Money Make Her Smile escrita por Clarawr


Capítulo 23
I'm still in love with you, boy


Notas iniciais do capítulo

Eu gostaria de dizer que eu ultrapassei todos os limites de tudo escrevendo esse capítulo. Sim. Limite de demora, limite de palavras (QUASE SEIS MIL) e de tristeza (mas deixa isso pras finais).
Me perdoem de verdade pela demora. Dessa vez não tem desculpa: eu me enrolei. Eu sou uma pessoa que não sabe se organizar e perde a noção quando tem que dar conta das coisas do cursinho e arruma um pouquinho de vida social nos fins de semana. Até no cronograma das minhas séries eu vacilei.
Enfim, sobre o capítulo, eu dei tudo de mim escrevendo, gente, e honestamente, acho que ficou muito bonito. Eu realmente não sei se vocês vão gostar, mas eu gostei. Ficou uma coisa meio... artística. Sei lá. Vou deixar vocês lerem e tirarem suas próprias conclusões.
Como eu demorei, compensei com um capítulo extra grande. Não sei se essa é a melhor forma de compensar, porque cansa pra ler, mas eu não vi como dividir em mais de um e pelo menos vai ter bastante coisa para vocês lerem e matarem as saudades (se estiverem com saudades kkkkkkkkkkkkkk)
Vocês tão acostumados com as minhas brincadeirinhas mas hoje eu estou meio emo e gótica por causa do fim do capítulo. Assim que eu coloquei o ponto final e comecei a revisão, o aleatório do notebook colocou Gypsy, da Lady Gaga pra tocar, e essa coincidentemente foi uma das músicas que eu cogitei para por aqui (e eu ainda não desisti de colocá-la aqui na fic, então se quiserem, fica aqui a indicação), então ficou um clima altamente DEPRESSIVO.
Ahh!!!!!!! Música do título: I'm still in love with you, do Sean Paul com a Sasha e a do capítulo é We Belong Together, da Mariah Carey.
I hope you like it!!!!!!!!!!!!!!!



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I should have held on tight, I never should have let you go

I didn't know nothing,

I was stupid, I was foolish

I was lying to myself

I couldn't have fathomed

I would ever be without your love

Never imagined I'd be sitting here beside myself

Guess I didn't know you,

Guess I didn't know me,

But I thought I knew everything

I never felt

Os dedos de Cato e Annie repousavam, entrelaçados, no meio do vão entre o banco do motorista e o do carona da Ferrari dele, um presente de boas vindas à família Heavensbee que Plutarch deu ao filho pouco depois que a paternidade ficou comprovada.

Cato dirigia silenciosamente, o carro deslizando pelas ruas escuras e vazias que ligavam o Leblon à Ipanema. A janela ao lado de Annie estava aberta, e ela sentia o vento bater em seu rosto e agitar as mechas soltas de seu penteado, um cheiro ligeiramente doce misturado com a maresia sempre presente no ar das ruas da Zona Sul invadindo seu nariz.

O silêncio parecia tão penetrante que Annie não quis interrompê-lo. Ele parecia combinar com a atmosfera do vento entrando pela janela a seu lado e com o breu típico da estrada durante a madrugada. Sua cabeça, por outro lado, jamais pareceu tão barulhenta.

Ela era repetidamente assaltada pela lembrança das cenas que protagonizara com Cato naquela noite. Danças, risadas, taças de champagne, beijos, martinis, mais beijos e mais risadas. A memória a atingia na cabeça, mas como se fosse um filme. Algo distante, feito por outra pessoa. Quase como se ela só tivesse assistido.

Mas ela fora a atriz principal daquele filme, e isso era algo que ela estava tendo certa dificuldade para lidar. Não que não tivesse sido bom, ou que Cato não tivesse se esforçado para impressioná-la. Pelo contrário. Ela só tinha a sensação de que tudo havia acontecido em uma dimensão paralela.

– Não fica ruim dirigir com uma mão só? – Ela perguntou, encarando suas unhas pintadas de rosa escondidas entre as mãos fortes do loiro.

Ele soltou uma risada.

– Não. Não faz muita diferença.

– Ok, Ayrton Senna. – Ela respondeu, arrancando outra risada dele.

– Pode deixar que eu não vou enfiar a gente em nenhum acidente.

– Confio em você. – Ela respondeu, sorrindo.

Annie não tinha noção do quanto ficava linda sorrindo. É difícil explicar para alguém bonito o quanto sua beleza pode fazer estragos, porque a pessoa simplesmente nasceu daquele jeito e ela nunca vai entender seus traços perfeitos como algo fora do comum. Com o tempo, ela vai notar que as pessoas admiram seu rosto e vai até se acostumar com isso, mas não vai ter jeito de enfiar na cabeça da desgraçada como seus olhos verdes e seu sorriso perfeito conseguem derreter um cara por dentro.

O carro foi lentamente diminuindo de velocidade a medida que Annie reconhecia a rua de seu prédio, até que Cato finalmente encostou no acostamento bem em frente à porta do edifício.

