Money Make Her Smile escrita por Clarawr


Capítulo 25
Called a police and a fireman! - Parte 2


Notas iniciais do capítulo

UMA SEMANA!!!!!!!!! EU CONSEGUI!!!!!!!!!! EU TÔ TÃO FELIZ!!!!!!!
Foi difícil, foi. Foi intenso, foi. Tô há três horas terminando esse capítulo, tô. MAS EU CONSEGUI MANTER MINHA PROMESSA COM VOCÊS!!!!! Ave gente, não desejo vida de vestibulando para NINGUÉM nesse mundo inteirinho, a gente passa cada coisa que chega até a desanimar a vida, sabe? Enfim, viado, o importante é que eu tô aqui com a continuação do cap PRONTINHA pra vocês e doidíssima para saber o que vocês vão achar dessa bagaça retratada aqui. Honestamente, eu acho que vocês vão gostar porque deixei uma surpresinha pro final que tava todo mundo esperando há muito tempo (RS). Sei que haverá bastante gritos (pelo menos da minha parte) (eu gritei escrevendo) (gritei no sentido figurado, claro, porque são onze da noite e eu acabei de terminar o capítulo).
Sem mais delongas: Música do título: Uptown Funk - Mark Ronson ft. Bruno Mars (meu chuchu), simplesmente porque tem tanta merda estourando que eu não consegui pensar em nada além de chamar a polícia e os bombeiros para acudir todo mundo nessa festa. Música do capítulo: This Love - Maroon 5, porque........................ ahhhhhhh, vocês já já vão descobrir porquê RS.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/450325/chapter/25

I'll fix these broken things
Repair your broken wings
And make sure everything's all right
My pressure on your hips
Sinking my fingertips
Into every inch of you
Cause I know that's what you want me to do


Johanna e Prim estavam se dividindo em turnos para não deixarem Annie sozinha, mas tudo isso da maneira mais casual possível para que Annie não sentisse que as outras duas estavam servindo como suas babás.

As três estavam juntas dançando, quando Prim pediu licença às amigas para ir ao banheiro. Ainda rebolando no ritmo da música, ela caminhou pela parte de dentro da casa na direção do corredor. Bem na esquina, ela deu um encontrão em alguém. Ela se desequilibrou em cima dos saltos e sentiu que mãos fortes a agarraram para impedir que ela caísse.

Os dois riram em sincronia.

– Sempre que a gente se encontra eu estou caindo nesse corredor e você está me segurando. – Ela comentou para um Peeta que ainda mantinha as mãos perto dela, para segurá-la novamente caso ela caísse ao se reequilibrar em cima dos saltos.

– Dessa vez você está sóbria. – Ele respondeu.

– Nossa, por favor, não me lembre daquilo. – Ela pediu. – Eu nunca consegui te pedir desculpas por todos os transtornos que eu causei aquele dia. Desculpa.

– Ah, não foi nada.

– Foi sim! Eu estava morrendo de vergonha de te encontrar de novo, sabe, porque eu falei tanta besteira e ainda arruinei sua noite com a Katniss... – Ela confessou.

– Não precisa ficar com vergonha. Eu também já passei por essas coisas quando tinha a sua idade. Na verdade, às vezes ainda passo, mas é bem mais raro.

– Aposto que você aloprava quando tinha a minha idade. – Prim observou, jogando o cabelo para o lado e logo depois recobrando a postura. Cunhada, Primrose. Cunhada.

– Pode-se dizer que se a gente tivesse a mesma idade, eu estaria organizando todas as festinhas junto com você. – Ele disse, sorrindo.

– Sabia. – Ela respondeu, sorrindo também. – Você é tão diferente da minha irmã. – E tão parecido comigo, ela acrescentou mentalmente.

– Os opostos se atraem. – Ele respondeu, simplesmente.

– Espero que você ajude ela a relaxar um pouco. – Prim comentou. – Você tem a vibe mais relaxada que a dela, é bom para equilibrar. – E mais uma vez, involuntariamente, lá estava ela flertando com o namorado da irmã.

