Percy Jackson e as alianças de prata. escrita por Ana Paula Costa


Capítulo 23
Capítulo 23


Notas iniciais do capítulo

É TUDO CULPA DE UM ANIME CHAMADO AO NO EXORCIST.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/450428/chapter/23

Depois que subimos e resolvemos fazer o jantar por conta própria pra quando minha mãe e Paul voltassem. Fizemos strogonoff ao molho branco- Na verdade, Annabeth fez- e esperamos que eles chegassem com o jantar posto na mesa.

Não é fácil cozinhar, principalmente quando se pensa nas coisas que se tem que fazer para que aquele “simples” prato fique pronto, ele acaba se tornando cansativo.

Ajudei Annabeth cortando a carne em pequenos cubos- ela disse que era trabalho de homem- enquanto ela cortava aquele tempero verde com folhinhas na ponta. Ela fez uma linda mistura e colocou a carne na panela. Depois que ela cozinhou fez o molho branco e colocou o tempero que tinha cortado. Depois disso não fiz mais nada além de mexer a panela quando Annabeth se cansava ou tinha que fazer outra coisa, como colocar a mesa.

Achamos que um suco de fruta cairia bem, então cortamos algumas laranjas e esprememos seu suco com a máquina. Colocamos numa jarra e adoçamos.

Depois disso ficamos assistindo TV, Annabeth ganhou no impar ou par e tivemos que assistir ao History, um canal para nerds que falava sobre fatos históricos e pesquisas, teoria do Big Bang e o Código da Vinci. Os olhos de Annabeth mal se desviavam quando eu falava com ela, o programa que assistia era sobre O mito da caverna de Platão, que contava a história filosófica de quatro pessoas que cresceram acorrentadas em cadeiras voltadas para uma parede dentro da caverna iluminada apenas por uma fogueira em suas costas. Entre a fogueira e eles passavam pessoas e animais, e as quatro pessoas só viam as sombras associadas ao som que faziam.

Annabeth me explicou a teoria de Platão, de quando um deles conseguiu se libertar e descobriu o mundo fora da caverna, as cores, as pessoas, a luz do sol, os sons e os cheiros.

Achei aquilo engraçado. O cara escapa da prisão que viveu desde que se conhece por gente e descobre que o mundo é muito mais que sombras e sons. Mas a teoria própria mente dita é a que se passa no final, quando o cara volta pra libertar seus amigos e eles recusam a ajuda.

A teoria de Platão, segundo Annabeth, é a seguinte: As outras três pessoas presas se recusaram a serem libertas porque tem medo do novo, ou não acreditam que exista outra realidade além da sua; o formato das pessoas que por lá passavam e os sons que faziam. Ou talvez,não quisessem abrir seus olhos e acreditar no mundo cheio de cores ou duvidassem da existência dela.

A pergunta que o narrador fazia no final do programa era: Você realmente existe?

Quando os comercias entraram no ar eu e Annabeth ficamos em silêncio, pensando na pergunta que ele fizera. Esse mundo, o que nós vivíamos, os dos deuses e titãs, gigantes e monstros, névoa e canetas que se transformam em espadas de bronze olimpiano, era, de fato, real?

Nos olhamos, ainda em silêncio. Então Annabeth explodiu em risos.

– Que bobagem!- ela disse entre o riso, ainda me olhando- Percy, Platão foi um filósofo filho de Apolo.

Não consegui evitar, ri junto com ela.

Os humanos talvez estivessem vivendo no mundo de mentira, pelo menos os que não viam através da névoa ou não acreditavam na existência dos deuses divinos, mas nós, semideuses, já tivemos muitas provas que o nosso mundo era muito real.

A fome, os hematomas, os arranhões e as outras dores que esse mundo nos proporcionava não negavam que lá em cima, dentro do monte Olimpo, existiam seres que influenciavam a humanidade dependendo de seu humor. Eles podiam fazer chover por dias caso Zeus estivesse com raiva, as marés poderiam virar navios de carga,trans atlânticos e cruzeiros se Poseidon quisesse, Hades por exemplo, poderia antecipar sua visita ao mundo dos mortos se você o insultasse. Eu mesmo já tive experiências assim, desde os doze anos aprendi que não se deve nem pensar mal de algum deus ou criatura divina, ou eles te mandariam uma punição. Eles sim, eram reais.

– Mais uma matéria de filosofia para você, cabeça de Algas.

–É- minha barriga roncou- Mas não dá pra aprender muito com fome.

Annabeth fez que sim, e sua barriga também roncou.

– A comida vai esfriar- ela olhou para trás, para a mesa da sala de jantar- Será que...

Estendi a mão para que ela pegasse e fomos para a mesa.

Ela fez seu prato e eu fiz o meu. Infelizmente não conseguimos esperar por minha mãe e meu padrasto, mas deixamos o suficiente para os dois dentro da geladeira.

Nós comemos sentados no chão da sala com os pratos sobre nossos colos, Annabeth fazia comentários sobre os vídeos incríveis e os mitos e verdades dos gêmeos cientistas, ela dizia que os vídeos eram um tipo de humor negro e os fatos que os irmãos provavam serem verdade já foram comprovados á muitos anos.

Mas mesmo assim ela topou assistir comigo, já que ela me fez assistir ao canal dos nerds.

Os irmãos gêmeos provaram dessa vez que se balões ultrapassarem a troposfera eles passam a se inflar e ganhar velocidade, até começar a ficar muito frio e ele cair.

