O dia seguinte amanheceu alegre, parecia mais ensolarado do que todos. Samantha despertou bem humorada e ao abrir a janela, o perfume das madressilvas entrou refrescante. Tudo parecia incrivelmente mais bonito, e ela começou a rir sozinha. “Poxa, pela primeira vez estou me sentindo bonita por dentro!” – pensou, correndo ao espelho, onde viu uma garota descabelada, de cara amassada de tanto dormir porque havia perdido à hora.

Samantha tomou café sozinha, pois todos já tinham levantado.

– Bom dia Jurema!

– Bom dia!

Samantha já ia perguntar onde Luna estava quando parecendo adivinhar seus pensamentos Jurema disse: – A Luna pediu para te disser que esta no porão parece que foi pegar alguma coisa que a dona Olivia pediu – Obrigada, Geralda. Depois, eu vou lá – disse Samantha pegando mais um pedaço de bolo de chocolate que Jurema avia acabo de colocar na mesa.

Depois do café Samantha foi até o porão encontrar com Luna, mas quando chegou lá ela percebeu que ela estava com uma expressão estranha em seu olhar, uma bem parecida com a qual ela avia ficado no dia do piquenique.

– Oi Luna – disse ela com um sorriso.

–Oi Samantha! –disse ela também com um sorriso porem meio forçado.

(Musica)

Depois de alguns segundos de silencio Samantha disse:

–Luna...

– O que foi?

– Aconteceu alguma coisa? É que eu estou achando você meio estranha.

– Na verdade... sim aconteceu sim uma coisa!

Basta olhar no fundo dos meus olhos

Pra ver que já não sou como era antes

– Mas o que foi que aconteceu? – me diga, por favor! Disse ela um pouco nervosa

– Sabe o que é Samantha... é que eu preciso falar com você sobre....

– Falar sobre o que?

– É que eu preciso ser sincera com você sobre meus sentimentos é isso.

Tudo que eu preciso é de uma chance

De alguns instantes

– Como assim eu não estou entendendo nada!?

Luna mordeu os lábios, numa demonstração de que o que iria falar era difícil. Entretanto continuou falando.

– Acho que tudo o que aconteceu ontem com a gente não passou de um grande engano, Samantha – falou, por fim.

Sinceramente ainda acredito

Em um destino forte e implacável

– Engano? – e ela deu um passo para trás.

– Mas o que foi que aconteceu? O que mudou tão de repente? Ontem suas palavras seu beijo pareciam tão verdadeiros! E pelo que senti você não estava mentindo!

– Talvez ontem eu não estivesse...

E tudo que nós temos pra viver

É muito mais do que sonhamos

– Mas e agora? Responda-me o que mudou?

Ela sentiu que vacilava:

– Olha Samantha o que acontece é que eu devo ser sincera e confessar uma coisa a você...

Samantha segurou a respiração e ficou olhando até que ela falasse:

–É que eu... gosto de outra garota!

Será que é difícil entender

Por que eu ainda insisto em nós

Foi como se ela tivesse sentido uma pancada na cabeça. Precisou segurar-se na moto que estava do lado para não cair. O chão parecia ter-se aberto. Mas ela teve forças para perguntar num sobro de voz:

– Quem? Quando aconteceu isso? Não entendo... Ela virou-lhe as costas.

– Eu amo... uma sombra... uma garota ideal...um amor sem fronteiras...Samantha, eu amo... –e voltou-se, olhando-a com firmeza – Ana Beatriz!

Será que é difícil entender?

Vem andar comigo

Samantha arregalou os olhos e ficou gelada. Não podia acreditar!

–Luna! – murmurou incrédula – Ana Beatriz está morta! Como pode amar uma pessoa que morreu muito antes de você nascer?

Ela agora parecia um robô, olhando parada como se estivesse enxergando coisas além da realidade.

Vem, vem, meu amor

As flores estão no caminho

– Não! É aí que você se engana, Samantha: ela não está morta!

– Meu Deus! – e levando as mãos ao rosto, Samantha segurou o grito.

– Ana Beatriz está viva, e eu sinto isso – continuou ela com a voz um pouco rouca. Ela está no ar que eu respiro à minha volta e, depois ontem à noite eu a vi em meu quarto! Será que você não senti isso?

Vem, meu amor

Vem andar comigo

– É claro que eu não sinto isso, e que historia é essa dela aparecer no seu quarto!? – disse Samantha espantada. – Luna, por favor, pare de ficar imaginando coisas e esqueça essa historia porque tudo isso não passa de um pesadelo! – pelo amor de Deus, pare de pensar nessas coisas! É tudo loucura, não sei, mas mão é real! – Ana Beatriz está morta, entendeu? Morta e enterrada naquela igreja!

Ela deu um sorriso irônico:

– Samantha, não se faça de cega! Ela esta viva e me ama!

Será que é difícil entender

Por que eu ainda insisto em nós

–Não, ela não esta viva e nem ama você o tanto que eu amo! – protestou furiosa. – deixe de ser sonhadora, de ser infantil e boba Luna! Ana Beatriz está morta, muito morta, enterrada naquela maldita sepultura, graças a Deus e eu a odeio!

Havia ódio, desespero e suplica em sua expressão. Depois, ela calou-se, ofegante, como à espera de uma resposta. Luna não se alterou. Simplesmente deu meia-volta e afastou-se repetindo:

– Você é quem não quer enxergar...

Será que é difícil entender?

Vem andar comigo

Sozinha, Samantha sentiu que estava prestes a enlouquecer. Se tivesse alguma coisa em mãos, teria atirado contra ela. Mas, como não tinha, ergueu os punhos e gritou com toda a força dos pulmões:

– Eu odeio você, Ana Beatriz! E juro por Deus que hei de fazer qualquer coisa para destruir você! Juro por Deus! Eu juro por Deus!