– Não tão relaxada assim. – Peeta contestou, sentindo algo levemente estranho no ar, mas se recusando a acreditar nos seus instintos. – Já fui mais largado, mas você cresce e foca em outras coisas, aí não tem como relaxar tanto.

Enquanto conversava com Prim, Peeta foi lentamente reparando na menina. Ele conhecia o tipo que ela tentava se enquadrar muito bem, a novinha fatal e adulta que bebia e estava em todas as festinhas interessantes. Já havia ficado com várias assim quando era adolescente, e sabia que ela estava acostumada a ter todos os caras que queria na palma da mão, porque além de serem extremamente atraentes, sabiam ser cativantes. Homens menos controlados e mais sacanas que ele adoravam quando uma garotinha como ela caía na deles, porque apesar de elas se acharem extremamente maduras e desejadas, na maioria das vezes estavam apenas sendo usadas.

Não que Prim ligasse para isso. Na maioria das vezes era ela quem jogava os caras fora antes de levar o pé na bunda. Até os mais velhos. Era muito difícil enjoarem dela antes que ela enjoasse deles.

Os dois engataram um papo sobre adolescência, o que fatalmente levou ao tema faculdade. Prim contou que estava pensando em cursar psicologia e não queria ir pra PUC como Katniss.

– Sua irmã uma vez me disse que já pensou em fazer psicologia. – Ele comentou.

– Sim, ela fala disso de vez em quando. – Prim respondeu. – Acho que isso fez minha vontade crescer. Eu quero muito entender a cabeça das pessoas, mesmo sabendo que talvez eu encontre lá algumas coisas meio perturbadoras.

– Eu não ia aguentar. Imagina saber como pensa um cara que estupra mulheres ou um serial killer?

– Eu acho maneiro. Quer dizer, não o estupro e as mortes, claro. – Prim esclareceu, diante do olhar assustado de Peeta. – Mas saber o que levou alguém a fazer algo.

– Eu ia pirar.

– Claro. – Ela debochou. – Você é das exatas. O seu negócio são os números e... sei lá, dilatação térmica. – Ela exemplificou. – Precisa saber isso pra construir um prédio, né? – Ele assentiu, rindo de lado. – Então. Era com isso que eu ia pirar.

– Ah, faz todo o sentido. – Peeta comentou. – Entender a cabeça de um assassino é tranquilo. Resolver umas equações é perturbador. – Ele ironizou, e ela riu. Ela era muito bonita, ele tinha que admitir. Nem parecia que tinha só 17 anos. Ele pensou em quantos caras ela já enganara se passando por maior de idade.

– Viu? É isso que eu quero entender. Porque uma equação é assustadora para mim, mas a mente de um criminoso não. - Ela explicou e ele assentiu.

– É, faz algum sent... – Uma voz se projetou no corredor, interrompendo a conversa entre os dois:

– Prim? Peeta? – Katniss chamou e pôs a cara no corredor. - Ah, vocês estão aí. – A morena sorriu.

– A gente se esbarrou aqui e ficamos conversando até agora. – Prim explicou, se sentindo subitamente culpada. Ela não estava falando sobre nada demais com Peeta, mas sabia que sua cabeça havia pensado várias obscenidades no meio da conversa.

– Só vim avisar que o jantar saiu. – A morena explicou e os dois caminharam juntos para a sala, onde uma grande mesa fora montada nos últimos minutos e travessas de comida fumegante eram distribuídas pelo pessoal do buffet.

Peeta sentou-se ao lado de Katniss e Prim caminhou para sentar-se protetoramente ao lado de Annie. A loirinha lançou um olhar discreto para Peeta quando os dois se separaram, quase como uma despedida, mas ele estava perdido olhando para Katniss e sorrindo enquanto puxava a cadeira para a morena sentar.

