BitterSweetheart escrita por Marcella Chase


Capítulo 2
Capitulo 2 – Papéis, encontros e isqueiros


Notas iniciais do capítulo

Nesse capítulo dá pra conhecer um pouquinho da Anne. Espero que gostem dela, é uma das minhas personagens favoritas *---*



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Anne

Uma montanha de papéis me tampava totalmente atrás da mesa. Enquanto eu tentava inutilmente diminuir a pilha de um lado, ela só crescia do outro.

– Ah! Já chega... Cansei! Isso não acaba nunca e é monótono demais. Não aguento mais assinar e verificar papéis que nunca acabam. Vou almoçar e tentar relaxar um pouco.

Levantei deixando os papéis que assinava de lado e peguei o telefone.

– Diego, meu anjo. Vamos almoçar?

– Você acabou de fazer meu dia mais feliz, Anne! Almoçar com você é a melhor coisa que podia me acontecer. Que tal um passeio depois, a gente podia à minha casa e...

– Di, você sabe que não vai rolar. Você é meu melhor amigo e está cansado de saber que essa não é minha praia.

– Eu sei princesa... Mas não custa nada arriscar, não é? Talvez você acorde um dia com vontade de algo diferente e aí eu terei a minha chance.

– Te garanto que quando eu resolver experimentar algo novo de novo, você será minha única opção. Mas agora estou mesmo afim é de um prato de macarrão. Vamos?

Eu ri da investida de Diego pensando, – Ele nunca vai se cansar? – Enquanto juntava os papéis que já havia assinado, coloquei os relatórios prontos dentro de uma pasta e bati na porta da sala ao lado.

– Diego! Vamos rápido, estou com muita fome.

– Meu amor, eu só estou organizando umas coisas aqui. Não demoro. Espere um segundo.

– Então eu vou entregar esses relatórios prontos para a Maitê e te espero na recepção. Aí decidimos onde comer.

– Perfeito. Já estou indo para lá.

Fui o mais rápido que pude em direção a sala de Maitê, pois estava realmente com fome e irritada.

– Oi Anne... Dia muito corrido? Deixe-me te perguntar, você fez aquele...? – Paula me parou no corredor e eu já sabia o que viria a seguir, uma longa e exaustiva conversa sobre o Tiago. Estava sem paciência para isso hoje e meu estômago gritava bem mais alto do que ela falava, tive que interromper.

– Paula, não me leve a mal, mas eu tenho que entregar esses relatórios para a Maitê nesse instante ou ela come meu fígado. Estou com muita pressa. Já volto, então conversaremos. Tudo bem?

– Ok! Depois te encontro então. Boa sorte com seus relatórios e bom almoço. Ah! E diga para o Diego...

Saí rápido sem nem mesmo escutar o que Paula queria dizer ao Diego. – Ai que chata! Garota inconveniente. Vai dizer pessoalmente o que tiver de dizer ao Diego.

Fui até a porta de Maitê e bati várias vezes, mas não houve resposta. Eu não sei exatamente o porquê, mas isso foi o estopim que explodiu toda a raiva e frustração que eu estava sentindo. Perdi um pouco a cabeça e até me esqueci que o Diego me esperava para o almoço, eu precisava de um cigarro urgentemente. Fui até a recepção e me encostei ao parapeito, acendendo um cigarro e esperando que ele me fizesse esquecer-me do mundo.

– Loira, você tem um isqueiro?

Me virei para ver quem falara comigo, mas o fiz um pouco rápido demais e acabei esbarrando na menina que me pedira o isqueiro.

– Droga, hoje não é meu dia mesmo! Desculpe, eu... – Eu não consegui completar o que dizia. Perdi a linha dos pensamentos e a noção de todo o resto a minha volta. Na minha frente estava a mulher mais linda que eu já tinha visto na vida. Ela era alta e esguia, com os cabelos castanhos acobreados mais incríveis que eu já vira. Eram lisos e longos, e iam clareando levemente até as pontas de forma bastante uniforme em tons de dégradé. Tinha um corpo forte como de uma nadadora, com ombros largos, mas não muito. Apesar disso possuía curvas bem definidas, pernas lindas e um sorriso delicado e ao mesmo tempo triste que me hipnotizou completamente.

