

A aliança que agora rodeava seu dedo anelar era para ter sido dada á muito tempo. Eu não repetiria o mesmo erro duas vezes, a próxima seria dada dentro do prazo, e assim como nosso namoro, seria feliz e nenhum de nós se arrependeria jamais.

PERCY JACKSON E AS ALIANÇAS DE OURO


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Notas finais do capítulo

Fico triste por ter que terminar mais uma história maravilhosa- modesta eu - mas o lado bom é que já estou escrevendo a segunda temporada.

Espero que tenham gostado e acompanhem a segunda temporada.
Grande Beijo.



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