~~

– Cara, essa situação está muito escrota. – Finnick comentou com Gale enquanto colocava para dentro uma garrafa de gim com tônica.

– Concordo. – Gale respondeu.

– Todos nós já nos falamos, só que não na frente um do outro. – Ele disse. - Eu já cumprimentei todas as amigas dela e ela já cumprimentou todos vocês, mas a gente ainda não se falou. Até pro Peeta ela já deu oi! O Peeta! – Finnick exclamou. – Eles se odeiam!

– Eles não se odeiam. – Gale mediou. – Ele odeia ela.

– O que só deixa tudo ainda mais ridículo. Nós precisamos agir como dois adultos. Somos ex que tem amigos em comum, então vamos continuar nos esbarrando. Não tem sentido a gente se evitar desse jeito.

– Vai lá falar com ela, então. – Gale sugeriu, como se fosse simples assim.

– E passar pela barreira que estão fazendo pra isolá-la de mim? – Ele apontou para Johanna e Prim, que dançavam junto com Annie no canto oposto da varanda.

– É só a gente desfazer. Eu posso chamar a Johanna para dançar e explicar para ela que você quer acabar com essa cena ridícula aqui. – Gale sugeriu. – Você sabe que a Johanna e a Kat estão do seu lado e elas só querem que você e a Annie fiquem no mínimo de bem.

– E você já arranjou uma desculpa para chamar a Johanna para dançar, hein? – Finnick comentou, sorrindo de lado.

– Ah, não começa. – Gale pediu, contendo um sorriso. – É que ela é a amiga da Annie mais próxima de mim.

– E a única solteira também. – Finnick insinuou. – Não precisa disfarçar, Gale. Ela é bonita, super legal... Já estou apoiando.

– Não força. – Gale pediu.- Mas eu goto dela, sim. – O moreno sorriu, enquanto acompanhava com o olhar Johanna rebolando e rindo junto com as amigas.

Mas ele gostava mais de Katniss, só que Katniss namorava seu melhor amigo. Parece cruel colocar a coisa desse modo, mas era a verdade.

– Mas é sério agora, quer que eu fale com a Johanna ou nem? – Gale perguntou.

– Ainda me recuso a acreditar que esse seja o único jeito, mas qualquer coisa é melhor do que continuar desse jeito.

– Tá, só vou esperar ela sair do grupinho. – Gale disse.

Enquanto isso, no grupo com as meninas, Gale observou que Katniss chegando na varanda para finalmente conseguir curtir um pouco da festa com as amigas. Ela andou a passos rápidos e cutucou a cintura da irmã, que pulou e se virou para trás, dando de cara com a morena. Elas riram e Prim a puxou para o meio da roda, as duas rebolando juntas ao som da música.

Katniss jogava os cabelos para trás enquanto dançava, as pontas onduladas tocando sua cintura sempre que ela sacudia a cabeça para tirar os fios mais rebeldes do rosto. O vestido amarelo contrastava com seu tom de pele e os olhos cinzentos pareciam gritar com a sombra preta destacando-os.

Gale notou vagamente que Johanna se afastava das amigas com uma taça na mão, provavelmente para conseguir mais bebida. A certo custo, ele parou de encarar Katniss – que parecia cintilar naquele vestido. – e caminhou até Johanna para por o plano em prática.

Ele caminhou até a parte de dentro da casa e viu Johanna, que de costas para ele tirava uma taça de champagne da bandeja de um dos garçons.

– Ei, pega uma para mim! – Ele exclamou, quando ela se virava para voltar à varanda. Ela sorriu e tirou outra taça, entregando a Gale quando ele se aproximou. Os dois encostaram as taças, brindando à festa.

– Muito triste isso de eu não poder aproveitar a festa com vocês. – Gale comentou.

Johanna pendeu a cabeça para o lado.

– Eu queria não ter que estar passando por isso. – Johanna comentou. – Mas ela está com medo de falar com ele.

– Eu sei, eu sei. Mas eles vão ter que crescer e se encarar em algum momento.

