Percy Jackson e as alianças de prata. escrita por Ana Paula Costa


Capítulo 12
Capítulo 12


Notas iniciais do capítulo

Quem ai nunca jogou Scotland Yeard eu aconselho a compra-lo o quanto antes. ESSE JOGO É MARAVILHOSO.
E esse capítulo também é. Uma gracinha #HebeFeelings.
Aproveitem. Estou aceitando uma ajudinha para o próximo capítulo.
Beijos, amo vocês.



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Nossa tarde não tinha como não ter começado melhor. Uma vitória suada dos Giants, que nos levaria para o SuperBall ano que vem, meu jogo favorito arrumado sobre a mesa de jantar e a animada visita de Annabeth. Tudo estava perfeito.

Minha mãe distribuiu os cartões onde anotaríamos as pistas, mandou que escolhêssemos nossas peças e as colocássemos na Casa de Sherlock, onde todos começávamos.

Annabeth foi a primeira a jogar os dados, ambos caíram com a parte com pontinhos de número seis para cima, dando a ela a chance de começar caso ninguém mais faça a mesma pontuação. Depois foi a vez da minha mãe, ela jogou os dados que quicaram no centro do tabuleiro. Sua pontuação foi de dez pontos.

Paul e eu empatamos com sete pontos, mas felizmente na segunda tentativa fiz doze pontos. Paul ficaria por último.

Annabeth leu o enigma do cartão principal, contando a história de um sequestro da filha do dono do banco depois de dar uma festa em sua mansão. Na casa havia várias pessoas, entre amigos e empregados, e cada uma delas poderia ser o culpado pelo sequestro. O objetivo era percorrer a cidade de Londres girando os dados e entrando em lugares diferentes e consultando o caderno das pistas, onde nele continha uma pequena informação do caso, que poderíamos consultar com o número do jogo.

O caso que estávamos jogando era o 36.

Annabeth lia linha por linha alterando a voz para dar mais suspense. Ela fazia caretas que tirava nossa atenção, e quando leu pela terceira vez começamos o jogo.

Ela rodou os dados e mais uma vez fez doze pontos. Seu pião vermelho percorreu o número de casas indicados e entrou no Teatro. Annabeth pegou o livro das pistas e leu para si mesma a pista do caso 36. Ela anotou tudo em seu cartão.

Agora era vez da minha mãe, ela girou o dado e com oito casas quase entrou na Casa de Penhores.

–Será que eu não poderia entrar logo de uma vez?- Minha mãe colocou seu pião amarelo duas casas atrás da entrada- Só faltam duas casas!

Fizemos que não em sincronia.

Chegou minha vez, e com onze pontos andei atrás de Annabeth no Teatro.

–Não está me seguindo, está?

–É claro que não- Menti. Na verdade Annabeth sempre entrava nos lugares certos e pegava as pistas certas, mesmo sem saber. Se eu ficasse atrás dela talvez conseguisse reunir as pistas e montar o caso.

–Tá certo.

Ela me olhou desconfiada.

Peguei o caderno das pistas e li a do número 36. Anotei as pistas no meu cartão, mas ela não fazia sentido. Olhei para Annabeth, ela lia atentamente sua pista, que era a mesma que a minha. Ela estava pensativa, ligando uma coisa com a outra, e para ela, parecia estar claro.

Paul jogou os dados e com nove casas entrou na Farmácia. Ele pegou o livro das pistas e anotou em seu cartão.

Annabeth pegou um atalho e com dez casas entrou na Livraria. Ela anotou tudo, sua testa franzida e o beicinho, ela parou e comparou a primeira pista com a segunda, e reanotou tudo no canto da folha.

Ela me olhou de canto de olho e sorriu.

–Quer vir para a livraria também?

–Não estou te seguindo.

Minha mãe jogou seus dados e finalmente entrou na casa de penhores. Ela sorriu de orelha á orelha enquanto anotava as pistas.

Fiquei tentado a segui-la até lá, mas depois de jogar esse jogo milhares de vezes aprendi a suspeitar da cara que as pessoas faziam. Tudo podia não passar de um blefe e você, achando que era esperto, cair certinho na armadilha, e jogar fora uma rodada indo a um lugar onde as pistas eram horríveis e insignificantes, ou até mesmo não encontrando pista alguma.

– As coisas estão boas ai, Sally?- Paul tentou olhar em sua ficha.

–Cai fora.

Meus dados foram premiados mais uma vez, consegui entrar na Parque, que dava acesso á qualquer lado da cidade. Lá encontrei uma ótima pista.

Fiz cara de azedo, praguejei em silêncio, tudo para parecer que minha pista tinha sido ruim.