Ela sentiu os olhos azuis do loiro a encarando, e ergueu os seus para encará-lo de volta.

Ela sabia o que tinha que fazer, mas ainda estava muito confusa para que a coisa viesse naturalmente. Ela passou os dedos por uma mecha ondulada do penteado, provavelmente desfazendo o cacho cuidadosamente modelado no salão.

– Obrigada. – Ela começou, tentando se lembrar do que deveria fazer naquele momento. Meu Deus, ela já tinha sido deixada em casa por tantos caras milionários, por que diabos ela não conseguia se lembrar do script justamente agora? – Pela festa, por ter me convidado. – Ela acrescentou, notando o quão ridículo um “obrigada” solto no ar parecia depois de tudo que acontecera entre os dois. – Eu me diverti muito. – Ela disse, por fim. E, bom, nem era mentira.

Cato sorriu. Ele era tão lindo, com aqueles olhos azuis tão afáveis e o maxilar tão perfeitamente quadrado. E estava ali, doido por ela, investindo tudo nela, se esforçando até sangrar para convencê-la de que ele valia a pena.

– Não agradeça. Minhas motivações para te convidar foram totalmente egoístas. – Ele disse, ainda sorrindo.

Ela sorriu também.

– Eu sei. Mas isso não significa que eu não tenha que te agradecer por essa noite incrível.

– Que bom que você se divertiu. – Ele disse. – Obrigado por ter vindo. – Ele encarou as mãos dos dois, ainda entrelaçadas. – Annie... – Ele hesitou e Annie sabia que ele começar algum discurso sobre como ela era linda e como ele queria vê-la de novo e como ele gostava de estar com ela, e a perspectiva de ter de ouvir tudo aquilo naquele momento simplesmente a aterrorizou, o que levou-a a interromper qualquer bobagem romântica que ele estivesse prestes a dizer.

– Não. – Ela disse, a voz endurecida. – Eu não quero criar expectativas, Cato. – Ela acrescentou, suavizando o tom, porque notou que a negativa havia sido contundente demais e ela realmente não queria magoá-lo. – Hoje foi ótimo. Vamos seguir do jeito que está, e se você quiser me ver você me liga, assim como eu vou te ligar se estiver com saudades.

O olhar de Cato, antes tão intenso, vacilou. Aquela não era exatamente a resposta que ele estava esperando, mas ele sabia que conquistar Annie não seria assim tão simples. Então ele somente assentiu.

– Me parece um bom plano. – Ele respondeu.

Ela sorriu, e aproximou o rosto do dele uma última vez. Era engraçado, porque Cato tinha um jeito doce de beijar. Os lábios se moviam delicadamente e ela não tinha como negar que essa serenidade a fazia bem. Era quase como se ele conseguisse silenciar toda a confusão que se apoderava dela durante o resto do tempo.

O problema é que, assim que eles se soltavam, ela parecia ainda mais perdida do que antes.

Ele colou os lábios nos dela mais uma vez, num selinho rápido, e ela soltou os dedos dos dele, abrindo a porta e pisando na calçada.

– Boa noite. – Ele disse, enquanto ela meio que andava de costas, ainda olhando para dentro do carro.

– Boa noite. – Ela respondeu, sorrindo e virando-se para andar na direção do prédio.

Ela andou sem olhar para trás, e só ouviu o barulho da partida do carro depois de ter entrado no edifício.

A portaria do prédio de Annie era enorme, e a mesa do porteiro ficava alguns metros mais a frente das enormes portas de vidro escurecido. Depois de passar por ela, havia alguns estofados, estrategicamente posicionados para oferecer conforto a algum visitante que estivesse esperando alguém.

Annie deu boa noite ao porteiro e se tacou em uma das pequenas poltronas cor de caramelo, afundando-se na maciez do estofado. Esperou seu coração se acalmar e a respiração se estabilizar antes de começar a pensar em tudo que havia acontecido. Ela esperava que os pensamentos parassem de pipocar em sua mente também, mas infelizmente não obteve sucesso quanto a isso. Decidiu, então, começar suas reflexões mesmo assim.

Cato era ótimo. Lindo, gentil, engraçado, beijava bem, bom dançarino. Mas Annie precisava ser sincera consigo mesma e admitir que havia algo a incomodando em relação a tudo isso, e era exatamente isso que a fazia afastar mentalmente da realidade tudo que ela vivia com ele. E aquilo estava começando a frustrá-la, porque ela queria se abrir para viver algo com alguém que parecia ótimo em todos os sentidos – inclusive o financeiro -, mas alguma coisa em seu intimo a retraía.