– É. – Johanna concordou. – Eu por mim botava os dois numa sala sozinhos e só deixava eles saírem quando estivesse tudo resolvido. Juntos ou separados, eu só não aguento mais ter que ficar pisando em ovos e mediando as coisas.

Gale assentiu e explicou rapidamente que Finnick também não estava satisfeito com aquela situação.

– Se vocês deixarem a Annie sozinha por um segundo, ele fala com ela, a vergonha passa e todo mundo curte a festa junto. E aí, vocês topam? –Gale sugeriu.

Johanna abaixou o olhar, hesitando.

– A Annie vai me matar. – Ela disse, em tom de desculpas.

– Olha, vai ser uma merda. – Gale foi direto. – Mas é tipo arrancar band-aid, sabe? Dá aquela dor horrível, mas é rápido e depois fica tudo muito melhor.

Johanna riu da comparação. Gale era extremamente inábil quando se tratava de discutir sentimentos, o que contrastava com ela, que servia de psicóloga para as amigas quase 100% do tempo.

– Ok, suponhamos que eu tope. – Johanna começou. – Como a gente faz isso?

– Ah, sei lá. – Gale deu de ombros, demostrando toda a perícia do plano (inexistente) que ele defendia. – É só vocês saírem de perto dela. Ela não faz xixi, não? – Gale perguntou e Johanna gargalhou. – Ah, esqueci que mulher vai ao banheiro junta. – Ele completou, desanimado.

– Eu posso falar com ela. Abrir o jogo. – Johanna sugeriu.

– Vamos dançar juntos. – Gale sugeriu e Johanna sentiu uma quentura ferver seu rosto. – Vai quebrar a divisão que a gente fez entre os grupos e não vai ser nada demais, porque a gente é amigo.

– Elas vão dizer que eu estou traindo a causa! – Johanna exclamou, mesmo que recusar um convite para dançar de Gale lhe custasse bastante determinação. Era o princípio “sis before pênis” agindo em sua cabeça. – Hoje não é um dia para eu me misturar com vocês, entende? Hoje é um dia que eu tenho que proteger a Annie do constrangimento de encontrar o ex que recusou o pedido dela para voltar! – Johanna explicou, sua voz ficando cada vez mais aguda a medida que a frase chegava ao fim.

– Você sabe que é uma boa causa! – Gale rebateu. – Fala sério, dançar comigo não vai ser tão ruim assim. – Ele apelou e Johanna sentiu uma cutucada profunda em seu emocional.

Ela sorriu contra a vontade.

– Eu só não quero que ela ache que eu a traí ou qualquer coisa do tipo. – Johanna mordeu o lábio, preocupada.

– Ela vai te agradecer depois.

– Ou vai ficar muito puta e passar um mês sem falar comigo. – Johanna suspirou e fechou os olhos, levando a taça de champagne à boca. Ela esvaziou todo o conteúdo em um gole só.

Gale ergueu uma sobrancelha em descrença.

– Ainda acho que você está sendo chata assim porque não quer dançar comigo.

– Para de ser idiota, Gale. – Johanna pediu, contendo um risinho pateta. Parecia conversa de adolescente, meu Deus. Nas comédias românticas soava mais bonitinho e menos bobo. – Eu só não quero forçar uma situação que eu sei que a Annie não se sente preparada para passar.

– Então esquece a Annie. – Ele pediu. – Mas dança comigo. Pode ser aqui dentro, pra ninguém ver. – Ele sugeriu e ela riu.

Gale começou a mover os pés no ritmo da música que tocava lá fora, Uptown Funk. Diante da imobilidade de Johanna, ele começou a criar passinhos para acompanhar as batida, e Johanna riu.

Ela colocou a taça em sua mão na mesa onde há algumas horas havia acontecido o grande jantar e agarrou o braço de Gale, marchando para a varanda. Chegando lá, ela soltou o corpo e começou a ondular o corpo no ritmo da canção junto com o moreno.