– ... Pelo menos não foi como o idiota que disse que era o dia de sorte dele. Mas me desculpe, eu não tive a... – Pisquei involuntariamente várias vezes, percebendo que não conseguia entender nenhuma palavra do que ela dizia. – Você está bem? Machucou-se? Ei!

– Ah! Desculpe. Está tudo bem. Tudo bem. Eu tenho que ir agora... Almoço sabe... As pastas para a Maitê... O Diego também e... – Me virei e fiz menção de sair de volta ao escritório de Maitê desconcertada e me odiando pela completa falta de controle em que me encontrava. – Droga de cérebro maldito. Por que tinha que deixar de funcionar logo agora? – Ouvi uma risada e olhei quando a ela me chamou, me olhando como se me achasse estranha. – E eu devo estar parecendo bem estranha mesmo – Mas não pude deixar de perceber um leve brilho nos olhos dela, um brilho como de... Admiração? Ela ainda me olhava como quem não entendeu nada e pegou minhas pastas no chão. – Sim, as mesmas que eu acabara de dizer que ia entregar para a Maitê. – Senti meu rosto corar de vergonha e isso só piorou quando ela sorriu para mim.

– Desculpe-me, qual seu nome?

– Hã? Eu... É... Por que quer saber? – Por que quer saber? Você é idiota Anne? – Eu agradeceria muito se eu conseguisse parar de gaguejar e meu cérebro voltasse a funcionar novamente, mas o perfume dela estava por toda parte a minha volta, era impossível me concentrar em qualquer outra coisa. Prendi a respiração para poder pensar por um instante e me acalmar.

– Desculpe, eu estou meio estranha, deve ser a fome. Meu nome é Anne, eu trabalho com o Guilherme e você? É nova aqui, não é?

– Sou sim. Vou trabalhar com a Maitê. Meu nome é Carla. Prazer.

– Ah sim! O prazer foi todo meu. Vou entregar esses papéis para ela e...

Carla riu mais ainda e eu tive que encará-la de novo, o meu estômago saltou e se contorceu mais uma vez. – Fome? É pode ser... – Meus pensamentos foram cortados pela voz de anjo dela.

– Anne! Seus papéis estão aqui. Tome.

Peguei os papéis meio sem graça e comecei a caminhar até a porta quando parei e lembrei-me de algo que ela havia dito. O isqueiro. Respirei fundo para retomar o controle de minha própria mente e me virei mais confiante. Andei até ela com um sorriso de lado bastante desafiador. Ela ainda me olhava com o cigarro apagado na boca e aquele sorriso triste. Acendi o cigarro de Carla, joguei os cabelos de lado e saí sem dizer nenhuma palavra. Talvez porque temia que minha voz falhasse e minha confiança se esvaísse novamente, mas também porque me agradava o fato de meu comportamento parecer ter voltado ao normal quando eu não tentava lhe dirigir a palavra. Caminhei rápido e em silêncio até a sala de Mai, queria sumir dali, sumir daquela mulher, sumir de mim mesma. – O que aconteceu aqui? – Parei na porta de Maitê e encostei-me à parede, respirando fundo para me acalmar – Ai sua idiota... Anne você é estúpida. Como pôde fazer um papel tão ridículo? Entregar os papéis... Por favor, não tinha papel nenhum na sua mão! Será que ela percebeu que eu estava olhando para as pernas dela? Tomara que não. Ai Deus! Que pernas! – Entrei na sala da chefona, que finalmente atendeu a porta, para entregar os papéis e ir comer de uma vez porque eu já estava esgotada. Quando cheguei à entrada do prédio Diego já me aguardava impaciente.

– Nossa! Anne, eu achei que você estava com pressa. Demorou pra caralho! O que aconteceu?

– Foi mal, Di... Sei lá, eu estava bancando a idiota por aí.

– O que?

– Nada, esquece... Vamos comer.

Entramos no carro e fomos comer em um restaurante de massas famoso ali perto. Fiquei o tempo todo dentro do carro em silêncio, o que não era muito normal.

– O que aconteceu, Anne? Você está estranha.

– Di... Você acredita em anjos?

– Como assim? Sei lá Anne, você está mesmo esquisita.

– Hoje eu vi um anjo... Um anjo lindo...


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Notas finais do capítulo

Então é isso, amanhã tem mais. Comentem aí pra eu saber se estão gostando XD



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