Annabeth disse que era loucura, já que nenhum balão ganha tanta altura assim, mas preferiu deixar que os irmãos se divertissem.

–Minha mãe não abençoou esses dois- Ela abaixou o volume da televisão- Eles são cientistas, ok. Mas são charlatões.

–Dê uma folga á eles, nem todos são inteligentes como você- Dei um beijo em sua bochecha.

–Só acho que deviam provar coisas que realmente acontecem, não inventa-las- choramingou

Dei mais um beijo em sua bochecha- Se você pudesse provar alguma coisa, o que provaria?

Annabeth parou para pensar, seu beicinho e a ruga entre as sobrancelhas se sobressaíram. Senti vontade de tocar aquela marquinha, mas achei melhor não desconcentra-la. Ela revirou o bico de um lado para o outro, então desligou a TV.

–Eu provaria que a força do pensamento e influenciadora, que animais veem e sente más vibrações e que o som de dentro das conchas não são das ondas, mas sim o som do sangue dentro do seu ouvido.

–De todas essas a mais difícil é provar que a força do pensamento faz alguma coisa acontecer- falei- Quero ver você provar isso!

O beicinho de Annabeth se transformou em um sorriso malvado.

–Quer que eu prove?

–Quero.

Ela se virou para mim, de forma que seu corpo ficasse totalmente de frente para o meu. Suas pernas dobradas em posição de índio.

–Muito bem, olhe nos meus olhos e se concentre. Agora pense em alguma coisa que gostaria que acontecesse. Não uma coisa abstrata, como acender as luzes ou a TV, algo que possa acontecer mesmo, como alguém espirrar ou começar a cantar uma musica. Vamos ver se funciona.

Obedeci. Olhei em seus olhos cinzentos, nos contorno de suas Iris, que oscilavam entre um cinza mais escuro e mais claro, e dentro deles, perto de suas pupila,um cinza forte. Era quase impossível pensar em alguma coisa que não fossem eles, mas me concentrei e pensei em algo que queria que Annabeth fizesse. Como coçar a cabeça ou bocejar.

Pensei nela bocejando, fiz tudo o que pude para que ela recebesse a mensagem. Me concentrei ainda mais e olhei fundo em seus olhos. Annabeth mal piscava, mantendo-os em mim.

Não acontecia nada durante minhas tentativas, até que tive a ideia de força-la a isso. Bocejei e esperei até ela me imitar. Alguns segundos depois ela estava bocejando também.

–Filho da mãe!

–Acho que sua teoria é um mito

Ela me deu um soco- idiota!

Annabeth me bateu com uma almofada e eu bati nela também, Seu cabelo loiro ficou todo bagunçado, ela rolou no chão para escapar de mais uma almofadada, e lá ficou, deitada no tapete da sala.Ela manteve os lindos olhos em mim, seu sorriso era doce, porém não continha nada de diferente ou especial, além da doçura de sempre. Eu estava quase me esticando para dar um beijo naqueles lábios rosados e tortura-la um pouco com cócegas, mas ela me acertou com uma almofada no meio da cara, mesmo eu olhando diretamente pra ela. Lutamos por alguns minutos até a porta se abrir. Minha mãe passou por ela com algumas sacolas de compras.

–Que cheiro bom- disse ela- O que fizeram para o jantar?

–Strogonoff ao molho branco- Disse Annabeth- Mas nós já jantamos...

–Deixamos na geladeira, mãe.

Ela deixou as compras na mesa e foi direto para a geladeira. Ouvi o barulho dos pratos no escorredor e os talheres na gaveta. Pouco tempo depois minha mãe apareceu com um prato cheio e sorrindo de ponta á ponta.

–Está bom?- quis saber Annabeth.

–Está ótimo! Só é uma pena... Eu estava pensando em sair pra jantar. Aquele restaurante que vocês foram esses dias, fiquei sabendo que hoje vai ter musica ao vivo.

–Sempre tem musica ao vivo, mãe. Lá é um karaokê.

–Mas hoje é diferente- ela se sentou no sofá – Um cantor aqui de Nova York vai estar lá. Nunca ouvi falar dele, mas queria ver como ele nos representa.

–Poderíamos ir tomar um sorvete- disse eu- Tem uma praça lá na frente...

Annabeth me olhou. Não é sempre que se leva sua mãe para o lugar onde você e sua namorada deram uns beijos, principalmente da forma romântica que foi, seria como tirar toda a mágica do lugar. Mas dessa vez não vi problema, tomar sorvete não significa que precisamos ir especialmente naquela praça, ou permanecer nela. Ela era tão grande que talvez nem encontrássemos a arvore em que nos deitamos.

–Por que não vamos em outro lugar?- Sugeriu ela- Podíamos ir tomar um sorvete numa sorveteria ou um cappuccino.

Pensei por um instante antes de dar minha opinião. Talvez Annabeth não quisesse levar minha mãe e meu padrasto no lugar onde agora era um símbolo do que sentíamos um pelo outro. Agora aquela praça era um lugar especial, e levar a família podia tirar a graça do lugar, era como encontrar um tesouro e expor ao mundo. E ela tinha razão, Nova Iorque era quase a maior cidade do mundo, tem tantos lugares para ir que é de perder as contas.

–Então escolham, quando Paul chegar nós vamos.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

fiquei tão obcecada por este anime que não me lembrei de postar, mas as novas é que eu já tenho o primeiro capítulo Das Alianças de Ouro pronto!



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Percy Jackson e as alianças de prata." morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.