– Se é para chutar o balde, – Ela disse, enquanto sacudia a cabeça para que os cabelos acompanhassem os movimentos do corpo. – que seja na frente de todo mundo.

~~

Assim que viu Johanna e Gale requebrando ao som da voz de Bruno Mars no meio da pista, Finnick entendeu o sinal. Gale havia conseguido trazer Johanna para seu lado, e isso era ótimo. Agora ele se via sozinho na varanda e suas duas opções eram continuar sozinho ou se juntar às meninas, Annie incluída.

Katniss ergue uma sobrancelha quando se deparou com os dois dançando rebolativamente, e oscilou entre ficar feliz pela amiga ou ter vontade de mata-la por destruir o plano. Sem saber o que fazer, seus olhos captaram Finnick sozinho do outro lado da varanda, e seus pés se moveram involuntariamente para que ela pudesse cumprir seu papel de boa anfitriã – a única coisa que ela sabia estar fazendo certo desde que a festa começara -.

– Posso saber o que você está fazendo aqui sozinho? – A morena perguntou e o loiro a recebeu com um sorriso.

– Acontece. – Finnick respondeu simplesmente. – Não quero ser empata foda. – Ele disse, apontando para Johanna e Gale dançando juntos.

Katniss suspirou.

– Cadê o Peeta? – Ela perguntou por sua última opção antes de ter de tomar uma atitude drástica.

– Se você não sabe, imagina eu.

– Que merda. – Ela disse, e soltou um suspiro pesado. – Merda, merda, merda. Não queria que as coisas estivessem assim. Isso está ridículo.

Finnick deu de ombros, sem saber o que responder. Então, inesperadamente, Katniss o agarrou pelo braço.

– Vem comigo. Acabou. – Ela disse, enquanto caminhava furiosamente na direção onde Annie e Prim fingiam dançar, porém observavam cuidadosamente o desenrolar das situações ao redor. – Acabou, cansei dessa palhaçada. Meu aniversário de 23 anos e vocês agindo como se tivessem 15.

– Eu não estou fazendo nada!! – Finnick exclamou. – Vocês é que estão isolando ela de mim.

– Justamente por isso. Como mentora oficial do plano, eu estou declarando-o encerrado. – Katniss grunhiu. – Você vai falar com ela, não vai?

– Se vocês deixarem. – Ele respondeu. – É só um oi. Não sei porque esse cordão de isolamento. – Ele abaixou a voz no fim da última frase, porque os dois haviam chegado até Prim e Annie.

A morena parecia prestes a explodir, e Prim não entendera a súbita mudança no curso da situação. Antes, Katniss bradava aos quatro ventos que era vital não deixar Annie interagir com Finnick. Agora, ela mesma o levava até ela.

– Prim, chega aqui um instantinho. – A morena puxou a irmã pela mão. – A mamãe quer falar com a gente. – Ela disse, mal podendo conter a súbita irritação que lhe subiu à cabeça quando ela notou o quão inútil e infantil o plano que ela mesma bolara era.

Prim hesitou, olhando para Annie e depois para Finnick.

– Vem, vamos logo antes que ela se estresse. – Katniss disse. – Desculpa abandonar vocês gente, eu só vou ver o que ela quer e volto logo. – Ela disse, cinicamente, agarrando a irmã pela mão e saindo do alcance dos dois e deixando Annie com a pior cara de tacho já vista na história da humanidade.

Um segundo de silêncio constrangedor, em que Annie não foi capaz de parar de encarar a taça vazia em sua mão, desejando ardentemente que houvesse alguma bebida bastante forte nela.

– Oi. – Finnick disse, timidamente.

– Oi. – Ela respondeu, depois de um tempo. Ela ergueu os olhos para encará-lo e recebeu um sorriso discreto como resposta. Prim tinha razão: ele estava bonito. Para caralho, para usar o quantitativo que a loirinha usara. Os cabelos pareciam ter crescido, caindo desleixadamente sobre a testa. Os olhos gritavam, mais verdes do que nunca, e a camisa de malha fina azul de mangas compridas parecia destacar os ombros largos.

