Isabella:

Minha semana estava sendo torturante, eu não trocava uma palavra com o Edu e ele me encarava direto, sem levar em consideração o que eu havia pedido. Eu estava jantando todos esses dias com a Lia, era a única parte do dia em que eu conseguia me distrair um pouco. Ela havia tido sua primeira vez com o Igor:

– Foi incrível, ele foi carinhoso e eficaz ao mesmo tempo.

– Lia! - A repreendi caindo na gargalhada.

– Olha o que ele me fez. - Me mostrou um arranhão nas costas.

Ri e me lembrei da última noite em que eu e o Edu tivemos, ele havia deixado marcas daquela noite também, mas não eram mais visíveis.

– Então o Igor é selvagem? - Perguntei.

– Unhum. Não quero mais falar dele, quero falar de você. Como você tá?

– Mal... muito mal. Ele não colabora, me encara toda hora.

– Isa, eu tenho certeza que a sua mãe vai ficar do teu lado e vocês poderão viver em paz.

– É o que eu mais quero...

– E como tá a barra com a Tereza?

– Ela me pediu desculpas pelo o que havia acontecido, mas está seca. O clima lá está horrível.

– Vem dormir amanhã aqui, é sexta.

– Eu venho sim. Tá dando o meu horário Lia, tenho que ir.

– Vai lá... e fica bem.

– Sem ele não dá. - Falei levantando e me direcionando a porta.

– Pensa que semana que vem vocês vão estar juntos e bem.

– Tá. Boa noite.

– Boa noite, cow.

Cheguei em casa e fui direto para o quarto, como estava fazendo todos esses dias. Tomei banho e coloquei o pijama, senti meu celular vibrar. Era uma mensagem... do Edu.

"Eu sei que você me pediu para não mantermos contato, mas tá difícil Isabella. Deixa eu te ver? Te amo."

Chorei ao terminar de ler, se tava difícil para ele imagine para mim que tinha o risco de nunca mais tê-lo ao meu lado. Não respondi e fiquei 2 horas esperando o sono chegar. Aqueles dias estavam sendo horríveis...

No dia seguinte, assim que cheguei na escola encontrei a Lia e o Igor se beijando, então fui até a biblioteca, peguei um livro de história e comecei a ler, aquele livro iria me ajudar na matéria.

– Vai ficar me evitando? - Olhei, era o Edu. Ele estava com a mão na mesa, em uma posição que me impedia de sair.

– Não complica as coisas Edu... por favor.

– Não tem absolutamente ninguém nessa biblioteca e nem tem câmeras, qual é o motivo de você não poder falar comigo?

– Quanto menos contato melhor. Licen... - Fui interrompida com um beijo, eu bem que tentei evitar, bati em seu ombro, mas ele me segurou e eu me rendi. Senti ele explorar toda a minha boca.

– Você não podia ter feito isso. - Disse ofegante.

– Foi só um beijo inocente e você é minha namorada. - Ouvi o sinal tocar.

Peguei minha mochila e ele me seguiu, me direcionei a sala, mas antes ele me avisou:

– Vou acertar as contas com aquela Vitória, acabei de descobrir uma coisa dela. Ela vai se arrepender de ter se metido no nosso namoro. - Eu o ignorei, apesar de ter ficado curiosa

As aulas e o intervalo passaram rápidos, o Edu não parava de me olhar um momento, como se alguém fosse me raptar a qualquer minuto. Quando cheguei em casa, tomei um banho, vesti uma roupa e fui para a casa da Lia, avisei a Tereza que só voltaria no dia seguinte, ela não argumentou.

Almoçamos, e resolvemos ir no shopping, compramos sapatos e roupas, depois fomos no cinema, assistimos "A menina que roubava livros", eu já havia lido o livro e o filme era muito lega. Quando chegamos na casa da Lia já era 21:15, tomei banho e depois fomos fazer maratona de séries, não comemos nada pois já havíamos lanchado no shopping. Fomos dormir às 00:00, no dia seguinte iríamos passar o dia na casa da tia da Lia...

Edu:

Aquele estava sendo o final de semana mais chato do mundo, assim que acordei vi que o céu estava nublado, sinal de que o futebol com os meninos não ia rolar. A Isa tinha ido passar o dia na casa de uma tia da Lia, ela me evitava ao máximo, eu só havia conseguido arrancar um beijo dela. Eu não falava com minha mãe e nem ela fazia muito esforço. Minha única saída naquele sábado era ir passar o dia com o Igor e o Vitor. Almocei na casa do Vitor e fizemos competição de videogame. À noite fomos na praça perto da casa do Igor e ficamos batendo papo, 22:45 eu cheguei em casa.

– Por quê chegou tarde? - Minha mãe perguntou.

– Não posso mais ter uma vida sociável?

– Você passou o dia todo fora de casa, Edu.

– E daí? Aqui tá um inferno, do que adianta ficar aqui?

Ela não respondeu, eu subi e abri a porta do quarto da Isa devagarinho, ela estava distraída no notbook. Quando me viu se assustou e fez uma expressão séria.

– Não queria te assustar. - Sorri.

– O que tá fazendo aqui? Sai Edu! - Veio em minha direção e começou a me empurrar. A segurei pelo braço e ela começou a se debater, a prendi na parede. - Você tá maluco? - Sussurrou e tentou sair em vão.

Beijei ela mais uma vez, eu estava com vontade dela, eu precisava dela. Comecei a beijar seu pescoço enquanto ela ofegava.

– Se você... ah... por favor Edu, para. - Parei e a olhei. - Você tá ficando louco! Dá pra aguentar um pouquinho mais? Meus pais vão chegar na terça.

– Tudo bem... - Suspirei. - Boa noite...

Fui para o meu quarto, tomei banho e fui dormir, havia sido um dia longo e chato.

3 dias depois...

Acordei feliz e temeroso, os pais da Isa iriam chegar hoje. Fui para o colégio, e a vi com uma expressão preocupada, não era pra menos... Torci para que as aulas passassem voando, não sai no intervalo, estava preocupado com o que iria acontecer.

– Problemas? - Era o Vitor.

– Como deve ser conhecer os sogros?

– Deve ser bem surpreendente.

– E já imaginou conhecer os sogros correndo o risco de perder sua garota?

– Deve ser foda. - O Vitor e seus termos ridículos.

– Pela primeira vez não vou te repreender.

– Fica tranquilo, cara. Vocês se amam, vão ficar juntos, vai dar tudo certo.

– É o que mais quero... e preciso.

O intervalo terminou, e de certa forma fiquei feliz por as aulas passarem voando, pelo menos tudo ia se acertar hoje. Quando sai, vi que a Isa já devia ter ido para casa, então resolvi ir também. Assim que cheguei, ouvi vozes desconhecidas:

– Filha, trouxe muita coisa para você e para sua amiga que não sou muito fã.

– Que legal, mãe. Eu amei... - Todos direcionaram o olhar pra mim.

– Tereza, imagino que esse seja seu filhão. - Visivelmente o meu sogro falou.

– Sim, ele é o Edu.

– Prazer senhor.

– Não tem essa de senhor, pode me chamar de Maurício.

– Prazer Maurício.

– Aproveitando que já todo mundo aqui... Maurício, Fabiana, a gente precisa conversar. - E mais uma vez minha mãe me pega de surpresa...