Sua cabeça dava voltas, mas ela acabou se cansando sem conseguir chegar a lugar nenhum. E então, subitamente, uma imagem pulou em seu cérebro, como algo que vinha se debatendo desesperadamente dentro de uma jaula e finalmente vencera a resistência da porta, saltitando incansavelmente agora que conseguira liberdade. E assim que a imagem apareceu, Annie soube que era a resposta de todos os seus questionamentos. O rosto de Finnick piscou mais uma vez em sua cabeça, e de repente essa foi a única coisa na qual Annie conseguiu se concentrar.

Algo se apertou em seu peito, um misto de saudade e culpa. Finnick ainda era um assunto extremamente mal resolvido em sua cabeça, e ela sabia que jamais conseguiria desatar todos aqueles nós, então acabou desistindo de agir de maneira sensata e enfiou tudo relacionado a ele em uma gaveta no canto mais obscuro de sua mente, passando a chave e jogando-a fora depois. Agora, porém, que ela buscava respostas para seu bloqueio em relação a Cato, a imagem de Finnick voltava com uma força assustadora. E não só como causa principal de seus problemas. Agora que ela abrira a gaveta,aquelas duvidas antigas também voltaram, pululando em sua mente e se misturando aos novos questionamentos.

Annie até hoje não sabia se havia agido certo. Teoricamente, sim, mas ela nunca deixou de sentir um incômodo quando pensava no que fez. Por isso jogara todas as suas lembranças com Finnick na gaveta: para não ter de conviver com a dúvida.

Mas agora, elas voltaram. As dúvidas, a incerteza em relação a seus sentimentos, elas não só voltaram como se misturaram a todos os problemas que agora ela criara com Cato. E então, sem que ela pudesse controlar, Annie teve uma crise de choro, sentada no pufe da portaria de seu prédio.

Um choro engasgado lhe subiu pela garganta e irrompeu pelos olhos, algo tão inesperado que ela nem acreditava que estava acontecendo. A atriz que antes beijava o cara bonito na festa agora chorava por causa de outro, e novamente Annie se sentia uma expectadora do filme de sua própria vida. Não era possível que aquilo estivesse acontecendo com ela.

Ela sentia que o choro era fruto do cansaço de rodar sem parar em volta de seus próprios pensamentos em busca de respostas para as burradas que ela mesma cometera e continuava a cometer. Era aquela sensação horrível de sentir que nada,absolutamente nada, que ela fazia estava certo. Era como se ela só fizesse cagadas, merda em cima de merda, mesmo quando tentava agir corretamente. Primeiro com Finnick, agora com Cato. Erros,ambos erros em cima de erros.

As lágrimas corriam livremente e Annie não tinha forças para freá-las (outra situação que ela jamais pensou que iria passar na vida.). Ela chutou os sapatos e apoiou os pés no estofado, de modo que seus joelhos ficaram na altura do rosto, permitindo que ela o apertasse contra a pele das coxas. O choro era silencioso, e talvez justamente por isso mais doído. As lágrimas caíam e Annie vasculhava desesperadamente sua mente para achar alguma coisa boa que a tirasse daquele tormento, mas seu cérebro parecia empenhado em só lembra-la dos erros, dando-lhe a impressão que sua vida inteira não fora nada além de uma indescritível sucessão de decisões erradas.

Vendo que nada surtia efeito contra o choro compulsivo, ela vasculhou a bolsinha de mão a procura do celular. Quando foi desbloquear a tela, notou vagamente que já eram quase três da manhã e que aquilo não era hora de ligar para ninguém, mas era uma situação de força maior.

O telefone tocou umas quatro vezes antes que a voz sonolenta de Johanna atendesse a ligação.

– Alô? – Annie podia sentir a irritação por ter sido incomodada àquela hora latente na voz da amiga.

– Jo? – Annie perguntou.

– Não, é o Bozo, Annie Cresta. – Johanna geralmente parecia a mocinha saída de um filme de comédia romântica, mas como toda mocinha moderna, ela era bem capaz de algumas patadas de vez em quando. - Annie? – Johanna perguntou, diante do silêncio da amiga, que em circunstâncias normais teria rebatido o fora com um três vezes mais grosseiro.

Depois Johanna se tocou. Annie estava lhe ligando às três da manhã. Aquilo claramente não era uma circunstância normal.

Annie não conseguiria responder a amiga sem que um soluço lhe cortasse a voz, então ela chorou em silêncio por alguns segundos.

– Annie? Annie, o que está acontecendo? – Johanna perguntou, preocupada. A essa altura, ela já se erguera e sentara na cama.

– Eu acho que eu fiz uma merda colossal,Johanna. – Annie disse, a voz embargada.

– Ai, meu Deus, Annie. Fica calma e me conta o que houve. – Johannadisse, o nervosismo mostrando os dentes e mordiscando seu peito de dentro para fora.

– Eu saí com o Cato. Eu beijei o Cato. E aí ele me trouxe em casa e quando ele ia começar a falar sobre o nosso beijo e sobre como ele queria continuar me vendo eu entrei em pânico. – Annie descreveu.

– Como assim “entrou em pânico”? – Johanna questionou cuidadosamente.