Se sobrevivesse àquele momento, Annie tinha certeza que não morreria nunca mais. Nem quando a terceira guerra mundial começasse e a bomba atômica explodisse.

– Desculpa, eu sei que isso é estranho. – Ele começou. – Eu nem vinha, para começar, mas...

– Não! – Ela o interrompeu, a voz levemente mais aguda que o normal. – Não. – Ela repetiu, moderando a voz. – Você tem todo o direito de estar aqui.

– Talvez até tenha, mas mesmo assim... – Ele fez uma pausa. – achei que não fosse ser legal.

Annie deu de ombros, um sorriso tristonho repuxando seus lábios para a esquerda.

– A Kat queria que você viesse. – Ela respondeu, simplesmente.

Finnick assentiu, agora ele mesmo olhando fixamente para o copo vazio em sua mão.

– Eu vou pegar uma bebida. Você quer que eu pegue algo para você? – Ele perguntou, apontando para a taça na mão de Annie.

Ela olhou para o vidro, parecendo só ter se lembrado que o segurava naquele momento.

– Eu vou com você. – Annie respondeu, passando os dedos pelo cabelo. É. Falar com ele nem parecia tão estranho depois do susto inicial.

Finnick sorriu e os dois começaram a caminhar lado a lado.

– É até meio engraçado. – Annie começou. – Porque a Katniss e o Peeta só mantiveram contato por nossa causa. E agora eles estão juntos e a gente... – Ela se interrompeu, pensando que talvez não fosse adequado comentar esse tipo de coisa em voz alta.

Finnick, entretanto, só riu diante da observação e da expressão assustada que Annie fez ao cortar sua fala pelo meio. Como se eles precisassem disso.

Como se eles não tivesse intimidade o suficiente para debochar da própria desgraça um para o outro.

– A vida tem dessas. – Ele concordou, olhando para os lados à procura de um garçom ou de qualquer fonte de álcool. – Será que não tem mais nada para beber?

– Talvez eles tenham parado de passar a bebida para expulsar os convidados. – Annie observou, fazendo o loiro rir. E ele não pode deixar de reparar quando ela franziu os lados para não rir da própria gracinha junto com ele.

Aquele sempre fora seu sorriso favorito nela.

Annie olhou para os lados e pôs o cabelo atrás da orelha, revelando um brinco de cascatas douradas. Suas íris varreram cuidadosamente o entorno, como se ela estivesse prestes e fazer um revelação importante.

– Vem cá. – Ela disse, acenando com a cabeça na direção da cozinha.

– Pra cozinha? – Ele perguntou, cauteloso.

– Onde é que você acha que tem bebida? – Annie perguntou, impaciente.

– Mas a gente não pode entrar lá. – Finnick contrapôs.

Annie revirou os olhos.

– Você realmente acha que existe algum canto da casa da Katniss que eu não posso entrar? – Annie perguntou, as sobrancelhas erguidas presunçosamente.

Finnick assentiu, dando o braço a torcer. Era engraçado como, em poucos minutos, eles passaram do isolamento total à intimidade que os dois estavam acostumados. Eles tinham que se esforçar mais para manterem-se separados do que juntos, quase como se houvesse algo intangível que pairava sobre ambos, derretendo o gelo.

– Sério que a gente vai entrar na cozinha? Os caras do buffet vão ficar muito putos. – Finnick disse.

Annie bufou e puxou o loiro pela mão na direção da cozinha. Ele se deixou ser arrastado, caminhando um pouco atrás de Annie e rindo sozinho da situação em que estava no momento.

Os dois pisaram cuidadosamente na cozinha, que parecia estranhamente abandonada para uma casa onde estava acontecendo uma festa. Algumas panelas repousavam sobre o fogão e vários sacos plásticos com comidas caras estavam jogados em cima da bancada de aço inox da cozinha luxuosa do apartamento.