Vem, vem, meu amor

As flores estão no caminho

Depois, irrompeu em uma crise soluçante. Foi dobrando o corpo devagar até que se apoiou na moto e só assim deu vazão a toda revolta que seu frágil peito não conseguia mais carregar.

Vem, meu amor

Vem andar comigo...

Logo em seguida Samantha sentiu algo tocando seu obro, e quando levantou seus olhos para ver quem era, viu que se tratava de Lipe, e sem pensar duas vezes ela o abrasou, e começou uma outra crise de choro, Lipe apenas retribui o abraço daquela linda garota que desde o dia que a viu, fazia seu coração bater mais forte.

Depois que ela foi se acalmando um pouco ele levantou sua mão e começou a enxugar suas lagrimas, e perguntou por fim:

– Sá o que foi que aconteceu? Eu vi quando você entrou aqui e um tempo depois vi a Luna sair correndo, por isso resolvi vim aqui, precisava saber se você estava bem. – Disse ele com um sorriso sincero.

Depois de dar um leve suspiro com a cabeça baixa Samantha falou:

– Foi a Luna! – disse ela por fim.

– Luna !? Lipe deu uma pausa e continuou:

− Você... há ama não é ?

− C-como você sabe? – Perguntou ela já com a cabeça levantada e com certa surpresa.

− Digamos que desde o dia em que ela chegou eu percebi alguns olhares, mas espera um pouco... não me diga que você se confessou ela te rejeitou com palavras ofensivas? – Falou Lipe já com uma certa raiva.

Samantha então resolveu explicar a Lipe tudo o que ocorreu desde a volta de Bela Vista no dia anterior onde ocorreu o primeiro beijo no riacho, até o que aconteceu ali no porão. Lipe ouvia tudo com atenção.

− Eu não posso acreditar numa coisa dessas, a Luna não merece o seu amor, e nem uma lágrima que cai de seus olhos, ela só pode estar... estar louca é isso... louca por querer trocar uma garota linda e especial como você por um monte de “ossos” velhos que estão enterrados naquela capela a 100 anos só pode estar louca, biruta. – Falou ele furioso.

Foi ai que Lipe percebeu que Samantha iria chorar novamente e sem pensar a enlaçou em seus braços, Samantha por incrível que parecesse estava se sentindo protegida, acolhida nos braços daquele rapaz, e naquele momento uma sensação estranha começou a lhe invadir ela foi se separando dele aos poucos, seus olhos ficaram fixos um no outro.

Samantha ainda não avia reparado direito em Liphe, mas ali perto dele, ela conseguiu repara-lo melhor, seu rosto não erra parecido com os dos outros garotos era mais... delicado, mesmo sendo um garoto de fazenda... seus olhos eram azuis não azuis como de Luna , eram mais voltados para um azul acinzentado, seus lábios eram rosados e pareciam ser macios, e uma vontade de beija-lo lhe invadiu.

Assim seus rostos foram se aproximando, seus olhos foram se fechando, mas foi ai que há imagem de Luna apareceu para Samantha, que mesmo magoada com ela não podia beijar outra pessoa, pois seu coração mesmo sangrando já avia encontrado seu verdadeiro amor.

− D- desculpe! – Falou Samantha sem graça se afastando pelo “quase” beijo.

− Tudo Bem, não precisa se desculpar você fez o certo afinal seu coração mesmo magoado já encontrou o amor verdadeiro. – Disse ele sincero parecendo adivinhar seus pensamentos. – Mas eu preciso te confessar uma coisa. – Falou ele um pouco corado.

– Confessar? – Falou Samantha confusa.

– Sim, eu vou falar logo antes que perca a coragem. – Falou Lipe – E continuou:

– Sabe Samantha desde o dia em que você chegou aqui na fazenda eu não paro de pensar em você, no começo eu achei que sei lá era coisa que a maioria dos garotos sente quando ver uma garota bonita – falou ele com um sorriso – Mas ai pensando em tudo o que eu estava sentindo e baseado naqueles velhos “sintomas” que as pessoas vivem falando que sentem quando estão apaixonados que eu finalmente entendei que ... Estava apaixonado por você.

– L- Lipe e- eu ... falou Samantha nervosa.

– Ei, calma me deixe continuar sim? – perguntou ele calmo

Samantha apenas respondeu positivamente com um balançar de cabeça.

Então Lipe continuou:

– Então como eu dizia, eu amo você Samantha, porem o e que eu mais quero na minha vida e ter ver sorrindo, e se for chorando só se for de felicidade, então não se preocupe tenho certeza que a Luna vai se tocar da burrada que esta fazendo, e vocês duas serão muitos felizes. – E saiba que você pode ter certeza que terá não só meu amor, mas minha amizade para sempre. − Disse ele com um lindo sorriso sincero a ela. – E bem tomara que um dia eu encontre um amor tão bonito assim. − Falou ele com um sorriso verdadeiro.

– Tenho certeza que vai. – Respondeu ela com um sorriso singelo.

Os dois estão selaram aquele momento com um forte abraço. Eles ficaram assim por algum tempo até que eles ouviram que alguém se aproximava. Logo em seguida Vivi apareceu e vendo os dois ainda abraçados foi logo perguntando:

− O que esta acontecendo aqui? – Falou apenas se dirigindo a Samantha.

Antes que Samantha falasse alguma coisa Lipe respondeu por ela:

− Se quer tanto saber o que aconteceu pergunte a Luna, sua querida irmãzinha, talvez ela te conte. – Falou ele ajudando Samantha a se levantar, e sem esperar uma resposta de Vivi, pegou Samantha pela mão saindo dali com ela.