Annie descreveu brevemente o episódio, completando com a onda de confusão e as lembranças de Finnick que a atingiram há apenas alguns minutos, ocasionando a crise de choro.

Johanna ficou em silêncio por alguns instantes.

– Você quer vir para cá? – Ela ofereceu.

– São três da manhã. – Annie respondeu.

– Entra num táxi e vem. – Johanna rebateu. – Ou então, se não quer pegar um táxi na rua, liga pra uma dessas companhias e chama algum.

– Tem certeza?- Annie perguntou.

– Vem logo. – Johanna respondeu.

As duas se despediram e Annie procurou em seu celular o número de alguma companhia de táxi que tivesse carros disponíveis àquela hora. Não teve dificuldades, e, aproximadamente quinze minutos depois, ela se enfiava em um carro e dava ao motorista o endereço da casa da amiga.

~~

Quando Johanna abriu a porta de seu pequeno apartamento em Laranjeiras, também na Zona Sul carioca, para Annie, ela precisou engolir o susto diante da aparência da amiga.

O rosto perfeito de Annie estava manchado tanto do vermelho típico das crises de choro como da maquiagem feita para a festa de mais cedo, e a situação só não estava mais crítica porque a sombra cobre, o delineador e o rímel eram à prova d’água. Os lindos olhos verdes estavam inchados e pareciam carregados de mágoa e – sem querer parecer exagerada – desespero.

Annie fungou alto, tentando evitar que seu nariz continuasse escorrendo. Ela se esforçara um bocado para não cair nas lágrimas dentro do táxi, mas parecia que agora que ela tinha aberto a torneira, todo aquele sentimento acumulado não daria trégua tão cedo, então, mesmo cheia de vergonha, ela acabou sendo obrigada a aceitar o lenço de papel que o taxista gentilmente lhe ofereceu - seguido de um “Não chora, não, minha filha. Uma menina tão bonita chorando assim...” em tom condescendente -.

– Annie do céu. – Johanna disse, abraçando a amiga na soleira da porta. – O que está acontecendo?

– Eu... – Annie disse, com a voz embargada e um soluço discreto cortando sua voz. – Eu não consigo parar de chorar. – Ela reclamou, e a amiga a abraçou novamente, trazendo-a para dentro do conjugado.

Annie fungou e sentou no sofá de dois lugares que a amiga mantinha na sala. O apartamento só tinha sala, banheiro e uma cozinha, mas Johanna conseguira aproveitar bem o espaço e, posicionando um grande armário estrategicamente como parede, conseguiu simular um quarto no que antes era apenas uma sala espaçosa.

– Eu não sei o que está acontecendo,Johanna. – Annie disse. – Que desde que eu me lembrei do Finnick – Um arrepio tremeu seu corpo quando ela pronunciou o nome - eu não consigo parar de chorar. Eu já nem sei mais porque estou chorando. Tudo bem ficar triste, mas eu não paro de chorar faz uma meia hora e eu nem sei porquê. As lágrimas só continuam caindo e eu só continuo sentindo meu coração apertado. – Ela disse, e uma onda de choro a atingiu novamente, fazendo seus olhos transbordarem mais uma cachoeira de água salgada.

– Tá, tudo bem. – Johanna começou, tentando parece calma para passar segurança à amiga. – Vamos ser objetivas aqui. Você sabe que o Finnick ainda é uma parte importante do seu passado. Você também sabe que tem coisas mal resolvidas com ele. – Johanna enumerou, e Annie assentiu. - Então é natural que você não consiga seguir em frente enquanto não resolver o que você tem entalado aí. – Ela concluiu.

– Mas por que isso só está voltando agora? Quer dizer, eu já terminei com ele faz mais de um mês e estava tudo ótimo. – Annie questionou.

– Não estava tudo ótimo, Annie. – Johanna disse. – Você sabe que não estava.

– Claro que estava! – Annie exclamou. – Esse é o problema. Você e a Katniss não conseguem aceitar que estava tudo bem, porque vocês enfiaram na cabeça essa ilusão de que o Finnick é o amor da minha vida. Eu já aceitei que acabou, mas vocês parecem que gostam mais dele do que eu. – Annie explodiu, para se arrepender um segundo depois. Johanna trabalhava no dia seguinte, e mesmo assim se dispusera a recebe-la em sua casa às três da manhã para consolá-la, e era assim que ela agradecia.

– Tô vendo o quão ótima você está. – Johanna ironizou, apontando para a cara inchada da amiga.

Annie suspirou e ergueu a cabeça. Johanna era uma de suas melhores amigas, mas era difícil ter uma conversa sobre sentimentos com ela sem Katniss para mediar a situação, porque as duas tinham visão muito diferentes a cerca das relações amorosas.