Depois de perceberem que estavam sozinhos no cômodo, Annie andou a passos rápidos até a geladeira vermelha – Effie gostava de cores fortes na decoração da casa. Ela tinha lido em revistas de Feng Shui que vermelho era uma cor boa para a cozinha porque costumava abrir o apetite. – e a abriu ruidosamente, inspecionando o conteúdo.

Ela soltou um ruído de aprovação e Finnick se aproximou dela, dobrando-se para espiar o interior do aparelho junto com Annie.

– Stella. Heineken. Sky. Big Apple, porque a Katniss não consegue superar os nossos porres da adolescência. – Ela enumerou. – Ahhh. – Ela fez um som extasiado. – Champagne. – Ela retirou a garrafa desajeitadamente e Finnick se apressou para ajuda-la. A mãos se tocaram enquanto os dois tentavam segurar a garrafa gelada.

Não que nenhum deles tenha reparado nisso.

– Vai querer o quê? – Ela perguntou, enquanto enchia sua taça com o líquido borbulhante.

– Acho que vou dividir com você. – Ele respondeu, apontando para a garrafa que Annie apoiara em uma das dezessete mil bancadas metalizadas. Ela andou até a pia para pegar uma taça no escorredor e encheu uma para Finnick.

Os dois bateram as taças e sorriram timidamente enquanto se olhavam. Havia um clima esquisito, mas não necessariamente ruim. Era só diferente do que eles estavam acostumados. Mas, àquela altura, o que não estava diferente entre eles dois?

– Não acredito que a gente invadiu a cozinha só para beber. – Finnick comentou.

– A Katniss já fez coisa pior na minha casa, pode ter certeza. – Annie rebateu, contendo um sorriso. – Ah, eu adoro essa música. – Annie comentou, balançando os quadris no ritmo da canção que acabara de começar e chegava distorcida aos ouvidos dos dois devido à quantidade de paredes entre a cozinha e a varanda. This Love, do Maroon 5. Annie sorriu. Aquela música era antiga e com certeza não seria uma das primeiras opções de Katniss para uma festa, então ela entendeu que a amiga havia incluído a canção na playlist somente por sua causa.

– Antiga. – Finnick comentou.

– Justamente por isso tão boa. – Ela rebateu e Finnick concordou.

Uma pausa em que os dois simplesmente ficaram parados, sentindo a letra da música. Não foi um silêncio desconfortável por falta de assunto. Eles só estava compartilhando um momento daqueles em que a música toca no seu ponto fraco remexe todas as suas bagunças internas.

This love has taken its toll on me, she said goodbye too many times before.

– Obrigada Por ter vindo falar comigo. – Annie começou, aproveitando o sentimento que a música lhe trouxera como fonte de coragem. – Eu provavelmente não teria tido coragem de ir até você.

Finnick sorriu a balançou a cabeça.

– Eu estava meio puto, na verdade. – Ele desabafou, também aproveitando a energia da canção. – A gente é maior que isso. – Ele disse, simplesmente. E ela assentiu, porque era verdade e não havia muito que pudesse ser explicado quanto a isso. Os dois simplesmente sabiam que eram maiores que qualquer bobagem de casais normais. – E eu sinto sua falta. – Ele confessou, a voz mais baixa. – Não quero te perder de novo, sabe, perder a oportunidade de estar perto de você mesmo que só como amigo.

“Só como amigo.”. Soava muito errado, principalmente se tratando deles dois. Términos acontecem, e quando tudo dá relativamente certo, a amizade é o caminho natural. Mas não com eles. Só como amigos não soava certo quando colocado dentro de um contexto que envolvesse Finnick e Annie.

E os dois sabiam disso. Sabiam tão bem que não conseguiram fingir ignorar que sabiam, e não houve jeito de adiar mais. Enquanto Adam Levine gritava na varanda do lado de fora, os dois entenderam que não havia mais motivo para tentar varrer a sujeira para debaixo do tapete, então fizeram a única coisa que estava ao alcance de ambos: eles se beijaram.