Paul jogou seu dado e entrou no Bar. Seu sorriso desapareceu.

Era a vez de Annabeth de novo, seus dados lhe deram a opção de entrar em qualquer lugar que quisesse, pois as casas eram muito próximas, mas ela escolheu entrar no Chaveiro.

Ela anotou tudo, olhando atentamente para cada palavra e as juntando com o restante das outras pistas. Annabeth observou a região e leu suas pistas de novo, então ela anotou onde queria ir ao lado de sua folha.

Estranhei o tamanho das letras, eram grandes demais para quem quisesse esconder o jogo. Ela sorriu quando me viu olhando para sua folha.

–Não vai achar nada aqui- Ela estava mentindo, obviamente. Não havia nada que ela não fizesse que não fosse a melhor.

–Se você diz...- Fingi ter acreditado. Mas o próximo lugar que eu iria era o Chaveiro.

Minha mãe entrou no Banco e anotou as pistas. Elas pareciam ser ótimas. É claro, a garota sequestrada era filha do banqueiro. Tudo levava ao banco.

Não precisei jogar os dados para entrar no Docas. A praça dava ligação á outros dois lugares: Ao Hotel e a Charutaria.

As pistas do Docas eram excelentes. Anotei tudo no meu cartão e comparei com o restante das pistas. Entendi o porque de Annabeth sempre ganhava esse jogo. Enquanto nós disputávamos quem entrava em mais lugares, ela escolhia á dedo, comparando as informações com suas pistas. Ela lia diversas vezes a história atrás do cartão, e anotava tudo o que conseguia tirar de lá. E antes de voltarmos para a Casa de Sherlock Holmes para juntarmos as pistas e começarmos a pensar sobre o caso, Annabeth já tinha tudo pronto.

Pensei em cada uma das pistas que eu tinha até agora. Elas não pareciam fazer sentido, até que resolvi ler o caso 36 novamente. Depois que terminei de ler elas ficaram mais claras. Eram quase como enigmas, anotei o que achava sobre cada uma e os possíveis culpados, então fiz uma lista de lugares onde queria ir.

Senti que alguém me observava. Era Annabeth.

Apontei com a cabeça, perguntando “Que foi?”. Ela balançou a cabeça negativamente e voltou a prestar atenção no jogo.

Paul entrou no Hotel, anotou as pistas em seu cartão e procurou seu próximo lugar e contou as casas que precisaria.

Annabeth jogou os dados e foi para a charutaria. Mais uma vez ela anotou tudo, mas não deu muita atenção para o que estava fazendo. O que era estranho.

Dei de ombros. Com certeza não passava de mais uma estratégia.

Minha mãe deu um golpe de mestre em sua jogada. Com o emblema do policial que todos nós recebíamos no inicio do jogo ela conseguiu bloquear o próximo jogador- No caso eu- para que minha entrada no banco fosse proibida. Eu só entraria no banco se recuperasse a chave.

–Também te amo, mãe- eu disse.

Joguei os dados, entrei na estação de carruagens e peguei uma ótima pista. Na estação de carruagens eu conseguia ir para qualquer lugar sem ter que jogar os dados de novo. Escolhi a Farmácia, não sei porque. Mas lendo minhas anotações senti necessidade de visitar aquele lugar.

Eu suspeitava que um dos amigos do banqueiro que estava endividando teve ajuda de alguém dentro da casa, um serviçal. E com remédios dopou a garota e a colocou no porta malas do carro, saindo pelas portas de serviço atrás da mansão, auxiliado por alguém que trabalhava lá dentro.

Para ter certeza das minhas suspeitas queria visitar mais dois lugares: O museu e a Casa de Penhores.

Anotei as pistas da Farmácia, nela dizia que um dos convidados visitou a farmácia antes de ir para a festa.

Paul anotou as informações do Docas e sorriu de canto para Annabeth, esperando que ela jogasse os dados.

Ela parecia tranquila, mas eu não tinha certeza se estava confiante. Ela olhava para minha ficha e sorria quando me via lendo o caso de novo, como se estivesse orgulhosa.

Cutuquei sua perna por baixo da mesa.

–Não vai voltar para a Casa de Sherlock Holmes e contar logo o final do caso?- Incentivei

–Acho que tem alguém aqui que fará isso antes...- Ela abaixou o rosto e sorriu de leve pelo canto dos lábios e me olhou de rabo de olho. Contente.

Ela estava me deixando ganhar.

–Pode parar

– O que eu fiz?

Todos estavam olhando para mim.

–Você está me deixando ganhar

–Mas é claro que não!- Annabeth olhou para o jogo e depois para mim, com os olhos pidões.