– Olha pra mim, Annie. – Johanna disse, suavizando a voz. – Esquece que sou eu,Johanna falando. Esquece que é a sua amiga romântica incorrigível e a Katherine Heigl da vida real. – Ela continuou, e a Annie riu. – Porque o que eu vou te falar agora não tem nada a ver com nada disso, mas você vai demorar a me dar razão só porque quem está falando sou eu. – Ela encarou com seriedade os olhos da amiga, ainda levemente úmidos. – O Finnick não é um cara qualquer que passou pela sua vida. – Annie abriu a boca para protestar, mas Johanna foi mais rápido. – Não. Nem vem. Se ele fosse, você não estaria aqui na minha casa no meio da madrugada porque chorou se lembrando dele depois de se agarrar com outro cara. – Annie fechou a boca que permanecia entreaberta, dando sinal de ter desistido de discutir com a amiga. – Esquece que eu acho que você nunca deveria ter terminado com ele, esquece que a Katniss também acha que você não tinha que ter terminado como ele, porque isso você já sabe. Olha para dentro de você e pensa se você não teve que se forçar a esquecê-lo. Olha para dentro de você e pensa se você não se perguntou várias vezes se tomou a decisão certa. Olha para dentro de você e se pergunta se o seu ex fosse outro cara qualquer, você teria choradocomo chorou agora. – Ela terminou, e as palavras pareciam ter deixado um rastro de fumaça no ar, como diversos tiros disparados contra um alvo.

Annie abaixou os olhos, parte de si querendo admitir que a amiga tinha razão e pensando que seria um tremendo alívio deixar que a revelação tomasse lugar dentro de si. Sua parte racional, por outro lado, insistia em afundá-la nas negações que ela cuspia para todos quando era questionada sobre Finnick, zombando das palavras de Johanna e chamando Annie de lunática por cogitar dar ouvidos a ela.

Annie sempre fora muito centrada. Fria. Até quando estava em um relacionamento, ela não aceitava entrar em um jogo onde não tivesse controle total sob o que estava em curso. Sua parte racional nada mais era do que o pedaço de si que tentava convencê-la que ainda estava no comando, e, geralmente, era nessa parte de sua personalidade que ela acreditava e guiava suas decisões. Sua recente crise de choro, no entanto, parecia uma manifestação de seu recém descoberto lado emotivo, um sinal de que ela própria havia perdido o controle não só sob sua relação com Finnick, mas como sob si mesma.

Um novo soluço irrompeu pela garganta de Annie, totalmente contra sua vontade, e ela pode sentir mais uma onda de lágrimas voltando. No entanto, dessa vez o choro parecia levemente mais desesperado, com soluços ininterruptos interrompendo todo o esforço de Annie sempre que ela tentava se controlar e voltar a respirar normalmente.

Diante da reação da amiga,Johanna se arrependeu de ter sido tão contundente. Annie estava frágil, e agora que as palavras haviam sido ditas, ela entendeu o quão cruel jogar toda a verdade na sua cara de uma vez poderia ser.

– Ai, amiga, me desculpa. – Johanna começou, mas Annie só soluçava, então ela começou a entrar em pânico. - Ai, meu Deus, Annie me desculpa, eu não queria te deixar ainda pior. – Johannapediu, desesperada, já cogitando lidar para Katniss para pedir reforços.

A única vez que Johanna presenciara a amiga em tamanho sofrimento foi quando Annie caíra do balanço e quebrara o braço no play do prédio de Katniss, onde as três costumavam brincar na infância. Elas tinham cerca de nove anos, e desde então,Johanna jamais testemunhara a amiga desabar daquela maneira outra vez.

Ver Annie desabar daquele jeito não era corriqueiro.

Anie sacudiu a cabeça, para sinalizar para a amiga que ela não devia pedir desculpas. Sua cabeça doía devido ao esforço da choradeira e seus olhos ardiam. Ela não tinha mais forças para pensar e tomar alguma decisão baseada em uma análise racional da realidade. Annie, então, recorreu ao tipo mais traiçoeiro de pergunta que uma amiga pode fazer a outra:

– O que você acha que eu devo fazer?

Johanna suspirou. Ela tinha um medo danado desse tipo de pergunta, porque era uma tremenda responsabilidade. Se ela desse o conselho certo e Annie o seguisse, bom. Se desse o conselho errado e a amiga seguisse, horrível, porque ia se sentir eternamente responsável pela burrada não só encorajada como sugerida por ela.

Dessa vez, porém, decidiu arriscar.

– Sinceramente? Acho que você devia voltar para o Finnick. – Ela respondeu, à queima roupa.

Annie enterrou o rosto nas mãos.

– Como eu vou fazer isso? Como eu vou chegar do nada dizendo que eu o quero de volta? – Sua voz começou a se elevar, um indício claro de desespero. – Eu... Mas... – Ela gaguejou. – E se ele tiver arranjado alguém?

– Ele não arranjou ninguém. – Johanna rebateu, com uma certeza fulminante.

Annie ergue uma sobrancelha, parecendo desconfiada.

– Como você sabe?

Imagino que vocês também queiram saber, mas não pelos motivos de Annie, agora desconfiada que a amiga podia estar mantendo contato com seu ex, criando um complô para em breve juntá-los novamente.