Tão inesperado que os dois tiveram até que pensar se não era algum tipo de alucinação, mas foi justamente quando as mãos de Finnick esfregaram avidamente a cintura de Annie e as mãos dela agarraram com força os fios loiros dele que ambos notaram que não era mentira, e que toda a sensação de sonho era causada por tanta saudade acumulada no peito dos dois.

Ela colocou as mãos por baixo da camiseta dele, sentindo os músculos se retesarem com seu toque. Ele aproximou os corpos, agora tão unidos que pareciam prestes a entrar em combustão, e Annie se arrepiou com a proximidade quente entre os dois.

Os dois separaram as bocas, mas mantiveram o resto dos corpos unidos, os narizes se tocando e os olhos semicerrados.

– Eu senti tanto a sua falta. – Ela disse, respirando fundo para recuperar o fôlego.

– Eu também. – Ele disse, voltando a beijá-la vorazmente.

Os beijos migraram dos lábios para a linha do maxilar, do maxilar para o pescoço. Foi só quando Annie soltou um gemido baixo que os dois perceberam que as coisas estavam indo meio longe demais para o lugar onde estavam.

Eles se interromperam, mas o olhar parecia manter o mesmo fogo que mantinha as bocas unidas segundos atrás.

Annie olhou para trás sorrateiramente, deparando-se com a porta da área de serviço. Finnick ainda abraçava sua cintura e ela podia sentir seu corpo quente implorando pelo dele, e sabia também que ambos tinham ido longe demais para simplesmente se interromperem naquele instante e voltarem para a festa como se nada tivesse acontecido. Quando você mantém uma coisa presa por muito tempo e a solta de repente, é sempre muito difícil voltar com ela para o lugar depois de libertá-la.

– Ah, não. – Ele disse, sorrindo maliciosamente.

Annie sorriu e um brilho malévolo iluminou seus olhos.

– Ah, sim. – Ela rebateu. – Sim, sim, sim. – Ela murmurou, beijando o pescoço do loiro devagar e sentindo a pele sob seus lábios se arrepiar com os toques.

– E se alguém escutar? – Ele disse, soltando um gemido logo em seguida devido à mordida que ela cravara no lóbulo de sua orelha.

– A gente não vai fazer barulho. – Ela sussurrou, aproveitando a proximidade com o ouvido.

A determinação de Finnick, já fortemente abalada por conta de ter a cara de Annie enterrada em seu pescoço, se desfez completamente diante da proposta indecente da morena.

Sabe, ele nunca tinha transado em uma área de serviço antes e com certeza a área de serviço da casa de Katniss não era o melhor lugar para experimentar.

Mas Annie com certeza era a melhor pessoa para essa sua primeira vez.

Ele ergue o braço e girou a maçaneta, entrando no cubículo e arrastando Annie consigo. Assim que a porta bateu, ele pode senti-la puxando a barra de sua camisa para cima e teve certeza que tomou a decisão certa quando as unhas afiadas da garota lhe arranharam as costas nuas.

Depois daquela, Annie não podia mais usar o argumento do “ela já fez coisas piores na minha casa”.

Nunca mais.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

PELA PRIMEIRA VEZ NA VIDA EU NÃO TENHO NADA A FALAR SOBRE UM CAPÍTULO DE MMHS ALÉM DE:
DSIFUSEIOURDISFJKSDJFDIORTUIODRUGJKDFJGLSEIRUEIYOIWQIEOQPWIEOLKWDLAKSDFLSAF
Amo vocês. Espero que estejam tão alterados quanto eu.
Um beijos e um beijos no pescoço (em homenagem a C E R T O S personagens dessa fanfic) (não quero citar nomes)
P.S.: não esqueçam de me perturbar no twitter!!!!!!!!!!! @ifimoonshine