Suspirei. Eu estava tão feliz por ter resolvido o jogo antes de todos que nem tinha percebido que Annabeth estava deixando que eu passasse á frente.

–Tudo bem, acho que já posso voltar para o começo e contar o que acho do caso.

–Mas vai ter que esperar sua vez- disse Paul

–É claro- concordei

O jogo continuou, usei minhas rodadas para jogar os dados e andar as casas até o inicio, a casa de Sherlock Holmes. Annabeth se aproximava do inicio também, sorrateiramente, minha mãe e Paul contornaram o Parque e entraram no Teatro. Ambos anotaram suas pistas.

Eu e Annabeth estávamos lado a lado, faltando cinco casas para chegarmos.

–Quer mesmo fazer isso?- Ela me desafiou e jogou os dados. Eles marcaram sete casas.

Ela chegou à casa de Sherlock Holmes antes de mim, e começou a contar a história, forçando todos a pararem o jogo.

– De acordo com as pistas que recolhi durante o jogo e com as informações do Caso 36, posso dizer que um dos amigos da garota, apaixonado por ela, esteve na casa e teve ajuda de mais dois, que levarem remédios e os colocaram na bebida. O banqueiro, assim como os outros convidados desmaiaram, inclusive a garota. E dessa forma eles conseguiram rapta-la, e mais tarde a devolveram, pedindo uma pequena recompensa: A mão dela em casamento.

Nós nos entreolhamos, espantados.

Não era bem isso que eu imaginava que ela dissesse, apesar de ter alguma coisa haver com o desaparecimento da filha do banqueiro, a história não dizia nada sobre um garoto amigo dela que escondia uma paixão doentia. Nem nada sobre o banqueiro e os convidados desmaiarem e o resgate ser a mão da garota em casamento.

–Sua vez- Annabeth me entregou os dados

Eu os joguei e entrei na casa de Sherlock.

–Bom, eu acho que um dos amigos do banqueiro estava endividado e precisava de uma forma fácil e rápida de conseguir dinheiro. Ele aproveitou a movimentação da festa para dopar a garota, colocando alguma coisa em sua bebida- olhei para Annabeth- Então com a ajuda de um dos empregados da casa, com a promessa de receber parte do resgate, eles levaram a garota desmaiada para o porta malas do carro estacionado na parte dos fundos da mansão. Como o acesso é só para os empregados, ninguém desconfiaria.

–Então...-começou minha mãe, pegando o livro de respostas- Caso 36, o sequestro.

Ela leu a introdução ao caso, a história inicial, então leu a resposta do caso, levantando os olhos para mim cada vez que suas palavras batiam com as minhas. No final, quando abaixou o livro, ela olhou para mim e para Annabeth, então os deixou em mim.

–Parece que temos um ganhador.

Dei vivas. Finalmente alguém conseguira tirar a coroa de Annabeth. Ela olhou para mim e sorriu com alegria espontânea, como se ela também tivesse ganhado algo com isso.

–Não disse? Eu sabia que você ia ganhar!

–O que quer dizer?

Esperei que ela falasse. Mesmo eu ter ganhando o jogo, não sentia como se tivesse sido justo. Vi como ela estava empenhada e como de repente parou de se preocupar com suas jogadas. Ela parecia estar mais feliz com a minha vitória.

–Quero dizer que você mereceu. Foi melhor do que eu, aliás, melhor que nós todos.

–Ela tem razão- Minha mãe concordou- Você foi rápido.

–E é assim que se comemora uma vitória dos Giants!- Paul se levantou- Quando eu encontrar com Greb vou pedir meias como as suas!

Olhei para minhas meias.

–Eu também vou pedir mais como essas.

Se aquelas meias tinham algum poder eu nunca iria saber. Só que eu devia ter as vestido muito antes.

–Só deixe eu as lavar, por favor- pediu minha mãe- Não vamos aguentar ver você as usando todos os dias.

Peguei meu pé por baixo da mesa e cheirei. Ela tinha razão, elas precisavam ser lavadas o quanto antes.


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Notas finais do capítulo

Pessoal, eu vou ser bem direta. Estou envergonhada por escrever isso, mas acredito que não preciso me sentir assim com vocês. Sei que de qualquer maneira estarão do meu lado, e é isso o que importa.
Estuou pensando em aproveitar toda essa ligação entre o Percy e a Annabeth para colocar uma cena, ESSA MESMA QUE VOCÊS ESTÃO PENSANDO.

Sei como escrever sobre isso sem deixá-los de cabelos em pé, posso fazer de um jeito onde vocês fiquem entretidos mas não se sintam invadidos.
Se estiverem á favor avisem no REVIEW.
PERCASEXY oooow yeah!
Beijos e desde já agradeço.