A verdade é que enquanto Finnick e Annie metiam os pés pelas mãos com Cashmeres,Catos e Cloves, o resto de nosso sexteto não estava morto. Na verdade, parecia mais unido do que nunca.

Katniss e Peeta ainda estavam juntos, então os encontros ainda pipocavam, porque Peeta sempre procurava incluir os amigos quando os dois decidiam sair para um lugar mais badalado. Ele fazia questão da presença de Finnick para tentar tirá-lo da fossa, e da de Gale para arrumar-lhe alguma mulher e tirá-lo da seca. Katniss, para não ficar sozinha no meio do namorado e seus amigos,convidava Johanna para se juntar ao grupo. As duas sempre sentiam que estavam traindo Annie em todas essas saídas, mas reconheciam que Finnick claramente saíra do término mais machucado que a amiga – uma noção que se provava falsa agora, com essa crise de Annie -, então concordavam com o arranjo e mantinham as saídas em segredo.

Era por isso que Johanna podia afirmar com tanta certeza que Finnick se mantivera solteiro desde Annie. Porque além de conviver com ele,Katniss sempre compartilhava as informações que recebia de Peeta sobre a vidaamorosa de Finn.

Sim, elas se sentiam culpadas por fofocar tanto, mas precisavam compartilhar informações. A situação de sair com o ex de sua amiga já era complicada, elas precisavam saber exatamente onde estavam se metendo. Além do mais, desde que começara a reparar em um certo moreno de olhos cinzentos,Johanna não parecia interessada em abrir mão daquelas reuniõezinhas. Mas vamos falar sobre isso com mais detalhes depois.

– O jeito que ele olhava para você, Annie. – Johanna disse a primeira coisa que lhe veio à cabeça. – Ele não ia arrumar qualquer pessoa assim tão rápido.

Annie estranhou, mas recorrer ao clichê do “jeito que ele te olhava” era tão típico de Johannae suas besteiras românticas que ela não deu muita atenção.

Annie suspirou.

– Você tem demaquilante aí? – Ela perguntou à amiga, que sorriu.

– Deve ter lá no banheiro. – Johanna respondeu. – Quer comer alguma coisa?

– Não esquenta com isso. Você deve estar morta de cansaço, tem trabalho amanhã cedo...

– Amanhã eu só entro às 11 horas. – Ela deu de ombros. – Vai lá no banheiro limpar essa cara de sapo inchado enquanto eu boto uma lasanha no microondas para a gente.

Annie sorriu.

– Você é a melhor pessoa desse mundo inteirinho. Junto com a Kat. – Ela acrescentou, como se a amiga pudesse ouvi-la e fosse se chatear de não ter sido classificada como uma de suas pessoas favoritas.

– E junto com você. – Johanna completou, fazendo o sorriso da amiga se alargar.

~~

Uma semana se passou, e não houve um mísero momento em que Annie deixasse o assunto Finnick de lado. Durante o dia, quando ela tinha que viver e das as caras ao mundo, ela deixava uma porção menor de seu cérebro tomando conta disso, mas nunca abandonou completamente as reflexões. Ela conversara com Johanna novamente, com Katniss e com Katniss e Johanna no estilo conferência. Não expressara suas dúvidas para a tia, porque sabia o que escutaria dela. “Finnick é um ótimo menino, mas o Cato tem mais a ver com você.”, ela podia ouvir a voz da tia cantar para ela. Bom, errada Mags não estava. Mas, sem perceber, Annie entrara em um estado de não ouvir nada que entrasse em conflito com a opinião pró-Finnick das amigas.

E ela pensou que a única maneira de se livrar daquela agonia era tomando uma decisão, e ela sabia exatamente qual seria a única decisão que a satisfaria. Exatamente por isso ela reunira toda a sua coragem, soltara os cabelos e se encontrava, naquele exato instante, dentro de um táxi e no meio do caminho para o prédio de Finnick e Peeta, no centro da cidade.

Ela pagou ao taxista e colocou os pés para fora do carro, encarando a portaria por um instante. Ela estreitou os olhos diante do sol e abriu o portão, pensando que da última vez que estivera naquele lugar colocara quase tudo que importava a perder. Agora ela estava de volta, em uma tentativa desesperada de recuperar o que ela deixara partir.

Annie caminhou lentamente pelo hall de entrada e chamou o elevador, extremamente consciente do que estava prestes a acontecer. No caso, extremamente consciente de que ela não fazia ideia do que a esperava. A única coisa que ela tinha certeza era de que estava indo lá seguindo seu coração, e talvez fosse exatamente esse o motivo de todo o seu nervosismo. Ela não estava acostumada a se deixar levar pela emoção.

E então ela estava parada de frente para a porta do apartamento de seu ex namorado. A luz do corredor se acendeu automaticamente, os sensores notando sua presença e ela passou alguns minutos encarando a porta de madeira. Annie respirou fundo e decidiu agir rápido para não dar tempo à sua cabeça de sequer pensar em desistir; ergueu o braço e afundou o dedo na campainha.

~~

– Você tá esperando alguém? – Peeta perguntou para um Finnick que parecia muito compenetrado em seu livro de Citologia.

– Não. – O amigo respondeu, sem tirar os olhos do livro. – Deve ser a ordem de despejo.

– Que isso, cara, não brinca assim, não. – Peeta pediu. – Eu levei o dinheiro lá no dia certo, a gente não está devendo nada.

– Então deve ser alguém pra dizer que o me nome está sujo. – Finnick disse. – Atende lá e diz que eu não estou. A não ser que seja a Clove ou uma vizinha gata querendo açúcar.

Peeta se arrastou preguiçosamente até a porta e a destrancou, e vocês bem sabem que não era nenhum cobrador do lado de fora.

Suas sobrancelhas se ergueram em surpresa, mas uma fração de segundo depois seus olhos se estreitaram no canto em uma clara expressão de desprezo.

O olhar de Annie vacilou e ela precisou lembrar a si mesma que não seria recebida com flores e abraços. Era natural que Peeta tivesse ressentimentos por conta do que ela fizera Finnick passar.

– Peeta... – Ela gaguejou. Teria sido tão mais fácil se Finnick tivesse atendido a porta... – Oi.

– Oi. – Ele respondeu, friamente.

– O Finnick está? – Ela perguntou, timidamente.

Para você,não. Peeta quis responder. E ele teria respondido, mas se conteve porque a) ela era melhor amiga de sua namorada e b) passos se fizeram ouvir, e ficou claro que Finnick estava vindo na direção da porta.

Finnick caminhou pelo estreito corredor de entrada, sem conseguir ver quem seria o visitante porque o corpo de Peeta cobria a porção aberta da porta.

Peeta olhou rapidamente para trás e fechou os olhos e bufou, demonstrando desagrado. Ele terminou de abrir a porta, escancarando-a e dando a Finnick uma visão de quem estava no corredor.

E eles se olharam pela primeira vez em mais de um mês. Olho no olho, verde no verde.

Finnick não soube o que pensar. Se eu disser que “parecia que eles haviam se visto ontem”, é mentira. Se eu disser que “era como eles estivessem se vendo pela primeira vez”, também é. Nenhum desses clichês se aplica. A cabeça de Finnick simplesmente se esvaziou, e a única coisa que ele foi capaz de fazer foi continuar encarando obsessivamente os olhos de Annie.

– Eu posso conversar com você? – Annie arriscou.

Finnick ficou calado, a voz dela ressoando dentro de seus ouvidos. Por fim, ele assentiu, e pediu licença a Finnick para sair.

– Lá fora. – Ele pediu, e ela concordou. Finnick lançou um olhar para Peeta, que retribuiu com o mesmo olhar de “Não seja trouxa.” que dirigiu ao amigo da última vez que Annie esteve lá.

Peeta segurou o olhar do amigo por mais um instante, para reforçar a recomendação. “Não seja trouxa. De novo não.”.

Finnick chamou o elevador, e seu plano era esperar Annie falar primeiro, mas ele foi incapaz de se conter.

– Por que você está aqui? – Ele perguntou, a voz perfeitamente composta e livre de qualquer tom acusatório ou raivoso.

– Porque eu te devo desculpas. – Ela disse. – Porque eu agi mal com você e eu quero tentar consertar.

Finnick ergueu uma sobrancelha, confuso. O elevador chegou e ele abriu a porta para que Annie entrasse primeiro.

Ainda um cavalheiro.

– Eu... – Annie começou. – Eu achei que estava agindo certo. Que eu e você, que não ia dar certo e que era melhor acabar com tudo o quanto antes.

Ela fez uma pausa, esperando que ele falasse algo. Mas ele continuou em silêncio, a expressão impenetrável. Não era encorajador, mas já que estava lá, ela decidiu ir até o fim.

– Eu sempre tive meus planos para a vida e eu achei que estar com você fosse me impedir de conquistar o que eu sempre quis. Mas a gente se separou e eu passei muito tempo tentando me convencer de que eu ia te esquecer e seguir com a minha vida. – Annie suspirou. – E eu não consegui,Finnick. Sempre que eu tentava agir como sempre agi, tinha alguma coisa errada, alguma coisa me travando. Eu tentei, de verdade, mas eu acabei entendendo que eu não ia conseguir. Você não me abandonou nem um dia desde que eu decidi terminar com tudo.

O olhar de Finnick vacilou, mas sua expressão se manteve composta. Ele sentia que as palavras de Annie lhe dilaceravam por dentro, uma a uma, mas ele segurou os pedaços e manteve a respiração regular, sem dar sinal de qual seria sua reação.

– Eu sei que eu não posso chegar aqui como se nada tivesse acontecido e te pedir para me perdoar por ter sido tão insensível, mas eu quero te pedir desculpas mesmo assim. – Ela passou os dedos pelos cabelos, como sempre fazia quando estava nervosa. – Você não tem noção do quanto isso me matou esse tempo todo. – Ela disse, a voz tremendo levemente. Sem chorar,Annie Cresta. Sem chorar. Ela não queria apelar. Como sabia que não conseguiria se conter se continuasse a falar, ela fez uma pausa e olhou para o alto, tentando aplacar a crescente ardência nos olhos

– Me matou também. – Ele disse, em voz baixa, pronunciando-se pela primeira vez.

– Me desculpa. – Ela pediu, a voz embargada. – Eu fui muito burra.

Todos os pedaços de seu coração que Finnick vinha tentando soldar há aproximadamente um mês e meio se descolaram naquele momento. Não só se descolaram, como se quebraram ainda mais.

Ele respirou fundo.

– Você está aqui só para me pedir desculpas ou você quer voltar? – Ele perguntou, cortante.

– Eu não posso te pedir para esquecer tudo que eu te fiz. – Ela repetiu. – Não seria justo. Eu te quero de volta,Finnick, mas eu já vou ficar feliz se a gente conseguir resolver isso de um jeito mais decente.

“Eu te quero de volta,Finnick. Eu te quero de volta,Finnick. Eu te quero de volta, Finnick.”

Há pouco tempo atrás, isso teria o destruído. E destruiu. Mas agora ele tinha forças para erguer a cabeça e resistir ao impulso de agarrar Annie e coloca-la em seus braços naquele minuto. Agora ele tinha forças para seguir o conselho de Peeta e não ser trouxa, pelo menos uma vez na vida.

Ele largou os ombros e soltou um suspiro derrotado, sacudindo a cabeça.

– Eu quis desistir de tudo quando você foi embora. Você me quebrou de um jeito que eu não achei que eu pudesse ser quebrado. – Finnick enumerou. – E eu senti tanto a sua falta, meu Deus, que até doía.

O lábio inferior de Annie tremeu, e ela ficou bem imóvel, sem nem respirar, para que nenhuma lágrima traiçoeira conseguisse escapar.

– Eu ainda não te esqueci e, sinceramente, não sei se um dia vou esquecer. – Ele mordeu o lábio. – Mas eu também não esqueci como você me fez sentir, Annie. Foi muito ruim. – Ele sacudiu a cabeça com um sorriso tristonho. – Eu ainda sinto sua falta, mas eu não sei se estou disposto a passar por tudo isso mais uma vez se você me deixar de novo. Eu não sei se vou conseguir.

– Eu não quero te deixar de novo. – Annie argumentou. – Se voltar para mim, eu não te solto nunca mais. – Ai. Facada. Pelo menos foi assim que Finnick recebeu essa frase. Como uma facada.

– Nunca diga nunca. – Ele disse, um sorrisinho triste colorindo se rosto. – Eu não posso, Annie. Agora não. – Ele fez uma pausa. – Você veio se desculpar, e está tudo bem. Sempre esteve, na verdade, mas se era isso que você precisava ouvir,está tudo bem.

O bolo maciço de lágrimas parecia exercer uma pressão brutal sobre Annie e ela sentiu que se não cedesse, explodiria de dentro para fora em um milhão de pedacinhos. Um par de lágrimas escorreu por seu rosto e ela assentiu.

– Eu amo você. – Ela disse. – Só não esquece disso, tá? Eu sou uma babaca, mas eu amo você.

– Eu também amo você. Ainda.

– Apesar de tudo. – Ela completou, com um sorriso triste.

Mais um par de lágrimas rolou, deixando uma trilha úmida em se rosto. Finnick se aproximou dela e envolveu-a em seus braços, plantando um beijo no topo de sua testa.

– Apesar de tudo. – Ele concordou, segurando-a firme entre seus braços.


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Notas finais do capítulo

WHEN YOU LEFT I LOST A PART OF ME IS STILL SO HARD TO BELIEVE COME BACK BABY PLEASE CAUSE
WE
BELONG
TOGETHER
(ouvindo essa música enquanto posto) (chorando um balde) (eu tô bem triste)
Não sei vocês, mas eu tô destruída (??????????). E, ah, eu AMEI a conversa da Annie com a Johanna. Bastante gente me pediu notícias da Jo, e em breve ela vai voltar ao foco (até mesmo porque, teve uma frasezinha ali que deixou ela bem em evidência e em breve eu vou ter que voltar para explicar hehehe). Agora eu tô pretendendo criar mais cenas eu que todos os personagens interajam, pra eu poder jogar as situações diferentes todas em um mesmo capítulo e não a fic não ficar tão comprida.
E AÍ, VIADOS DO CÉU??? O QUE VOCÊS ACHARAM??? ANSIOSA.
Um beijo e um queijo (tanto o de comer como o de dançar) (na cidade de vcs também chamam aquele poste de dançar de "queijo"?)